terça-feira, 15 de agosto de 2017

Quarta - Ef 1.22,23 –LBA - O Senhor Jesus Cristo é a cabeça do Corpo da Igreja.

Este texto foi retirado do livro comentário bíblico BEACON.

Deus sujeitou todas as coisas a seus pés (22). Estas palavras são do Salmo 8.6, que fala da glória do homem como a coroa da criação, possuindo domínio sobre todas as criaturas. Como em Hebreus 2.6-9, estas palavras são aplicadas a Cristo, o segundo Adão, que destruiu o poder mortal da queda. Por sua obra redentora, ele ganhou a soberania que é legalmente sua como cabeça da nova criação. Nas palavras de Beare, dessa forma, ele “cumpre o destino para o qual o homem foi criado”.34 Por isso, como afirma Mackay, “o curso da história e o destino do universo estão nas mãos de Jesus Cristo”.35 A incomparável passagem cristológica de Paulo em Filipenses 2.9-11 recapitula exclusivamente os pensamentos encontrados nesta passagem.

c) A supremacia de Cristo (1.22b,23). Os “direitos de herdeiro” de Cristo estendem-se aos principados e poderes (Cl 2.10), e também à nova comunidade que foi criada por sua vida, morte, ressurreição e exaltação. Deus, sobre todas as coisas, o constituiu como cabeça da igreja (22). A linguagem é complicada aqui, mas a intenção óbvia do apóstolo é dizer que o Redentor é dado à igreja na qualidade de autoridade suprema e, assim, é o seu cabeça.36 Como presente de Deus para a igreja, Cristo preside sobre a comunidade de crentes em todas as coisas (5.23; Cl 1.18). Semelhantemente, a união entre Cristo e o seu povo confirma que a igreja tem autoridade e poder mediados. Quando a igreja evangeliza obediente e fielmente em nome do seu Senhor Jesus, ela possui a supremacia de Cristo no mundo (cf. Mt 28.18-20; Mc 3.14ss.; Jo 20.21-23). A confiança e o triunfo da igreja estão nessa verdade.
Ao lado da função de governante, a supremacia de Cristo transmite o conceito de unidade vital, expressa nas palavras singularmente paulinas: seu corpo (23; 2.16; 4.4,12,16; 5.30; Rm 12.5; 1 Co 10.17; 12.27; Cl 1.24; 2.19). Para Paulo, o “corpo de Cristo” {soma Christou) não conota mera sociedade ou comunidade como entendemos estas palavras. Trata-se da comunidade de pessoas redimidas sob a supremacia de Cristo. J. A. T. Robinson observa: “Mas é de grande importância perceber que quando Paulo usa o termo grego soma e o aplica à igreja, o que ele e seus leitores entendiam era [...] algo não incorporado, mas corporal”.31 O apóstolo não fala de “corpo de cristãos”, mas simplesmente de “o corpo de Cristo”.38 A analogia do corpo humano enfatiza o caráter da igreja como organismo. Os cristãos formam o corpo de Cristo.
Vários aspectos desta definição profunda da natureza da igreja precisam ser comentados. Primeiro, identificação com os crentes é mais do que entendemos por “membresia”. Não é tanto nos unirmos a um grupo quanto sermos enxertados em Cristo (Jo 15). Este ponto de vista possibilita a longa análise feita por Paulo em 1 Coríntios 12 concernente ao corpo e seus membros. A união essencial de Cristo com seu povo origina-se da mesma vida divina que flui por cada membro, e da operação obediente do grupo todo a serviço de Deus.
O segundo aspecto é que a fonte desta doutrina da igreja não é grega, gnóstica ou basicamente do Antigo Testamento, embora haja necessariamente uma relação entre o antigo e o novo concerto. Para a essência desta doutrina, é provável que Paulo se volte às palavras de nosso Senhor na Ultima Ceia: “Isto é o meu corpo” (Mc 14.22).39 O pão sacramental e o corpo do Senhor são um: “Como há somente um pão, nós, que somos muitos, somos um só corpo, pois todos participamos de um único pão” (1 Co 10.17).40
A frase a plenitude daquele que cumpre tudo em todos (23) é, indubitavelmente, uma das mais difíceis na epístola. Podemos entendê-la de três modos. Primeiro, a referência é a Deus. Cristo é a plenitude (pleroma) de Deus que cumpre tudo em todos. Wesley oferece substancialmente esta ideia, quando comenta que o sentido é “fácil e natural, se o referirmos a Cristo, que é a plenitude do Pai”.41 Segundo, se considerarmos a palavra pleroma em sentido ativo, qual seja, “aquele que enche”, a referência indicaria que a igreja “completa ou preenche completamente” Cristo.

Orígenes e Crisóstomo apoiavam esta interpretação. Calvino observa: “Até que se una a nós, o Filho de Deus se reconhece em certa medida incompleto”. A igreja é, então, “o complemento da cabeça”.42
O terceiro aspecto é que se considerarmos a frase em sentido passivo, ou seja, “aquilo que é preenchido”, temos o sentido de que Cristo é essencial ao total preenchimento da igreja. Ao longo dos seus escritos, Paulo fala de os cristãos “serem cheios” com a graça de Cristo ou de Deus (Rm 15.13ss.; Ef 5.18; Fp 1.11; 4.18; Cl 1.9; 4.12). O texto mais crucial na defesa desta interpretação é Colossenses 2.9,10, que diz: “Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. E estais perfeitos [completos] nele, que é a cabeça de todo principado e potestade”.43 Pelo visto, o pensamento de Paulo é que “a igreja é o corpo de Cristo, tendo a função de expressá-lo no mundo; mais que isso, a igreja é a plena expressão de Cristo ao ser cheia por ele, cujo propósito é encher tudo que existe”.44 Talvez devamos permitir uma reciprocidade aqui: Quando os cristãos estão “sendo cheios” por Cristo, por outro lado nosso Senhor, em certo sentido, está “sendo cheio”, quando a igreja vive de maneira santa no mundo e testifica para as pessoas de todos os lugares e de todas as épocas.45 A igreja é o receptáculo da plenitude divina e, ao mesmo tempo, a completude de Cristo. Fazendo um comentário sobre plenitude (pleroma), Lightfoot escreve: “E essa plenitude das graças e virtudes divinas que é comunicada por Cristo para a igreja na função de seu corpo. [...] Todas as graças divinas que residem em Cristo são dadas à igreja; ele comunica sua ‘plenitude’ para ela. Assim, podemos dizer que a igreja é Seu pleroma”.46

CAPÍTULO II. SOBRE DEUS

Extraído do livro declaração de FÉ.

CREMOS, professamos e ensinamos que Deus é o Supremo Ser, Criador do céu e da terra: “Porque assim diz o SENHOR que tem criado os céus, o Deus que formou a terra e a fez; ele a estabeleceu” (Is 45.18); que Ele é o Deus Pai de nosso Senhor Jesus Cristo: “[...] para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo 20.31); que Ele é Espírito doador e mantenedor de toda a vida: “O Espírito de Deus me fez; e a inspiração do Todo-poderoso me deu vida” (Jó 33.4); que Ele é o único Deus verdadeiro:1 “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3) e não há outro além dEle: “Eu sou o SENHOR, e não há outro; fora de mim, não há deus [...] que fora de mim não há outro; eu sou o SENHOR, e não há outro” (Is 45.5,6). Ele é identificado na Bíblia como Deus: “Eu sou Deus, o Deus de teu pai” (Gn 46.3), Deus Altíssimo2 e Deus Todo-poderoso,3 Jeová4 e Senhor,5 além de outros nomes. Deus é um ser pessoal, que possui atributos naturais, morais e de poder, qualidades e virtudes que lhe são próprias.
