quarta-feira, 26 de outubro de 2016

II - A Rejeição do Verbo (Jo 1.5-11)

 Rejeitado como a luz dos homens. “E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.” A luz era derivada do Verbo, e pela capacidade recebida da parte dEle podiam reconhecer o que era útil à sua natureza espiritual. Mesmo assim, fecharam os olhos à Fonte da luz, como o olho doentio que rejeita a luz natural, embora aquela fosse a vida deles. A queda foi um obstáculo, na história da humanidade, ao entendimento da Palavra de Deus, porque envolveu o mundo em trevas morais e espirituais, de tal modo que os homens, criados por Deus, não podiam mais entender as instruções de seu Criador, tendo sido obscurecidas as suas mentes pelo efeito do pecado e da ignorância.

O pensamento básico do trecho é interrompido pelos versículos 6-8, que enfatizam a posição de João Batista como testemunha c refletor da luz, e não como Messias. Alguns dos seus discípulos se apegaram tanto a ele que, a despeito da advertência contida no testemunho que deu de si mesmo em João 3.25-30, teimaram em sustentar ser João Batista o Messias, e, posteriormente, formaram a seita dos mandeus, da qual existem ainda seguidores no Oriente.
Voltando ao pensamento básico: “Estava no mundo, c o mundo foi leito por ele, e o mundo não o conheceu”. Os homens tinham tão pouco entendimento da origem do seu ser, aprenderam tão pouco acerca da razão da sua existência, que não reconheceram seu Criador quando Ele surgiu no meio deles. A civilização romana registrou seu nascimento, lançou-o no cadastro de pessoas físicas para finalidades dc impostos, mas não tomou o mínimo conhecimento dEle como sendo o próprio Deus revelado cm seu meio.


 Rejeitado como Messias de Israel. “Veio para o que era seu, c os seus não o receberam”. Jesus ensinou esta verdade na parábola dos lavradores maus (Mt 21.33- 43). Que tragédia! A nação que aguardava a vinda do Messias, orando ardentemente por este acontecimento, cantando e profetizando acerca da sua vinda, não quis recebê-lo quando chegou! (Cf Is 53.2,3; Lc 19.14; At 7.51,52).

1 - A Revelação do Verbo (Jo 1.1-4)

/. Seu relacionamento com Deus. “No princípio era o Verbo”. Esta expressão nos leva de volta a Gênesis 1.1, onde se lê: “No princípio criou Deus os céus e a terra.” João nos informa que, na época da criação, o Verbo já existia: “E o Verbo estava com Deus”, existia cm relacionamento com Deus, o que sugere a eterna comunhão entre o Pai e o Filho. “E o Verbo era Deus” não significa que o Verbo é o Pai, porque o Pai e o Filho, sendo um quanto à sua natureza, são, porém, distintos quanto às suas personalidades. O Verbo c da mesma natureza do Pai, ou seja, divino.
A palavra do homem é o modo de ele se exprimir, de se comunicar com outras pessoas. Pela sua palavra, faz conhecidos seus pensamentos e sentimentos; pela sua palavra, dá ordens c efetua a sua vontade. A palavra que ele fala transmite o impacto do seu pensamento e caráter. Um homem pode ser conhecido de modo completo pela sua palavra, c ate um cego pode conhecê-lo perfeitamente assim. Ver a pessoa não daria muitas informações quanto à sua personalidade a alguém que não a tivesse ouvido falar. A palavra da pessoa é seu caráter recebendo expressão. Da mesma forma, a “Palavra de Deus” (ou "Verbo de Deus”, expressão que a tradução bíblica em português emprega quando se trata de uma referência direta a Jesus Cristo na sua vida terrena) é sua maneira de exprimir sua inteligência, vontade c poder. Cristo é aquele Verbo, porque Deus revelou sua atividade, vontade c propósito através dele, e porque é por meio dele que Deus entra cm contato com o mundo. Nós nos exprimimos por meio de palavras; o Deus eterno se exprime através de seu Filho, que é “a expressa imagem da sua pessoa” (Hb 1.3). Cristo c o Verbo de Deus porque revela Deus, demonstrando-o pessoalmente. Ele não somente traz a mensagem de Deus - Ele é, pessoalmente, a mensagem de Deus.
Deus se revelara mediante a palavra dos profetas, e através de sonhos, visões e manifestações temporárias. Os homens, porém, ansiavam por uma resposta ainda mais compreensível à sua pergunta: Como é Deus? Como resposta a esta pergunta, ocorreu o evento mais estupendo da história do mundo: “E o Verbo se fez carne” (Jo 1.14). O eterno Verbo de Deus tomou sobre si a natureza humana c se fez homem, a fim de revelar o Deus eterno através de uma personalidade humana (Hb 1.1,2). Assim sendo, diante da pergunta “Como é Deus?”, o cristão responde: Deus é como Cristo, porque Cristo c o Verbo - a expressão do conceito que o próprio Deus faz de si mesmo.
2. Seu relacionamento com a criação. “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez”. “Ele estava no princípio com Deus”, ou seja, já na época em que o Universo estava para ser criado (cf. Hb 1.2; Cl 1.16; 1 Co 8.6). A quem falou Deus em Gênesis 1.26?
3. Seu relacionamento com os homens. “Nele estava a vida”. Ele dá vida a todos os organismos vivos, e guia todas as operações da natureza. O Pai é fonte original da vida; e toda a vida está reservada nElc, como numa cisterna de armazenamento. O universo de coisas vivas veio a existir por meio do Verbo, e é sustentado pelo seu poder. A cura do paralítico (Jo 5.1-9) e a ressurreição de Lázaro são ilustrações do poder do Verbo.
“E a vida era a luz dos homens”. Toda a luz que já veio aos homens mediante a consciência, a razão ou a profecia, foi irradiada pelo Verbo de Deus, mesmo antes dele entrar no mundo.




SÉRIE Comentário Bíblico


Pearlman, Myer
João, o Hvangelho do Filho de Deus.../

Myer Pearlman - l.ed. - Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1995.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

IGNORAR O “EU” E OS PERIGO DE NÃO IGNORAR

Desvia, prende e engana, (Is 44:20. Apascenta-se de cinza, o seu coração enganado o desvia; de maneira que não pode livrar a sua alma, nem dizer: Não será uma mentira o que está na minha mão direita?)

Entorpece a consciência, (Os 7:9. )Estrangeiros lhe comem a força, e ele não o sabe. Também as cãs se espalharam sobre ele, e não o percebe.

Produz autoconfiança, Mc 10:39; Responderam: Podemos. Jesus, porém, disse-lhes: Em verdade vós bebereis o cálice que eu beber, e sereis batizados com o batismo com que eu sou batizado, Jo 13:37. Pedro perguntou: Senhor, por que não posso seguir-te agora? Por ti darei a minha vida.

Retém o pecado, Jo 9:41; Disse Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas, como agora dizeis: Nós vemos, permanece o vosso pecado. Rm 7:18. Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum. Com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem.

Afasta de Deus, Ef 4:18. entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração.

Associa-se com a justiça própria, Ap 3:17. Dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta. Mas não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu.

Bíblia usada: Thompson.