Algumas Maneiras Diferentes de como a Bíblia Fala do Amor de Deus

Extraído do livro "A Difícil Doutrina do Amor de Deus"

É melhor eu lhe avisar que nem todas as passagens a que faço referência usam na verdade a palavra amor. Quando falo da doutrina do amor de Deus, incluo temas e textos que retratam o amor de Deus sem nunca usar a palavra,            assim como Jesus diz parábolas que retratam a graça, sem usar a palavra graça.
Com este aviso à frente, chamo a sua atenção para cinco maneiras distinguíveis com que a Bíblia fala do amor de Deus. Esta não é uma lista exaustiva, mas é heuristicamente útil.

            (1) O amor peculiar do Pai pelo Filho, e do Filho pelo Pai. O Evangelho de João é especialmente rico neste tema. Duas vezes somos informados que o Pai ama o Filho, uma vez com o verbo grego agapad (Jo 3.35), e uma vez comphiléõ (Jo 5.20). No entanto, o evangelista insiste também que o mundo deve aprender que Jesus ama o Pai (Jo 14.31). Este amor intra-Trinitariano de Deus não só separa o monoteísmo cristão de todos os outros monoteísmos, mas está ligado de maneirassurpreendentes com a revelação e a redenção. Voltarei a este tema no próximo capítulo.

            (2) O amor providencial de Deus sobre tudo o que Ele fez. De um modo geral, a Bíblia não usa a palavra amor neste sentido, mas o tema não é difícil de achar. Deus cria todas as coisas, e, antes que haja um sopro de pecado, Ele anuncia que tudo o que fez foi "bom" (Gn 1). Este é o produto de um Criador amoroso. O Senhor Jesus retrata um mundo no qual Deus veste a erva dos campos com a glória das flores silvestres talvez não vista por seres humanos, mas vista por Deus. O leão ruge e ataca a sua presa, mas é Deus que alimenta o animal. As aves encontram alimento, mas isto é o resultado da providência amorosa de Deus, e nenhuma delas cai sem a autorização do Todo-Poderoso (Mt 6.26; 10.29).
Se esta não fosse uma providência benevolente, uma providência amorosa, então a lição moral que Jesus revela, isto é, que podemos confiar que este Deus é capaz de prover o sustento do seu próprio povo, seria incoerente.

            (3) A postura salvadora em relação ao seu mundo caído. Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho (Jo 3.16). Eu sei que alguns calvinistas tentam tomar o grego kosmos ("mundo") aqui para se referir aos que eles chamam de eleitos. Mas isto realmente não servirá. Todas as evidências do uso da palavra no Evangelho de João são contrárias a esta sugestão. Para dizer a verdade, mundo em João não se refere tanto a grandeza como a maldade. No vocabulário de João, mundo é primeiramente a ordem moral em rebelião intencional e culpável contra.
Deus, Em João 3.16 o amor de Deus ao enviar o Senhor Jesus deve ser admirado, não porque seja estendido a algo tão grande quanto o mundo, mas a algo tão mau; não a tantas pessoas, mas a pessoas tão impiedosas. Entretanto, em outra passagem, João pôde falar de " todo o mundo" (1 Jo 2.2), unindo assim a grandeza com a maldade. Mais importante ainda, na teologia joanina os próprios discípulos pertenciam ao mundo, mas foram tirados dele (por exemplo, João 15.19). Neste eixo, o amor de Deus pelo mundo não pode ser reduzido ao seu amor pelos chamados eleitos» A mesma lição é aprendida em muitas passagens e temas nas Escrituras. Embora Deus se coloque em juízo sobre o mundo, Ele também se apresenta como o Deus que convida e ordena que todos os seres humanos se arrependam.

            Ele ordena que o seu povo leve o Evangelho até os confins da terra, anunciando-o aos homens e mulheres de toda parte.
Aos rebeldes o Senhor soberano diz, "Vivo eu, (...), que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho e viva; convertei-vos, converteivos dos vossos maus caminhos; pois por que razão morrereis, ó casa de Israel?" (Ez 33.11).9

            (4) O amor particular, efetivo e seletivo de Deus em relação aos seus eleitos. Os eleitos podem ser toda a nação de Israel, a Igreja como um corpo, ou os indivíduos. Em cada caso, Deus coloca a sua afeição em seus escolhidos, de um modo que Ele não coloque a sua afeição sobre outros. O povo de Israel é informado: "O Senhor não tomou prazer em vós, nem vos escolheu, porque a vossa multidão era mais do que a de todos os outros povos, pois vós éreis menos em números do que todos os povos, mas porque o Senhor vos amava; e, para guardar o juramento que jurara a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito" (Dt 7.7,8; cf. 4.37).
Outra vez: "Eis que os céus e os céus dos céus são do Senhor, teu Deus, a terra e tudo o que nela há. Tão somente o Senhor tomou prazer em teus pais para os amar; e a vós, semente deles, escolheu depois deles, de todos os povos, como neste dia se vê" (10.14,15).
O mais admirável sobre estas passagens é que quando Israel é contrastado com o universo ou com outras nações, a característica distinguível não tem nada de mérito pessoal ou nacional; não é nada além do amor de Deus. Então, na própria natureza do caso, nestas passagens, o amor de Deus é dirigido a Israel de um modo que não é direcionado a outras nações.
Obviamente, esta maneira de tratar o amor de Deus é diferente das outras três que observamos até agora. Esta característica aparentemente discriminatória do amor de Deus emerge com certa freqüência. "Amei a Jacó e aborreci a Esaú" (Ml 1.2,3), Deus declara. Permita todo o espaço que você desejar para a natureza semita deste contraste, observando que a forma absoluta pode ser uma maneira de articular uma preferência absoluta; no entanto, o fato é que o amor de Deus nestas passagens é peculiarmente dirigido aos escolhidos.
Semelhantemente, no Novo Testamento: Cristo "amou a igreja" (Ef 5.25). De forma repetida, os textos do Novo Testamento nos contam que o amor de Deus (ou o amor de Cristo) é dirigido àqueles que constituem a Igreja. Retomarei a esse assunto no quarto capítulo.

