domingo, 19 de fevereiro de 2017

Lição 9 - Fidelidade, Firmes na Fé

A lição nove aborda sobre a oposição entre fidelidade x idolatria e heresia. O tema é bem contemporâneo, pois nunca estivemos diante de tantas invencionices em nome da pessoa do Senhor Jesus. São doutrinas, estratégias evangelísticas e músicas que nada têm a ver com o Evangelho do nosso Salvador. Por isso, é importante compreendermos bem o primeiro termo de nossa lição: fidelidade.
O significado da palavra fidelidade, conforme se encontra na epístola de Paulo aos Gálatas, se refere a lealdade. Mas é importante ressaltar que, na epístola aos Gálatas, mais precisamente no capítulo quatro e no versículo seis, aparece uma queixa de Paulo pela falta de fidelidade dos gálatas em relação ao Evangelho. Lembre que o apóstolo iniciou a carta lamentando a atitude dos crentes da cidade de Gálatas: “Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo” (Gl 1.6,7). Logo, podemos afirmar que o apóstolo Paulo está recomendando fidelidade e lealdade dos gálatas a Deus e sua vontade. Ora, a vontade de Deus é revelada em sua Palavra. Esta nos dá o norte, a direção e a orientação para vivermos abundantemente na presença dEle.
A idolatria conforme está posta na carta aos Gálatas não se refere somente à adoração de imagens, mas a qualquer prática condenatória em relação aos ídolos. Um exemplo é o que está relacionado em 1 Coríntios 10.14-16 e Colossenses 3.5, onde o apóstolo recomenda a não participarmos de um banquete oferecido aos ídolos. Entretanto, a recomendação aos Colossenses aprofunda mais ainda a questão, trazendo à tona a avareza, isto é, o apego ao dinheiro e às coisas materiais como idolatria. Isto vai à contramão da lealdade ao Senhor. Acompanhada da idolatria, vem a heresia. Heresia representa assumir um postulado de ensino totalmente oposto ao que você recebeu outrora, ou seja, o Evangelho de Jesus Cristo recebido pelo Espírito Santo, por intermédio da tradição dos santos apóstolos. Aqui, a nossa fidelidade e lealdade para com Deus, o nosso Pai, também são testadas.
Portanto, após expor o conceito desses três termos – Fidelidade, Idolatria e Heresia – faça uma reflexão com os alunos a respeito da fidelidade ao Evangelho do Senhor Jesus Cristo. Encoraje-os a perseverarem no ensino do Evangelho! Boa aula!


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

(Subsídio Teológico Lição 8/ 1º Trim 2017) A BONDADE QUE CONFERE VIDA

Bondade versus Homicídio
     Facilmente podemos dizer que a palavra bondade fala de alguém que é indulgente, benevolente, de bom caráter, mas essa definição seria simplista demais e não esgotaria a realidade da palavra bondade. E difícil conceituar a palavra bondade, isso porque ela tem diversos sentidos. Posso falar de bondade no sentido de qualidade e capacidade; existem pessoas que são boas em algumas coisas, outras não; uns são bons no trabalho, igreja,
mas não em casa com sua família. Para não complicar a situação, o melhor é saber que a bondade perfeita está em Deus, enquanto no homem sua bondade é relativa, uma vez que pode ser a carne ou o Espírito que esteja no controle.

     O pastor Stanley Horton, falando sobre a bondade escreve:
A bondade dá a ideia do desenvolvimento de um caráter bom, reto, fidedigno, sem deixar de ser generoso e amigável com o próximo. E isso que nos transforma na nobreza de Deus.
A melhor maneira de descrevê-lo é sermos semelhante a   Jesus. (Ele incorporou todo o fruto do Espírito e, sua vida e ministério). (HORTON, 1993, p. 194)

     Analisando duas virtudes do fruto do Espírito a benignidade e bondade, notamos que há muita semelhança entre ambas. No entanto, podemos fazer distinção entre essas duas palavras da seguinte maneira: a benignidade está relacionada com a qualidade, com o sentimento.

