sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

A verdadeira Sabedoria se manifesta na prática

Aonde há inveja, espírito faccioso e o mal, não se pode dizer que há ali uma sabedoria do alto. Tiago responde que ela “é terrena, animal e diabólica”. Onde existe esta sabedoria reina a inveja, o espírito faccioso, a perturbação e toda espécie de perversidade. É incrível o poder que os sentimentos ora citados têm em produzir danos terríveis à saúde psíquica das pessoas por eles atingidos. Imagine conviver num lugar durante anos, onde se presencie apenas a inveja, a disputa, a perturbação e a perversidade? E se este lugar for o ambiente que pensamos ser o mais perfeito do mundo, a igreja?Sabemos que a igreja local não é um lugar perfeito.
Basta que eu ou você esteja presente e logo perceberemos que realmente ela não é perfeita. Entretanto, há um abismo entre os defeitos naturais da uma igreja local e o ambiente eclesiástico que mina a saúde psíquica e espiritual de uma pessoa. Quando a igreja, que antes de tudo é a comunhão dos santos, não é mais um lugar de saúde espiritual, paz, harmonia, alegria e de comunhão com o outro, alguma coisa está errada. Pode ser com a pessoa ou pode ser com a própria instituição.
Esta aula é uma rica oportunidade de refletirmos sobre a saúde do nosso relacionamento pessoal com os nossos irmãos. Geralmente, passamos vários anos em uma única igreja local. É comum que em sua igreja, se ela é antiga, haja irmãos de 20, 30 ou até mais de 40 anos de congregados. Ao longo desses anos, pessoas encontraram ali aconchego espiritual para as suas vidas. Mas por outro lado, você encontrará pessoas há muito tempo em uma igreja local, se perguntadas, dizendo que não estão satisfeitas com a forma como aquela instituição lida com os segredos das pessoas, as suas privacidades, etc. Uma grande decepção está instaurada!
O nosso desafio, prezado professor, é expor a Palavra de Deus ensinando que este tipo de comportamento não pode ser normal entre nós, nem em nossa família e jamais em nossa comunidade cristã. Ainda que haja discordância, o que é normal, mas nunca pode haver dissimulação e desejo de fazer o mal entre um povo que diz amar a Deus e ao próximo. Quem faz estas coisas nada tem haver com o Evangelho, senão com a sabedoria animal, terrena e diabólica. Que o Senhor nosso Deus nos dê o privilégio e a alegria de viver a autêntica comunhão do Corpo de Cristo até Ele voltar


ARQUIVO FONTE: Subsídios - Conteúdo Adicional para as aulas de Lições Bíblicas extraído da Revista Ensinador Cristão Nº 59 do 3º trimestre de 2014