            (5) Finalmente, às vezes é dito que o amor de Deus é dirigido ao seu próprio povo de uma maneira provisional ou condicional condicionado, isto é, à obediência. Isto faz parte da estrutura relacional de conhecer a Deus; não tem a ver com como nos tornamos verdadeiros seguidores do Deus vivo, mas com o nosso relacionamento com Ele uma vez que o conhecemos.
"Conservai a vós mesmos na caridade de Deus", Judas exorta os seus leitores (v. 21), deixando a impressão inequívoca de que alguém poderia não se conservar no amor de Deus.
Está claro que este não é o amor providencial de Deus; é muito difícil escapar disso. Nem é este o amor anelante de Deus, refletindo a sua postura salvadora em relação à raça caída. Nem é este o seu amor eterno e eletivo. As palavras têm os seus significados; e uma delas, como veremos, também se afasta deste amor.
Judas não é o único que fala nestes termos. O Senhor Jesus ordena aos seus discípulos que permaneçam no seu amor (Jo 15.9), e acrescenta, "Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor" (Jo 15.10). Permita-me fazer uma fraca analogia: Embora haja um sentido no qual o meu amor pelos meus filhos seja imutável (Deus é testemunha) independentemente do que eles façam, há um outro sentido no qual eles sabem muito bem que devem permanecer no meu amor. Se não houver um bom motivo para que os meus filhos adolescentes não cheguem em casa no horário combinado, o mínimo que eles experimentarão é uma repreensão, e também poderão incorrer em algumas sanções restritivas.

            Não adianta lembrá-los de que estou agindo assim porque os amo. Isto é verdade, mas a manifestação do meu amor por eles quando os coloco de castigo, e quando saio com eles para comer alguma coisa, ou compareço em uma de suas apresentações musicais, ou levo o meu filho para pescar, ou a minha filha para uma excursão de algum tipo, é bastante distinta nos dois casos. A diferença é apenas que o segundo caso se parecerá muito mais com permanecer no meu amor, do que cair sob a minha ira.

            Isto também não é apenas um fenômeno da nova aliança.          O Decálogo declara que Deus é aquele que mostra o seu amor "a mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamento  (Êx 20.6). Sim, "Misericordioso e piedoso é o Senhor; longânimo e grande em benignidade" (SI 103.8).
Neste contexto, o seu amor é contrastado com a sua ira. Diferentemente de alguns textos que examinaremos, o seu povo vive debaixo de seu amor ou debaixo de sua ira, em função de sua fidelidade à aliança, pois Ele: "Não repreenderá perpetuamente, nem para sempre conservará a sua ira. Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos retribuiu segundo as nossas iniqüidades. Pois quanto o céu está elevado acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem. Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece daqueles que o temem.
            Mas a misericórdia do Senhor é de eternidade a eternidade sobre aqueles que o temem, (...); sobre aqueles que guardam o seu concerto, e sobre os que se lembram dos seus mandamentos para os cumprirem" (SI 103.9-11,13,17,18; grifos meus). Esta é a linguagem do relacionamento entre Deus e a comunidade da aliança.
Concluirei este capítulo com:
C. Três Observações Preliminares sobre estas Maneiras Distintas de Falar do Amor de Deus Estas três reflexões serão abordadas um pouco mais nos capítulos restantes. Entretanto, será útil unir alguns elementos.
(1) É fácil ver o que irá acontecer se qualquer uma destas cinco maneiras bíblicas de falar sobre o amor de Deus se
tomar absoluta e exclusiva, ou se a rede de controle da discussão for as outras maneiras de falar sobre o amor de Deus que, por sua vez, se tornaram relativas.

            Se começarmos com o amor intra-Trinitariano de Deus e usarmos isto como o modelo para todos os seus relacionamentos amorosos, falharemos em observar as distinções que devem ser mantidas. O amor do Pai pelo Filho e o amor do Filho pelo Pai são expressos em um relacionamento de perfeição, sem ser atingido pelo pecado. Embora muito do amor intra-Trinitariano sirva, como veremos, como um modelo do amor a ser compartilhado entre Jesus e os seus seguidores, não há nenhum sentido no qual o amor do Pai redima o Filho, ou o amor do Filho seja expresso em um relacionamento de perdão concedido e recebido. Precioso e realmente extraordinário é o amor intra-Trinitariano de Deus, um foco exclusivo nesta direção leva muito pouco em consideração como Deus se manifesta em relação àqueles rebeldes que levam a sua imagem, em ira e em amor, na cruz.
            Se o amor de Deus não é nada mais do que a sua ordem providencial para todas as coisas, não estamos longe de uma "força" beneficente, e um tanto misteriosa. Seria fácil integrar este tipo de postura no panteísmo ou em alguma outra forma de monismo. A ecologia verde pode assim ser fortalecida, mas não a linha da história magnífica que nos leva da criação para a nova criação, para o novo céu e a nova terra, por meio da cruz e ressurreição do nosso Mestre e Senhor.
            Se o amor de Deus for exclusivamente retratado como uma paixão convidativa, desejosa, bastante perdida de amor, e que busca o pecador, podemos fortalecer as mãos dos arminianos, semi-pelagianos, pelagianos, e daqueles mais interessados na vida emocional interior de Deus do que em sua justiça e glória; mas o custo será imenso. Há alguma verdade neste retrato de Deus, como veremos, alguma verdade gloriosa. Tornada absoluta, porém, ela não só trata os textos complementares como se não estivessem ali, mas rouba de Deus a soberania, e a nossa segurança. Este pensamento adota uma teologia da graça muito diferente da teologia da graça de Paulo, e pior ainda, termina com um Deus tão insípido que Ele nem pode intervir para nos salvar, nem dispor a sua vara de castigo contra nós. Seu amor é "incondicional" demais para isso. Este é um mundo muito afastado das páginas das Escrituras.
            Se o amor de Deus se referir exclusivamente ao seu amor pelos eleitos, é fácil se desviar em direção a uma bifurcação simples e absoluta: Deus ama os eleitos e odeia os reprováveis.  Corretamente posicionada aqui, há uma verdade nesta afirmação; desprovida das verdades bíblicas complementares, esta mesma afirmação gerou o  hiper-calvinismos Eu uso o termo intencionalmente, me referindo a grupos dentro da tradição da Reforma que proibiram a livre oferta do Evangelho. Spurgeon lutou contra eles em seus dias.  O número deles não é grande na América hoje, mas seus ecos são encontrados em jovens ministros da Reforma que sabem que é certo oferecer o Evangelho gratuitamente, mas que não fazem idéia de como fazê-lo sem infringir algum elemento em sua concepção da teologia da Reforma. Se o amor de Deus for explicado inteiramente dentro do tipo de discurso que liga o amor de Deus à nossa obediência (por exemplo, "Conservai a vós mesmos na caridade de Deus"), os perigos que nos ameaçam mudam mais uma vez.

            Na verdade, em uma igreja caracterizada, antes, mais pela preferência pessoal e pelo antinomismo do que pelo temor piedoso ao Senhor, tais passagens certamente têm algo a nos dizer. Mas separados das declarações bíblicas complementares sobre o amor de Deus, tais textos podem nos fazer retroceder na direção da teologia do mérito, uma irritação incessante sobre se temos ou não sido suficientemente bons hoje para desfrutarmos o amor de Deus para estarmos livres de todos os acessos de culpa dos quais somente a cruz pode nos libertar.
            Em resumo, precisamos de tudo o que a Escritura diz sobre este assunto, ou as ramificações doutrinárias e pastorais se mostrarão desastrosas.
(2) Não devemos considerar estas maneiras de falar sobre o amor de Deus, como amores independentes e compartimentados. Não será útil começar a falar com muita freqüência sobre o amor providencial de Deus, seu amor eletivo, seu amor intra-Trinitariano, e assim por diante, como se cada um deles estivesse hermeticamente separado do outro. Nem podemos permitir que qualquer uma destas maneiras de falar sobre o amor de Deus seja diminuída pelas outras, mesmo quando não podemos, com as evidências bíblicas, permitir que qualquer delas domestique todas as outras. Deus é Deus, e Ele é um. Não só devemos agradecidamente reconhecer que Deus na perfeição de sua sabedoria achou melhor nos prover com estas várias maneiras de falar de seu amor, se pensarmos nEle corretamente, mas devemos defender estas verdades e aprender a integrá-las em proporção e equilíbrio bíblicos.
            Devemos aplicá-las à nossa vida e à vida daqueles a quem ministramos com inspiração e sensibilidade formadas pelo modo como estas verdades funcionam nas Escrituras.
(3) Dentro da estrutura estabelecida até agora, bem podemos nos perguntar como certos clichês evangélicos perduram.
(a) "O amor de Deus é incondicional". Sem dúvida alguma isto é verdadeiro no quarto sentido, com respeito ao amor eletivo de Deus. Mas isto certamente não é verdadeiro no quinto sentido: A disciplina de Deus aos seus filhos significa que Ele pode vir sobre nós com o equivalente divino da "ira" de um pai sobre um filho adolescente teimoso.
Na verdade, citar o clichê "O amor de Deus é incondicional" para um cristão que está se desviando para o pecado, pode transmitir a impressão errada e causar grandes prejuízos. Estes cristãos precisam ser informados de que só permanecerão no amor de Deus se fizerem o que Ele diz.
Então, é óbvio que é, pastoralmente, importante saber que passagens e temas aplicar a quais pessoas em qualquer dado momento, (b) "Deus ama a todos exatamente da mesma maneira".

            Isto certamente é verdadeiro em passagens pertencentes à segunda categoria, o domínio da providência. Afinal, Deus manda o seu raio de sol e a sua chuva sobre o justo e o injusto, igualmente. Mas certamente isto não é verdadeiro em passagens pertencentes à quarta categoria, o domínio da eleição.
Mais um ou dois clichês serão examinados depois nestes capítulos. Porém já fica claro que o que a Bíblia diz sobre o amor de Deus é mais complexo e diverso do que é permitido pelo mero uso de slogans.

Para resumir: A fidelidade cristã vincula a nossa responsabilidade a crescermos em nossa compreensão do que significa confessar que Deus é amor. A este fim dedicamos os próximos capítulos.

DESCENDENTES DE NOÉ ATÉ JACÓ. DIVERSOS PAÍSES QUE ELES OCUPARAM.

        Gênesis 10. Os filhos dos filhos de Noé, para honrar-lhe a memória, deram os próprios nomes aos países onde se estabeleceram. Assim, os sete filhos de Jafé, que se estabeleceram pela Ásia desde o monte Tauro e o Amã até o rio de Tanais e na Europa até Gades, deram os seus nomes às terras que ocuparam e que não eram ainda povoadas. Gomer fundou a colônia dos gôrneres, que os gregos chamam gaiatas. Magogue fundou a dos magogianos, a que chamam citas. Javã deu o nome à Jônia e a toda a nação dos gregos. Madai foi o fundador dos madianos, que os gregos chamam medas. Tubal deu o seu nome aos tubalinos, que agora se chamam iberos.* Meseque deu o próprio nome aos mescinianos (o de capadócios, que eles têm agora, é novo), e ainda hoje uma de suas cidades tem o nome de Malaca, o que nos mostra que essa cidade antigamente se chamava assim. Tiras deu o seu nome aos tírios, dos quais foi o príncipe e que os gregos chamam trácios. Assim, todas essas nações foram fundadas pelos filhos de Jafé.
         Gomer, que era o mais velho dos filhos de Jafé, teve três filhos: Asquenaz, que deu o seu nome aos asquenázios, aos quais os gregos chamam reginianos; Rifate, que deu o seu nome aos rifanianos, aos quais os gregos chamam paflagonianos; Togarma, que deu o seu nome aos togarmanianos, aos quais os gregos chamam frígios.
         Javã, outro filho de Jafé, teve quatro filhos: Elisa, Társis, Quitim e Dodanim. Elisa deu o seu nome aos elisamos, que hoje se chamam ecolianos. Társis deu o seu nome aos tarsianos, que hoje são os cilicianos, cuja principal cidade ainda hoje se chama Tarso. Quitim ocupou a ilha que agora se chama Chipre, à qual deu o seu nome, razão por que os hebreus chamam de Quitim todas as ilhas e todos os lugares marítimos. Ainda hoje, uma das cidades da ilha de Chipre é chamada Citium por aqueles que dão nomes gregos a todas as coisas, que pouco difere do nome Quitim. Eis as nações de que os filhos de Jafé se tornaram senhores. Antes de retomar o fio de minha narração acrescentarei uma coisa que talvez os gregos ignorem: esses nomes foram mudados segundo a maneira de falar, para tornar a pronúncia mais agradável, pois entre nós não serão jamais mudados.
         Os filhos de Cam ocuparam a Síria e todos os países que estão além dos montes de Amane e do Líbano até o oceano, dando-lhes nomes dos quais alguns são hoje inteiramente desconhecidos, e outros, modificados de tal modo que mal se poderiam reconhecer. Somente os etíopes, dos quais Cuxe, filho de um dos quatro filhos de Cam, foi príncipe, conservaram o nome ancestral, não somente naquele país mas em toda a Ásia. Ainda hoje eles são chamados cuxeenses. Os mizraenses, descendentes de Mizraim, também conservaram o seu nome, pois nós chamamos Mizrau ao Egito e mizraenses aos egípcios. Pute povoou a Líbia e chamou a esses povos com o seu nome: puteenses. Existe ainda hoje, na Mauritânia, um rio que tem esse nome, e vários historiadores          gregos o mencionam, como também ao país vizinho, a que chamam Pute, mas que depois mudou de nome, por causa de um dos filhos de Mizraim, Leabim.
         Direi em seguida por que lhe deram o nome de África. Canaã, quarto filho de Cam, estabeleceu-se na Judéia, a que chamou com o seu nome: Canaã. Cuxe, o mais velho dos filhos de Cam, teve seis filhos: Sebá, príncipe dos sebaenses; Havilá, príncipe dos havilenses, que agora são chamados getulienses; Sabtá, príncipe dos sabataenses, a que os gregos chamam astabarienses; Raamá, príncipe dos ramaenses (que teve dois filhos, que moram entre os etíopes ocidentais: um de nome Dedã e outro de nome Sabá, que deu nome aos sabaenses); Sabtecá. Quanto a Ninrode, sexto filho de Cuxe, ficou entre os babilônios e tornou-se senhor deles, como já o disse anteriormente. Mizraim foi pai de oito filhos, que ocuparam todos os países que estão entre Gaza e o Egito. Mas somente um desses oito, Filistim, manteve o nome no seu país — os gregos deram o nome de Palestina a uma parte dessa província. Quanto aos sete outros irmãos, chamados Ludim, Anamim, Leabim, Naftuim, Patrusim, Casluim e Caftorim, com exceção de Leabim, que fundou uma colônia na Líbia e lhe deu o seu nome, nada sabemos de suas obras, porque as cidades que construíram foram destruídas pelos etíopes, como diremos a seu tempo.
         Canaã teve onze filhos: Sidônio, que construiu na Fenícia uma cidade à qual deu o seu nome e à qual os gregos chamam Sidom; Hamate, que construiu a cidade de Hamate, que ainda hoje se vê e conserva o mesmo nome entre os que nela habitam, embora os macedônios lhe chamem Epifania, nome de um de seus príncipes; Arqueu, que teve como herança a ilha de Aruda; Amom, que teve a cidade de Arce, situada no monte Líbano. Quanto aos outros sete irmãos, chamados Heveu, Hete, Jebuseu, Arvadeu, Sineu, Zemarco e Cirgaseu, só ficaram os nomes nas Sagradas Escrituras, porque os hebreus destruíram-lhes as cidades por motivo que depois direi. Gênesis 9. Quando, depois do dilúvio, a terra foi restaurada ao seu estado primitivo, Noé cultivou-a como antes e plantou uma vinha, da qual ofereceu as primícias a Deus. Bebeu vinho que dela fez e, como não estava acostumado a uma bebida tão forte e ao mesmo tempo tão deliciosa, bebeu demais e ficou embriagado. Dormiu em seguida, tendo-se descoberto ao dormir, contra o que lhe permitia a decência. Cam, o mais novo de seus filhos, vendo-o naquele estado, zombou dele e mostrou-o aos irmãos. Estes, porém, ao contrário, cobriram a nudez do pai com o respeito que lhe deviam. Noé, ao saber o que se havia passado, deu-lhes a sua bênção, e a ternura paternal fê-lo perdoar Cam, contentando-se em amaldiçoar apenas os seus descendentes, que foram assim castigados pelo pecado de seu pai, como iremos expor em seguida.
         Gênesis 11. Sem, outro filho de Noé, teve cinco filhos, que estenderam o seu domínio desde a Ásia, a partir do rio Eufrates, até o oceano Índico. De Elão, o mais velho, vieram os elameenses, e dele os persas tiveram a sua origem. Assur, o segundo, construiu a cidade de Nínive e deu o nome de assírios aos seus súditos, os quais foram extraordinariamente ricos e poderosos. Arfaxade, o terceiro, também chamou aos seus pelo seu nome, isto é, arfaxadeenses, que são hoje os caldeus. De Arã, o quarto, vieram os arameenses, aos quais os gregos chamam sírios, e de Lude, o quinto, vieram os ludeenses, que hoje são chamados lídios.
         Arã teve quatro filhos, dos quais Uz, o mais velho, estabeleceu-se na Traconites e aí construiu a cidade de Damasco, que está situada entre a Palestina e a Síria, cognominada Coelem. Hul, o segundo, ocupou a Armênia. Geter, o terceiro, foi príncipe dos bactrianos. E Más, o quarto, dominou os mesanianos, cujo país hoje se chama o vale de Pasin.
         Arfaxade foi pai de Sala, e Sala, pai de Éber, de cujo nome os judeus foram chamados hebreus. Éber teve por filhos Joctã e Pelegue, este nascido quando se fazia a divisão das terras, pois Pelegue em hebreu significa "partilha", joctã teve treze filhos: Almodá, Selefe, Hazar-Mavé, Jerá, Hadorão, Uzal, Dicla, Obal, Abimael, Sabá, Ofir, Havilá e Jobabe, que se espalharam desde o rio Confem, que está na índia, até a Assíria.
         Depois de haver falado dos descendentes de Sem, é preciso agora falar dos hebreus, descendentes de Éber. Pelegue, filho de Éber, teve por filho Reú. Reú teve Serugue, Serugue teve Naor e Naor teve Terá, pai de Abraão, que assim foi o décimo desde Noé e nasceu duzentos e noventa e dois anos após o dilúvio, pois Terá tinha setenta anos ao nascer Abraão. Naor tinha vinte e nove anos quando teve Terá, Serugue tinha trinta anos quando teve Naor, Reú tinha trinta e dois anos quando teve Serugue, Pelegue tinha trinta anos quando teve Reú, Éber tinha trinta e quatro anos quando teve Pelegue, Sala tinha trinta anos quando teve Éber. Arfaxade tinha trinta e cinco anos quando teve Sala e Arfaxade, filho de Sem e neto de Noé, nasceu dois anos após o dilúvio.
         Abraão teve dois irmãos: Naor e Harã. Este morreu na cidade de Ur da Caldéia, onde ainda hoje se vê o seu sepulcro, e deixou um filho de nome de Ló e duas filhas: Sara e Milca. Abraão desposou Sara, e Naor desposou Milca.
         Terá, pai de Abraão, tendo concebido aversão pela Caldéia, porque lá perdera o filho Arã, deixou-a e foi com toda a família para Harã, na Mesopotâmia. E lá morreu, com a idade de duzentos e cinco anos — a duração da vida humana já ia pouco a pouco diminuindo, continuou a diminuir até Moisés, e foi então que Deus a reduziu a cento e vinte anos, o tempo que viveu esse admirável legislador. Naor teve de sua mulher, Milca, oito filhos: Uz, Buz, Quemuel, Quésede, Hazo, Pildas, jidlafe e Betuel; de Reumá, sua concubina, teve Teba, Gaã, Taás e Maaca. Betuel, que foi o último filho de Naor, teve um filho de nome Labão e uma filha de nome Rebeca.

  
Livro Histora dos Hebreus Flávio Josefo.

Por que a Doutrina do Amor de Deus Deve Ser Julgada Difícil - Extraído do livro "A Difícil Doutrina do Amor de Deus"

DISTORCENDO O  AMOR DE DEUS

            Sabendo o título desta obra, "A Difícil Doutrina do Amor de Deus", você bem poderá ser perdoado por pensar que o palestrante W. H. Griffith Thomas, de 1998, perdeu o bom senso. Se ele tivesse escolhido falar sobre "A Difícil Doutrina da Trindade", ou "A Difícil Doutrina da Predestinação", pelo menos o seu título teria sido coerente.
            Mas será que a doutrina do amor de Deus não é, digamos, fácil se comparada a estes ensinos profundos e, em parte, misteriosos?

A. Por que a Doutrina do Amor de Deus Deve Ser Julgada Difícil
Há pelo menos cinco razões.
            (1) Se as pessoas crêem em Deus hoje, a maioria esmagadora defende que este Deus é um ser amoroso. Mas é isto que torna a tarefa do testemunho cristão tão desanimadora, simplesmente porque esta crença amplamente disseminada no amor de Deus é estabelecida com uma freqüência crescente em algum molde que não é a teologia bíblica. O resultado é que quando cristãos instruídos falam sobre o amor de Deus, eles querem dizer algo muito diferente do que pretende a cultura circundante. Pior, nenhum dos dois lados pode perceber que este é o caso.
            Considere alguns produtos recentes da indústria do cinema, preservados no celulóide e como moldam a cultura ocidental. Para os nossos propósitos, os filmes de ficção científica
podem ser divididos em dois tipos. Talvez os mais populares sejam os do tipo barulhento e violento, tais como Independence Day, ou as quatro partes da série Alien, repletos de males repulsivos. Obviamente os alienígenas têm de ser maus, ou não haveria nenhuma ameaça, e, portanto, nenhum objetivo nem diversão. Raramente estes filmes se propõem a transmitir uma mensagem cosmológica, e muito menos uma mensagem espiritual.
            O outro tipo de filme nesta classe que tenta transmitir uma mensagem, mesmo enquanto procura divertir, quase sempre retrata o poder final da benevolência. Na margem
entre os dois tipos de filmes está a série Guerra nas Estrelas, como o seu tratamento da "Força" moralmente ambígua.
Mas, mesmo esta série pende na direção da presunção dè uma vitória final do lado da "luz", da "Força". ET, como Roy Anker definiu, é "um conto da encarnação de coração ardente que culmina na ressurreição e na ascensão".1 E agora no filme Contact de Jodie Foster, a inteligência não explicada é inundada de amor, sabiamente previdente, gentilmente
espantosa.
            O próprio Anker pensa que esta "dissimulação", como ele chama a isto, é uma grande ajuda à causa cristã. Como os escritos de J. R. R. Tolkien e C. S. Lewis, estes filmes ajudam as pessoas indiretamente a apreciar a bondade e o amor absoluto de Deus. Sou bem menos otimista. Tolkien e Lewis ainda viveram em um mundo moldado pela herança judaico-
cristã. Embora muitos dos seus leitores não fossem cristãos em nenhum sentido e, muito menos no bíblico, a "dissimulação" deles foi lida por outros na cultura que também
havia sido moldada por esta herança.
            Mas o ponto de vista de Contacta monístico, naturalista e pluralista (afinal, o filme foi dedicado a Cari Sagan). Ele tem muito mais ligações com a Nova Era e o otimismo
panglossiano do que com qualquer outra coisa essencial.
De repente a doutrina cristã do amor de Deus se torna muito difícil, porque toda a estrutura na qual ela está estabelecida nas Escrituras foi substituída.
            (2) Para colocar isto de outra forma, vivemos em uma cultura na qual muitas outras verdades contemporâneas a respeito de Deus são amplamente acreditadas. Realmente
não acho que os argumentos bíblicos sobre o amor de Deus possam sobreviver muito tempo "no front" do nosso raciocínio, se for abstraído da soberania, da santidade, da ira, da providência ou da personalidade de Deus, para mencionar apenas alguns elementos não-negociáveis do cristianismo básico.
            O resultado, naturalmente, é que o amor de Deus, em nossa cultura, tem sido expurgado de tudo o que ela considere desconfortável. O amor de Deus tem sido equilibrado, democratizado, e acima de tudo, sentimentalizado. Este processo tem se desenvolvido por algum tempo. A minha geração foi ensinada a cantar, "O que o mundo precisa agora é amor, doce amor", no qual nós fortemente informamos ao Todo-Poderoso que não precisamos de uma outra montanha (já temos muitas), mas que seria bom mais um pouco de amor. A arrogância é espantosa.

            Nem sempre foi assim. Nas gerações em que quase todos  criam na justiça de Deus, as pessoas às vezes achavam difícil crer no amor de Deus. A pregação do amor de Deus
veio como maravilhosa boas novas. Hoje em dia, se você disser às pessoas que Deus as ama, provavelmente elas  não ficarão surpresas. Naturalmente, Deus me ama; Ele é assim, não é? Além disso, por que Ele não iria me amar?
Eu sou bonitinho, ou pelo menos tão simpático quanto o meu próximo. Eu estou bem, você está bem, e Deus ama a você e a mim.
            Mesmo nos anos 80, de acordo com Andrew Greeley, três quartos daqueles que responderam a uma importante pesquisa sua, relataram que preferiam pensar em Deus como um "amigo" do que como um "rei".2 Eu gostaria de saber qual teria sido a porcentagem se a opção tivesse sido "amigo" ou "juiz". Hoje, a maioria das pessoas parece ter pouca dificuldade para acreditar no amor de Deus; elas têm muito mais dificuldade em acreditar na justiça e na ira de Deus, e na veracidade não-contraditória de um Deus onisciente.
Mas o ensino bíblico sobre o amor de Deus está mantendo a sua forma quando o significado de "Deus" se dissipa em uma névoa?
            Não devemos pensar que os cristãos são imunes a estas influências. Em um livro importante, Marsha Witten faz uma pesquisa sobre o que está sendo pregado no púlpito protestante.
3 Vamos admitir as limitações de seu estudo. Sua coleção de sermões foi reunida, por um lado, da Igreja Presbiteriana (nos Estados Unidos), dificilmente o baluarte do evangelicalismo confessional; e, por outro, das igrejas pertencentes à Convenção Batista do Sul. Admiravelmente, em muitas das questões cruciais, houve apenas uma diferença
estatística marginal entre estas duas heranças eclesiásticas.
Uma limitação mais significativa era que todos os sermões que ela estudou enfocavam a parábola do filho pródigo (Lc 15.11-32). Isto significa que os sermões estão fadados a se inclinar numa direção predeterminada.
            Entretanto, seu livro está repleto de longas citações destes sermões, e eles são imensamente problemáticos. Há uma tendência poderosa de "apresentar Deus através de caracterizações de seu estado interior, com uma ênfase em suas emoções, que lembram muito as dos seres humanos... É mais provável que Deus 'sinta' do que 'aja', que 'pense' do que 'diga'".4Ou novamente:
            A noção relativamente fraca das capacidades temerosas de Deus com relação ao juízo é sublinhada por uma falta quase completa de construção discursiva de ansiedade em torno do estado futuro de alguém.
Como já vimos, os sermões dramatizam sentimentos de ansiedade de ouvintes sobre muitos outros aspectos (este, mundano) de seu afastamento de Deus, estejam eles discutindo o vocabulário do pecado ou em outras formulações. Mas mesmo quando se refere diretamente aos não-convertidos, apenas dois sermões insistem no temor do juízo de Deus retratando a ansiedade sobre a salvação, e cada texto faz isto apenas obliquamente, quando explica indiretamente outras questões que estão em seu caminho,
enquanto protege a platéia de sentimentos negativos... O Deus transcendente, majestoso e espantoso de Lutero e Calvino cuja imagem informada pelas primeiras visões protestantes do relacionamento entre os seres humanos e o divino sofreu uma suavização de conduta através das experiências americanas do protestantismo, com apenas exceções menores... Muitos dos sermões retratam um Deus cujo comportamento é regular, padronizado, e previsível;
Ele é retratado em termos da consistência de seu comportamento, da conformidade de suas ações para a singular lei de "amor".5
            Com este sentimentalismo de Deus se multiplicando nas igrejas protestantes, não é necessário muito para ver como pode ser difícil manter uma doutrina bíblica do amor de Deus.
            (3) Alguns elementos dos padrões maiores e que ainda se desenvolvem no pós-modernismo, atuam no problema com o qual estamos lidando. Por causa de mudanças extraordinárias na epistemologia do Ocidente, mais e mais pessoas acreditam que a única heresia que sobrou é a opinião de que a heresia existe. Elas defendem que todas as religiões são fundamentalmente a mesma e que, portanto, não só é rude, mas profundamente ignorante e antiquado tentar ganhar alguém para as suas crenças, uma vez que implicitamente está se dizendo que as crenças das outras pessoas são inferiores.6
            Esta postura, alimentada no Ocidente, agora alcança muitas partes do mundo. Por exemplo, em um livro recente, Caleb Oluremi Oladipo descreve em linhas gerais O Desenvolvimento da Doutrina do Espirito Santo no Movimento da Igreja Indígena Yoruba (Africana)? A sua preocupação é mostrar a interação entre as crenças cristãs e a religião tradicional Yoruba na igreja indígena. Após estabelecer "duas perspectivas distintas" que
não precisam nos deter aqui, Oladipo escreve:
            Estas duas perspectivas paradigmáticas [sic\ no livro estão baseadas em uma afirmação fundamental de que a natureza de Deus é um amor universal. Esta afirmação pressupõe que embora os missionários ocidentais afirmassem que a natureza de Deus é o amor universal, a maioria dos missionários tem negado a salvação a várias porções da população mundial, e na maioria dos casos eles o fizeram indiscriminadamente. O livro aponta as incoerências deste ponto de vista, e tenta trazer coerência entre o cristianismo e as outras religiões em geral, e a Religião Tradicional Yoruba em particular.8
            Em resumo, a maré cultural mais energética o pós-modernismo reforça poderosamente as opiniões mais sentimentais, sincretistas e freqüentemente pluralistas do amor de Deus, sem nenhuma outra base de autoridade do que a própria epistemologia pós-moderna. Mas isto faz da articulação de uma doutrina bíblica de Deus e de uma doutrina
bíblica do amor de Deus, um desafio extraordinariamente difícil.
            (4) As três primeiras dificuldades surgem de desenvolvimentos culturais que fazem do entendimento e da articulação da doutrina do amor de Deus um desafio considerável.
Este quarto elemento é, em certos aspectos, mais fundamental.
Na pressa cultural em direção a uma visão sentimentalista e, às vezes, até mesmo não-teísta do amor de Deus, nós cristãos temos sido varridos a ponto de termos esquecido que dentro do confessionalismo cristão a doutrina do amor de Deus apresenta as suas dificuldades. Este lado de duas guerras mundiais; genocídio na Rússia, China, Alemanha e África; fome em massa; Hitler e Pol Pot; corrupções distintas intermináveis em casa e no exterior tudo neste século, impõe a pergunta, o amor de Deus é uma doutrina óbvia? Naturalmente que isto está levantando as dificuldades de um ponto de vista experimental. Pode-se fazer a mesma coisa a partir da perspectiva da teologia sistemática. Como se integra, precisamente, o que a Bíblia diz sobre o amor de Deus com o que a Bíblia diz sobre a soberania de Deus, estendendo-se até mesmo sobre o domínio da morte? O que o amor significa em um Ser a quem, pelo menos, em alguns textos tratam como impassível?
Como o amor de Deus está ligado à sua justiça?
            Em outras palavras, um dos resultados mais perigosos do impacto das versões sentimentalizadas contemporâneas de amor na igreja, é a nossa incapacidade comum de pensar através das perguntas fundamentais que, sozinhas, nos permitem manter uma doutrina de Deus em proporção e equilíbrio bíblicos. Embora uma tarefa possa ser gloriosa e privilegiada, nenhuma é fácil. Estamos lidando com Deus, e reducionismos insensatos estão fadados a serem distorcidos e perigosos.

            (5) Finalmente, a doutrina do amor de Deus é, às vezes, retratada dentro dos círculos cristãos como muito mais fácil e mais óbvia do que realmente é; e isto é alcançado à custa de se fazer "vistas grossas" a algumas das distinções que a Bíblia apresenta quando retrata o amor de Deus. Isto é tão importante que se toma o meu próximo ponto principal.

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A RAZÃO DA NOSSA FÉ - LIVRO DE APOIO DO 3º TR. 2017 ADULTO


Capítulo 1: INSPIRAÇÃO DIVINA E AUTORIDADE DA BÍBLIA ................................................................... 11

Cânon e inspiração........................................................................................................................................................ 11

Credibilidade dos textos bíblicos ............................................................................................................................. 15

A Versão dos Setenta ................................................................................................................................................. 18

A tradução para outras línguas tem a aprovação divina................................................................................... 19



Capítulo 2: DEUS E A CRIAÇÃO ................................................................................................................. 21

A primeira declaração dos credos ........................................................................................................................ 22

O Deus das Escrituras............................................................................................................................................... 24

A paternidade e a onipotência de Deus................................................................................................................ 25

Bíblia x ciência............................................................................................................................................................ 27


Capítulo 3: SOBRE A DOUTRINA DA SANTÍSSIMA TRINDADE ........................................................... 29

As declarações escriturísticas ........................................................................................................................... 30

Os apologistas.......................................................................................................................................................... 32

Tertuliano de Cartago............................................................................................................................................ 34

Orígenes ................................................................................................................................................................... 38

Atanásio ................................................................................................................................................................... 39

Os pais capadócios ............................................................................................................................................... 41

Agostinho de Hipona............................................................................................................................................. 43

O credo de Atanásio ou Atanasiano................................................................................................................. 47


Capítulo 4: SOBRE O SENHOR JESUS CRISTO ................................................................................ 49

O Jesus das Escrituras ...................................................................................................................................... 50

O Jesus dos credos.............................................................................................................................................. 58


Capítulo 5: SOBRE O ESPÍRITO SANTO ............................................................................................ 73

O Espírito Santo nas Escrituras Sagradas ................................................................................................... 74

