Sábado – Rm 12.1 Leitura diária Nossa verdadeira oferta pacífica.

         Na psicologia bíblica, o corpo e o espírito são uma unidade (cf. os comentários sobre 6.6). O corpo do cristão é “a sua personalidade individual agindo como um todo concreto”Esta pessoa completa deve se tornar um sacrifício vivo para Deus.
Crisóstomo pergunta:
         Como pode o corpo se tornar um sacrifício?  Deixe que o olho não veja nada mau, e ele se torna um sacrifício; permita que a língua não diga nada vergonhoso, e ela se torna uma oferta; deixe que a mão não faça nada ilegal, e ela se torna uma oferta em holocausto.
          Não, isto não será suficiente, mas precisamos ter a prática ativa do bem - a mão precisa dar esmolas, a boca precisa abençoar em lugar de amaldiçoar, o ouvido precisa dar atenção sem cessar aos ensinamentos divinos.
         Pois um sacrifício não tem nada impuro, um sacrifício é a primícia de outras coisas. Portanto, que nós possamos produzir frutos para Deus com as nossas mãos, com os nossos pés, com a nossa boca, e com todos os nossos outros membros.
         Audrey J. Williamson comenta sobre a expressão apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo: “Esta é a palavra-chave para a vida exterior de um cristão. Significa mais do que entregar-se ou render-se: nós devemos ser consumidos... sobre o sagrado altar do culto a Deus”.1* Assim como o soldado se sacrifica pelo seu país em tempos de guerra, ou o cientista se sacrifica para obter mais conhecimento médico.

Comentário bíblico Beacon.

Sexta – 1 Ts 5.18 Leitura diária Nossos contínuos sacrifícios pacíficos.


          Em tudo dai graças (não necessariamente para tudo) , porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. (Não importa o que aconteça, ou como as coisas negativas pode parecer ser, não devemos nunca deixar de dar graças ao Senhor, que é a Vontade de Deus.) Jimmy Swaggart”.

        
      No comentário Beacon Em tudo dai graças (18). E lógico que o coração alegre e dedicado à oração é grato, e nada menos que o coração grato é a chave para a oração e a alegria (cf. Fp 4.6). A gratidão é uma virtude cristã maravilhosa, mas o fator significativo acerca deste mandamento é a expressão em tudo, quer dizer, “em todas as circunstâncias”

Quinta – Sl 22.25 Leitura diária O voto de Davi.

         Assim disse Jimmy Swaggart , cada cristão deve louvar a Deus pelo que Cristo fez na cruz.
         Assim como no comentário bíblico Beacon está escrito que o salmista se dirige alternadamente a Deus e ao povo e assegura sua intenção de louvar o Senhor na grande congregação (25). No hebraico significa literalmente: “A ti será o meu louvor”. Deus é tanto o Objeto como a Origem do louvor do seu povo. Pagarei os meus votos significa oferecer as ofertas de gratidão prometidas em tempos de dificuldade e apresentadas na maneira prescrita em Levítico 3 (chamadas de sacrifícios pacíficos).


Quarta – Gn 28.20,21 Leitura diária - O voto de Jacó.

        Um compromisso selado com um voto (20). Pelo motivo de a primeira palavra que Jacó proferiu ter sido condicional: Se Deus for comigo, há quem o retrate estar em árdua barganha com o Todo-poderoso, muito semelhante com suas negociações com Esaú.
         Mas o contexto descreve Jacó como homem que foi quebrantado por Deus. Ele estava pronto a nivelar as promessas imerecidas com uma declaração voluntária de lealdade a Deus.

Extraído Comentário bíblico BEACON.

Leitura – diária - Terça – 1 Sm 1.24-28 - O sacrifício de Ana.

Na época da festa seguinte ao desmamar Samuel, Ana o levou para Siló com ofertas que consistiam em três bezerros e um efa de farinha e um odre de vinho (24; as versões LXX e a Siríaca trazem “bezerros de três anos de idade”). Um dos bezerros seria para a oferta queimada da dedicação de Samuel (25); os outros dois, seguindo a KJV, seriam parte dos sacrifícios anuais da família. Um efa seria um pouco maior do que um alqueire em termos de medidas atuais. O odre de vinho era um nebel, uma garrafa de couro ou pele de animal, ou ainda um jarro. Isso indicaria uma oferta muito generosa.
Quando apresentou o menino a Eli juntamente com o animal do sacrifício, Ana fez questão de lembrar ao idoso sacerdote a sua oração. Ao Senhor eu o entreguei (28) - a ideia melhor seria expressa como “Eu o devolvi ao Senhor”. E ele adorou ali ao Senhor -A ARA substitui “ele” por “eles”. De qualquer maneira, o ponto a destacar é que Samuel, que permaneceu e cresceu em Siló no serviço do Tabernáculo, aprendeu a adorar ao Senhor ali.