1. Sobre os atributos naturais. Deus é espírito: “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.24). Ele é eterno, nunca teve começo, princípio e nunca terá fim: “O Deus eterno te seja por habitação, e por baixo de ti estejam os braços eternos” (Dt 33.27), pois Ele existe por si mesmo: “como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo” (Jo 5.26). Deus mesmo disse: “EU SOU O QUE SOU” (Êx 3.14). De eternidade a eternidade, Ele é Deus desde antes da fundação do mundo6 e subsiste em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Deus é invisível. Espírito não se compõe de matéria, não tem carne nem osso,7 pois é substância imaterial e invisível. “O qual é imagem do Deus invisível” (Cl 1.15). Nenhum ser humano o viu nem o pode ver.8 Ele é imutável: “Porque eu, o SENHOR, não mudo” (Ml 3.6); é o mesmo desde a eternidade.9 É um ser transcendente (fora da criação) e imanente (relaciona-se com a criação),10 além de infinito: “Grande é o nosso SENHOR e de grande poder; o seu entendimento é infinito” (Sl 147.5). Deus é um ser pessoal. Ele tem consciência de si mesmo11 e possui poder de autodeterminação.12 A Bíblia mostra que em Deus há os elementos constitutivos da personalidade, como intelecto,13 emoção14 e vontade,15 além dos atributos como alguém que fala: “E disse Deus” (Gn 1.3); vê: “E viu Deus que era boa a luz” (Gn 1.4); e ouve: “e tenho ouvido o seu clamor” (Êx 3.7).
2. Sobre os atributos morais. Deus é amor: “Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (1 Jo 4.8). Ele é incomparável em santidade;16 nenhum outro atributo divino é tão solenizado nas Escrituras como esse: “Não há santo como é o SENHOR; porque não há outro fora de ti” (1 Sm 2.2). Incomparável é, ainda, em verdade 17 e fidelidade, 18 em justiça 19 e amor, 20 em bondade,21 benignidade,22 misericórdia23 e graça.24
3. Sobre os atributos de poder. As perfeições exclusivas de Deus, como a onipotência, a onisciência e a onipresença, são elementos que comprovam a sua grandeza e infinitude. Deus é onipotente; Ele é o Deus Todo-poderoso: “Porque para Deus nada é impossível” (Lc 1.37). O poder de Deus é ilimitado, não há coisa alguma impossível para Ele.25 A sua vontade, porém, é determinada por sua natureza santa e justa, pois Ele não pode ver o mal e nem praticá-lo: “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a vexação não podes contemplar” (Hc 1.13); nem pode mentir: “a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos” (Tt 1.2). A onisciência é o conhecimento pleno de todas as coisas necessárias ou contingentes que acontecem,26 aconteceram, acontecerão27 e que poderiam ou não acontecer. 28 O conhecimento de Deus é perfeito e absoluto sobre todas as coisas no céu e na terra,29 de todos os eventos e de todas as circunstâncias que devem e podem ser, que serão e que seriam por toda a eternidade passada e futura: “que anuncio o fim desde o princípio e, desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam” (Is 46.10). Trata-se de um conhecimento infinito e imediato em que “não há esquadrinhação” (Is 40.28). Deus é onipresente.30  “Mas, na verdade, habitaria Deus na terra? Eis que os céus e até o céu dos céus te não poderiam conter, quanto menos esta casa que eu tenho edificado” (1 Rs 8.27).
