terça-feira, 8 de novembro de 2016

José: Fé em Meio às Injustiças

José era o décimo primeiro filho de Jacó, e primeiro filho da mulher a qual seu pai mais amava: Raquel. Conhecendo o contexto da família em que José nasceu não é difícil compreender o porquê de o futuro maioral do Egito enfrentar tantas crises familiares. Além das crises internacionais, quando José era o maioral do Egito, ou antes, de chegar a ser uma autoridade respeitada na terra do rio Nilo, a crise doméstica do filho amado por Jacó revelava muito do seu caráter. Com José aprendemos que antes de Deus nos levar a enfrentar crises complexas, Ele nos instrui com as pequenas lutas familiares. No seio da família somos forjados para a luta e o encontro com a vida.

A irmã de Raquel, Leia, já havia dado seis filhos e uma filha para Jacó. A relação entre Raquel e Leia era muito difícil, pois enquanto a irmã mais velha havia dado sete filhos a Jacó, Raquel era estéril e, consequentemente, não havia dado nenhum filho para seu amado marido. Não dar à luz na época dos patriarcas era motivo de vergonha e de humilhação.

Certamente, a partir de cada encontro entre Raquel e Leia a dor de não ser mãe desaguava na mente e coração da amada de Jacó. Embora o tempo seja outro, qualquer mulher sente a dor incomensurável de quando deseja ser mãe e não consegue. A dor de Raquel é a dor de muitas mulheres do século XXI!
O contexto de desentendimento e de dor entre Leia e Raquel alimentou o ódio dos filhos de Leia para com José, o filho de Raquel. O ódio regado dentro da própria casa quase foi finalizado com uma tragédia. Esta, porém, foi impedida pelo primogênito de Jacó, Rúben. Entretanto, a sua atitude de poupar José não foi suficiente para impedir seus irmãos de vendê-lo para uma caravana de compradores de escravos.

A marca da trajetória do filho amado de Jacó é que mesmo em meio a tanto desprezo e desconsideração, José não permitiu que o seu coração fosse devorado pelo ódio. Humanamente, seria justo José devolver na mesma moeda quando teve a primeira oportunidade de fazê-lo. Mas não o fez. Preferiu compreender que tudo o que ocorreu era o Deus de seus pais preparando o caminho para conservar a sua família num contexto de fome e miséria mundial.

A vida de José nos ensina que devemos guardar o nosso coração do ódio, da vingança e da ação maligna. Saber gerenciar as crises com o olhar e a sabedoria de Deus é o nosso grande desafio hoje. Sob os cuidados e a orientação do mestre divino isso é possível!


domingo, 6 de novembro de 2016

Ensinamentos Práticos

/. Pregando o novo nascimento. Segue-se um esboço de como se pode aplicar, de modo prático, a doutrina do novo nascimento.
1.1. Uma vez que você reconhece a seriedade e a degradação dos seus pecados e o poder que exercem sobre você,
sua situação de impotência dos seus pecados, c que lhe aguarda a eternidade no inferno, se você morrer no seu atual estado de pecado;
1.2. E quando, com genuíno arrependimento, você aceita a expiação mediante o sangue de Jesus Cristo como sua única esperança, recebendo Cristo de modo permanente c sem reserva, como seu Salvador c Senhor, que pagou a penalidade dos seus pecados, sofrendo em seu lugar;
1.3. Então ocorre dentro de você um tríplice milagre: 1) Você c purificado de todos os seus pecados; liberto do poder deles sobre você; revestido da justiça de Cristo. Você recebe esperança, paz, gozo e um novo propósito na vida - o de viver e trabalhar para ele, comissionado para ser seu embaixador c testemunha por onde quer que você vá, de tal modo que sua vida se torna útil, necessária c cheia de esperança. Você recebe forças para vencer o “velho homem” no seu íntimo, para viver a vida cristã c crescer na graça. Por suas próprias forças, você fracassaria, mas, mediante este milagre, pode ter absoluta certeza de que, enquanto ele precisar de você nesta terra, ele o preservará, sustentará, fortalecerá, guiará e protegerá.
2) Jesus Cristo vive em você, de modo real e literal.
3) Você c regenerado. Na realidade, torna-se nova criatura. Literalmente, nasceu de novo para entrar no Reino de Cristo. Você se torna santo, um filho de Deus, membro da igreja verdadeira.
1.4. Como resultado deste tríplice milagre, você é salvo, de modo literal e definitivo. Você tem a vida eterna, c pertence ao Senhor. Agora, poderá começar a viver a vida cristã - a vida “oculta juntamente com Cristo” - em Deus.
2. Cristianismo, a religião do novo nascimento. Nas religiões pagãs, declara-se universalmente que o caráter humano é imutável. Embora tais religiões determinem penitências e rituais que oferecem ao homem a esperança de compensar os seus pecados, não existe nenhuma promessa de haver vida e graça para transformar a sua natureza. Somente a religião de Jesus Cristo toma a natureza decaída do homem, regenerando-a mediante a vida de Deus, que passa a habitar nele porque o seu Fundador é Pessoa divina e viva, que salva totalmente os que por Ele chegam a Deus.
Não há analogia entre a religião cristã e, o budismo e o maometismo, no sentido de dizer: “Quem tem Buda tem a vida”. Os líderes destas religiões podem exortar à moralidade, estimular, impressionar, ensinai- e orientar, mas nada de novo é acrescentado à alma de quem professa suas doutrinas, que são desenvolvidas pelo homem natural e moral. O Cristianismo é tudo isso mais a divina Pessoa.
A missão do Senhor Jesus pode ser resumida na breve proposição: Jesus Cristo veio ao mundo romper o poderio do pecado e introduzir na raça humana uma nova fonte de vida espiritual (cf. Gn 2.7; 1 Co 15.45; Jo 20.22; El 2.1). E isto nos leva a pensar na missão dominante dos discípulos de Jesus - fazer com que homens pecaminosos sejam transformados pelo poder de Deus.