     Bondade aponta para a vida prática. A benignidade fala de um cristão que tem um coração puro, sempre deseja fazer o bem, e no momento em que ele põe em prática o que há no coração, está praticando bondade. Para entendemos melhor essa colocação, veja o que diz o Dicionário Bíblico Wycliffe: BONDADE. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, dois elementos aparecem em particular: uma bondade que se baseia na misericórdia (hesed, chrestotes), e uma que se baseia na bondade moral de Deus (tob, agathosune). Desta maneira, em algumas ocasiões, a bondade de Deus é manifesta:  “A terra está cheia da bondade do Senhor” (SI 33.5, cf. SI 52.1; 107.8); “Desprezas tu as riquezas de sua benignidade
[bondade]... ignorando que a benignidade de Deus leva ao arrependimento?” (Rm 2.4). Em outras ocasiões, a perfeição e a bondade de Deus vêm à tona (Nm 10.32; SI 16.2; 23.6; Gl 5.22; 2 Ts 1.11). Um dos frutos do Espírito é a bondade (iagathosune) no sentido de santidade e da justiça cristã (Gl
5.22). Isso está de acordo com o objetivo da nossa vida cristã, que é o de sermos semelhantes ao nosso Pai Celestial,tanto em caráter quanto em atitude, assim como Cristo nos ensinou no Sermão do Monte (Mt 5.48). (2009, p. 322)

     Na praticidade existente entre benignidade e bondade, uma  apontando para o coração, emoção, sentimento em querer o bem, elas estiveram presentes no ministério de Jesus Cristo, em sua ação prática em querer zelar a casa de Deus Ele evidenciou bondade (Mt 21.13), mas mostrou um coração benigno ao perdoar a pecadora (Lc 7.37.50).

     A palavra bondade {agathosune) aparece poucas vezes no Novo Testamento, apenas três vezes, no grego clássico nenhuma vez. Podemos dizer que a palavra grega agathosune, ainda com seu pouco aparecimento, fala de bondade, que pode ser entendida no seu aspecto geral como aquilo que é bom, fazendo oposição ao que é ruim, mau.

     Dentro do Antigo Testamento, seguindo a Septuaginta, a bondade é descrita da seguinte maneira: a) Oposição entre o mal (SI 52.3).
b) Prosperidade nesta vida (Ec 7.15).
c) Benefício para a vida (Ec 4.8).
d) Generosidade divina (Ne 9.25.35).

     Nas páginas do Novo Testamento temos que recorrer ao que Paulo escreveu sobre bondade. Primeiramente, ele fala da bondade assim:

1 - Como virtude do fruto do Espírito
Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.(G1 5.22)

Com essa virtude do fruto do Espírito na vida, o cristão tem uma dívida para a prática do bem para com as pessoas. Ele pode agir dessa maneira porque está livre da Lei, das obras da carne e vive dominado pelo Espírito Santo, de maneira que seu desejo é expressar o caráter de Deus que é bom (Rm 3.21; 7.12).

2 - Bondade como boa Palavra
Console os vossos corações, e vos conforte em toda a boa palavra e obra. (2Ts 2.17)

Nesse versículo Paulo se preocupa com estado interior de cada crente, por isso encoraja a todos a serem sinceros em tudo, inclusive no comportamento. Esses crentes deveriam agir dessa forma por intermédio da boa Palavra de Deus, procurando corresponder
com ela, expressando santidade adequada à vocação da vida espiritual.

3 - 0 fruto do Espírito como bondade, justiça, verdade
Porque o fruto do Espírito está em toda a bondade, e justiça e verdade. (Ef 5.9)

     Aqui, Paulo está dando ênfase aos resultados que aparecem na vida daqueles que tem o Espírito Santo de Deus, que ja foram iluminados por Jesus Cristo, todos produzirão o seu caráter. A justiça e a verdade são oriundas da comunhão com Jesus (Rm 6.21; Fp 1.11), e a verdade é uma ação constante que busca promover o bem a todo tempo.