4. Sobre o nome “Deus”. O Deus verdadeiro revelado nas Escrituras apresenta-se a si mesmo com diversos nomes e títulos que são inerentes à sua natureza e que revelam suas obras e seus atributos. Há três termos no Antigo Testamento hebraico para “Deus”. São eles: El, Eloah e Elohim. O Novo Testamento grego usa o substantivo theós para “Deus”. O nome El significa “ser forte, proeminente”, sendo um termo semítico muito antigo para a divindade, usado para identificar o Deus de Israel: “E levantou ali um altar e chamou-lhe Deus, o Deus de Israel” (Gn 33.20). É, contudo, empregado também para deidades dos antigos povos semitas como nomes próprios e como apelativos.31 Eloah é uma forma expandida de El, e Elohim é o plural de Eloah. O nome Elohim refere-se à ideia mais abstrata da deidade, de um Deus universal e Criador do mundo, indicando a transcendência da sua natureza. Deus é apresentado pela primeira vez na Bíblia com esse nome: “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). É o único nome empregado para o Criador no relato da criação em Gênesis, capítulo 1.
5. Sobre outros nomes de Deus. Outros nomes são mencionados nas Escrituras, os quais também revelam a natureza e os atributos do Deus de Israel, como Elyon, Shadday, Adonay e Yaweh. O nome Elyon significa “Altíssimo”: “Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo” (Gn 14.19); Shadday quer dizer “Todo-poderoso”: “apareceu o SENHOR a Abrão e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-poderoso” (Gn 17.1); e Adonay indica “Senhor”: “eu vi ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono” (Is 6.1). O nome Yaweh é conhecido por meio do Tetragrama (as quatro consoantes do nome divino YHWH), identificado também como “Jeová”, cuja forma foi inventada no final da Idade Média quando as vogais do nome Adonai foram inseridas no Tetragrama. A forma híbrida “Jeová” não é bíblica, mas assim ela foi passada para a cultura ocidental; entretanto, aos poucos, esse nome vem sendo substituído pela forma Iavé ou Javé, que é a pronúncia mais próxima do original. O Tetragrama vem do verbo “ser”, no hebraico, da expressão: “EU SOU O QUE SOU” (Êx 3.14). Isso revela que Deus é o que tem existência própria, ou seja, existe por si mesmo. É o imutável, o que causa todas as coisas, é autoexistente, aquEle que é, que era e que há de vir, o Eterno. O nome Javé aparece quando as características estão claras e concretas, sugerindo, assim, um Deus pessoal que se relaciona diretamente com o povo: “E Deus disse mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O SENHOR, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, me enviou a vós; este é meu nome eternamente, e este é meu memorial de geração em geração” (Êx 3.15), e nisso difere do emprego do nome Elohim no Antigo Testamento. A partir de 300 a.C., o nome Adonai passou gradualmente a ser mais usado que o Tetragrama, até que o nome Javé tornou-se completamente impronunciável pelos judeus.
6. Sobre as obras de Deus. A Bíblia ensina que o universo foi planejado por Deus antes de ser criado.32 Planejamento, origem e manutenção de todas as coisas no céu e na terra envolvem governo e preservação de toda a criação. Tudo foi criado com propósito: “Segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Ef 3.11). Deus trouxe o universo à existência do nada e de maneira instantânea, pela sua soberana e livre vontade.33 Os decretos ou conselhos divinos são o plano eterno e imutável de Deus claramente revelados nas Escrituras; dizem respeito à vontade e ao propósito de Deus, tais como a criação, 34 a encarnação do Verbo,35a eleição de Jesus como Salvador36 e a eleição de Israel37 e da Igreja.38 Trata-se de deliberações absolutas que nasceram do desígnio e propósito do Deus Trino na eternidade e que independem da ação humana ou de qualquer outro ser no Universo.39 Ninguém é capaz de frustrar esses desígnios de Deus: “Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus pensamentos pode ser impedido” (Jó 42.2) ou “e nenhum dos teus planos pode ser frustrado” (ARA). A providência divina é atividade de Deus na preservação, concorrência e governo de todas as criaturas e de tudo o que ocorre na criação até seu destino final. A preservação é o cuidado divino em conservar e manter todas as coisas criadas: “sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder” (Hb 1.3). Isso inclui o homem na providência divina, bem como os demais seres viventes, sejam eles animados ou inanimados, e toda a natureza.40 Deus cuida de todos os viventes, desde a estrutura mais simples até a mais complexa.41 O mundo não subsistiria sem o cuidado e a vontade preservadora de Deus. É também nesse sentido que opera a concorrência.42 Por seu turno, o governo divino não é um controle meticuloso43 ao ponto de excluir a liberdade humana; o seu reger por direito fixa limites a essa liberdade: “porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17.28).
