sábado, 27 de janeiro de 2018

Pecado Original?- Lição 04 - Juvenis.


O que é o pecado?

     Teologicamente, a doutrina do pecado é identificada como Hamartiologia. Essa palavra deriva de dois termos da língua grega, língua do Novo Testamento: “hamartia” e “logos”, que significam juntas “estudo acerca do pecado”. O termo “hamartia” tem, na sua etimologia grega, o sentido de “errar o alvo”. Portanto, o estudo acerca do pecado, como ato, estado ou condição, sugere que o pecado é “um desvio do fim (ou modo) estabelecido por Deus”.

     Na Teologia Cristã, a doutrina do pecado ganha espaço porque o cristianismo representa a possibilidade de redenção do estado pecaminoso do homem. Três grandiosas doutrinas bíblicas ganham espaço na vida do homem, as quais são: a Doutrina de Deus, a Doutrina do Pecado e a Doutrina da Redenção. Existe uma relação essencial entre essas três doutrinas de tal modo que é impossível tratar do pecado sem tratar da Redenção e, naturalmente, ao tratar sobre Redenção, inevitavelmente a relacionamos com a sua fonte, que é Deus.

    A questão do mal é tratada na Bíblia a partir do relato do livro de Gênesis sobre a Queda do homem. Esse relato descreve o princípio da tentação do homem e a sua concessão ao pecado, trazendo maldição à sua vida pessoal e a toda a Terra.

    Para entendermos a relação do pecado com o homem, devemos considerar a definição de pecado. Tanto, no Antigo quanto no Novo Testamentos, a palavra “pecado” é sinônima de muitas outras palavras que são usadas na Bíblia e indicam conceitos distintos sobre a mesma. São vários termos que amplificam o conceito de “pecado” nas suas várias manifestações. Entretanto, usaremos apenas um termo hebraico e outro grego, línguas originais da Bíblia, os quais apresentam definições relativas que podem ilustrar o significado da palavra “pecado”.

     No Antigo Testamento, o vocábulo hebraico “chata’th” aparece cerca de 522 vezes. O seu termo correlato no Novo Testamento é “hamartia”, e ambos sugerem a idéia de “errar o alvo” ou “desviar-se do rumo”, como o arqueiro antigo que atira suas flechas e erra o alvo. Os termos sugerem e indicam também alguém que erra o alvo propositadamente, ou seja, que atinge outro alvo intencionalmente. Não se trata de uma idéia passiva de erro, mas implica numa ação propositada. Significa que cada ser humano foi criado com um alvo definido diante de si para alcançá-lo. Denota tanto a disposição de pecar como o ato resultante. Em síntese, o homem não foi criado para o pecado e, se pecou, foi por seu livre-arbítrio, sua livre escolha (Lv 16.21; Sl 1.1; 51.4; 103.10; Is 1.18; Dn 9.16; Os 12.8; Rm 5.12; Hb 3.13).

     A palavra “hamartia”, no grego do Novo Testamento, já foi citada em correlação com “chata’a” do Antigo Testamento. Entretanto, ambas as palavras, cujo sentido é “errar o alvo”, “perder o rumo ou fracassar”, indicam que o primeiro homem, no princípio, perdeu o rumo de sua vida e fracassou em não atingir o padrão divino estabelecido para a sua vida. Na linguagem do Novo Testamento, a palavra “hamartia” tem ainda um sentido mais forte que a ideia de “fracasso” ou de “transgressão”. A palavra tem o sentido de “poder de engano do pecado”, como em Romanos 5.12 e Hebreus 3.13. Portanto, pecado é mais que um fracasso; é uma condição responsável que implica culpabilidade.

     O pecado é um ato livre e voluntário do homem, porque ele é um ser moral, dotado da capacidade de perceber o certo e o errado. O homem é um agente moral livre para decidir o que fazer da sua vida (Ec 11.9).

     O pecado é um tipo de mal, porque nem todo mal é pecado. Existem males físicos conseqüentes da entrada do pecado no mundo. Na esfera física, temos um tipo de mal que se manifesta nas doenças. Entretanto, na esfera ética, o mal tem um sentido moral. É nessa esfera moral que se manifesta o pecado. Os vários termos hebraicos e gregos das línguas originais da Bíblia, quando falam do pecado, apontam para o sentido ético, porque falam da prática do pecado, ou seja, dos atos pecaminosos.

     O pecado é, de fato, uma ativa oposição a Deus, uma transgressão das suas leis, que o homem, por escolha própria (livre), resolveu fazer (Gn 3.1-6; Is 48.8; Rm 1.18-22; 1Jo 3.4).

     Outra verdade acerca do pecado é o fato de que o pecado tem caráter absoluto. Esse conceito é bíblico e correto. É difícil se fazer distinção ou graduação entre o bem e o mal, porque o caráter de uma pessoa tem um sentido qualitativo. Uma pessoa boa não se torna má porque tenha diminuído sua bondade, mas ela se torna má quando se deixa envolver pelo o pecado. Essa é uma questão de qualidade, e não de quantidade. O pecado não pode ser tratado como um grau menor de bondade, porque o pecado é algo sempre negativo e absoluto. Do ponto de vista bíblico, não há neutralidade quanto ao bem ou ao mal. O que é mal não é mais ou menos mal. Ou se está do lado justo e certo ou se está do lado injusto e errado.

      O pecado não é apenas a prática de um ato errado. Como dizia o teólogo Louis Berkhof, “o pecado não consiste apenas em atos manifestos”. O pecado não é apenas aquilo que se pratica erradamente, mas é algo entranhado na natureza pecaminosa adquirida da raça humana. É um estado pecaminoso que desenvolve hábitos pecaminosos os quais se manifestam na vida cotidiana. Todas aquelas tendências e propensões pecaminosas típicas da natureza corrompida de cada um de nós demonstram o estado pecaminoso do ser humano. A Bíblia denomina “carne” a este estado que pode ser controlado por uma vida regenerada (2Co 5.17).

      Indiscutivelmente, o pecado trouxe graves conseqüências ao universo, especialmente à vida na terra. A Bíblia faz várias declarações a respeito da universalidade do pecado. Por exemplo, temos no Antigo Testamento alguns exemplos, tais como “não há homem que não peque” (1Rs 8.46) e “porque à tua vista não há justo nenhum vivente” (Sl 143.2). Paulo, na Carta aos Romanos, disse: “Não há um justo, nenhum sequer; não há quem faça o bem, nenhum sequer”, Rm 3.10-12; “Pois todos pecaram e carecem da gloria de Deus”, Rm 3.10-12. O apóstolo João afirma: “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós” (1Jo 1.8).

     Se morte física significa separação de corpo e alma e é parte da pena do pecado, entendemos que, de modo nenhum, a morte física significa a penalidade final. Nas Escrituras, a palavra “morte” é frequentemente usada com sentido moral e espiritual. Isso significa que a verdadeira vida da alma e do espírito é a relação com a presença de Deus. Portanto, a pena divina contra o pecado do homem no Éden foi a separação da comunhão com o Criador.

A morte espiritual tem dois sentidos especiais: um sentido é negativo e o outro é positivo. Em relação à vida cristã, todo crente está morto para o pecado, porque a pena do pecado foi cancelada e ele está fora do domínio do pecado. Trata-se da separação da vida de pecado depois que se aceita a Cristo e é expiado por Ele. Porém, em relação ao futuro, o crente terá a vida eterna, isto é, terá a redenção plena do corpo do pecado (Ap 21.27; 22.15).

O sentido negativo de morte espiritual refere-se à morte no pecado. O crente está morto para o pecado, mas o ímpio está morto espiritualmente no pecado. Significa que o pecador vive em um estado de vida separado de Deus e de sua comunhão. Significa estar “debaixo do pecado” e estar sob o seu domínio (Ef 2.1,5). O efeito desses dois sentidos é presente e temporal. O pecador sem Deus, no presente, está numa condição temporal de excomunhão com Deus, mas, pela graça de Deus, poderá sair desse estado e morrer para o pecado (Ef 4.18; Gn 2.17).

