segunda-feira, 6 de julho de 2015

A Disciplina da Criança no lar








                              

Antonio Gilberto

Mestre em Teologia; Licenciado em Pedagogia e Letras; Psicólogo; Membro da Academia Evangélica de Letras; Membro da Casa de Letras Emílio Conde; Autor do livro Manual da Escola Dominical, A Escola Dominical entre outro, todos editados pela CPAD; Comentarista da Revista Lições Bíblicas para Jovens e Adultos da CPAD; Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD; Membro da junta diretora da Global University, em Springfield – Missouri/EUA.





A Disciplina da Criança no lar

“E na verdade, toda correção no presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela” (Hb 12.11)

Neste artigo trataremos da disciplina da criança no lar, a partir da mais tenra idade e, como deve ser ela aplicada. Logo se vê que cabe aos pais, no ambiente do lar, a tarefa da disciplina amorosa, coerente e justa da criança. Desde os tempos do Antigo Testamento, Deus designou o lar como a escola básica de formação estrutural dos filhos. Isso é notório, principalmente em Deuteronômio. Ver 4.9; 6.4-9; 11.18,19; 31.12,13. Escolas outras, como sistema de instrução para a criança, como temos em nossos tempos é uma instituição de poucos séculos.
Os falsos educadores do momento, movidos pelo gás do insano materialismo e do hedonismo maquiavélico, insinuam que disciplinar a criança é violentá-la, pensando eles que sabem mais do que Deus, cuja Palavra adverte aos responsáveis: “Não retires a disciplina da criança” (Pv 23.13). O governo, a sociedade e a igreja falam muito em escola para a população infantil, mas os pais precisam igualmente de escola para corretamente criarem seus filhos, para, como diz a Escritura, criá-los “na disciplina do Senhor” (Ef 6.4). Sim, a primeira responsabilidade na educação da criança cabe aos pais, e em segundo lugar à igreja e às instituições de ensino.
A Aplicação da Disciplina à Criança
Todo ser humano desde o seu nascimento é por natureza incuravelmente rebelde e desobediente. Em momentos favoráveis e propícios e, também dependendo do temperamento da criança, isso pode não parecer geral, mas quanto a índole do ser humano, não há exceção. “Mas o homem vão é falto de entendimento; sim, o homem nasce como a cria do jumento montês” (Jó 11.12). “Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, proferindo mentiras” .(SI 58.3) . O livro de Gênesis relata que Jacó e Esaú brigaram ainda no ventre da mãe. E você, leitor, quanto a natureza humana hereditária, não é em nada diferente, a não ser que Jesus reine soberano em nossa vida.
“Disciplina na sua definição geral é um recurso corretivo desagradável que se aplica a alguém, para que corrija por estar a comportar-se de forma desagradável, ilícita e desordenada, tendo em vista os princípios da lei moral de Deus”. No caso da criança, é em resumo, com amor e bom- senso, fazer a criança obedecer mediante o ensino.
Como deve ser a disciplina da criança
Ela deve ser primeiramente “preventiva”. Esta forma de disciplina é relativamente suave, branda, leve, mas sem deixar de ser firme e constante; caso contrário, não produzirá o necessário e benéfico efeito. Caso os pais ou responsáveis diretos não cuidem, com amor e sabedoria, de aplicar a “disciplina preventiva” na criança, eles terão de aplicar a segunda forma – a “corretiva” que é pesada, dolorosa e trabalhosa para os pais e para a criança, ao passo que a “preventiva” não envolve maiores problemas, nem para os pais, nem para a criança.
Eli, tudo indica, não cuidou da disciplina preventiva de seus filhos e as consequências disso foram trágicas para os filhos e para ele (1 Sm 3.11- 14). É o caso também de Adonias, filho de Davi, que na infância, agia como queria, sem limites fixados por seu pai. Sem a necessária “disciplina preventiva”, como nos mostra 1 Reís1.6, Adonias tornou-se arbitrário, desregrado,imoderado, e na velhice de seu pai, ele maquinou usurpar o trono do próprio pai em conluio com outros desordenados como ele também o quadro descrito em Provérbios 29.15 - a criança absoluta no seu viver, e agir, por desconhecer limites que só a correta disciplina estabelece,antes os padrões da ética, da retidão e dos parâmetros estabelecidos na santa Palavra de Deus.
A Disciplina Preventiva da Criança
A disciplina preventiva é eficaz para os filhos quando estes são bem pequenos. Se a criança já é grandinha, os pais perderam a oportunidade de educá-la segundo os princípios da puericultura. Os pais perdem tal oportunidade por julgarem que a criança torna-se obediente e boazinha por acaso e com o passar do tempo, quando isso é pura ilusão, fruto do dessaber e do despreparo para o casamento e para a criação de filhos. Vejamos alguns meios dos mais comuns de “disciplina preventiva” da criança. Pela “fala”, conforme a etariedade da criança. Outro meio é o da “privação” de coisas que a criança gosta, mediante proibição; isto é, negação do uso de coisas não essenciais de que a criança gosta; suspensão de privilégios, de regalias, de concessões etc. Outro meio comum é o de restringir ou limitar, com amor e firmeza, o uso de algo que a criança quer, usa, ou pede etc.
A Disciplina Corretiva
Como já dissemos, quando os pais deixam de aplicar a disciplina preventiva, e, com oração e aconselhamento pastoral, tentam reverter a situação disciplinar da criança, deverão aplicar a disciplina corretiva, da qual vamos citar alguns das suas formas mais simples e mais comuns, dependendo da etariedade e do desenvolvimento mental e da escolarização da criança. Num caso como esse aqui abordado o ideal é que esses pais, antes frequentem uma “Escola de Pais”, que costuma ser seminários de oito dias promovidos por educadores cristãos especializados, sob o patrocínio das igrejas. Discip1ina corretiva por “inversão de comportamento”; isto é, levar a criança a fazer o que ela não quer, ou negar o que ela está disposta a fazer. Outra forma ou meio é a correção por terapia. É determinar tarefas devidamente dosadas, controladas, orientadas, explicitadas, e sempre supervisionadas, ora direta, ora indiretamente, pelos pais ou responsáveis. Outra forma é o da correção por “remissão”. É a remissão julgada necessária, da criança quando culpada de maus- -tratos a outra criança. “Correção por castigo corporal”. Esta forma de disciplina corretiva deve ser firme, mas não férrea, nem agressiva, e muito menos punitiva. Punição aplica-se a delinquentes, e não a filhos. Outrossim, esta forma de correção deve ser explicitada, coerente e transparente.
A Correta Disciplina da Criança
Se a disciplina for aplicada devidamente dosada, com amor, bom-senso, no momento certo, com equidade, imparcialidade, não por sentimentalismo, ira ou espírito vingativo, ela sempre produzirá o bom efeito desejado, sadio e duradouro. A disciplina como estamos esboçando neste artigo, concerne à primeira, segunda e terceira infâncias (isto é, até aos 2 anos; de 3 a 5 anos; e de 6 aos 10/11 anos). Disciplina além dessa idade é matéria para outro artigo, orientando os pais a frequentarem uma Escola de Pais.
“Os pais nunca devem esquecer que amor aos filhos sem disciplina, não é amor real; é falso; é fantasia; é sentimentalismo, em que os pais confundem sentimento com amor virtuoso. Por outro lado, disciplinar os filhos sem amor. é repulsivo, é desumano é tirania, é autoritarismo e só produzirá efeitos contrários aos esperados. Causando danos irreparáveis à alma da criança, bem como à sua estrutura psicológica”. Certamente os pais, bem como futuros pais, observaram que disciplinar no sentido correto não é primeiro bater, aplicar castigo, surrar, espancar. Quando isso acontece é porque os pais não disciplinaram a criança como aqui esboçado; isto é, no devido tempo, através da “disciplina preventiva”.
Extraído da Revista Ensinador Cristão
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O Evangelho da Graça










