AUXÍLIO PRIMÁRIOS L 06 – O MENINO JESUS VISITA A CASA DE DEUS.

2.41,42 De acordo com a lei de Deus, todo adulto do sexo masculino deveria ir a Jerusalém três vezes por ano, para as grandes Festas (Êx 23.14-17; Dt 16.16), na primavera, se celebrava a Páscoa, seguida imediatamente pela Festa dos Pães Asmos, que durava uma semana inteira. A Páscoa comemorava a noite em que os judeus saíram do Egito, quando Deus havia matado os primogênitos dos egípcios, mas tinha poupado os lares dos israelitas (veja Êx 12.21-36). Todos os anos, Jesus e seus pais, juntamente com outras famílias judias, subiam a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa da Páscoa. Novamente aqui há atenção à lei - Jesus cresceu em um lar em que as leis de Deus eram obedecidas e as festas anuais eram observadas. Assim, tendo de já doze anos, as coisas não foram diferentes, e a família foi para a festa como de costume.

2.43,44 Aqueles que frequentavam as festas normalmente viajavam em caravanas para proteção contra os ladrões das estradas da Palestina. Era costume que as mulheres e as crianças viajassem à frente da caravana, e os homens na retaguarda. Um menino de doze anos possivelmente poderia ter estado em qualquer dos dois grupos, e tanto Maria quanto José supuseram que Jesus estava no outro. A sua caravana provavelmente incluía um grande número de pessoas. Assim, somente quando estavam prestes a chegar ao lugar onde passariam a noite, Maria e José procuraram Jesus entre os outros viajantes, somente para descobrir que Ele não estava entre a multidão, mas que tinha ficado em Jerusalém.

2.45-47 Quando Maria e José descobriram que Jesus não estava entre os viajantes, voltaram a Jerusalém em busca dele. O intervalo de três dias provavelmente se refere a um dia de viagem saindo da cidade, um dia para retornar e o terceiro dia, que foi quando o encontraram. Certamente para seu grande alívio, eles o encontraram no templo.
Os pátios do templo eram famosos por toda a Judéia como lugares de aprendizado. Na época da Páscoa, os maiores rabinos da região se reuniam para ensinar e discutir grandes verdades entre si. O futuro Messias sem dúvida teria sido um assunto popular de discussão, pois rodos o esperavam. Jesus deve ter estado ansioso para ouvir e fazer perguntas investigatórias. Não era apenas a sua juventude, mas a profundidade da sua sabedoria, que maravilhava os doutores.

2.48 Maria e José conheciam a verdadeira identidade do seu filho, mas isto não os impediu de serem pais tipicamente preocupados. Seu filho estivera longe deles durante três dias, mas isto não parecia tê­ lo aborrecido nem um pouco. Ele estava absorvido em discussões no Templo. Maria estava preocupada, ansiosa, e consternada pelo que havia acontecido e por sua frustrante busca de Jesus. As palavras de Maria indicam uma ligeira repreensão: "Por que fizeste assim para conosco?" Ela explicou que eles tinham estado ansiosos desde que descobriram que ele tinha desaparecido.
2.49,50 Jesus certamente se sentiu mal por ter causado preocupação a seus pais, mas para Ele fazia sentido que estivesse na casa de seu Pai (versão RA), isto é, no templo. Esta é a primeira menção à consciência de Jesus de ser Filho de Deus (Ele chamou Deus de "meu Pai"). O seu relacionamento com o seu Pai Celestial substituía a sua família humana e até mesmo a sua casa humana. Embora Ele provavelmente fosse à escola e estudasse com outros meninos na sinagoga em Nazaré, estar no templo com muitos doutores era uma grande oportunidade para Jesus. Ele tirou pleno proveito do seu tempo ali, e parece que pensava que seus pais saberiam onde Ele estava.
Os pais de Jesus não compreenderam as palavras que lhes dizia a respeito da casa de seu Pai. Eles não perceberam que Ele estava fazendo uma distinção entre o seu pai terreno e o seu Pai celestial. Jesus sabia que Ele tinha um relacionamento exclusivo com Deus. Embora Maria e José soubessem que Ele era Filho de Deus, eles não entendiam o que a sua missão envolveria. Além disto, eles tinham que criá-lo, juntamente com seus irmãos e irmãs (Mt 13.55,56) como uma criança normal. Eles sabiam que Jesus era único, mas não sabiam o que lhe passava pela mente. Eles tinham que aprender e observar as complexas realizações da identidade e do chamado especial de Jesus, mesmo enquanto Ele vivesse com a sua família.

2.51 Jesus foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. Jesus entendia a sua identidade com Deus, mas ao mesmo tempo ainda não era a hora de iniciar o seu ministério terreno (o que não aconteceu até que Ele tivesse trinta anos de idade). O comportamento de Jesus não era desobediente, mas Ele agia precocemente de acordo com a sua verdadeira identidade, e com a missão que um dia cumpriria. Nesse meio tempo, Jesus vivia uma vida humana, obedecendo aos seus pais, crescendo, estudando e aprendendo. Da mesma maneira como tinha feito com as palavras dos pastores na ocasião do nascimento de Jesus (2.19), Maria guardava no coração todas essas coisas. Ela não entendia completamente o seu filho, mas se lembrava destes eventos, ponderava sobre eles e procurava descobrir o seu significado. Um dia, tudo ficaria claro. Um dia, seu filho se tornaria o seu Salvador, e ela compreenderia.

2.52 A Bíblia não registra nenhum evento sobre os dezoito anos seguintes da vida de Jesus, mas sem dúvida Ele estava estudando e amadurecendo. Como o filho mais velho de uma grande família, Ele ajudava José no seu trabalho de carpintaria. José pode ter morrido durante essa época, deixando Jesus encarregado de sustentar a família. A rotina normal da vida diária deu a Jesus uma compreensão sólida do povo judeu.
O segundo capítulo de Lucas nos mostra que embora Jesus fosse único, Ele teve uma infância e adolescência normal. Em termos de desenvolvimento, Ele passou pela mesma progressão que nós. Ele cresceu fisicamente (em estatura) e mentalmente (em sabedoria).
Ele se relacionava com pessoas que amava (em graça... para com os homens) e era amado por Deus. Uma vida humana plena é equilibrada. Era importante para Jesus - e deveria ser importante para todos os crentes - desenvolver-se plenamente e harmoniosamente em cada urna destas áreas essenciais: física, mental, social e espiritual.

RETIRADO DO LIVRO COMENTÁRIO BÍBLICO NOVO TESTAMENTO APLICAÇÃO PESSOAL.


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