       A punição final do pecado é a morte eterna, ou seja, o juízo contra o pecado (Hb 9.27). A morte eterna é a culminância e complementação da morte espiritual. Diz respeito à repugnância da santidade divina que requer justiça contra o pecado e contra o pecador impenitente. Significa a retribuição positiva de um Deus pessoal, tanto sobre o corpo como sobre a sua alma e espírito (Mt 10.28; 2 Ts 1.9; Hb 10.31; Ap 14.11).

     Uma das grandes verdades acerca do castigo do pecado é que a justiça de Deus o exige a fim de que ninguém o acuse de injustiça. Ele é o Senhor que pratica a misericórdia, juízo e justiça na terra (Jr 9.24). A questão do pecado encontra resposta e solução quando encontramos na Bíblia a declaração de Paulo de que Deus propôs Jesus Cristo como a propiciação pelo seu sangue, para receber toda a carga da ira de Deus contra o pecado (Rm 3.25). Significa que a cruz foi a forma pela qual Deus castiga o pecado. O próprio Deus, perfeito em justiça, tornou possível a expiação dos pecados por Aquele que se fez nosso justificador completo – Jesus (Rm 3.26).

    A Salvação está quando entregamos a nossa vida por inteiro ao Senhor Jesus, reconhecendo, arrependidos, os nossos pecados; e também reconhecendo o sacrifício de Cristo como suficiente para a nossa expiação, procurando agora vivermos sempre conforme a Sua vontade, expressa na Sua Palavra, a Bíblia Sagrada.

    * Texto extraído do site CPADNEWS, disponível em: http://www.cpadnews.com.br/blog/elienaicabral/fe-e-razao/1/a-doutrina-do-pecado.html%3E acessado em 27/01/2018.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

O AMIGO LEAL- LIÇÃO-04 - AUXILIO ADOLESCENTES .

Lucas 10.38-42;
Uma Visita a Marta e Maria (10.38-42)
Ele entrou numa aldeia (38). Esta aldeia era Betânia, portanto era sobre a Marta e a Maria acerca das quais João escreveu (Jo 11.lss). As descrições das irmãs encontra­ das nos dois Evangelhos claramente apontam para as mesmas pessoas. Este incidente provavelmente ocorreu quando Jesus fez sua breve visita a Jerusalém para a celebração da Festa da Dedicação, no mês de dezembro que antecedeu a sua paixão.
Uma bela amizade existia entre Jesus e essas duas irmãs e o irmão delas, Lázaro. Na amizade do Senhor com eles, temos uma das melhores ilustrações do lado humano de Cristo, encontradas no Novo Testamento. Jesus deve tê-los conhecido bem no início de seu ministério. Ele pode tê-los encontrado em uma de suas muitas viagens a Jerusalém.
Em vista da óbvia cordialidade e proximidade dessa amizade, é um fato enigmático que nenhum dos Evangelhos Sinóticos mencione Lázaro, e que o único relato das irmãs, além do Evangelho de João, seja este que está sendo analisado. A melhor resposta dispo­ nível parece ser a de que a história não se ajustava ao propósito específico dos autores dos outros Evangelhos.
Muitas tentativas foram feitas para identificar Maria, Marta e Lázaro com outras pessoas conhecidas. Uma sugestão é que Marta era a esposa de Simão, o Leproso. Lázaro foi identificado com o rabi Eliezer (ou Lázaro) do Talmude. Mas esta e outras especulações não têm comprovação, e devem ser tratadas como meras conjecturas.
Marta é um nome aramaico e significa "senhora"; é o equivalente ao grego kyria. Foi sugerido que Marta era a "senhora eleita" a quem João escreveu a sua segunda Epístola. Ela o recebeu em sua casa. Há algumas possibilidades a considerar: Marta era casada ou viúva. Maria e Lázaro viviam com ela. Pode ser que ela fosse reconhecida como a senhora da casa por ser mais velha do que eles. Neste último caso, eles poderiam estar vivendo juntos como uma família desde a morte de seus pais.
Tinha esta uma irmã, chamada Maria (39). Maria é, obviamente, subordinada à sua irmã. Sua única relação com a casa ou com o evento social em curso é que ela é a irmã de Marta. A qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra -literalmente, "a qual tendo, também, se assentado aos pés de Jesus estava ouvindo (ou escutando) a sua palavra". Foi sugerido que a palavra também implica que ela inicial­ mente ajudou a servir; depois ela se sentou para ouvir as palavras de Jesus. A expressão assentando-se também aos pés de Jesus tem dois significados. Literalmente, sugeri­ ria que ela se sentou abaixo dele (em um assento mais baixo), mas tem, também, um sentido figurado ou metafórico, pelo qual ela o ouviu como um discípulo ouviria seu professor. A situação sugere uma relação professor-aluno. Os discípulos geralmente sentavam-se aos pés do rabi, como Paulo se sentava aos pés de Gamaliel (At 22.3).
Marta, porém, andava distraída em muitos serviços (40) é, literalmente, "Marta estava distraída com os afazeres domésticos". E aproximando-se... Os termos gregos desta frase indicam uma repentina suspensão de sua situação febril - de uma maneira desesperada ou exasperada. Senhor, não te importas que minha irmã me deixe servir só? Esta frase também carrega uma marca de exasperação e agitação. Uma tradução literal seria: "O Senhor não se importa que a minha irmã me deixe sozinha?" Ela não só culpou sua irmã, mas estava também agitada e um tanto impaciente com o Senhor por permitir que a sua irmã a desamparasse. De fato, ela parecia sugerir que o Senhor estava encorajando Maria a negligenciar o seu dever. A palavra traduzida como deixe, significa "dar as costas". Isto também sugere que Maria estava ajudando sua irmã, mas deve ter parado e ido ouvir Jesus.
Dize-lhe, pois, que me ajude - literalmente, "fale para ela". A palavra pois indica que Marta tem certeza de que suas afirmativas anteriores justificavam seu pleito por completo, e condenavam Maria. A implicação é: Já que meu pleito ficou irrefutavelmente demonstrado, dá-lhe a ordem. Marta estava, obviamente, confiante de que estava certa­ e que havia sido tratada injustamente.
Marta, Marta (41). Spence destaca que "há várias instâncias notáveis desta repetição do nome pelo Mestre na história do Novo Testamento e, em cada caso, aparente­ mente em amor compassivo". 9 Ele se refere a "Simão, Simão", em Lucas 22.31; "Saulo, Saulo" em Atos 9.4; etc. Estás ansiosa e afadigada com muitas coisas. A palavra grega traduzida como Estás ansiosa significa "preocupada" ou "atrapalhada com os cuidados". Jesus está dizendo que ela está muito preocupada com muitas coisas não tão importantes.
Uma só é necessária (42). Note o contraste entre as muitas coisas com as quais Marta se preocupava e a única coisa que era necessária. As "muitas coisas" de Marta eram materiais, físicas e sociais; a "única coisa" ("Uma só") de Maria era espiritual e de significado eterno. Marta não estava escolhendo o errado no lugar do certo, mas o incidental em lugar do mais importante, o temporal em lugar do eterno.
Jesus tinha vindo a esta casa como Convidado. Marta estava cuidando, febrilmente, de muitas coisas para ser agradável e entreter. Mas essas coisas não eram necessárias. O principal interesse dele não era ser recebido de braços abertos e nem com uma mesa farta, mas sim com corações abertos e uma oportunidade de servir o seu Alimento a eles. Este pleito podia ter uma implicação secundária. Marta estava preparando uma refeição suntuosa e o trabalho extra a estava prejudicando mais do que a comida adicional ajudaria o Mestre.
A boa parte era uma expressão comum, significando a parte honrada de uma festividade. Maria escolhera com sabedoria. Ela sabia qual parte era a mais desejável e a mais nobre, e a escolheu. Há uma finalidade sugerida em conexão com este pensamento. Jesus garante essa finalidade ao dar apoio à escolha dela: a qual não lhe será tirada. A figura que permeia toda a passagem é a da festividade, e o Mestre transmite a sua
mensagem ao colocar a festa espiritual acima da material.

