sábado, 5 de agosto de 2017

A FUGA PARA O EGITO / 2.13-18 / 13

Mesmo antes que o pequenino bebê começasse a falar, os poderes mundanos, liderados pelo próprio Satanás, estavam se movimentando contra Ele. O cruel rei Herodes, que havia matado três dos seus próprios filhos a fim de garantir o poder, estava receoso de perdê-lo, portanto elaborou um plano para matar a criança que havia nascido como “rei dos judeus”. Dominado pela loucura, Herodes mandou matar crianças inocentes, esperando matar também essa criança especial. Herodes manchou suas mãos com sangue, mas não feriu Jesus. Ninguém pode impedir os planos de Deus.

2.13-15 O anjo do Senhor apareceu a José em sonhos. Essa era a segunda visão em sonho que José recebia de Deus (veja 1.20,21).
O anjo do Senhor preveniu José de que Herodes havia de procurar o menino para matar. Ele disse exatamente o que José devia fazer: Levanta-te, toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito. José obedeceu naquela mesma noite, levando Jesus e Maria através da viagem de cento e vinte quilômetros até o Egito, escapando de Belém sob a escuridão.
O anjo instruiu José: Demora-te lá até que eu te diga (veja 2.20). Viajar para o Egito era muito comum, pois essa nação havia sido o lugar de refúgio para os israelitas em épocas de rebelião política (1 Rs 11.40; 2 Rs 25.26).
Havia colônias de judeus em várias cidades egípcias importantes, entretanto o Egito era uma província de Roma que estava fora da jurisdição de Herodes. E esteve lá até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz: Do Egito chamei o meu Filho. José seguiu as instruções do anjo e permaneceu no Egito até a morte de Herodes (veja 2.19,20).
Dessa forma, Jesus foi salvo. Entretanto, o mais importante é que esse acontecimento cumpriu a profecia de Oséias (11.1).

2.16 Herodes, vendo que tinha sido iludido pelos magos, irritou-se muito. Quando esse  rei se irava, sua ira não tinha limites. A história documenta os terríveis atos de crueldade desse homem. Nesse ponto, tudo que Herodes sabia era que um futuro rei, ainda criança, habitava em Belém. Depois das explicações dos magos, que diziam ter visto uma estrela há aproximadamente dois anos (2.7), Herodes deduziu que essa criança não podia ter mais que dois anos de idade. Portanto, enviou seus soldados e mandou matar todos os meninos que havia em Belém e em todos os seus contornos, de dois anos para baixo.

2.17,18 Mateus entendeu que o doloroso sofrimento das mães de Belém cumpria o que foi dito pelo profeta Jeremias (Jr 31.15). Raquel era uma das esposas de Jacó, um dos grandes homens de Deus do Antigo Testamento. Dos doze filhos de Jacó, vieram as doze tribos de Israel. Raquel era a mãe
simbólica da nação. Ela havia sido enterrada perto de Belém (Gn 35.19). A passagem de Jeremias descreve Raquel, a “mãe”, chorando os seus filhos e não querendo ser consolada porque foram levados em cativeiro. Ramá era o ponto inicial da deportação (40.1). As mães de Belém também choravam e se lamentavam pelos filhinhos mortos pelos soldados. Mateus comparou o sofrimento das mães, na época do Exílio, ao sofrimento das mães das crianças assassinadas.


Extraído do livro comentário bíblico novo testamento aplicação pessoal, aprovado pelo conselho regional de doutrinas da Assembleia de Deus.

Contrição

           A contrição é o ato de alguém se lamentar e realmente entristecer-se pelos próprios pecados ou delitos. No hebraico, a palavra dakka  significa “esmagado”, “ferido”, “contrito”. Os exemplos no Antigo Testamento do uso adjetivado dessa palavra são os seguintes: Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado e salva os contritos de espírito (SI 34.18, grifo do autor). Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita a eternidade e cujo nome é Santo: Em um alto e santo lugar habito e também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e para vivificar o coração dos contritos (Is 57.15, grifo do autor). A contrição é uma atitude de coração que envolve humildade, quebrantamento de espírito, admissão de pecado e tristeza pelas transgressões cometidas; ao mesmo tempo, implora a Deus por sua misericórdia.

Retirado do livro: Teologia Bíblica da Oração. O Espirito nos ajuda a orar.

