sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Gerados pela Palavra da Verdade

Qual o contexto social em que a sua igreja local está localizada? Trata-se de uma cidade nobre? Ou da periferia? Quem são os seus alunos? Como se dá a relação social entre os seus alunos? O professor não pode planejar essa lição sem antes fazer estas perguntas e respondê-las com sinceridade.
Inicie a aula descrevendo as classes sociais da Igreja do Primeiro Século. Para isso, use o Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, pois na seção bíblica de Tiago [Orgulhando-se da “Coroa da Vida” (1.9-12)], o teólogo Timothy B. Cargal procura responder como era, ou deveria ser, a relação dos crentes oriundos de distintos contextos sociais, isto é, entre os ricos e os pobres da igreja. A conclusão que o teólogo chega nesta seção da carta é que os “leitores estavam muito conscientes de sua posição, e nem sempre se aproveitavam das oportunidades para demonstrar a preocupação de Deus por aqueles que estavam necessitados (2.14-17). Já se orgulhavam de sua elevada posição, talvez por considerarem ‘ricos’, moralmente superiores, mesmo quando se identificavam com as armadilhas das posições elevadas e do poder. Até mesmo pensavam a respeito de sua salvação utilizando a imagem da sua posição social, isto é, a coroa da vida” (p.1665).
Um desastre que pode ocorrer ao crente economicamente bem sucedido é quando ele interpreta as ocorrências cotidianas da vida como “acontecimentos espirituais”. Ele faz uma teologia particular sem se importar com os outros ao redor. Por exemplo, é comum um crente atribuir a Deus a compra de um bem material dizendo “foi Deus quem me deu!”. Mas ele não pode esquecer o contexto desta aquisição. Ora, estamos num país economicamente equilibrado e que, por isso, lhe proporcionou uma linha de crédito para esse fim. Se nós não considerarmos tais realidades poderemos entrar em questões bem difíceis, tais como: Por que Deus deu um bem para um irmão e não deu ao outro? Ambos não são salvos? É preciso explicar o mal que uma teologia individualista, como a da prosperidade, pode causar a uma igreja local. Não podemos ignorar o ensino da Palavra: a de que o rico deve suprir o necessitado, e este, deve se alegrar por se achar o filho escolhido por Deus



ARQUIVO FONTE: Subsídios - Conteúdo Adicional para as aulas de Lições Bíblicas extraído da Revista Ensinador Cristão Nº 59 do 3º trimestre de 2014

A Importância da Sabedoria Humilde

“É muito sábio não ser precipitado nas ações (Pv 19.2), nem se posicionar obstinadamente em suas próprias vaidades. Faz parte desta mesma sabedoria não acreditar em tudo que você ouve ou acreditou. Consulte alguém que seja sábio e consciencioso, e busque ser instruído por alguém melhor do que você, em vez de seguir suas próprias invenções (Pv 12.15)” (Thomas à Kempis). Estas palavras do monge alemão agostiniano simbolizam a sabedoria de que Tiago aborda em sua epístola. Trata-se de sabedoria de vida, não apenas de letra; é sabedoria de espírito; não apenas teológica; é sabedoria ativa; não somente passiva. É a sabedoria que o Pai deseja conceder a todos os seus filhos. É a sabedoria divina!
Nesta lição, o professor deve estabelecer o objetivo geral para ser atingido na aula: o de demonstrar que a verdadeira sabedoria, da qual trata o meio-irmão do Senhor, é humilde e faz parte da nova natureza do crente. Só pode tê-la quem é nascido da água e do Espírito. Não se trata de uma sabedoria do banco escolar. Tiago refere-se à sabedoria das Escrituras, que é Espírito e Vida. Resultado de uma íntima relação com Deus, por meio do Seu filho Jesus e pela força do Espírito Santo. Por isso, então, esta sabedoria não pode ser negociada. Ela vem exclusivamente de Deus, por meio do estudo e da exposição das Sagradas Escrituras.
Um mito deve ser repulsado na sala de aula: o de que a sabedoria vem de maneira mística ou “psicográfica”. A sabedoria de Deus é humilde porque ela não se revela unívoca, arrogante e individual. Ela nos traz a consciência de que não sabemos tudo e que, por isso, temos de estar dispostos a aprender com os outros. Retomo uma vez mais a citação de Thomas à Kempis: “Consulte alguém que seja sábio e consciencioso, e busque ser instruído por alguém melhor do que você, em vez de seguir suas próprias invenções (Pv 12.15)”. Para isto acontecer em nós é preciso ter a humildade de reconhecer que não sabemos tudo. Há quem saiba mais do que nós, e precisamos aprender com eles, pois Deus usa as pessoas para nos ensinar e cultivar a verdadeira sabedoria em nós. Portanto, professor, trabalhe estas questões com a classe e incentive-a a leitura e a meditação da Palavra.



ARQUIVO FONTE: Subsídios - Conteúdo Adicional para as aulas de Lições Bíblicas extraído da Revista Ensinador Cristão Nº 59 do 3º trimestre de 2014

O Propósito da Tentação

“Não nos deixes cair em tentação.” Foi a oração de Jesus ensinada aos discípulos. No tempo da provação, angústia, tristeza e sofrimento são realidades presentes na vida do discípulo de Cristo. Infelizmente, e em nome de uma teologia, muitos desejam descartar da vida esta realidade humana e não dá ao seguidor do caminho o direito de sofrer. Não é isto que a Palavra de Deus nos ensina! Pelo contrário, o sofrimento por Cristo nos dá a oportunidade de mostrarmos a nossa fé e amor por Ele, como os mártires que não retrocederam na convicção do Evangelho.
A lição desta semana tem um penoso objetivo: o de resgatar a doutrina bíblica do sofrimento por Cristo. Esta, por vezes, tem sido esquecida pela Igreja Evangélica. Quando falamos de sofrimento, algumas pessoas nos perguntam: “Mas por que o crente deveria sofrer?”; “Devemos ensinar a teologia da miséria?” etc. Tais perguntas são descabidas, pois não escolhemos sofrer por Jesus, é Este quem nos escolhe. Por consequência, ao vivermos para Cristo precisamos estar dispostos a também sofrermos por Ele. Note as palavras do Meigo Nazareno: “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida a salvará. Porque que aproveita ao homem granjear o mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo?” (Lc 9.23-25).
As expressões “negue-se a si mesmo”, “tome cada dia a sua cruz” e “siga-me” significam o convite para peregrinarmos o caminho da execução do nosso eu. Este é o caminho da Cruz de Cristo! Há, porventura, coisa mais difícil do que negar a nós mesmos? Esmagar a nossa vontade para fazer a do outro? A expressão “cada dia” revela-nos que o caminho da cruz deve ser feito por nós, diariamente, crucificando assim o “eu”. O teólogo French L. Arrington amplia este conceito: “Tomar a cruz significa uma resolução diária em negar a si mesmo por causa do Evangelho. [...] Não é questão momentânea, mas um modo de vida. Os cristãos nunca devem deixar de carregar a cruz” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, CPAD, p.374).
O Evangelho não deixa outra escolha: o nosso caminho é o do sofrimento por Cristo. O ensino de Tiago sobre o sofrimento está em pleno acordo com o Evangelho de Cristo.


ARQUIVO FONTE: Subsídios - Conteúdo Adicional para as aulas de Lições Bíblicas extraído da Revista Ensinador Cristão Nº 59 do 3º trimestre de 2014