João 11.1-45
Versículos 1-6. A enfermidade de Lázaro; 7-1O: Cristo retorna à
Judéia; 11-16. A morte de Lázaro; 17-32: Cristo chega a Betânia; 33-
46. Jesus ressuscita Lázaro.

Vv. 1-6.   Estarem enfermos não é nada novo para aqueles que são amados por Cristo. As enfermidades físicas podem corrigir a corrupção e provar a graça do povo de Deus. Ele não veio para livrar completamente ao seu povo de enfrentar estas aflições, mas os abençoa, e veio salvá-los dos pecados que cometeram, e da ira vindoura. Contudo, o nosso dever é apelarmos a Ele a favor de nossos amigos e parentes quando estão enfermos e aflitos. Que isto possa nos reconciliar com o lado da providência que para nós é o mais obscuro, que trata de que tudo seja para a glória de Deus. Assim acontece com as enfermidades, as perdas e as desilusões; e devemos nos sentir satisfeitos se Deus for glorificado. Jesus amava Marta, a sua irmã e a Lázaro. As famílias que têm abundância de amor e paz são grandemente favorecidas, mas aquelas a quem Jesus ama e aquelas pelas quais Ele é amado possuem a máxima felicidade possível. Acontece algumas vezes que este não seja o caso de todas as pessoas, mesmo em famílias pequenas.
Deus tem boas intenções mesmo quando parece demorar. Quando demora a ser realizada a obra da libertação temporal ou espiritual, pública ou pessoal, este fato se deve à espera do momento oportuno.
Vv. 7-10. Cristo jamais coloca o seu povo em perigo, porque está sempre com este. Temos a tendência de pensar que somos zelosos em relação ao Senhor, quando na realidade, somos zelosos somente por nossa riqueza, crédito, conforto e segurança. Portanto, precisamos examinar e provar os nossos princípios, o nosso dia será prolongado até que a nossa obra esteja realizada, e o nosso testemunho esteja finalizado. o homem terá consolo e satisfação enquanto andar pelo caminho de seu dever, conforme o que for estipulado pela Palavra de Deus, e esteja determinado pela providência de Deus. onde quer que Cristo tenha ido, andou de dia, e assim nós faremos se seguirmos os seus passos. Se um homem andar no caminho de seu coração, conforme o rumo deste mundo, considerará mais os seus argumentos carnais do que a vontade e a glória de Deus, e cairá em tentações e armadilhas. Tropeçará porque não haverá luz nele, porque a luz em nós são as nossas atitudes morais, assim como a luz ao nosso redor são as nossas atitudes naturais.
Vv. 11-16. Estamos seguros de ressuscitar ao final, por que a esperança que crê na ressurreição para a vida eterna não faz com que seja mais fácil para nós a ocasião de despirmo-nos do corpo, como se tirássemos a roupa e fôssemos dormir? Quando o cristão verdadeiro morre, não faz nada mais do que dormir; descansa das obras do dia que passou. Sim, neste caso, a morte é melhor do que o sono natural, porque dormir é somente um rápido descanso, e a morte é o final de todas as preocupações e esforços terrenos. os discípulos pensavam que agora não seria necessário que Cristo fosse onde Lázaro estava, expondo tanto a si mesmo quanto a eles. Assim, muitas vezes, esperamos que a boa obra que somos chamados a fazer seja feita por alguma outra mão, se for arriscado fazê-la. Quando Cristo ressuscitou a Lázaro dentre os mortos, muitos foram levados a crer nEle; e muito foi feito para aperfeiçoar a fé daqueles que creram. vamos a Ele. A morte não é capaz de separar-nos do amor de Cristo, nem de colocar-nos fora do alcance de sua chamada.
Como no caso em que Tomé foi incentivado, os cristãos devem incentivar-se uns aos outros em tempos difíceis. A morte do Senhor Jesus deve dar-nos a disposição de morrer quando Deus nos chamar.
Vv. 17-32. Aqui havia uma casa onde estava o temor a Deus, e sobre a qual repousava a sua bênção; porém, tomou-se por certo tempo uma casa enlutada. A graça evita que o coração sinta dores, mas pode não evitar que as dores venham sobre a família.