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1 “Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR” (Dt 6.4; Mc 12.29); “Eu sou o SENHOR, e não há outro; fora de mim, não há deus; eu te cingirei, ainda que tu me não conheças” (Is 45.5); “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3); “todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele” (1 Co 8.6); “Ora, o medianeiro não o é de um só, mas Deus é um” (Gl 3.20); “um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos” (Ef 4.6); “Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem” (1 Tm 2.5). 2 “E abençoou-o e disse: Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra” (Gn 14.19). 3 “E eu apareci a Abraão, e a Isaque, e a Jacó, como o Deus Todo-poderoso; mas pelo meu nome, o SENHOR, não lhes fui perfeitamente conhecido” (Êx 6.3). 4 “Para que saibam que tu, a quem só pertence o nome de JEOVÁ, és o Altíssimo sobre toda a terra” (Sl 83.18). 5 “No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo” (Is 6.1). 6 “Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Sl 90.2). 7 “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; tocai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lc 24.39). 8 “Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre. Amém!” (1 Tm 1.17); “aquele que tem, ele só, a imortalidade e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver; ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém!” (1 Tm 6.16). 9 “Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação” (Tg 1.17). 10 “Quem é como o SENHOR, nosso Deus, que habita nas alturas; que se curva para ver o que está nos céus e na terra; que do pó levanta o pequeno e, do monturo, ergue o necessitado” (Sl 113.5-7); “Grande é o nosso SENHOR e de grande poder; o seu entendimento é infinito” (Sl 147.5); “E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele” (Cl 1.17).
11 “Eu sou o SENHOR, e não há outro; fora de mim, não há deus; eu te cingirei, ainda que tu me não conheças” (Is 45.5). 12 “Mas, se ele está contra alguém, quem, então, o desviará? O que a sua alma quiser, isso fará” (Jó 23.13); “Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade” (Ef 1.11). 13 “E disse o SENHOR: Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheci as suas dores” (Êx 3.7). 14 “O SENHOR, teu Deus, está no meio de ti, poderoso para te salvar; ele se deleitará em ti com alegria; calar-se-á por seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo” (Sf 3.17). 15 “Que anuncio o fim desde o princípio e, desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade; que chamo a ave de rapina desde o Oriente e o homem do meu conselho, desde terras remotas; porque assim o disse, e assim acontecerá; eu o determinei e também o farei” (Is 46.10, 11). 16 “Ó SENHOR, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu, glorificado em santidade, terrível em louvores” (Êx 15.11); “Quem te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu nome? Porque só tu és santo; por isso, todas as nações virão e se prostrarão diante de ti, porque os teus juízos são manifestos” (Ap 15.4).
