terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Alegria, Fruto do Espírito

O Fruto do Espírito  Gálatas 5.22-24:
Em contraste com as obras da carne, o apóstolo apresenta o Fruto do
Espírito. O verdadeiro alvo de Paulo é demonstrar os vários aspectos
da única colheita. Nenhuma destas qualidades mencionadas pelo nome
podem ser isoladas e tratadas como uma finalidade em si mesmas. Também em outras partes, Paulo não utiliza senão o singular de karpos O Fruto do Espírito, ou o fruto em sua diferenciação, compreende os efeitos íntimos do Espírito, que representam o suporte pessoal e a realização da vida cristã na igreja


Seguindo o amor, está a palavra alegria(chara).t a alegria fundamentada num relacionamento consistente com Deus. Pode-se falar dela como uma alegria absoluta (2 Co 13.11; Fp 2.18; 4.4; 1 Ts 5.16), e também qualificá-la, baseada neste último fundamento, como alegria no Senhor (2 Pe 3.1; 4.4,10).

Em (Cl 1.11), aparece como fundamento do agradecimento unido à alegria da obra salvadora ocorrida aos cristãos, que os fazem ser cordeiros dos santos na luz. Essa alegria natural tem duplo sentido: primeiro, tudo aquilo que favorece a vida dos cristãos é a alegria pela felicidade do próximo; em segundo, porque se mantém em meio de todas as tribulações é a alegria de saber que sairá vencedor em qualquer situação, ainda que passe por dores.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

As obras da carne

Para mostrar que as obras da carne são contrárias ao Espírito, Paulo mostra que essas obras podem ser facilmente reconhecidas, pois são manifestas na atuação cotidiana de cada um. Essas obras podem ser de luxúria, de ordem religiosa, de impureza sexual, idolatria e falta de amor.
Os gálatas, ao deixarem se influenciar pelos propagandistas da lei, estão sujeitos a praticar tais obras.

 # V. 19 - Ora, as obras da carne são manifestas. Os efeitos da carne são fenômenos claros, realidades manifestas. Não podem, pois, serem ignorados. Dizem por si mesmos o que são. Paulo apresenta uma série de obras, seguindo formalmente uma tradição perenética muito utilizada do judaísmo tardio. E, também, comum encontrar listas de vícios nas cartas do Novo Testamento. Na enumeração das obras, Paulo relaciona aquelas que parecem delitos culturais e as que ameaçam ou destroem a unidade da Igreja. Das muitas divisões propostas, algumas são: a) frutos da luxúria; b) os frutos de ordem religiosa; c) as violações da graça; d) intemperança; e) pecados contra a pureza sexual; f) contra a veneração de Deus; g) contra o amor; h) contra a temperança.
Imoralidade sexual, impureza e lascíviaOs três primeiros itens são pecados da sensualidade. Paulo provavelmente começa com estes em razão de nos seus dias serem praticados em grande escala. Estavam em grande destaque no ambiente pagão do qual os gálatas foram tirados, sendo até mesmo aprovados nos ritos da adoração pagã. Onde mais claramente se manifestam as obras da carne é nos pecados sexuais e na relação com a sexualidade. Contudo, suas obras vão muito mais além desses pecados.
As obras da carne podem atuar, por exemplo, no zelo ou na veneração religiosa das criaturas.
Imoralidade sexual (porneia) é a fornicação no sentido de qualquer atividade carnal ilegítima. Provavelmente, porneia tenha ligação com o verbo pernumique significa vender. Essencialmenteporneia é o amor que é comprado e vendido, o que não é amor de modo algum, pois o ser humano é conduzido como um simples objeto.
 Segue impureza” (akatharsia), que se trata da impureza, não no sentido cultual, mas moral ou religiosamente.26 Isso diz respeito a imoralidade sexual um conceito mais amplo.
O terceiro elemento é a lascívia (aselgeia), que significa literalmente a libertinagem de um modo geral, mas sem dúvida é usada aqui para a lascívia nas relações sexuais: ressalta a libertinagem desses pecados de impureza, em que a pessoa perdeu toda a vergonha; designa, além do mais, um vício descontrolado (cf. Ef 4.19; 1 Pe 4.2; 2 Pe 2.2,7,18; Jd 4,29).

# V 2 0 - Idolatria e feitiçaria. Junto com os pecados carnais aparecem, como acontecem em outras cartas de Paulo, os pecados da falsa veneração a Deus (cf. 1 Co 10.7,8,14; Cl 3.5). A relação íntima entre ambas as classes de pecado é enfática em Romanos 1.23,24.0 conceito da eidoloSatria é talvez de origem judaico-cristã. Uma das formas mais baixas da idolatriaser realizada é através da farmakeia (feitiçaria). Originalmente é um conceito neutro que indica o uso de drogas, tanto com finalidade boa ou má.
O ato de o homem querer colocar coisas criadas por ele mesmo no lugar do Criador tem no fundo, como conseqüência, uma dissolução interna de ordem e domínio das paixões e um descontrole de sua sexualidade,que é desordenada e incontrolada. A desenfreada impureza,que desonra o corpo, mantém, pelo contrário, o homem sujeito nessa adoração da criatura incapaz de dominar seus impulsos, facilitando tal adoração. Não é casual que a antigüidade religiosa esteve grandemente saturada e dominada pelo sexo.

Ódio, discórdia, ciúmes, ira. Sem conexão imediata, Paulo relaciona os pecados que ameaçam ou que podem destruir a vida em comum dos membros da igreja, bem como a unidade das comunidades. Eles formam um grupo completo que pode ser considerado uma descrição dos males sociais.
Ódio ( echthra) traz o sentido de hostilidade. Refere-se, sem dúvida, às inimizades pessoais de alguns membros das comunidades entre si, ou suas manifestações hostis. Echthra é a palavra grega para inimizade.
Discórdia” {eris) é basicamente contenda ou rixa. No Novo Testamento é um termo tipicamente paulino,33 e nesse versículo aparece frequentemente como ciúmes. Eris é a obra da carne que mais comumente invade e destrói a fraternidade cristã.
Zelo” {zelos) é normalmente traduzido como zelo, no sentido de envolver outras pessoas da comunidade. A idéia no contexto é de zelo pervertido, que tem como finalidade o mal do próximo.
A outra palavra é Ira ( thumos)?b que traz o sentido de uma tremenda explosão de temperamento. Essa palavra é tipicamente paulina (cf. Rm 2.5; 2 Co 12.20; Ef 4.31; Cl 3.8).

Egoísmo, dissensões, facções. Na sua enumeração, o apóstolo apresenta mais três conceitos do catálogo de vícios, que caracterizam a mentalidade e as manifestações contra a unidade da igreja, cuja matriz se encontra na política.
Uma palavra difícil de ser interpretada é eritheiaaqui traduzida por egoísmo. Partindo do significado original da palavra, os exemplos que dispomos nos dão os seguintes sentidos:371) a conduta de certos políticos que conseguem altos postos por causa de influências não confiáveis; 2)
a conduta das prostitutas que se oferecem ao varão; 3) no Novo Testamento não parece existir um uso constante e preciso.38 O seu significado,neste versículo, parece estar centrado na postura de pessoas que estão em busca de rixas, contendas ou intrigas. E provável que Paulo esteja pensando nos esforços empregados por alguns membros de destaque na comunidade, com a finalidade de expulsar os seus rivais e conseguir
adeptos sem importar-se com os meios utilizados.
A palavra dissensões ( dichostasianão é uma palavra comum, quer no grego bíblico, quer no secular. Literalmente significa ficar à parte,separado. Aparece no Novo Testamento no sentido de rixa, sedução partidarista e separação. Só é usada novamente em Romanos 16.17.
Facções” {airesis) é uma palavra que se refere a divisões na comunidade,grupos doutrinários, que contrariam a unidade da igreja, enquanto reunião legal e pública do povo de Deus.40 E o resultado da palavra anterior: divisões organizadas em facções.