Quando Deus, por sua graça e providência, vem a nós por caminhos de misericórdia e consolo, como no caso de Marta, devemos sair a encontrá-lo por fé, esperança e oração. Quando Marta saiu ao encontro de Jesus, Maria ficou tranquila em casa; anteriormente, este temperamento fora vantajoso para ela, quando colocou-a aos pés de Cristo para que ouvisse a sua palavra. Porém, no dia da aflição, o mesmo temperamento a dispôs à melancolia. A nossa sabedoria consiste em vigiar contra a tentação, e utilizar as vantagens de nosso temperamento natural.
Quando não sabemos o que pedir ou esperar particularmente, encomendemo-nos a Deus. Deixemos que Ele faça aquilo que lhe agradar. Para aumentar as expectativas de Marta, o nosso Senhor declara que Ele mesmo é a Ressurreição e a Vida. Ele é a ressurreição em todos os sentidos: fonte, essência, primícias e causa da ressurreição. A alma redimida vive feliz após a morte e, após a ressurreição, o corpo e a alma são resguardados dos males para sempre.
Quando lermos ou ouvirmos a Palavra de Cristo sobre as grandes coisas do mundo porvir, devemos perguntar a nós mesmos: cremos nesta verdade? As cruzes e os consolos desta época não nos impressionariam tão profundamente como o fazem, se crêssemos da maneira que devemos crer nas coisas relacionadas com a eternidade.
Quando Cristo, o nosso Mestre, vem, nos chama. Ele vem em sua Palavra e em seus mandamentos, e nos chama a eles e por eles para si mesmo. Aqueles que, em um dia de paz, colocam-se aos pés de Cristo para que os ensine, podem, de modo consolador, permanecer aos seus pés para encontrarem o seu favor em um dia de inquietação.
Vv. 33-46. A tema simpatia de Cristo por estes amigos aflitos manifestou-se por meio da angústia de seu Espírito. Ele é afligido em todas as aflições dos crentes. A sua preocupação por eles é demonstrada por meio de sua bondosa pergunta quanto aos restos mortais de seu amigo falecido. Ele age da mesma forma e da mesma maneira que os filhos dos homens, ao ser encontrado em semelhança de homem; Ele o demonstrou por meio de suas lágrimas.
Era um homem de dores, experiente nas aflições. As lágrimas de compaixão parecem-se com as lágrimas de Cristo, mas Ele jamais aprovou esta sensibilidade da qual tantos se ensoberbecem, dentre aqueles que choram por causa de simples relatos de problemas, e se endurecem diante dos "ais" da verdade. Dá-nos o exemplo ao apartar-se das frívolas cenas hilariantes, para que consolemos ao aflito. Não temos um Sumo Sacerdote que não possa compadecer-se de nossas fraquezas. Um bom passo para elevar uma alma à vida espiritual é tirarmos a pedra, eliminarmos e superarmos os preconceitos, dando lugar para que a Palavra entre no coração. Se recebermos a Palavra de Cristo e confiarmos em seu poder e fidelidade, veremos a glória de Deus e nos alegraremos ao vê-la. O Senhor Jesus Cristo nos ensina, através de seu exemplo, a chamarmos a Deus de Pai em nossas orações, e a aproximarmo-nos dEle assim como o filho se aproxima de seu pai, com humilde reverência, e santa ousadia.
Falou diretamente a Deus com os olhos fitos no céu e em alta voz, para que eles se convencessem de que o Pai o havia enviado ao mundo como o seu Filho amado.
Ele poderia ressuscitar Lázaro pelo exercício silencioso de seu poder e vontade, e pela obra invisível do Espírito de Vida; porém, o fez em voz alta. Esta atitude tipificava a proclamação do Evangelho e a sua chamada, por meio do qual tiram-se as almas mortas da sepultura do pecado: tipificava o som da trombeta do arcanjo do último dia, com que serão despertados todos aqueles que dormem no pó, e que serão convocados a comparecer perante o grande tribunal. A sepultura do pecado e este mundo não são um lugar adequado para aqueles que Cristo fez reviver; eles devem sair. Lázaro foi completamente ressuscitado e regressou não somente à vida, mas também ao gozo de perfeita saúde. o pecador não é capaz de ressuscitar-se a si mesmo, mas deve utilizar os meios da graça; o crente não pode santificar a si mesmo, e tem a responsabilidade de deixar de lado todo o embaraço e tudo aquilo que não lhe convém. Não podemos converter os nossos parentes e amigos, mas devemos instruí-los, precavê-los e convidá-los.