Professor, iniciando a aula, leia o seguinte versículo: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8). Faça uma reflexão com os alunos mostrando que se hoje estamos firmes com Cristo é porque um dia nós fomos alcançados pela maravilhosa Graça de Deus. Além de nos salvar pelo ato da sua graça, Deus nos preparou as boas obras para que andássemos por elas. Explique que as boas obras não salvam, mas dá um poderoso testemunho diante da sociedade sobre o quanto fomos alcançados pela graça divina.
A doutrina da Graça de Deus é uma das verdades mais gloriosas das Sagradas Escrituras. A convicção de que não há nada na pessoa humana capaz de preencher o vazio da alma, isto é, o restabelecimento da nossa ligação com Deus e o significado do sentido último da vida, e saber que só Deus é capaz de fazer esse milagre em nós, mostra-nos o quão miserável nós somos e quão misericordioso Deus é.
A doutrina da Graça apresenta-nos o misericordioso Deus, que em Jesus Cristo estava reconciliando o mundo consigo mesmo (2 Co 5.19), operando em nós para o reconhecermos Pai amoroso. Por isso, apresentar a doutrina da Graça ao pecador é conceder-lhe libertação da prisão do pecado, a autonomia da fé em Cristo e o privilégio em sabermos que não há nada que pode separar-nos do amor de Deus (Rm 8.33-39).
Caro professor, quando falamos da Graça de Deus, inevitavelmente, chegaremos ao tema da eleição divina. Como a graça de Deus nos alcançou? A graça de Deus é arbitrária sem levar em conta a responsabilidade humana? Qualquer estudo sobre a eleição divina tem de partir obrigatoriamente da Pessoa de Jesus. Em Jesus não achamos qualquer particularidade divina em eleger alguns e deixar outros de fora, resultada de uma escolha divina arbitrária e individualizada antes da fundação do mundo. A escolha de Deus se deu em Jesus (Ef 1.4; Rm 8.29). Nele, a salvação é oferecida a todos (2 Pe 3.9; cf. Mt 11.28), e, pela sua presciência, o nosso Senhor sabe quem há de ser salvo ou não. A eleição de Deus leva em conta a volição humana, pois é um dom dEle mesmo à humanidade. Assim, quando levamos em conta a volição humana não esvaziamos a soberania de Deus e da sua Graça. Pelo contrário, afirmamos a sua soberania, pois Deus escolheu fazer um homem autônomo. Afirmamos também que a graça de Deus opera, restaurando a capacidade do homem de se arrepender e crer no Evangelho (1 Tm 4.1,2; Mt 12.31,32).

