Sabemos que estamos num mundo que jaz no maligno. Tudo o que é
produzido aqui vem com a semente do pecado, pois tudo o que nasce da
carne é carne (Jo 3.6a), e o fim da carne, que foi vencida pelo pecado
no Éden, é a morte. Infelizmente, esta é a sentença de todo ser humano.
“Porque toda a carne é como a erva,e toda a glória do homem como a flor
da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor” (1 Pedro 1.24). Os nossos
dias são como a sombra que declina, e como a folha verde vamos secando
(Salmos 102.11). E, embora saibamos dessa realidade, procuramos viver
bem cada dia, cuidamos de nosso bem-estar e nos preparamos para que a
velhice nos encontre da melhor forma possível. Em geral, esse é o
comportamento das pessoas. Mas, lamentavelmente, diante das limitações
que a vida impõe, das dificuldades que aparecem (muitas delas até como
conseqüências das próprias ações), alguns desistem de seguir lutando e,
imersos em profundo desespero, tentam colocar um ponto final em sua
existência.
É doloroso admitir, mas isso acontece quando as pessoas não vêem
saída para seus problemas, não têm em que, ou em quem, se afirmar em
meio aos turbilhões que enfrentam. Por não encontrarem uma razão para
seguir vivendo, escolhem a morte. Vemos, então, que é uma necessidade
vital para o ser humano encontrar um sentido para a vida. É como se
houvesse um tremendo vazio existencial que precisa ser preenchido. E na
tentativa de fazê-lo, o ser humano procura atender todos os seus
desejos, entrega-se aos mais variados prazeres, no afã de sentir-se
completo, de suprir suas necessidades. Porém, o vazio do espírito humano
é o vazio do Eterno: enquanto não O encontramos, a lacuna dessa parte
do nosso ser que nos conecta a Deus (nosso espírito) só faz aumentar,
dia a dia. O sábio escritor disse: “Tudo [Deus] fez formoso em seu
tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa
descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim” (Ec 3.11).
A verdade, queridas, é que a resposta para o dilema humano não está
dentro de nós. Quanto mais buscarmos respostas em nós mesmas, mais
sentiremos o chão desaparecer debaixo dos nossos pés. O bem último e
supremo que podemos alcançar nessa vida encontra-se no infinito amor de
Deus demonstrado na cruz, redimindo-nos do pecado e do poder da morte.
Ele deu o Seu Filho por nós, para que tenhamos fé em que um dia
viveremos eternamente com o Senhor, sem jamais perecer. Quem tem essa
esperança, ainda que nada mais lhe reste nesse mundo, sobrevive em meio
ao caos, pois confia que tudo acabará bem. Quando amamos a Deus sobre
todas as coisas e O entronizamos em nosso ser, desenvolvemos outra
espécie de autoestima: não mais aquela produzida pelo engano do pecado
que nos faz voltar-nos contra o Criador. Encontramos no eterno amor de
Deus revelado em Jesus nossa verdadeira identidade, e então podemos amar
a nós mesmas da forma correta, sem autopiedade, sem lamentações,
desprovidas do egoísmo, pois o amor-próprio está ancorado em áreas mais
profundas do nosso ser, naquela parte do coração que é eterna e que
somente o Eterno Deus pode preencher.
A autoestima, o senso de dignidade e as demais virtudes só serão
verdadeiras se estiverem firmadas no Deus Imutável e Incorruptível.
Somente Ele pode nos fazer triunfar em meio ao caos dessa vida. A
esperança que Ele nos dá é como a “âncora da alma, segura e firme, e que
penetra até ao interior do véu, onde Jesus, nosso precursor, entrou por
nós, feito eternamente sumo sacerdote” (Hebreus 6.17-20). Quem tem essa
esperança não se abala diante das calamidades da vida, pelo contrário,
vê no sofrimento a conquista do Reino eterno. Entendemos que a vida de
Jesus só será manifestada em nossos corpos mortais se morrermos para nós
mesmos, para os ídolos do nosso coração. O que importa agora, não é
esse invólucro, que não passa de vaso de barro, mas a excelência do
poder de Deus que habita nele.
“Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se
corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.Porque a nossa
leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória
mui excelente;Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se
não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são
eternas” (2 Coríntios 4.6-18).
Precisamos transmitir essa verdade aos milhares que se perdem sem
esperança no mundo. Como João, somos enviados de Deus, e estamos aqui
para testemunho, para que testifiquemos da luz, para que todos creiam
que somente Jesus é o caminho para a verdadeira liberdade interior. A
vida que Jesus gera no nosso interior ninguém pode tomar, e ela permite
que vivamos até o último suspiro nessa terra em plena paz interior e
alegria.Sabemos que a “nossa cidade está nos céus, de onde também
esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso
corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu
eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas” (Filipenses
3:8-21). Vivamos, então, cada dia diante de Deus, com os olhos fitos em
Jesus, vislumbrando pela fé a eternidade. Dessa forma, viveremos nesse
mundo e alcançaremos o fim da nossa fé: a salvação das nossas almas.
PRODUZIDO POR: Judite Alves
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