Estes comentários foram extraídos dos livros: Comentário bíblico Mathew Henry e Beacom.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

AUXILIO JOVENS 4ª LIÇÃO - A TENTAÇÃO DE JESUS.

TEXTO DO DIA
(Mt 4.11)  “Então, o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos e o serviram.”

4.11 Como Jesus era superior a Satanás, Satanás tinha que fazer o que Jesus lhe ordenara. Portanto, o diabo o deixou, Esse era apenas o primeiro dos muitos encontros que Jesus teria com o poder de Satanás. O fato de os anjos terem vindo e servido a Jesus não diminui a intensidade das tentações por que passou. Os anjos podem ter-lhe servido alimento (chegaram os anjos e o serviram), mas também atenderam às suas necessidades espirituais.

TEXTO BÍBLICO- Mateus 4.1-11.
SATANÁSTENTAJESUS NO DESERTO/ 4.1-11 /
Com a tentação de Jesus aprendemos que obedecer ao Senhor pode causar intensas e perigosas batalhas espirituais. Muitas vezes, nossas vitórias espirituais são invisíveis para o mundo que nos cerca. Devemos usar o poder de Deus para enfrentar a tentação, e evitar resistir a ela com nossas próprias forças.

4.1 O mesmo Espírito Santo que havia enviado Jesus para ser batizado o conduziu ao deserto, para ser tentado pelo diabo. Jesus tomou a ofensiva contra o inimigo, Satanás, dirigindo­ se ao deserto para enfrentar a tentação. Em grego, a palavra "diabo" significa "acusador" e em hebraico a palavra "Satanás" tem o mesmo sentido (4.10). Satanás é um arcanjo caído, é um ser realmente criado, ele não é um símbolo, e está lutando constantemente contra aqueles que seguem e obedecem a Deus.
A palavra "tentar" significa "colocar em teste para ver o que de bom e de mau, de força e de fraqueza" existem em uma pessoa. As tentações do diabo estavam focalizadas em três áreas essenciais: (1) desejos e necessidades físicos, (2) possessões e poder, e (3) orgulho (veja 1 João 2.15 para uma relação semelhante). Essa tentação do diabo nos mostra que Jesus era humano e lhe deu a oportunidade de reafirmar o plano de Deus para o seu ministério. Também nos dá um exemplo a seguir quando somos tentados.
4.2       E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome. O hábito de jejuar era usado como disciplina espiritual para a oração e um tempo de preparação para as grandes tarefas futuras. Ao final do jejum de quarenta dias, era óbvio que Jesus estivesse faminto. Sua condição de Filho de Deus não tornava essa tarefa menos difícil e a falta de sustento levou seu corpo físico a sofrer de terrível fome e sofrimento. As três tentações mencionadas acima ocorreram quando Jesus estava com seu estado físico mais debilitado.

4.3   O tentador expressou sua tentação dizendo: Se tu és o Filho de Deus. A partícula "se" não implicava uma dúvida, pois tanto Satanás como Jesus conheciam a verdade. Satanás tentou Jesus com seu próprio poder. Como Jesus era o Filho de Deus, então Ele certamente podia transformar pedras em pães a fim de satisfazer sua fome. "O Filho de Deus não tem razão para ter fome", Satanás sugeriu. Ele queria que Jesus usasse seu poder e condição para atender suas próprias necessidades.