17 “Nas tuas mãos encomendo o meu espírito; tu me remiste, SENHOR, Deus da verdade” (Sl 31.5); “Ele é a Rocha cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos juízo são; Deus é a verdade, e não há nele injustiça; justo e reto é” (Dt 32.4). 18 “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1.9). 19 “Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti seja. Não faria justiça o Juiz de toda a terra?” (Gn 18.25); “Ante a face do SENHOR, porque vem, porque vem a julgar a terra; julgará o mundo com justiça e os povos, com a sua verdade” (Sl 96.13). 20 “Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor [...]. E nós conhecemos e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor e quem está em amor está em Deus, e Deus, nele” (1 Jo 4.8,16). 21 “O SENHOR é bom para todos, e as suas misericórdias são sobre todas as suas obras” (Sl 145.9); “E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Não há bom, senão um só que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos” (Mt 19.17). 22 “Louvai ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade é para sempre” (Sl 136.1). 23“Misericordioso e piedoso é o SENHOR; longânimo e grande em benignidade” (Sl 103.8); “Eis que temos por bemaventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso” (Tg 5.11). 24 “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2.4,5). 25 “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará” (Sl 91.1); “Jesus, porém, olhando para eles, disse: Para os homens é impossível, mas não para Deus, porque para Deus todas as coisas são possíveis” (Mc 10.27); “E ouvi como que a voz de uma grande multidão, e como que a voz de muitas águas, e como que a voz de grandes trovões, que dizia: Aleluia! Pois já o Senhor, Deus Todo-poderoso, reina” (Ap 19.6). 26 “SENHOR, tu me sondaste e me conheces. Tu conheces o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. Cercas o meu andar e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos. Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó SENHOR, tudo conheces” (Sl 139.1-4). 27 “Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio e, desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade” (Is 46.9,10).
28 “Disse mais Davi: Entregar-me-iam os cidadãos de Queila, a mim e aos meus homens, nas mãos de Saul? E disse o SENHOR: Entregariam. Então, se levantou Davi com os seus homens, uns seiscentos, e saíram de Queila e foram-se aonde puderam; e, sendo anunciado a Saul que Davi escapara de Queila, cessou de sair contra ele” (1 Sm 23.12,13); “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido com pano de saco grosseiro e com cinza” (Mt 11.21); “a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória” (1 Co 2.8). 29 “Tens tu notícia do equilíbrio das grossas nuvens e das maravilhas daquele que é perfeito nos conhecimentos?” (Jó 37.16); “SENHOR, tu me sondaste e me conheces. Tu conheces o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. Cercas o meu andar e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos. Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó SENHOR, tudo conheces” (Sl 139.1-4). 30 “Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? — diz o SENHOR. Porventura, não encho eu os céus e a terra? — diz o SENHOR” (Jr 23.24); “E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar” (Hb 4.13). 31 “Ó SENHOR, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu, glorificado em santidade, terrível em louvores, operando maravilhas?” (Êx 15.11); “Porque te não inclinarás diante de outro deus; pois o nome do SENHOR é Zeloso; Deus zeloso é ele” (Êx 34.14); “Assim, só o SENHOR o guiou; e não havia com ele deus estranho” (Dt 32.12).
32 “E, agora, glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse” (Jo 17.5); “Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos” (Tt 1.2); “E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8). 33 “Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu” (Sl 33.9); “Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente” (Hb 11.3); “Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder, porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas” (Ap 4.11). 34 “Eu fiz a terra e criei nela o homem; eu o fiz; as minhas mãos estenderam os céus e a todos os seus exércitos dei as minhas ordens” (Is 45.12). 35 “Jesus respondeu e disse-lhes: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que ele enviou” (Jo 6.29). 36 “Eis aqui o meu Servo, a quem sustenho, o meu Eleito, em quem se compraz a minha alma; pus o meu Espírito sobre ele; juízo produzirá entre os gentios” (Is 42.1); “E dela veio uma voz, dizendo: Este é o meu Filho, o meu eleito; a ele ouvi” (Lc 9.35 – ARA). 37 “Porque povo santo és ao SENHOR, teu Deus; o SENHOR, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que sobre a terra há” (Dt 7.6). 38 Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9). 39 “Tudo que o SENHOR quis, ele o fez, nos céus e na terra, nos mares e em todos os abismos” (Sl 135.6); “Que anuncio o fim desde o princípio e, desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade” (Is 46.10); “Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade” (Ef 1.11). 40 “Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?... E, quanto ao vestuário, porque andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham, nem fiam. E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pequena fé?” (Mt 6.26, 28-30).