Para um entendimento melhor desse versículo, veja o que fala o teólogo Francis Foulkes, no seu Comentário Bíblico de Efésio:

[...] Paulo não deve ter pensado conscientemente na luz como uma semente plantada na vida, que no devido tempo dá o seu fruto, mas sim nos resultados que devem aparecer, o tipo de caráter que deve ser visto na pessoa que foi iluminada por Cristo. Em muitas passagens, justiça refere-se ao fruto da vida em Cristo Jesus (Hb 12.11). Nada do que é corrupto e injusto nos relacionamentos do homem para com seu semelhante (veja comentário sobre 4.24) deve existir. Então, em vez de “toda malícia” (4.31), deve haver toda bondade, a procura ativa pelo bem em cada área da
vida. Há uma distinção muito instrutiva entre “bondade” e “justiça” em Romanos 5.7, mostrando que a primeira, além da ideia de retidão moral e integridade, expressa também a força atrativa de um belo caráter. E terceiro, quando as trevas da ignorância, cegueira, erro e engano se vão (4.14, 17,22), surge a verdade como fruto da luz que Cristo traz.
(FOULKES, 1993, p. 120)

4 - A bondade presente na vida de cada crente
Eu próprio, meus irmãos, certo estou, a respeito de vós, que vós mesmos estais cheios de bondade, cheios de todo o conhecimento, podendo admoestar-vos uns aos outros. (Rm 15.14)

Quando a virtude da bondade está presente na vida do crente, ele expressa a boa qualidade de vida que tem, sempre deseja coisas boas para as outras pessoas e desenvolve um padrão ético e moral, pois é guiado por esse fruto da luz (Ef 5.9). Paulo orava pelos crentes para que todos produzissem o fruto do Espírito, especialmente o da bondade (2Ts 1.11,12).

     A bondade na vida do crente é como uma fonte de água cristalina, sempre irá jorrar só aquilo que é bom e perfeito, já que seu alvo é ser como Deus e dEle nunca vem coisa ruim (Tg 1.17). Quando há a virtude da bondade na vida do cristão seu amor é constante, sua justiça é posta em prática sempre querendo fazer o que é certo.

     Não há passos errados nem ações desairosas para quem tem a vida guiada pelo Espírito Santo, mas, sim, gentileza, comedimento, visto que o aspecto da bondade domina seu ser, e o que a caracteriza fortemente é a generosidade, que concede ao homem o que ele nunca poderia ter por merecimento.

     O homem, por mais sincero e verdadeiro que seja não pode produzir o padrão de bondade conforme Paulo descreve, pois, seu amor é sempre falho (Os 6.4), entretanto, quando a virtude da bondade está em sua vida, vindo do Espírito de Deus, ele pode produzir uma vida de qualidade e um amor verdadeiro.

Uma Análise Geral sobre o Homicídio na Concepção Bíblica e Jurídica
     O primeiro homicídio do mundo foi praticado por um homem, que matou seu irmão, Caim (Gn 4.8), a origem desse homicídio estava pautada na inveja, que é uma das obras da carne (GI 5.21). João diz que Caim era do Maligno e suas obras estavam influenciadas por ele (ljo 3.12).

     Todo o ódio de Caim para com Abel é porque Deus recebeu as suas ofertas, porque as obras de Abel eram boas; já quanto a Caim, Deus o rejeitou porque as suas obras eram más (1Jo 3.12). O mundo rejeitou a Cristo porque as suas obras eram um aguilhão que penetrava na consciência daqueles que viviam praticando obras más.

     • A Bíblia condena todo e qualquer tipo de homicídio (Êx 20.13), e até no ensino de Jesus sobre o amor, Ele condenou o homicídio. Deus criou o homem para viver, então, quando alguém cometia  homicídio, sua ordem era para que o tal fosse morto também (Nm 35.31), pois somente Deus é quem tem o poder de dar e tirar a vida (lSm 2.6).

     Primeiramente, vamos começar esse assunto fazendo uma definição da palavra homicídio, observe que ela é composta: homo--homem, cedere- matar ou cortar. E claro que a palavra homicídio pode ser entendida também como a morte de um animal, todavia, para os seres racionais essa palavra tem o sentido de matar um ser criado por Deus.