História da doutrina pneumatológica............................................................................................................. 78

Capítulo 6: A PECAMINOSIDADE HUMANA ..................................................................................... 85

Como a Bíblia descreve o pecado.................................................................................................................. 86

Consequências do pecado............................................................................................................................... 90

As teorias ........................................................................................................................................................... 92

Capítulo 7: A NECESSIDADE DO NOVO NASCIMENTO ................................................................. 95

Religião................................................................................................................................................................ 96

O novo nascimento .......................................................................................................................................... 97

Capítulo 8: A IGREJA DE CRISTO .................................................................................................. 101

A igreja .............................................................................................................................................................. 102

As ordenanças ................................................................................................................................................. 104

Capítulo 9: A NECESSIDADE E A POSSIBILIDADE

DE TERMOS UMA VIDA SANTA ........................................................................................................................ 111

Santidade como atributo divino................................................................................................................... 112

Definindo os termos........................................................................................................................................ 113

A necessidade de uma vida santa............................................................................................................... 116

Modos de santificação .................................................................................................................................. 118

Capítulo 10: AS MANIFESTAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO............................................................ 121

O batismo no Espírito Santo ...................................................................................................................... 122

Defendendo a doutrina pentecostal.......................................................................................................... 124

Os dons do Espírito Santo........................................................................................................................... 125

Capítulo 11: A SEGUNDA VINDA DE CRISTO .............................................................................. 129

Sinais que precederão a segunda vinda de Cristo ............................................................................ 130

Cristo voltará............................................................................................................................................... 132

Capítulo 12: O MUNDO VINDOURO............................................................................................. 137

O milênio........................................................................................................................................................ 137

O destino dos injustos .............................................................................................................................. 139

A ressurreição dos mortos ..................................................................................................................... 141

O juízo final .................................................................................................................................................. 143

O destino dos justos ................................................................................................................................. 145

A nova Jerusalém....................................................................................................................................... 146

Capítulo 13: A FAMÍLIA ............................................................................................................... 149

O conceito de família................................................................................................................................. 150

Princípios básicos ...................................................................................................................................... 154


• SANTIFICAÇÃO (PARA O CORPO)

• SANTIFICAÇÃO (PARA O CORPO): (Rm.1:4; Rm.6:19; Rm.6:22; 1 Co.1:30; 2 Co.7:1; 1 Ts.4:3-7; 2 Ts.2:13; Hb.12:14; 1 Pe.1:2).

NO NOVO TESTAMENTO: * - Consagração, purificação. A pessoa em novidade de vida dedica-se a servir a Deus. (separação / dedicação e purificação):
Deus é o Santo; Cristo é Sumo-sacerdote; pecado é impureza; o arrependimento (consciente da impureza) me faz ter um substituto no altar e assim, vivo p/servir ao nosso Deus.

a) NATUREZA: (consagração)
• Separação (para perfeição moral e uso divino);
• Dedicação (consagração à comunhão e serviço; dedicação exclusiva a Deus);
• Purificação (limpeza pela palavra, sangue de Jesus e Espírito Santo);
• Consagração (vida santa e justa, regenerada, conforme a lei; exortação à purificação (2Co.7:1);
• Serviço (Servir como sacerdote, oferecendo sacrifício de louvor (Hb.13:15);
Sacrifício Vivo (Rm.12:1).

b) TEMPO: 2 Idéias: 1Co.1:2-
• Posicional - Instantânea perante Deus.
• Prática e Progressiva como santos (separados), santificados (na Palavra); precisamos ter exemplos de cristãos.
Separação inicial é começo de uma separação diária, pois Deus exige maneira santa de viver pela purificação para melhorar a consagração até a perfeição; os mortos para o pecado são exortados a mortificar seus membros; revestir do novo homem (Ef.4:22; 1Pe.1 e Cl.3).

c) MEIOS:
• Sangue de Jesus (Provisão objetiva-Eterno-Hb.13:12)-Santificação absoluta perante Deus;
• Espírito Santo (Provisão-subjetiva-interior-Rm.15:16)-início da obra de Deus nos corações, conduzindo ao inteiro conhecimento da justificação no sangue de Jesus;
Palavra (Externa/prática - Jo.17:17)-Desperta a compreensão da insensatez e da impiedade pessoal (espelho para a alma).

d) SANTIFICAÇÃO QUANTO À CARNE:
O pecado original não é erradicado dela, por si mesma (pois não haveria morte), nem pode se libertar por observância de regras e regulamentos (pois a lei não santifica-Legalismo) e não pode tentar subjugar a carne por privações e sofrimentos (pois é a alma e não o corpo que peca).

e) VERDADEIRO MÉTODO:
• Fé na expiação-Novidade de vida nos fatos e promessas bíblicos. • Cooperação com o Espírito - libertação e crescimento de santidade.
OBS: 03 mortes que crente está sujeito:
1) morte no pecado-física - condenação Ef.2:1;
2) morte pelo pecado: justificação (Gl.2:20);
3) Morte para o pecado - santificação (Rm.6:11).

f) SANTIFICAÇÃO COMPLETA:
Perfeição = sincero e reto (Gn.6:9 e Jó.1:1)
Relativa e progressiva em Cristo (Gl.3:3),
Concedida como dom da graça e efetuada no caráter do crente.(Fil.3:12 e Hb.6:1).

g) SEGURANÇA: Não sejamos descuidados nem negligentes. Desviar-se é voltar atrás ou virarse. A salvação depende de Deus, mas devemos ser sinceros em fazer sua vontade.
Podemos resistir à graça divina, para a perdição eterna (apostasia) (Jo.6:40;Hb.6:6). Não confiemos em privilégios ou posições. Estar na graça é estar no favor da comunhão com Deus; o pecado interrompe essa comunhão.


Somos chamados a uma profunda amizade com Deus e nossa obediência ao chamado nos torna escolhidos. Quem obedece, não perece!