Robert L. Brandt e Zenas J. Bicket
Todos os direitos reservados. Copyright © 2007 para a língua portuguesa da Casa
Publicadora das Assembléias de Deus. Aprovado pelo Conselho de Doutrina.
Título do original em inglês: The Spirit Help Us Pray
Logion Press, Springfield, Missouri
Primeira edição em inglês: 1993
Tradução: João Marques Bentes
Revisão: Gleyce Duque

Editoração: Flamir Ambrósio

Confissão

A confissão é simplesmente o reconhecimento  de um fato acerca de si próprio ou de outrem. Assim, ela tanto pode ser o desvendar dos pecados pessoais, num ato de contrição (o  reconhecimento da nossa miséria e falibilidade), com o uma afirmação da grandeza e bondade de Deus (o  reconhecimento da santidade e perfeição divinas). Ambos os significados encontram -se tanto no hebraico com o no grego, e em  português.
Quando Paulo fala: “Se, com  a tua boca, confessares ao Senhor Jesus ”, em  Romanos 10.9, ele tem em mente o  reconhecimento de Jesus Cristo com o o Filho de Deus, enviado ao mundo para tornar- se o  nosso Salvador e Senhor. O texto não constitui uma referência à “confissão de pecados”, e sim à “confissão do nome do Senhor”. Pelo menos dois vocábulos hebraicos são traduzidos por “confissão” nas páginas do Antigo Testamento. O primeiro, todah , é  derivado do segundo, yadah .  Ambos permitem os dois sentidos já menciona­ dos, com o por exemplo em Esdras 10.10,11: “Vós tendes transgredido e casastes com  mulheres estranhas, multiplicando o delito de Israel. Agora, pois, fazei confissão  [todah] ao Senhor, Deus de vossos pais, e fazei a sua vontade” (grifos do autor). Quando há dificuldade, o
contexto é que deve determinar se ambos ou apenas um sentido —  e qual deles —  se aplica à passagem. Tanto todah  quanto yadah  estão alicerçados sobre o sentido literal de “estender a mão”. As mãos podem  levantar-se na adoração a Deus (este é o primeiro significado) ou contorcer-se em aflição, por causa dos próprios pecados (aqui, o segundo). Nas 111 ocorrências de yadah  no Antigo Testamento, ambos os sentidos de “confissão ” parecem  estar presentes. Entretanto, isso não nos deveria preocupar, pois o louvor é apropriado em meio à confissão de pecados, assim com o a confissão de pecados é apropriada quando chegam os a Deus com  nossos louvores. Precisamos sempre reconhecer toda a verdade que Deus nos revelar —  tanto nossa própria pecaminosidade com o sua santidade e majestade.

Os dois significados de “confissão” são representados no Novo Testamento pelo termo grego h o m o l o g i a  (e derivações), cujo senti­do básico representa “aquilo que é reconhecido ou confessado” (já visto no texto de Rm 10.9 —  no caso, “confessar Jesus ”). O outro sentido de “confissão” é ilustrado em 1 Jo ã o  1.9 ( “confessar peca­dos”).- “Se confessarmos  o s  nossos  pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (grifo do autor).
         O significado de “confessar”, conforme se apresenta nos capítulos seguintes, é primariamente o reconhecimento  d o  p e c a d o ,  tanto perante Deus com o diante das pessoas, sendo este um
elemento essencial da oração eficaz. Este significado ficou indelevelmente impresso nos israelitas através da cerimônia anual de libertação de um bode n o deserto, no Dia da Expiação.

 E Arão porá ambas as mãos sobre a cabeça do bode vivo e sobre ele confessará todas as iniquidades dos filhos de Israel e todas as suas transgressões, segundo todos os seus pecados; e os porá sobre a
cabeça do bode, e enviá-lo-á ao deserto, pela mão de um homem  designado para isso. Assim, aquele b ode levará sobre si todas as iniquidades deles à terra solitária; e o homem enviará o bode ao deserto (Lv 16 .2 1,2 2).

Isso simbolizava não somente o fato de que Deus cobriria os pecados deles com  o preço da redenção, o  sangue vertido; mas que seus pecados desapareceriam para sempre da memória de Deus. Um notável exemplo de confissão em oração acha-se em  Salmos 51.3,4:

“Porque eu conheço  as minhas transgressões, e o  meu pecado está sempre diante de mim. Contra ti, contra ti som ente pequei, e fiz o que a teus olhos é mal, para que sejas justificado quando falares e puro quando julgares”.



Retirado do livro: Teologia Bíblica da Oração. O Espirito nos ajuda a orar.

Robert L. Brandt e Zenas J. Bicket
Todos os direitos reservados. Copyright © 2007 para a língua portuguesa da Casa
Publicadora das Assembléias de Deus. Aprovado pelo Conselho de Doutrina.
Título do original em inglês: The Spirit Help Us Pray
Logion Press, Springfield, Missouri
Primeira edição em inglês: 1993
Tradução: João Marques Bentes
Revisão: Gleyce Duque
Editoração: Flamir Ambrósio