41 “Tu só és SENHOR, tu fizeste o céu, o céu dos céus e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto neles há; e tu os guardas em vida a todos, e o exército dos céus te adora” (Ne 9.6); “Abres a mão e satisfazes os desejos de todos os viventes” (Sl 145.16). 42 “Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas” (At 17.25) 43 “E edificaram os altos de Tofete, que está no vale do filho de Hinom, para queimarem a seus filhos e a suas filhas; o que nunca ordenei, nem me subiu ao coração” (Jr 7.31); “Sucedeu, pois, que, acabando o SENHOR de dizer a Jó aquelas palavras, o SENHOR disse a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti, e contra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó” (Jó 42.7).

CAPÍTULO I. SOBRE AS SAGRADAS ESCRITURAS

Nossa declaração de fé é esta: cremos, professamos e ensinamos que a Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus, única revelação escrita de Deus1 dada pelo Espírito Santo,2 escrita para a humanidade e que o Senhor Jesus Cristo chamou as Escrituras Sagradas de a “Palavra de Deus”;3 que os livros da Bíblia foram produzidos sob inspiração divina: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil” (2 Tm 3.16 – ARA). Isso significa que toda a Escritura foi respirada ou soprada por Deus, o que a distingue de qualquer outra literatura, manifestando, assim, o seu caráter sui generis. As Escrituras Sagradas são de origem divina; seus autores humanos falaram e escreveram por inspiração verbal e plenária do Espírito Santo: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pe 1.21). Deus soprou nos escritores sagrados, os quais viveram numa região e numa época da história e cuja cultura influenciou na composição do texto. Esses homens não foram usados automaticamente; eles foram instrumentos usados por Deus, cada um com sua própria personalidade e talento. A inspiração da Bíblia é especial e única, não existindo um livro mais inspirado e outro menos inspirado, tendo todos o mesmo grau de inspiração e autoridade. A Bíblia é nossa única regra de fé e prática,4 a inerrante, completa e infalível Palavra de Deus: “A lei do SENHOR é perfeita” (Sl 19.7). É a Palavra de Deus, que não pode ser anulada: “e a Escritura não pode falhar” (Jo 10.35 – ARA).
1. Estrutura. Adotamos o Cânon Protestante e ensinamos, pois, que a Bíblia contém somente 66 livros inspirados por Deus, estando dividida em duas partes principais, Antigo e Novo Testamento, ambos escritos por ordem de Deus num período de 1.600 anos aproximadamente e por cerca de 40 homens de estratigrafias distintas, os quais escreveram em lugares e em épocas diferentes, como Moisés: “Disse mais o SENHOR a Moisés: Escreve estas palavras; porque, conforme o teor destas palavras, tenho feito concerto contigo e com Israel” (Êx 34.27); Jeremias (cerca de 800 anos depois):
“[...] veio esta palavra do SENHOR a Jeremias, dizendo: Toma o rolo de um livro e escreve nele todas as palavras que te tenho falado sobre Israel, e sobre Judá, e sobre todas as nações, desde o dia em que eu te falei a ti, desde os dias de Josias até hoje” (Jr 36.1,2); e o apóstolo João (no final do primeiro século da era cristã): “[...] E disse-me: Escreve, porque estas palavras são verdadeiras e fiéis” (Ap 21.5). Entretanto, a pluralidade de escritores e os diferentes lugares e épocas em que foi escrita não comprometeram a sua singular homogeneidade, pois se trata do pensamento de um único autor: Deus.
2. Classificação. O Antigo Testamento contém 39 livros produzidos antes de Cristo e está dividido em quatro partes, pela seguinte ordem: Lei – Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio; Históricos – Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias e Ester; Poéticos – Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão; Proféticos – Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel, Oseias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. O Novo Testamento contém 27 livros que foram produzidos depois da morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo e está dividido em quatro partes: Evangelhos – Mateus, Marcos, Lucas e João; Histórico – Atos dos Apóstolos; Epístolas – Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito, Filemom, Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João, Judas; e Revelação – Apocalipse. Esses livros autorizados são chamados de canônicos.
