EXTRAÍDO DO LIVRO COMENTÁRIO BÍBLICO APLICAÇÃO PESSOAL.
MATEUS
6.14,15; 18.21-35 .
6.14,15 Jesus fez uma surpreendente recomendação sobre o perdão: "Se,
porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não
perdoará as vossas ofensas" (veja também 6.12). Viver um
relacionamento com Deus exige de nós o constante arrependimento dos pecados que
nos atormentam. Como os crentes devem se aproximar de Deus constantemente para
a confissão e o perdão, recusar o perdão aos outros revela falta de
agradecimento pela misericórdia recebida de Deus. Todas as pessoas compartilham
da mesma condição de pecadores que precisam do perdão de Deus. Se não
perdoarmos aos outros, estamos de fato negando e rejeitando o perdão de Deus
para nós (veja Ef 4.32; CI 3.13). Mais tarde Jesus contaria uma parábola sobre
essa situação (18.23-35).
18.21 - Pedro fez a Jesus urna pergunta comumente discutida em debates
rabínicos. A resposta comum era que se considerava suficiente perdoar três
vezes. Pedro pode ter escolhido o número sete não somente para indicar generosidade, mas também
porque o número sete é comumente usado na Bíblia para transmitir a idéia de
perfeição.
18. 22- A
resposta de Jesus não significava que os seguidores deveriam observar a
contagem até setenta vezes sete; antes, a afirmação quer dizer não
contar de maneira nenhuma. Não deve haver nenhum limite para a disposição de um
crente perdoar outro crente (dentro dos limites dos passos definidos acima para
ajudar a restaurar os crentes desviados, 18.15-20). Todos os crentes devem
perdoar voluntariamente, pois todos os crentes já foram perdoados com um perdão
que está muito além da sua compreensão, como demonstra a parábola seguinte.
18.23,24 esta parábola está registrada somente no texto de Mateus e
exemplifica a necessidade do perdão ilimitado no corpo de Cristo. Um rei decidiu que queria examinar os
livros com seu contador. Este primeiro homem se encontrava devendo uma imensa
quantia de dinheiro.
18.25- O homem não tinha com que pagar ao rei
o quanto lhe devia, de modo que o rei mandou
que ele, sua família e tudo o que ele tinha fossem vendidos para pagar
a dívida. A venda dos membros da família, como também das posses, pata
pagar dívidas era comum nos tempos antigos.
18. 26,27 - o homem humildemente prostrando-se, o reverenciava,
implorando por paciência. O rei misericordioso movido de íntima compaixão, o soltou e perdoou lhe a dívida Esta reviravolta inesperada
nos acontecimentos deve ter surpreendido os ouvintes de Jesus. Que peso
incrível deve ter sido removido de seus ombros! Infelizmente, a história não
termina aqui.
18.28-31 O rei tinha perdoado urna dívida de milhões de dólares e
tinha permitido que o seu servo continuasse em liberdade. Mas quando aquele
servo saiu, encontrou um conservo que lhe devia alguns mil dólares. Ele o agarrou pela garganta e exigiu o pagamento
imediato.
Os milhares que ele devia eram uma quantia significativa;
mas comparada com os milhões a quantia era extremamente pequena. Este conservo
também implorou por paciência, mas foi preso e encarcerado até que a dívida
pudesse ser paga.
Em comparação com o que tinha sido perdoado
ao primeiro servo, sua recusa em perdoar a outro era chocante. Aparentemente,
outros conservos (outros funcionários da corte) também julgaram o seu
comportamento chocante, e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara.
18.32,33 Por alguma razão, o primeiro servo simplesmente não entendeu
nada. Depois de ter lhe sido perdoada uma dívida de milhões de dólares, ele
jogou na prisão um conservo que lhe devia alguns milhares. Mas, antes de ir além,
no seu alegre caminho, ele foi chamado de volta pelo rei. Este, que
tinha sido tão misericordioso, agora irado, reprovou o servo por ter sido
perdoado e depois não ter tido a disposição de estender o perdão a outro. O
servo deveria ter tido compaixão do
seu conservo.
18.34 O rei ficou
tão indignado que o entregou aos atormentadores (à prisão).
Como este homem não tinha perdoado o outro, o rei decidiu também não perdoar a
sua dívida. Ao contrário, o homem deveria ficar preso até que pagasse tudo o
que devia Este homem efetivamente recebeu a pena de prisão perpétua.
18.35 O rei da parábola representa o Pai celestial e
retrata o seu papel como juiz. No contexto da punição dentro da igreja, a parábola
poderia ressaltar a responsabilidade corporativa da igreja em tratar com
justiça os membros pecadores. Isto inclui o julgamento severo daqueles que
ferem a comunhão recusando-se a perdoar os outros. Mas como Deus perdoou todos
os nossos pecados, nós não deveríamos negar perdão aos outros. Perceber o quão
completamente Cristo nos perdoou deveria produzir uma atitude livre e generosa
de perdão em relação aos outros. Quando não perdoamos os outros, estamos
dizendo que apreciamos o amor e o perdão de Deus, mas que não estamos dispostos
a estendê-los a ninguém mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário