sábado, 5 de agosto de 2017

Contrição

           A contrição é o ato de alguém se lamentar e realmente entristecer-se pelos próprios pecados ou delitos. No hebraico, a palavra dakka  significa “esmagado”, “ferido”, “contrito”. Os exemplos no Antigo Testamento do uso adjetivado dessa palavra são os seguintes: Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado e salva os contritos de espírito (SI 34.18, grifo do autor). Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita a eternidade e cujo nome é Santo: Em um alto e santo lugar habito e também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e para vivificar o coração dos contritos (Is 57.15, grifo do autor). A contrição é uma atitude de coração que envolve humildade, quebrantamento de espírito, admissão de pecado e tristeza pelas transgressões cometidas; ao mesmo tempo, implora a Deus por sua misericórdia.

Retirado do livro: Teologia Bíblica da Oração. O Espirito nos ajuda a orar.

Robert L. Brandt e Zenas J. Bicket
Todos os direitos reservados. Copyright © 2007 para a língua portuguesa da Casa
Publicadora das Assembléias de Deus. Aprovado pelo Conselho de Doutrina.
Título do original em inglês: The Spirit Help Us Pray
Logion Press, Springfield, Missouri
Primeira edição em inglês: 1993
Tradução: João Marques Bentes
Revisão: Gleyce Duque

Editoração: Flamir Ambrósio

Confissão

A confissão é simplesmente o reconhecimento  de um fato acerca de si próprio ou de outrem. Assim, ela tanto pode ser o desvendar dos pecados pessoais, num ato de contrição (o  reconhecimento da nossa miséria e falibilidade), com o uma afirmação da grandeza e bondade de Deus (o  reconhecimento da santidade e perfeição divinas). Ambos os significados encontram -se tanto no hebraico com o no grego, e em  português.
Quando Paulo fala: “Se, com  a tua boca, confessares ao Senhor Jesus ”, em  Romanos 10.9, ele tem em mente o  reconhecimento de Jesus Cristo com o o Filho de Deus, enviado ao mundo para tornar- se o  nosso Salvador e Senhor. O texto não constitui uma referência à “confissão de pecados”, e sim à “confissão do nome do Senhor”. Pelo menos dois vocábulos hebraicos são traduzidos por “confissão” nas páginas do Antigo Testamento. O primeiro, todah , é  derivado do segundo, yadah .  Ambos permitem os dois sentidos já menciona­ dos, com o por exemplo em Esdras 10.10,11: “Vós tendes transgredido e casastes com  mulheres estranhas, multiplicando o delito de Israel. Agora, pois, fazei confissão  [todah] ao Senhor, Deus de vossos pais, e fazei a sua vontade” (grifos do autor). Quando há dificuldade, o
contexto é que deve determinar se ambos ou apenas um sentido —  e qual deles —  se aplica à passagem. Tanto todah  quanto yadah  estão alicerçados sobre o sentido literal de “estender a mão”. As mãos podem  levantar-se na adoração a Deus (este é o primeiro significado) ou contorcer-se em aflição, por causa dos próprios pecados (aqui, o segundo). Nas 111 ocorrências de yadah  no Antigo Testamento, ambos os sentidos de “confissão ” parecem  estar presentes. Entretanto, isso não nos deveria preocupar, pois o louvor é apropriado em meio à confissão de pecados, assim com o a confissão de pecados é apropriada quando chegam os a Deus com  nossos louvores. Precisamos sempre reconhecer toda a verdade que Deus nos revelar —  tanto nossa própria pecaminosidade com o sua santidade e majestade.

Os dois significados de “confissão” são representados no Novo Testamento pelo termo grego h o m o l o g i a  (e derivações), cujo senti­do básico representa “aquilo que é reconhecido ou confessado” (já visto no texto de Rm 10.9 —  no caso, “confessar Jesus ”). O outro sentido de “confissão” é ilustrado em 1 Jo ã o  1.9 ( “confessar peca­dos”).- “Se confessarmos  o s  nossos  pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (grifo do autor).
         O significado de “confessar”, conforme se apresenta nos capítulos seguintes, é primariamente o reconhecimento  d o  p e c a d o ,  tanto perante Deus com o diante das pessoas, sendo este um
elemento essencial da oração eficaz. Este significado ficou indelevelmente impresso nos israelitas através da cerimônia anual de libertação de um bode n o deserto, no Dia da Expiação.

 E Arão porá ambas as mãos sobre a cabeça do bode vivo e sobre ele confessará todas as iniquidades dos filhos de Israel e todas as suas transgressões, segundo todos os seus pecados; e os porá sobre a
cabeça do bode, e enviá-lo-á ao deserto, pela mão de um homem  designado para isso. Assim, aquele b ode levará sobre si todas as iniquidades deles à terra solitária; e o homem enviará o bode ao deserto (Lv 16 .2 1,2 2).

Isso simbolizava não somente o fato de que Deus cobriria os pecados deles com  o preço da redenção, o  sangue vertido; mas que seus pecados desapareceriam para sempre da memória de Deus. Um notável exemplo de confissão em oração acha-se em  Salmos 51.3,4:

“Porque eu conheço  as minhas transgressões, e o  meu pecado está sempre diante de mim. Contra ti, contra ti som ente pequei, e fiz o que a teus olhos é mal, para que sejas justificado quando falares e puro quando julgares”.



Retirado do livro: Teologia Bíblica da Oração. O Espirito nos ajuda a orar.

Robert L. Brandt e Zenas J. Bicket
Todos os direitos reservados. Copyright © 2007 para a língua portuguesa da Casa
Publicadora das Assembléias de Deus. Aprovado pelo Conselho de Doutrina.
Título do original em inglês: The Spirit Help Us Pray
Logion Press, Springfield, Missouri
Primeira edição em inglês: 1993
Tradução: João Marques Bentes
Revisão: Gleyce Duque
Editoração: Flamir Ambrósio

Comunhão

Ao descrever a oração, uma definição de dicionário da palavra “comunhão” é especialmente apropriada: “íntimo companheirismo ou afinidade”. A idéia de pessoas comungando-se com  Deus é muito evidente nas Escrituras; e a primeira instância, após a queda, é registrada em  Êxodo 25-22, quando Deus fala com  Moisés: “E ali virei a ti e falarei contigo de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins (que estão sobre a arca do Testem unho), tudo o que eu te ordenar para os filhos de Israel”. A expressão “falarei contigo” (logo depois de “virei a ti”) é uma tradução literal da palavra hebraica davar  —  seu sentido comum é exatamente “falar”. Quando dois seres comungam, eles se reúnem  e falam. A aplicação à oração é óbvia. No Novo Testamento, temos a palavra grega koinonia  ( “comunhão”), que se aplica de modo similar à oração, subentendendo uma relação de intimidade entre Deus e uma pessoa. Paulo a utiliza em 2 Coríntios 13.13, em sua bênção apostólica: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a c o m u n h ã o  do Espírito Santo sejam com vós todos” (grifo do autor). Essa mesma palavra aparece em outras passagens, como Filipenses 2.1 e 1 João 1.3, sendo também traduzida por “comunhão”. Para os propósitos de nosso estudo, a palavra
“comunhão” indica companheirismo e identificação pessoal, afinidade. Pressupõe intimidade, confiança e solidariedade, podendo ser entendida com o uma mescla de personalidades numa bendita unidade, com o o trançar de fios para formar uma única corda. Como um nível de oração, ultrapassa a comunicação pura e simples. Sugere uma intimidade exclusiva e fora do comum, com o por exemplo o  envolvimento de Abraão com Deus por causa de Sodoma e Gomorra (G n 18.17,23-33).





Retirado do livro: Teologia Bíblica da Oração. O Espirito nos ajuda a orar.

Robert L. Brandt e Zenas J. Bicket
Todos os direitos reservados. Copyright © 2007 para a língua portuguesa da Casa
Publicadora das Assembléias de Deus. Aprovado pelo Conselho de Doutrina.
Título do original em inglês: The Spirit Help Us Pray
Logion Press, Springfield, Missouri
Primeira edição em inglês: 1993

Tradução: João Marques Bentes