3. Propósito. São dois os propósitos das Escrituras Sagradas: revelar o próprio Deus e expressar a sua vontade à humanidade. Pelo primeiro, dentre outras formas de revelação, Deus graciosamente revelou a si mesmo pela Palavra: “Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho” (Hb 1.1). Pelo segundo propósito, Deus expressa claramente a sua vontade redentora a todos e a cada um dos seres humanos sem nenhuma acepção de pessoas, por meio da fé em Jesus Cristo: “Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé” (Rm 1.17). Assim sendo, o Senhor Jesus Cristo é o centro das Escrituras. Ele mesmo disse: “São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos” (Lc 24.44). Tudo o que precisamos saber sobre Deus e a nossa redenção está suficientemente revelado em sua Palavra. Ela é o manual de Deus para toda a humanidade, e suas instruções visam, também, à felicidade humana e o bem-estar espiritual e social de todos os seres humanos.5
4. O poder da Palavra de Deus. A Bíblia revela o seu poder de forma clara e inconfundível. Ela
emprega uma metáfora para mostrar esse poder quando chama a si mesma de “a espada do Espírito,que é a palavra de Deus” (Ef 6.17). O seu poder é capaz de destruir as fortalezas de Satanás6, como também pode penetrar no mais íntimo do ser humano.7 O próprio Senhor Jesus Cristo derrotou Satanás usando o poder das Escrituras Sagradas quando foi tentado por este no deserto. Jesus evitou qualquer outro argumento, abriu mão do uso de seus poderes sobrenaturais, característicos do seu ministério terreno, e disse apenas “está escrito”, e isso por três vezes. Citou a Lei de Moisés, o livro de Deuteronômio: “[...] Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que saida boca de Deus” (Mt 4.4);8 “[...] Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus” (v. 7);9
“[...] Porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás” (v. 10).10
5. Os livros apócrifos e pseudoepígrafos. Não reconhecemos a autoridade espiritual dos livros
apócrifos, nem dos pseudoepígrafos, chamados pelos católicos romanos, respectivamente, de
deuterocanônicos e apócrifos. O Senhor Jesus fez menção das Escrituras Sagradas dos seus dias, a Bíblia tripartida dos judeus, “Lei, Profetas e Escritos”, e nelas não constam esses livros,11 pois nunca fizeram parte do Antigo Testamento dos judeus. Os livros apócrifos (palavra que significa “escondido”) apresentam erros históricos e geográficos, bem como anacronismos, além de ensinarem doutrinas falsas e práticas divergentes das Escrituras inspiradas, a exemplo da oração pelos mortos. Os pseudoepígrafos (palavra que significa “falso escrito”) foram produzidos por autores anônimos e espúrios, que atribuíram indevidamente sua autoria a profetas e apóstolos.
6. Mensagem. A Bíblia é, portanto, a mensagem clara, objetiva, entendível, completa e amorosa de Deus, cujo alvo principal é, pela persuasão do Espírito Santo, levar-nos à redenção em Jesus Cristo.

Nós a interpretamos sob a orientação do Espírito Santo, observando as regras gramaticais e o contexto histórico e literário.12 A Bíblia fornece-nos, ainda, o conhecimento essencial e indispensável à nossa comunhão com o Pai Celeste e com o nosso próximo. Assim sendo, não necessitamos de uma nova revelação extraordinária ou pretensamente canônica para a nossa salvação e o nosso crescimento espiritual. O próprio Deus ordena que conservemos íntegra a sua Palavra: “Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que eu vos mando” (Dt 4.2). O livro de Provérbios reafirma a inteireza e a pureza da Bíblia Sagrada: “Toda palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda, e sejas achado mentiroso” (Pv 30.5,6). No encerramento do cânone divino, o Senhor Jesus chancela a integridade e a completude da Bíblia Sagrada: “Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, e da Cidade Santa, que estão escritas neste livro” (Ap 22.18,19).

Retirado do livro Declaração de Fé .