Fonte:
Pearlman, Myer
João, o Evangelho do Filho de Deus.../
Myer Pearlman - l.ed. - Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1995.



Confirmação: a Base do Novo Nascimento

(Jo 3.11-15)
Duas perguntas devem ter naturalmente ocorrido a Nicodemos: Como Jesus sabe destas coisas? O que Ele faz para levar as pessoas a experimentarem o novo nascimento?

1. A experiência espiritual de Cristo. “Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testificamos o que vimos; e não aceitais o nosso testemunho” (o plural “nós” talvez indique a presença de alguns discípulos). Jesus, concebido mediante o Espírito Santo, batizado no Espírito, cheio do poder do Espírito, continuamente movido pelo Espírito, podia falar com autoridade cm matéria de Espírito. Que pena que tantos que professam ser seus seguidores tenham dogmatizado o assunto sem desfrutar das operações do Espírito cm seu íntimo!
“Se vos falei de coisas terrestres, c não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?” Jesus explica a Nicodemos que, se ele se preocupa apenas com a forma e a matéria do novo nascimento, só poderia conversar sobre coisas terrestres porque, embora o nascimento espiritual venha de cima, ocorre na terra e faz parte dos fatos da vida. A explicação do “como” deste assunto tem a ver com os eternos propósitos de Deus (coisas celestiais), e Nicodemos não está pronto para tais ensinos, porque ainda não aceitou o fato da necessidade do novo nascimento (coisas terrenas).
2. A origem celestial de Cristo. “Ora ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu”. Cristo tinha estado no Céu antes de sua missão na terra, podendo, portanto, falar acerca de coisas celestiais a partir de uma experiência pessoal.
Embora “o Filho do homem, que está no céu”, estivesse na terra, seu lar real sempre foi o Céu, e são celestiais sua origem e natureza.
3. A obra expiatória de Cristo. Jesus já tratara de um erro fundamental de Nicodemos c dos seus companheiros: imaginavam que, pela sua conexão natural com o o povo escolhido, teriam de se filiar ao Reino de Deus; o Senhor Jesus, no entanto, declarou que devem entrar no Reino mediante o novo nascimento. Agora dissipa o segundo erro:

Nicodemos acreditava que o Messias, na sua vinda, seria “levantado” ou exaltado num trono, para salvar Israel da total derrota política. Jesus, no entanto, ensinou que, em primeiro lugar, o Messias teria que ser levantado de modo bem diferente: “E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o filho do homem seja levantado; para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” O Messias teria de ser levantado numa cruz para salvar a nação do perecimento espiritual.
Qual a conexão entre a crucificação do Filho do homem e a regeneração dos filhos dos homens? Quando Deus criou o homem e lhe soprou nas narinas o fôlego da vida, transmitiu a este não somente a vida mental e física, como também o Espírito Santo. Adão foi criado perfeito, e certamente deve Ler recebido o Espírito Santo, pois sem ele a personalidade humana é incompleta diante de Deus. Quando pecaram nossos primeiros pais, iniciou-se a morte espiritual e deixou de habitar neles o Espírito Santo. Quando, portanto, veio o Redentor, sua missão era restaurar ã humanidade a presença do Espírito. “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro. Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para que pela fé nós recebamos a promessa do Espírito” (G1 3.13,14). Cristo morreu na cruz a fim de remover o obstáculo que não permitia que a vida humana recebesse a presença de Deus. Este obstáculo era o pecado.


Fonte:
Pearlman, Myer
João, o Evangelho do Filho de Deus.../

Myer Pearlman - l.ed. - Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1995.