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quinta-feira, 2 de julho de 2015

As Ordenanças de Cristo nas cartas pastorais










As Ordenanças de Cristo nas cartas pastorais

Entre os anos 50 e 65 d.C., a Igreja era uma comunidade incipiente. Historicamente, há pouco havia acabado de nascer. Nesse período, as cidades de Éfeso e de Creta foram evangelizadas pelo apóstolo Paulo. Ali, numa região de domínio romano, mas também de predominância cultural grega, o Evangelho “explodiu”. Uma incipiente comunidade de cristãos em Éfeso e Creta não poderia ficar sem a referência apostólica, por isso, o apóstolo dos gentios viu-se obrigado a escrever três cartas, cujos estudiosos classificam como pastorais: 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito.
Basicamente, as cartas contêm conselhos práticos de encorajamento sobre a vida e o ministério dos jovens pastores Timóteo e Tito. O apóstolo os instruiu sobre as normas necessárias, o combate imperioso contra as heresias e fábulas da época, entretanto, colocando a eclesiologia das comunidades em destaque: a organização da igreja; o cuidado competente e encorajador do pastor aos grupos específicos da igreja local, tais como aos jovens, aos adultos, aos anciões e aos oficiais da igreja.
O apóstolo Paulo era um missionário atarefado e, por isso, não poderia estar frequentemente nas comunidades fundadas por ele. Todavia, as igrejas cristãs não poderiam ficar sem o ensino de Cristo. Assim, percebemos a preocupação e a urgência que Paulo demonstrou sobre o estabelecimento de diáconos e presbíteros, logo nos primeiros capítulos de 1 Timóteo e de Tito. Em linhas gerais, podemos dizer que o objetivo principal das cartas era instruir os jovens pastores sobre como separar e estabelecer bons obreiros para a seara do mestre. De antemão, a tarefa do oficial cristão não é nada fácil, pois o tempo é difícil e trabalhoso. Os obreiros do Senhor, em primeiro lugar, deveriam ser provados e aprovados por Deus (2 Tm 2.15), como pessoas aptas ao ensino do Evangelho, manejando bem a palavra da verdade. Esta predisposição era essencial a todo o vocacionado pelo Senhor a administrar a obra de Deus.
A partir dessa orientação pastoral, segundo as cartas de Paulo, veremos a administração das primeiras comunidades cristãs locais, organizando-se em um conselho de presbíteros, que subdividiriam-se em administradores e ensinadores (1 Tm 5.17), e o estabelecimento dos diáconos (At 6). Portanto, a igreja do primeiro século era organizada, observava a Palavra, assistia e acolhia pessoas. Esta obra não podia acabar!
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