Extraído do livro Comentário Bíblico Beacon.

Leitura diária - Segunda – Sl 103.1,2. Uma alma devotada em bendizer ao Senhor.

O Cântico de um Coração Transbordante.
Testemunho Pessoal
O poeta conclama para que tudo o que há nele (1), todos os seus poderes e faculdades, se una em louvor a Deus por todos os seus benefícios (2). Perdão, poder para cura, proteção da vida, provisão para cada necessidade e promessa para o futuro estão incluídos nesses benefícios.

Extraído do livro Comentário Bíblico Beacon.


SUBSíDIO 09 - JESUS, O HOLOCAUSTO PERFEITO.

Adoração, Santidade e Serviço. “ Os Princípios de Deus Para Sua Igreja Em Levítico”.
Autor: Claudionor de Andrade.
Foto retirado da LBM Digital.
Só viremos a entender plenamente a obra da salvação, em Jesus Cristo, se nos voltarmos com devoção e temor à teologia do holocausto, o principal sacrifício levítico. Quando o ofertante apresentava essa oferta ao Senhor, encenava ele, de maneira vívida e dramática, a História Sagrada. Uma interface perfeita com João 3.16; sublime teologia. Quem melhor compreendeu a sua doutrina foi o autor da Epístola aos Hebreus. Inspirado pelo Espírito Santo, ele divisou, nos animais oferecidos periodicamente a Jeová, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
            Estudaremos, neste capítulo, a instituição do holocausto: história, teologia, referência simbólica e cumprimento em Jesus. Sem o sacrifício dos sacrifícios, não podemos entender o plano da nossa salvação. O presente estudo, por conseguinte, além de formalmente tipológico, é essencialmente soteriológico; requer uma exegese correta que harmonize profetas e apóstolos, pois estes jamais estiveram em desarmonia.
            Que Deus nos permita a perceber a maravilhosa doutrina da salvação e a desenvolvê-la em nossa jornada terrena. 

                          I. HOLOCAUSTO, O SACRIFÍCIO POR EXCELÊNCIA 
            Como já vimos, a religião noética gerou grandes santos e teólogos como Jó, Melquisedeque e Abraão. E, pelo que nos é permitido inferir do texto sagrado, cada um deles, em seu próprio turno, serviu a Deus com sacrifícios cruentos. Nesse sentido, o rei de Salém, por ter uma teologia bem mais messiânica e soteriológica, foi além das oferendas animais. Ao receber o pai dos hebreus, em seu domicílio, Melquisedeque apresentou-lhe uma oferta que, em virtude de sua essência, unia o Antigo ao Novo Testamento. Neste tópico, mostraremos por que o holocausto é o ofertório por excelência.

            1. Definição de holocausto. O termo holocausto provém do vocábulo hebraico `olah, que significa ascender ou ir para cima. É uma referência tanto à fumaça da oferta queimada, em si, como à devoção e a entrega amorosa dessa mesma oferta ao subir à presença de Deus (Lv 1.9). Sacrifício dos sacrifícios. Foi por essa razão, que Paulo considerou o desprendimento dos irmãos filipenses, em favor da obra missionária, como um holocausto de cheiro suave ao Senhor (Fp 4.18).
            O holocausto era o mais importante sacrifício do culto hebreu (Lv 1.1-3). Consistindo no oferecimento de aves e animais limpos, requeria a queima total da vítima; era pleno e incondicional (Lv 1.9). Tendo em vista a sua relevância, inaugurava todas as solenidades diárias, sabáticas, mensais e anuais do calendário litúrgico do Antigo Testamento.
             O holocausto era conhecido também como oferta queimada.
            Ao oferecê-lo ao Senhor, o crente hebreu fazia-lhe uma oração que, apesar da ausência de palavras, era eloquente e persuasiva; implicava em sua total submissão ao querer divino. Assim como a vítima do sacrifício dera-se ao altar sem resistência, assim também o fazia o adorador naquela instância; entregava-se resignadamente a Deus. Tal atitude remetia-o ao Calvário.
            Jesus Cristo é o holocausto perfeito.

            Quando nos conformamos plenamente à vontade do Filho, oferecemos ao Pai o mais sublime dos holocaustos; mostramos-lhe que, pela ação intercessora do Espírito Santo, já estamos crucificados com Cristo. A partir de agora, não sou eu quem vive, mas Jesus Cristo vive em mim.

            2. A antiguidade do holocausto. O holocausto é também o mais antigo sacrifício da História Sagrada. Introduzido mui provavelmente por Abel, foi observado durante todo o período do Antigo Testamento. É o cerimonial que mais caracteriza o culto levítico; descreve, gestualmente, a peregrinação da alma penitente da Queda, no jardim do Éden, à Redenção, no monte Calvário.

            Pelo que depreendemos da narrativa sagrada, após a morte de Jó, o holocausto, como o praticara os primeiros descendentes de Noé, não demoraria a desaparecer. Manter-se-ia, porém, no clã de Abraão, o ramo mais nobre de Sem; messiânico e soteriológico.

             Em Canaã, se o holocausto noético foi alguma vez oferecido, não tardou a dar espaço a celebrações sórdidas, lascivas e criminosas. Naqueles templos e lugares altos, dominados por régulos tiranos e sanguinários, prostituição e homicídio litúrgico eram livremente praticados. Já no Egito, sacrifícios como o holocausto eram algo impensável. Se bovinos e ovinos eram deuses, por que lhes tirar a vida?

            Nas escavações arqueológicas realizadas nos entornos das pirâmides, animais mumificados são descobertos em nichos e santuários. Aqui, um macaco; ali, um falcão. E quanto ao boi? Era intocável; personificava a Terra. Imolá-lo? Sacrilégio dos sacrilégios aos olhos egípcios.

            No Cairo, capital do Egito, existe um museu em que é possível constatar que os ídolos, nos quais Faraó depositava toda a sua confiança, eram absurdamente esdrúxulos. Cada um deles, embora tivesse corpo de homem, carregava uma cabeça de animal. Até deus com cara de cachorro pode ser visto ali entre múmias de reis e carcaças de nobres.

            Já que a religião egípcia tinha o holocausto como algo abominável, como descrever-lhe a soteriologia? Para mim, semelhante religião nem soteriologia possui. O mais acertado seria qualificá-la de tanatologia: doutrina ou estudo da morte. Isso porque, no Egito, empregavam-se todos os recursos para dar a Faraó, após o seu falecimento, confortos, regalias e honras. O reino do Nilo mais parecia uma imensa casa funerária.

            A bem da verdade, os egípcios não acreditavam na vida eterna, mas numa morte sem fim. No mundo além, dependiam do mundo aquém. Nem mesmo Aquenáton que, reinando no século XIV antes de Cristo, buscou estabelecer um culto monoteístico em ambos os Egitos (alto e baixo), logrou uma doutrina da salvação que tivesse a Deus como redentor. Adorando o Sol, ignorou o Criador dos Céus e da Terra.

            Retornemos, agora, aos descendentes de Noé que perseveraram em seguir-lhe as pisadas.
3. O holocausto no período patriarcal. Se considerarmos o sacrifício que Abel ofereceu ao Senhor uma espécie de holocausto, então essa oferenda foi, de fato, a mais antiga da História Sagrada (Gn 4.4). O costume seria preservados pelos filhos de Abraão em Isaque e Jacó (Gn 8.20; 22.13).

            A religião divina, como Adão e Noé a transmitiram a seus descendentes, foi preservada nos holocaustos que, sem interrupção, foram oferecidos ao Senhor desde Abel até a destruição do Templo de Esdras, no ano 70 de nossa era. Cada vez que um desses crentes imolava um animal, profetizava ele, tipologicamente, a morte de Cristo no Calvário. Em cada oferenda, sustentada pela fé, havia uma súmula da soteriologia que hoje professamos.

            4. O holocausto no período mosaico. Após a saída dos filhos de Israel do Egito, o Senhor instruiu Moisés a sistematizar o culto divino, para evitar impurezas pagãs. Quanto ao holocausto, por exemplo, apesar de já ser uma tradição na comunidade de Israel, teria de observar preceitos e normas. A partir daquele momento, haveria um altar específico para as ofertas queimadas (Êx 31.9). Tudo deveria ser executado de acordo com as normas estabelecidas por Deus (Lv. 1—6).

            Em sua peregrinação, os israelitas retornam livremente ao holocausto. Se, no Egito, era abominação imolar um animal a Jeová, agora, naquele deserto inóspito, o sacrifício de animais veio a constituir-se na parte mais bela e nobre da religião hebreia. Os sacerdotes, agora, ofereciam redis inteiros ao Senhor.

Como puderam eles criar tantos animais, não apenas consumo próprio, como também para oferecê-los a Deus? Se em prados verdejantes e junto a águas tranquilas já é difícil tanger bois e carneiros, o que fazer em regiões ermas e abrasadoras? Quando nos pomos a servir a Deus, tudo Ele dispõe a nosso favor. À noite, orvalhava o maná para o sustento do povo. Durante o dia, providenciava o pasto àqueles rebanhos que se esparramavam pelo Sinai.

            A instituição e a continuidade do culto levítico, no deserto, constitui, em si, um grande milagre. Uma religião como a hebreia que, litúrgica e teologicamente, requer animais, perfumes, incensos e pães, não pode sobreviver sem uma logística perfeita. Num grande centro urbano, não haveria problemas; fornecedores de matérias-primas não faltam. Mas, no Sinai, já distante do Egito e ainda longe de Canaã, adorar ao Senhor, com os rigores e demandas do culto levítico, era um desafio cotidiano. Sem mencionar a construção do Tabernáculo em si.

             5. O holocausto na Terra de Israel. Após a conquista de Canaã, os holocaustos continuaram a ser oferecidos livremente ao Deus de Abraão. Josué celebrou uma importante vitória sobre os cananeus com holocaustos e ofertas pacíficas (Js 8.31). Gideão, ao ser comissionado pelo Senhor para libertar Israel, ofertou-lhe um holocausto (Jz 6.26). Quanto a Samuel, ofereceu o mesmo sacrifício ao Poderoso de Jacó, antecipando uma grande vitória sobre os filisteus (1 Sm 13.9,10). A reforma de Ezequias foi marcada por generosos holocaustos (2 Cr 29.7-35). Após o retorno do exílio, os judeus, agradecidos a Deus pela restauração de seu culto, também ofereceram-lhe holocaustos que iam além de suas posses (Ed 8.35).

            A essa altura, o que era tradição adâmica e noética torna-se instituição religiosa em Israel. Agora, o holocausto é visto como a principal liturgia do culto israelita. Se fizermos uma pesquisa no âmbito da história, da cultura e da antropologia, concluiremos que apenas a linhagem de Sem observou a prática de ofertas queimadas ao Senhor. Quanto aos camitas, que povoaram a África e partes do Oriente Médio, e aos jafetitas, que colonizaram a imensa região da Eurásia, temos evidências de que não deram continuidade a oferenda com que Noé inaugurara a segunda civilização humana.

            As etnias acima citadas praticavam sacrifícios cruentos; nenhum desses, porém, assemelhava-se ao holocausto semítico. Entre os povos tidos como bárbaros, houve (e ainda há) abate ritual de animais e de seres humanos. Mas holocausto, semelhante ao hebreu e com a sua essência teológica, não; é algo exclusivo de Israel, a linhagem mais nobre e representativa de Sem. E, por se falar em sacrifícios humanos, veremos, daqui a pouco, por que esse tipo de oferenda jamais seria aceito por Deus.


                         II. A IMPLICAÇÃO TEOLÓGICA DO HOLOCAUSTO 

             Em todo sacrifício levítico, subjaz uma teologia que tem, em sua natureza, uma soteriologia que nos remete, de imediato, à morte vicária de Jesus Cristo. Sendo assim, precisamos descobrir aquilo que não seria incorreto chamar de a mecânica teológica do holocausto.

1. A consciência do pecado humano. Quando um crente hebreu propunha-se a oferecer um holocausto ao Senhor, a primeira coisa que lhe vinha ao coração era a sua própria culpabilidade (Sl 51.5). Ele sabia que, em Adão, todos haviam pecado; ninguém seria tido por inocente diante de Deus. Até mesmo o recém-nascido, apesar de ainda não ter a experiência do pecado, já carregava, em si, a essência da ofensa adâmica (Rm 3.23; 5.12).

                        Se a situação do peregrino é tão desfavorável, o que fazer?
            Ele não poderia apresentar a si próprio a Deus, pois não ignorava a pecaminosidade que lhe ia na alma. Por isso, buscava num animal tenro, bom e geneticamente perfeito (símbolo de um intermediário eficaz); uma ponte que o conduzisse a Deus. Sem o saber, o penitente evocava perspectivamente, pela fé, ali, junto àquele altar, o sacrifício do Senhor Jesus Cristo no Calvário. O Filho de Deus haveria de morrer, de fato, em favor de todos os filhos de Adão: pelos contemporâneos da cruz, pelos que viriam a nascer e pelos que já haviam morrido.

            2. A consciência da justiça divina. Já diante do altar, esse mesmo crente sabia que, confrontado pela justiça de Deus, merecia apenas uma coisa: a morte; o salário mais adequado ao pecado adâmico. Nesse impasse, a pergunta vinha-lhe à mente: “Como aplacar um Deus irado?”. Se, por um lado, ele sabia que Deus é justo, por outro, não ignorava que a justiça divina jamais deixava de vir acompanhada por um amor que, incompreensivelmente, se dá. Por essa razão, apresentava ao Senhor a vítima do holocausto, como a rogar-lhe: “Nele, perdoa-me”. E, pela fé, era não apenas perdoado, mas justificado imediatamente.

            A justificação não é uma doutrina exclusivamente apostólica; no âmbito profético, era já conhecida e praticada junto ao trono divino. O salmista, ao discorrer sobre a ousada ação de Fineias no episódio de Baal-Pedor, reconhece: “Isso lhe foi imputado por justiça, de geração em geração, para sempre” (Sl 106.31, ARA).

            No episódio narrado pelo autor sagrado, observa-se que Fineias assim agiu porque fora movido por uma fé incomum na santidade divina. E, por essa mesma fé, foi justificado. O mesmo acontecia àquele que, crendo na justiça divina, apresentava-lhe um holocausto. No ato da matança e da queima do animal, mostrava ele a Deus a sua confiança num sacrifício vicário que alcançaria o mundo todo.

            No ato do holocausto, desfilava diante de Deus toda a soteriologia do Novo Testamento.

            3. A consciência da propiciação diante de Deus. O que o crente hebreu mais ansiava era tornar-se propício a Deus. Todavia, ninguém poderia fazê-lo por si só, a não ser por meio de um intermediário, que fosse visto pelo justíssimo Deus como alguém igualmente justo, santo, inocente e eficaz como salvador; o próprio Filho de Deus.

            Nos tempos dos patriarcas, ainda não se tinha um retrato do Messias como hoje encontramos nos Salmos e nos Profetas. Davi, em vários de seus cânticos, descreveu a vida, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Já Isaías, no capítulo 53 de seu livro, pinta o Servo de Jeová em tons fortes e inapagáveis.
            Ambos os autores sagrados já não precisavam do holocausto para saber que o Filho de Deus, ao vir a este mundo como homem, teria o mesmo destino do animal oferecido a Deus numa oferta queimada. Eis porque o rei de Israel, numa evocação messiânica, lembra a transitoriedade do holocausto na soteriologia messiânica: “Sacrifícios e ofertas não quiseste; abriste os meus ouvidos; holocaustos e ofertas pelo pecado não requeres” (Sl 40.6, ARA).            Davi, como bom teólogo, sabia que o homem, para tornar-se propício diante de Deus, carece não propriamente de um animal perfeito, mas de um perfeitíssimo medianeiro. Já antevendo não apenas o Messias, mas também o Consolador, roga ele a Jeová, depois de haver quebrantado duplamente a lei divina:
            Esconde o rosto dos meus pecados e apaga todas as minhas iniquidades. Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável. Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito. Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário. (Sl 51.9-12, ARA)

            Observemos que Davi, embora almejasse a aceitação de Deus, não lhe ofereceu um único holocausto. Sua compreensão das coisas divinas ia além da pedagogia das oferendas e dos sacrifícios. Naquele momento, ofertório algum, ainda que duplamente cruento, ser-lhe-ia útil. Por essa razão, evocando implicitamente a intermediação de Jesus Cristo, o Holocausto dos holocaustos, confessa sua confiança no verdadeiro Mediador entre Deus e os homens: “Pois não te comprazes em sacrifícios; do contrário, eu tos daria; e não te agradas de holocaustos. Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus” (Sl 51.16,17, ARA).

            Não procuramos, aqui, ao evocar Davi e Isaías, invalidar o holocausto na compreensão da soteriologia bíblica. Sem esse sacrifício, o profeta e o rei jamais viriam a entender adequadamente a mecânica da redenção que Deus, em Jesus Cristo, nos providenciara antes mesmo da fundação do mundo.

             4. A consciência de um sacrifício perfeito diante de Deus. Assombrado pela justiça divina, indaga o profeta:
            Com que me apresentarei ao SENHOR e me inclinarei ante o Deus excelso? Virei perante ele com holocaustos, com bezerros de um ano? Agradar-se-á o SENHOR de milhares de carneiros, de dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão, o fruto do meu corpo, pelo pecado da minha alma? Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus. (Mq 6.6-8 ARA)
            Sim, indaga Miqueias: “Com que me apresentarei ao SENHOR?”. Buscando a propiciação divina, o crente hebreu poderia oferecer diversas coisas a Deus: bezerros, carneiros e azeite. Numa instância já desesperada, não hesitaria em dar-lhe o próprio filho; o primogênito da alma. Vejamos a inadequabilidade desses ofertórios. Iniciemos por examinar a oferta que mais dor custaria a um pai.
            Antes de tudo, deixemos bastante claro, que Deus jamais exigiu sacrifícios humanos. A razão é bastante simples. Não obstante o custo espiritual, moral e espiritual que tal demanda acarretaria ao adorador, o seu efeito redentor e soteriológico seria inútil perante a justiça divina. Se todos pecaram e carecem da glória de Deus, quem estaria apto a morrer vicariamente por alguém? Um recém-nascido?

            Embora ainda inocente, já traz em si a semente do transgressão adâmica. Até mesmo os três homens mais justos da História Sagrada não seriam capazes de se darem vicária e salvificamente em favor dos transgressores, como o próprio Deus o demonstra através do profeta Ezequiel:
            Filho do homem, quando uma terra pecar contra mim, cometendo graves transgressões, estenderei a mão contra ela, e tornarei instável o sustento do pão, e enviarei contra ela fome, e eliminarei dela homens e animais; ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles, pela sua justiça, salvariam apenas a sua própria vida, diz o SENHOR Deus. (Ez 14.13,14, ARA).

            No entanto, se o Senhor Jesus Cristo estivesse nessa mesma cidade, Ele, em virtude de sua justiça vicária, certamente morreria; ela, porém, seria poupada. Foi o que disse mui sabiamente o sumo sacerdote Caifás: “Vós nada sabeis, nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo e que não venha a perecer toda a nação” (Jo 11.49,50, ARA). Ao registrar o fato, o apóstolo João, com a sua elevadíssima acuidade teológica, assim interpretou a alocução de Caifás:
            Ora, ele não disse isto de si mesmo; mas, sendo sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus estava para morrer pela nação e não somente pela nação, mas também para reunir em um só corpo os filhos de Deus, que andam dispersos. (Jo 11.51,52, ARA).
             Inspirados por esse modelo teológico, como explicaremos a experiência de Abraão ao ser instado pelo Senhor a oferecer-lhe Isaque? O patriarca, como o melhor teólogo da época, depois de Melquisedeque, sabia que, seja desta seja daquela forma, haveria de recobrar o filho, pois tinha irrestrita fé na promessa divina. Mas, ainda que viesse a imolar o seu querido unigênito, a morte deste poderia ser doxológica, mas jamais soteriológica e redentora, porque Abraão já havia sido justificado ao crer em Deus (Gn 15.6). No instante extremo da provação, o Senhor interveio, não permitindo que o hebreu lhe imolasse o filho da promessa (Gn 22.11-13). Vicariamente, o ser humano é ineficaz até para si mesmo. Se a nossa morte fosse suficiente para salvar-nos, bastaríamos optar pelo suicídio, e a nossa situação, diante de Deus, estaria resolvida de vez. O suicídio, todavia, não tem qualquer eficácia remidora. Se assim fosse, Judas Iscariotes estaria hoje no Paraíso junto ao Senhor Jesus. Mas sabemos que, perdendo-se ele, foi para o seu próprio lugar.

            Se a morte do meu primogênito é ineficaz para tornar-me aceitável diante do Senhor, o que lhe entregarei? Rios de azeite? O fruto da oliveira pode (e deve) ser apresentado ao Senhor como dízimo e ação de graças, mas, soteriologicamente, que eficácia tem? Afinal, não somos salvos pelas obras, mas pela fé em Jesus Cristo. Logo, tais ofertas servem apenas evidenciar-nos a salvação; somos salvos não pelas boas obras, mas à prática de obras boas, meritórias e que mostrem, por intermédio delas, o nosso compromisso com o Pai Celeste.

            Restam-nos, agora, os bezerros de um ano e os carneiros tenros e bons. Tornar-nos-ão propícios a Deus? Como símbolos e tipos são eficazes. Mas, vicariamente, não. Se a simbologia e tipologia desses animais fossem recebidas pela fé, o adorador não deixaria de ver, em cada um deles, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Caso contrário, a morte desses bichos não passaria de um desperdício litúrgico, um pesado encargo ao crente, um enfado ao sacerdote e um enojamento ao Senhor.
           
             O adorador que, pela fé, oferecia um holocausto ao Senhor, demonstrava a eficácia desse sacrifício, em sua vida, na prática da justiça, no exercício da misericórdia e na vivência do amor divino em seu cotidiano. E, no final de tudo, veria naquele bezerro ou naquele carneirinho, o Cordeiro de Deus. 


                        III. JESUS CRISTO, O HOLOCAUSTO PERFEITO 

             Para que o Filho de Deus se tornasse o holocausto perfeito, a fim de redimir a humanidade, três coisas foram-lhe necessárias: a encarnação, o sofrimento e, finalmente, a morte e a ressurreição.

             1. A encarnação de Cristo. A encarnação de Cristo foi o cumprimento cabal e perfeito da profecia de Davi: “Sacrifício e oferta não quiseste; os meus ouvidos abriste; holocausto e expiação pelo pecado não reclamaste” (Sl 40.6).
             O que o Messias, por meio do salmista, diz é que, sendo os holocaustos transitórios, restava-lhe apresentar-se voluntária e eternamente, perante o Pai, para ser a oferta e o ofertante, a fim de redimir a humanidade (Hb 10.1-10). Foi na condição de Homem Verdadeiro que o Senhor Jesus foi provado em todas as coisas, exceto no pecado, para mostrar a eficácia de seu maravilhoso e definitivo sacrifício.      2. O sofrimento de Cristo. Assim como a vítima do holocausto era, antes de ser queimada, repartida em pedaços, foi o Senhor Jesus submetido a todos os sofrimentos, angústias e dores (Is 53). Ele sabia o que era padecer.
             O autor da Epístola aos Hebreus garante que o Filho de Deus, durante o seu ministério terreno, apresentou ao Pai constantes rogos, clamores e lágrimas (Hb 5.7). Da encarnação à morte, Ele foi implacavelmente provado em todas as coisas. Mas, nem por isso, deixou de apresentar um fiel testemunho como o Cordeiro de Deus (Jo 1.29).
           
            3. A morte e a ressurreição de Cristo. O auge do sofrimento do Filho de Deus, como nosso perfeito holocausto, foi a sua morte no Calvário. Antecedendo o seu sacrifício, rogou ao Pai que lhe afastasse aquele cálice (Mc 14.36). No entanto, Ele sabia que a morte na cruz era a sua missão, o ápice de seu ministério. Em sua morte, a nossa vida.
            Na verdade, foi morto e sepultado (Mt 27.59-66). No terceiro dia, entretanto, eis que ressurge dos mortos como Rei dos reis e Senhor dos senhores (Mt 28.1-10). Com a sua ressurreição, Jesus Cristo plenifica o sacrifício perfeito, como ofertante e oferta. 

                        CONCLUSÃO
            Neste capítulo, refletimos sobre o sacrifício perfeito de Jesus Cristo. Ele é o Holocausto dos holocaustos. Ele morreu eficazmente por mim e por você. Por essa razão, mantenhamos uma vida de santidade e pureza, a fim de sermos fiéis testemunhas do Evangelho. Não ignoremos o sacrifício de Cristo. Se o fizermos, sobre nós recairá o justo juízo de Deus (Hb 10.26,27).