0 homicídio pode ser classificado em duas categorias:

1 - Homicídios que podem ser justificados
Está escrito no Antigo Testamento que alguns homicídios eram justificáveis, a lista é bem extensa, vejamos:

a) Os que praticassem adultério (Lv 20.10).
b) Os que praticassem incesto (Lv 20.11).
c) Que praticassem sexo com animal (Lv 20.16).
d) Aqueles que não respeitassem os pais (Ex 21.17; Dt 21.18-21).
e) Os que praticassem a feitiçaria (Ex 22.18).
f) Aqueles que matasse ao seu próximo (Lv 24.17).
g) Os que praticassem a idolatria (Dt 13.6-9).
h) Quem blasfemasse do nome de Deus (Lv 24.16).
i) Quem praticar roubo (Ex 21.16).
j) Que cometesse estrupo (Dt 22.25).

     0 nosso Código Penal fala de alguns crimes que hoje podem ser justificáveis, ou melhor, que excluem a criminalidade. No artigo 23 do Código Penal está escrito: “Não há crime quando o agente pratica o fato”:

1 - Em estado de necessidade;
II - Em legítima defesa;
III - Em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício de direito.

     Para entender melhor cada uma das três colocações mencionadas acima, explicaremos cada uma delas. Primeiro,  estado de necessidade que configura a ação de alguém que, frente a uma grande necessidade, age devido a um grande perigo, que não foi provocado por sua própria vontade, e que não lhe dá outra opção. Um exemplo que se pode dar é: Duas pessoas que estão em alto-mar, mas há apenas um salva-vidas no barco, de modo que um lutará para se salvar, condenando o outro à morte.

     Segundo, em legítima defesa, podemos citar o pai que mata o ladrão que entra em sua casa armado para praticar algum crime.
Terceiro, no cumprimento do dever legal, quando o soldado mata o inimigo no campo de batalha; isso lhe é permitido por lei.
Portanto, seguindo o princípio bíblico, vemos que existem os crimes que podem ser justificáveis, dentre esses, ainda queremos citar os acidentais, que são aqueles em que a pessoa não tinha a intenção de matar. No Direito esse crime é chamado de homicídio culposo.

2 - Homicídios injustificáveis
     No homicídio culposo a morte se dá por falta de prudência, descuido, mas não existe qualquer intenção de praticar um crime. No caso do homicídio injustificável, que também pode ser denominado premeditado, em que alguém age de modo bem planejado querendo realmente pôr fim à vida de uma pessoa, sua mente arquiteta tudo e seu coração está cheio de ódio, por isso
parte para a execução desse projeto satânico.

     0 homicídio injustificável é chamado no Direito de doloso, quando há intenção de matar, de fato, a pessoa assume o risco de que esse feito possa ser realizado. Na questão do crime doloso, este pode ser dividido em duas partes, isso na questão da prática criminosa:

1 - Dolo Direto. Nessa conduta a pessoa está decidida deliberadamente
a cometer o crime: matar.
2 - Dolo Eventual. Nesse caso a pessoa pode prever um determinado resultado criminoso, por causa de sua conduta sem se preocupar se sua atitude pode prejudicar alguém. Um exemplo bem prático que podemos dar para a conduta eventual é quando um rapaz toma uma arma, coloca apenas uma bala, a brincadeira chamada “roleta russa”, e aponta para alguém disparando, caso aconteça a morte foi praticado um crime doloso, de natureza com dolo eventual.

     O homicídio que vem dominado pelo ódio, que é planejado, que é passional, isto é, suscetível de paixão, e aquele surge de uma briga ou discussão. Intencional ou não todo homicídio é condenado pela Palavra de Deus.

     O homicídio é uma obra puramente da carne. Por isso os que são comandados pela carne estão prontos para fazer de tudo para acabar com aquelas pessoas que odeiam ou para tomar posse de alguma coisa.
Um homicídio pode ser cometido por vários motivos:

a) Inveja, como aconteceu com Caim (Gn 4.8).
b) Sede pelo poder: Abimeleque (Jz 9.5).
c) Para satisfazer os desejos de Alguém: Jezabel (1 Rs 21.10).
d) Para não perder o trono: Herodes (Mt 2.16).
e) Desejo para ter dinheiro: Judas (Mt 27.4).

O que Jesus Falou sobre o Homicídio?
     Jesus não tratou do homicídio apenas como o ato em si, mas da ira que pode levar a matar. Quanto à expressão “sem motivo”, ela não consta nos melhores manuscritos, a ira tem suas restrições, conforme falou Paulo (Ef 4.26).

     Pelas palavras de Jesus, observe que tudo o que Ele ensinava estava fundamentado no que Deus já havia dito: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo” (Mt 5.21).

     Em Mateus 5.21, Jesus estava se voltando para a Lei judaica, Ele não arquiteta nada, mas cheio do Espírito Santo revelar com tonicidade aguda as verdades que estavam na Palavra de Deus.
Todo estudioso da Palavra deveria proceder como Jesus, como Bom Mestre Ele era fiel, não adulterou em nada as Escrituras, antes foi fiel a ela em tudo. Jesus Cristo soube tirar da porção do Antigo Testamento coisas velhas e novas (Mt 13.52).

     No tocante à expressão “não matarás”, ela está restrita ao que a Lei estava dizendo, Jesus não está aqui abordando o assunto de modo global, mas em sua ênfase dirige-se para a própria natureza do homem, pois é de dentro de um coração não transformado e pecaminoso que brota o homicídio.

      Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição,   furtos, falsos testemunhos e blasfêmias. (Mt 15.19)

     O homicídio não vem logo de imediato, mas ele é precedido pelo ódio e pela raiva, e sem a ajuda do Espírito Santo de Deus ninguém poderá controlá-lo. As palavras que ferem são pronunciadas pela raiva; a expressão aramaica raca, que quer dizer vazio, oco e apontava para alguém que age em desrespeito ao outro.

     As duas palavras raca e louco podem ter o mesmo significado, e podemos pensar que pelo uso que Jesus fez delas, talvez quisesse referir-se ao crime de calúnia e difamação.
Porque só mesmo uma pessoa vazia e sem caráter é que pratica tais crimes. A injúria ataca o caráter da pessoa, sempre procurando depreciá-la, e a calúnia baseia-se em uma falsa acusação, as duas são crimes contra a honra. A difamação segue quase a mesma conotação de calúnia, só que com uma diferença, a conduta praticada por quem é ofendido não é descrita como
um crime na lei.

     Na comunidade de Qumran, quando alguém ofendia outro com palavra, sua comida era reduzida durante um ano, ele ficava isolado das pessoas, e, às vezes, até era excomungado do meio social. Palavras duras acompanhadas de ódio causam feridas grandiosas, e muitas delas provocam o homicídio, por
isso é bom evitar as ofensas, as calúnias e difamações, especialmente
o crime de racismo. Deixemos que a Palavra de Deus limpe os nossos corações, e que o amor divino permeie todo o nosso ser, desse modo não pronunciaremos palavras duras, pelo contrário, teremos uma língua erudita para dizer palavras que produzam vida (Is 50.4).

Os que São Nascidos de Deus
     João diz que o nascido — uma ação que começou no passado, mas que tem resultado no presente — jamais vive na prática do pecado, porque foi regenerado (2Pe 1.4). Só existem dois tipos de filho: um é de Deus e o outro do Diabo, portanto, ou você é filho de Deus, nascido por meio da ação do Espírito Santo de Deus (Jo 1.11-13), ou, então, é filho do Diabo (At 13.10. Ef 2.3).

     Caim era da família do Diabo, por isso matou seu irmão.
Atente para a palavra grega ésphakse, matar, assassinar. Esse verbo
expressa uma brutalidade tremenda, mostrando que esse ato é de alguém totalmente maligno.

     Como o mundo está no poder do Maligno, os cristãos não deveriam ficar admirados quando forem odiados. Quem não tem o verdadeiro amor de Deus no coração está cheio de ódio, mas o verdadeiro amor sempre luta pela vida, o ódio sempre luta pelo mal (Mt 5.21,22). Uma pessoa que tem o coração cheio de animosidade terá as mesmas atitudes de Caim: inveja e ódio.

     No amor de Cristo temos o exemplo para sermos amorosos com os outros, nos sacrificando para que a vida seja vivida por outros. A ênfase desse versículo não está na palavra morrer, mas, sim, no ato de partilhar com os outros para que também vivam bem.