O Cuidado com a Língua

Houve no movimento evangélico brasileiro um tempo em que muitos acreditavam na palavra rhema — a bem da verdade ainda existe, mas o frenesi cessou. A ideia desse movimento era a de que a nossa palavra tem o poder tanto para abençoar quanto para amaldiçoar uma pessoa. Mas esta bênção ou maldição era embasada numa perspectiva mágica, como se o que se falasse acontecesse instantaneamente. E o texto usado para justificar este tipo de “experiência” era este de Tiago 3.9,10. Naturalmente, este não é o ensino de que se referia o meio-irmão do Senhor.
Em primeiro lugar, o tema central do texto é o desdobramento do capítulo 1 sobre a sabedoria do alto. Não podemos, ao longo da lição, perder esta perspectiva de vista, pois de acordo com ela o líder da igreja de Jerusalém desenvolve todo o seu argumento. O mestre por certo é uma função que deve ser exercida com a sabedoria do alto. E qual o veículo usado pelo mestre para transmitir a sabedoria de Deus? A língua. Por isso Tiago inicia o capítulo três admoestando a quem deseja inadvertidamente galgar a função de mestre somente por orgulho. Diante do Pai, o mestre será muito cobrado acerca do conteúdo que ensina, portanto, não há lugar para ambiciosos.
Em segundo lugar, Tiago ilustra a natureza perigosa de um órgão tão pequeno quanto à língua. Semelhante ao leme responsável por guiar um gigante em alto mar, ao freio na boca dos cavalos para dominar o seu corpo e, bem como, a faísca que pode incendiar uma floresta, assim é a potência da nossa língua tanto para fazer o bem quanto para o mal.
Quantas confusões foram feitas por causa do mal da língua? Através desta, pessoas matam as outras. Ofendem, denigrem, caluniam, humilham e não demonstram qualquer respeito à dignidade humana. Isto é pronunciar a maldição contra os outros como a Bíblia revela. Que poder de proporção destruidora a língua tem! É quase palpável. Quando alguém maltrata o outro verbalmente, maldiz a imagem e a semelhança de Deus. Isto é pecado contra o Pai e contra o próximo.
Mas o uso da língua pode ser maravilhoso. Com ela se pode elogiar alguém, consolar pessoas, animar almas cansadas e sedentas por esperança. Podemos fazer raiar um “mundo novo de amor e paz” para quem está vivendo um “inferno em chamas”.

ARQUIVO FONTE: Subsídios - Conteúdo Adicional para as aulas de Lições Bíblicas extraído da Revista Ensinador Cristão Nº 59 do 3º trimestre de 2014

A Fé se manifesta em Obras

Como chegar ao lar de uma pessoa que se encontra em necessidades materiais e apenas orarmos por ela dizendo “Deus está no controle de tudo”? Tal atitude é a que Tiago chama de fé sem obras. A fé vivida apenas no campo da mera especularização espiritual é uma fé sem vida, encanto e compromisso com o outro. A verdadeira fé consiste em amar a Deus acima de todas as coisas, com toda a nossa força, de todo o nosso entendimento, de toda a nossa alma e de todo o nosso coração (Mc 12.30,31). Uma fé simples, entretanto, de uma implicação inimaginável.
A fé do Evangelho está diametralmente entrelaçada ao amor. Não a toa ela aparece como uma das três virtudes teologais, juntamente com o amor (1 Co 13.13). Deste, o apóstolo Paulo diz: “porque quem ama aos outros cumpriu a lei [...] e, se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. O amor não faz mal ao próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor” (Rm 13.8-10). Contra o amor não há lei. A vontade de Deus é que o ser humano viva a vida sem que a determine, pois quem ama não pode fazer outra coisa senão o bem (Jr 31.33).
Quando Tiago fala de boas obras sabemos que ele se refere às ações concretas de misericórdias. Então, remetemo-nos logo ao tema da salvação pelas boas obras. Talvez pelo medo de relacionar boas obras à salvação, muitos em nossas igrejas vêm ignorando o mandamento de Jesus para fazermos alguma coisa em favor dos pobres. Além disso, precisamos ponderar com os nossos alunos que não são as obras que salvam, mas, por outro lado, são elas que revelam se de fato somos salvos ou não (Ef. 2.8- 10). E um dia, todos seremos julgados, pelas obras que realizamos em relação a outro ser humano cujo Senhor, Jesus, pode ser encontrado em cada estado de necessidade (Mt 25.31-46).
Use o espaço desta lição, professor, para ensinar que não se pode fazer dicotomia entre a fé e a ação. Do contrário, a fé se mostrará morta como um corpo que sem o fôlego de vida. Dê uma olhada em volta da sua igreja local. Talvez ela se situe em meio a uma comunidade carente. Uma pergunta pode ser feita à sua classe: o que podemos fazer de ação social pela nossa comunidade?


ARQUIVO FONTE: Subsídios - Conteúdo Adicional para as aulas de Lições Bíblicas extraído da Revista Ensinador Cristão Nº 59 do 3º trimestre de 2014