4.4    Fle [Jesus], porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. Jesus respondeu com as palavras de Deuteronômio 8.3. Em todas as três citações de Deuteronômio (Mt 4.4,7, 1O), o contexto mostra que Israel falhou todas as vezes em cada teste. Jesus transmitiu a Satanás que embora o teste pudesse ter levado Israel a errar, isso não aconteceria com Jesus. Para verdadeiramente cumprir sua missão, Jesus precisava ser completamente humilhado. Se fizesse seu próprio pão, Ele teria mostrado que não havia desistido de todos os seus poderes, não teria se humilhado, e não teria se identificado totalmente com a raça humana. Mas Jesus se recusou, mostrando que só usaria os seus poderes em submissão ao plano de Deus.

4.5  ,6 A tentação seguinte foi realizada em Jerusalém, a sede política e religiosa da Palestina. O Templo era o centro religioso da nação judaica e o lugar onde o povo aguardava a chegada do Messias (MI 3.1). O Templo era o edifício mais elevado da área e esse pináculo era provavelmente a parede lateral que se projetava para fora da colina. Dessa vez, Satanás usou a escritura para tentar convencer Jesus a pecar. Ele citou as palavras do Salmo91.l l,12:"SetuésoFilhodeDeus,lança­ te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra''. Satanás queria testar o relacionamento de Jesus com Deus Pai para ver se a promessa de proteção divina era verdadeira. Satanás estava citando a escritura fora do seu contexto, fazendo parecer que Deus protegeria qualquer um, mesmo se essa pessoa tentasse desafiar as leis naturais. Segundo o contexto, o Salmo promete a proteção de Deus para aqueles que, embora permanecendo na vontade do Senhor, e servindo a Ele, se encontrarem em perigo. Ele não promete proteção para crises criadas artificialmente, nas quais os cristãos clamam a Deus a fim de testar o seu amor e o seu cuidado.

4.7 Jesus respondeu usando Deuteronômio 6.16: "Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus". Nessa passagem, Moisés estava se referindo a um incidente ocorrido durante a passagem de Israel pelo deserto, registrada em Êx 17.1-7. O povo estava sedento e pronto para se rebelar contra Moisés e voltar para o Egito se ele não lhes fornecesse água. Deus forneceu a água, mas só depois que o povo tinha tentado ao Senhor dizendo: "Está o Senhor no meio de nós, ou não?"
Jesus podia ter saltado do Templo. Deus teria enviado anjos para conduzi-lo ao solo com segurança. Mas teria sido um ridículo teste do poder de Deus e contra a sua vontade. Jesus sabia que seu Pai podia protegê-lo e também entendia que todos os seus atos estavam dirigidos à realização da missão que seu Pai lhe havia destinado, mesmo se isso quisesse dizer sofrimento e morte (o que realmente aconteceu).

4.8,9 Novamente, o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles. E disse­ lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. Essa experiência era provavelmente uma visão. Os reinos do mundo estão sob o domínio de Satanás Jo 12.31). Ele sabia que um dia Jesus iria reinar sobre a terra (veja Fp 2.9-11). Sua tentação era, basicamente: "Por que esperar? Posso te dar tudo isso agora!" Satanás tentou Jesus a receber o reino da terra naquele exato momento, antes de executar seu plano de salvar o mundo do pecado. Para Jesus, isso significava alcançar o prometido domínio sobre o mundo sem passar pelo sofrimento e pela morte na cruz. Satanás estava oferecendo um atalho indolor. Mas ele não entendia que o sofrimento e a morte faziam parte do plano de Deus que Jesus havia decidido obedecer.

4.10 Jesus expulsou Satanás com as palavras: "Vai-te Satanás". Se Jesus considerasse o atalho como um objetivo - reinar sobre o mundo, mas adorando Satanás - (4.9) - Ele teria transgredido o primeiro mandamento: "Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás" (cf. Dt 6.4,5). Jesus preferiu tomar o caminho de obedecer a Deus, pois somente assim seria capaz de cumprir sua missão, que
era trazer a salvação ao mundo.

Extraído do livro: comentário bíblico pentecostal.