FONTE:
Livro de apoio 1º Trimestre de 2017
 As Obras da Carne e o Fruto do Espírito
Escrito por: Osiel Gomes.
Osiel  Gomes é pastor, formado em Teologia, Filosofia, Direito, Pedagogia, Psicanálise e pós--graduado em Docência do Ensino Superior.


O reino milenial de Cristo

I. O FIM DA GRANDE TRIBULAÇÃO

1. A volta pessoal de Cristo. O texto de Zacarias 14.3,4 indica a intervenção divina sobre o monte das Oliveiras, em Israel. As nações reunidas pelo Anticristo para combater e destruir Israel serão surpreendidas pela vinda do Senhor. O texto de Jl 3.2,12 fala do vale de Josafá, identificado também como o Cedrom, localizado entre Jerusalém e o monte das Oliveiras. Será nesse lugar o encontro do Senhor contra as nações inimigas de Israel. O monte das Oliveiras, o lugar exato de onde Cristo subiu ao céu, também sobre ele descerá gloriosamente.
2. A seqüência dos eventos finais (Mt 24.27-30). Nesses versículos Jesus apresentou a realidade da Tribulação (Mt 24.21). No v.27, Ele fala de sua vinda visível como “o relâmpago que sai do Oriente e se mostra até o Ocidente”. No v.28, Jesus retrata mais uma vez a visibilidade de Sua vinda usando a ilustração dos abutres atraídos pela matança. No v.29, dá a entender que a Sua vinda será logo depois da tribulação daqueles dias. No v.30, fala do sinal dessa vinda no céu, uma prova de que Ele, o Messias, virá sobre as nuvens do céu.
3. A derrota do Anticristo e seus exércitos (Ap 19.15-21). Nos versículos anteriores ao 14, Cristo aparece como um grande general de exército (como nos tempos bíblicos), e o v.15 mostra um Cristo preparado para fazer juízo sobre a impiedade do Anticristo. Diz o texto que “saía da sua boca uma espada afiada, para ferir com ela as nações”. A partir do v.17, uma grande ceia é apresentada para comer as carnes de todos os inimigos do povo de Israel que se ajuntaram para destruí-lo. Mas eles serão aniquilados pelos exércitos de Cristo. No v.20, a Besta, que é o Anticristo, juntamente com o Falso Profeta são presos e lançados vivos no Lago de Fogo. Esses dois personagens não são meras figuras ou metáforas, mas realmente dois homens da parte do Diabo, que se levantarão naqueles dias.
4. A vinda em glória (Ap 19.11-16). Refere-se especialmente a forma da descida gloriosa de Cristo sobre um cavalo branco. O cavaleiro que monta o cavalo do capítulo 19 de Apocalipse é Jesus, porque é identificado como “Fiel e Verdadeiro”. Nada tem a ver com o cavaleiro do cavalo branco do capítulo 6 de Apocalipse o qual se refere ao Anticristo. O v.14 de Apocalipse fala dos santos que acompanham a Cristo na Sua volta à Terra. Eles montam cavalos brancos e os seus cavaleiros estão vestidos de linho finíssimo. São os anjos e a Igreja de Cristo que gloriosamente participam da Sua conquista.

II. PREPARAÇÃO PARA O REINO MILENIAL

Com a derrota do Anticristo e seus exércitos, Israel verá que Aquele a quem rejeitaram na primeira vinda, não é outro senão o seu Messias.
1. A conversão a Cristo da parte dos judeus. Zc 12.10 fala do espírito de súplicas que será derramado sobre a casa de Davi, e prantearão pelo que fizeram a Cristo na sua primeira vinda. Vários textos bíblicos da profecia indicam essa conversão e renovação (Zc 13.9; Ez 36.24-31; Is 25.9; Rm 11.26). Todas estas passagens mostram que os judeus sobreviventes daqueles dias serão leais a Cristo, aceitando-o como o Messias. Porém, haverá, também, muitos judeus rebeldes os quais sofrerão o juízo de Cristo (Ez 20.33-38; Ml 3.1-5).
2. A prisão de Satanás (Ap 20.1-3). Antes que o Senhor instale o seu reino milenial, Satanás será preso por mil anos com todos os seus anjos, e assim não estarão livres para tentar as criaturas nos dias do reino milenial de Cristo.