 V. 21 - Inveja; embriaguez, orgias. Nesse versículo, Paulo apresenta um quarto grupo de vicios, os quais se relacionam com delitos graves.
A lista de obras da carne termina com os pecados da intemperança, que não só predominavam como eram também sancionados por várias formas pagãs de adoração.
Inveja (phthonoí) serve de passagem para este grupo. E o desejo de se apropriar do que outras pessoas possuem. Refere-se ao desejo de privar o outro do que ele tem. E aquela pessoa que fica amargurada diante da visão de outra possuindo o que ela não tem, e que faria tudo quanto fosse possível não para possuir a coisa, mas para evitar que a outra pessoa a possua.
Embriaguez (m ethè denota a falta de controle de alguém perante a bebida. O mundo antigo e a Escritura, embora não condenassem a bebedice,viam nela um ato vergonhoso, por isso são contra a embriaguez.
Orgias” (komossão orgias festivas de distintas formas. No grego secular tinha um sentido de comunicação, mas aos poucos foi adquirindo um sentido de devassidão.
E coisas semelhantes. Com essa expressão Paulo está lembrando aos gálatas que não relacionou todas as obras, existem outras, e que por isso deviam estar atentos. Mas é próprio dos catálogos de vícios não nomeá-los todos, por isso com freqüência, como é colocado aqui, o escritor procura alertar os seus leitores utilizando a fórmula final: e coisas semelhantes.
Eu os advirto, como antes já os adverti, que os que praticam essas
coisas não herdarão o Reino de Deus. Ao agregar a ameaça de que todas estas obras excluem do reino de Deus, Paulo deixa transparecer o quanto segue de perto o esquema dos catálogos de vícios, ou melhor, quão certo é que repete uma tradição relativamente fixa de instrução catequética, ressaltando que anteriormente já alertara sobre os perigos dos vícios, e agora novamente volta a adverti-los. Isso revela a freqüência da advertência (cf. 1 Ts 4.6). Do reino de Deus, são excluídos aqueles que se inclinam para as obras da carne que são claras, da mesma forma que as suas conseqüências. Aqueles que praticam tais obras serão excluídos do reino de Deus e estarão perdidos.

Extraído do livro comentário Gálatas
De Germano Soares
Editora CPAD.



quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

(Professor) mais sobre O Perigo das Obras da Carne

Inicie a aula explicando o conceito da palavra “concupiscência”. Segundo o Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento, a palavra significa expressamente “desejos físicos”. Por isso, deixe claro que o termo significa a expressão dos desejos lascivos que assediam a mente humana. É a velha natureza manifestando as ações do “velho homem”, suas piores ações e abominações. É uma tragédia quando as obras da carne dominam e tomam o lugar de toda a pureza, retidão e santidade.
Quem domina a mente humana?
Na luta entre quem dominará a mente humana, se o Espírito ou a Carne, se percebe a necessidade da mortificação da Carne. Algo que se torna possível somente por intermédio do Espírito Santo. Quando não há mais a comunhão com Deus, o compromisso de buscá-lo de todo o coração e mente, o ser humano se torna incontrolável, sem qualquer referência de santidade. Por isso, a Palavra de Deus nos diz que devemos levar “cativo todo entendimento à obediência de Cristo” (2 Co 10.5). Permitindo que Ele seja soberano em nosso pensamento, vontade e ação. Ora, Cristo é o Senhor em todas as áreas da nossa vida. Não há uma só área que não deva ser dirigida e dominada por Ele.
Preservando o Caráter
Não é fácil preservar o caráter íntegro em Deus. Os convites são muitos, as propostas são diversas e as tramas realizadas são inúmeras para nos afastar do propósito do Evangelho em desenvolver a vida segundo a perspectiva do Reino de Deus. Infelizmente, não por acaso, assistimos muitos ícones, pessoas anônimas também, degradarem o caráter que um dia foi forjado para glória de Deus. O apóstolo Pedro nos mostra como isso acontece: “Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado. [...] O cão voltou ao seu próprio vômito; a porca lavada, ao espojadouro de lama” (2Pe 2.20-22). Esse processo não começa da noite para o dia. Ele se dá paulatinamente, aos poucos. Quando menos se percebe, “o cão voltou ao seu próprio vômito”.