III. O REI JESUS

Será um período de completa manifestação da glória de Cristo no Seu domínio, governo, justiça e reino (Is 9.6; Sl 45.4; Is 11.4; Sl 72.4; Dt 18.18,19; Is 33.21,22; At 3.22).
Vários são os títulos e nomes de Cristo no Milênio. Ele é chamado: o Renovo (Is 4.2; 11.1; Jr 23.5; 33.15; Zc 3.8,9; 6.12,13); Senhor dos Exércitos (Is 24.23; 44.6); o Ancião de dias (Dn 7.13); o Altíssimo (Dn 7.22-24); o Filho de Deus (Is 9.6; Dn 3.25); o Rei (Is 33.17,22; 44.6; Dn 2.44); o Juiz (Is 11.3,4; 16.5; 33.22; 51.4,5); o Messias Príncipe (Dn 9.25,26). Muitos outros títulos destacam as atividades do Rei Jesus.

IV. CARACTERÍSTICAS DO REINO MILENIAL

1. Justiça. Somente os justos serão admitidos no reino (Mt 25.37; Is 60.21; 26.2). A justiça será sinônimo do Messias (Ml 4.2; Is 46.13; 51.5).
2. Obediência. Foi o propósito original de Deus na criação do mundo o estabelecimento de um princípio de obediência completa e voluntária a Deus. A árvore da vida foi colocada no Éden como uma prova de obediência (Gn 2.16,17). Diz a Bíblia que Deus sujeitou todas as coisas Àquele que é o Senhor (Ef 1.22).
3. Conhecimento universal de Deus (Is 11.9; Jr 3134). O conhecimento estará disseminado e determinado em toda a Terra. Na verdade, todas as pessoas terão conceitos corretos sobre Deus, porque o mal estará detido naquele tempo.
4. Paz e prosperidade (Is 2.4; 35.1,2). A maldição do pecado estará detida, sem poder de alastramento. A paz será universal porque a sua base será a justiça do Messias.
5. Longevidade (Is 65.20,21,22; 33.24). Uma vez que o mal estará detido, a vida física dos habitantes da Terra naqueles dias não sofrerá tanto como hoje. E verdade que as pessoas não estarão isentas da morte. Mas viverão muito mais.

V. FINAL DO MILÊNIO

1. A soltura de Satanás e seus anjos. Vemos uma descrição na Terra que mostra o fim do período milenial (Ap 20.2,3,7-9). A razão pela qual Satanás será solto é discernida pela sua atividade no tempo de sua soltura. Ele sairá para enganar as nações e promover sua última batalha contra o povo de Deus.
2. Gogue e Magogue (Ap 20.8). Esses dois nomes referem-se aos inimigos de Israel. Podem representar dois tipos de inimigos: povos vindos do Norte; e, também, povos em geral. O que prevalece mais fortemente é a representação de povos vindos do norte. Na verdade, a batalha não será muito extensa, porque haverá a intervenção divina.

VI. PÓS-MILÊNIO

Todos esses fatos conduzem ao Grande Trono Branco, que é o Juízo Final (Ap 20.11), símbolo do poder de Deus para executar a justiça. Jesus será o Juiz (At 17.31; Jo 5.22,27). Diante do Supremo Juiz, todos haveremos de comparecer. Os perdidos não escaparão ao Lago de Fogo (Ap 19.20; 20.10,14,15; 21.8). O Lago de Fogo é um lugar, e não um conceito, uma idéia ou estado mental.

CONCLUSÃO

Na segunda fase de Sua vinda em glória (visível em todo o mundo), Cristo vai julgar as nações (Juízo das Nações) e inaugurar o Milênio, a gloriosa era de paz a ser implantada na Terra. Seguindo-se o Grande Trono Branco, o Juízo Final, ocasião em que somente haverá dois destinos: a morte eterna ou a vida eterna. Os crentes em Jesus estarão livres de qualquer condenação e irão desfrutar da eternidade.



Fonte: Lições Bíblicas CPAD 1998 3º Trimestre — Jovens e Adultos