Lição 9: JESUS, O HOLOCAUSTO PERFEITO

Este  subsídio foi  extraído da revista: Ensinador Cristão Nº 75 do 3º trimestre de 2018.
Extráido da LBM digital

Nem toda oferta, ou oferenda, presente no sistema de sacrifício levítico, era sacrifício pelos pecados. Algumas delas tinham a função de expressar a comunhão com Deus ou ratificar uma aliança com Ele. Com o Holocausto já é diferente.
O que é o Holocausto?
Tragicamente, o termo se popularizou com o desumano e carniceiro “Holocausto Judeu”. Este foi um acontecimento histórico que representa o mais alto grau de antissemitismo no mundo, bem como a raiz contemporânea dele. Mais de seis milhões de judeus foram mortos, incinerados nos campos de concentração. Uma vergonha trágica para a humanidade do período contemporâneo.
Holocausto, na Bíblia, significa “oferta inteiramente queimada”. Era uma oferta dedicada inteiramente a Deus e, por isso, deveria ser integralmente queimada como expiação do pecado. O princípio por trás dessa oferta era o seguinte: para uma pessoa viver algo precisa morrer no lugar dela. Assim, era oferecido o gado, vacas e ovelhas (Lv 1.2). Estas ofertas deveriam ser queimadas inteiramente. Note, que não por acaso, o holocausto abre o livro do Levítico (Cap. 1). Sem dúvida, é a oferta que mais faz sentido com a entrega total do Filho de Deus, Jesus Cristo, na cruz do Calvário.
A transitoriedade do Holocausto
A oferta do Holocausto, como as demais, era transitória e insuficiente para resolver o problema do pecado, conforme escreve o escritor aos Hebreus: “Dizendo novo concerto, envelheceu o primeiro. Ora, o que foi tornado velho e se envelhece perto está de acabar” (Hb 8.13). Graças a Deus!, hoje não é preciso mais queimar animal algum. Está consumado! Tudo pago!
Tudo se deu por intermédio da revelação do Verbo Encarnado. Nosso Senhor se tornou homem para se apresentar como um de nós. Um amor que não se pode medir fez tudo isso.
Além do Verbo Encarnado, nosso Senhor padeceu um sofrimento imenso porque tinha perfeita consciência de que Ele deveria morrer. Não!, nosso Senhor não morreu para servir de um grande exemplo para a humanidade, mas para salvá-la de uma vez por todas.
A morte e a ressurreição de nosso Senhor é o “clímax” de todo o plano divino para prover uma salvação sufi ciente e eterna para o seu povo. Cristo é o Holocausto perfeito porque, nEle, tudo o que era necessário para que o ser humano fosse salvo se realizou. Um Holocausto que gerou vida para todo o que crê! Estejamos em Cristo, o Holocausto perfeito!

LIÇÃO 8 - 8- A SOBRIEDADE NA OBRA DE DEUS

Adoração, Santidade e Serviço. “ Os Princípios de Deus Para Sua Igreja Em Levítico”.
Autor: Claudionor de Andrade.

Antes de escrever este capítulo, assisti a uma reportagem sobre a droga do momento nos Estados Unidos. Segundo a matéria, o adderall, que a princípio era prescrito aos pacientes com déficit de atenção, começou a ser usado sem qualquer critério pelos que, coagidos profissionalmente, não se conformam com os próprios limites. Esse psicoestimulante, que tem em sua fórmula diversos sais de anfetamina, é venerado como a pedra mágica do sucesso.
Pelo que pude inferir da reportagem, essa droga, tão deletéria como a cocaína e o LSD, não deveria sequer ter sido fabricada. Então, como recomendá-la a uma criança que sofre daquilo que, modernamente, é chamado de déficit de atenção? Será que não há alternativas espirituais e afetivas para um tratamento, que ainda não alcançou os resultados expectados por seus pais e mestres?
Lamentavelmente, muitos obreiros do Senhor, constrangidos por convenções e ministérios, que exigem de seus afiliados metas cada vez mais ousadas e empresariais, viciam-se nesses “santos” remédios. Hoje, tomam o adderall. Amanhã, ingerem a anfetamina. E, depois, sem o perceberem, deixarão aprisionar-se pelo álcool, pela maconha e até pela cocaína. O que escrevo pode soar estranho aos ouvidos dos santos; infelizmente, essa é a realidade. Haja vista os casos de suicídio entre pastores.
O que parecia inadmissível no arraial dos santos já se faz banal e corriqueiro.
Ao fazer tais considerações, lembrei-me de Nadabe e Abiú, que, como vimos no capítulo anterior, foram mortos pelo Senhor no limiar do lugar santíssimo do Tabernáculo. Se atentarmos ao contexto do Levítico, seremos levados a acreditar que ambos, ao adentrarem a Casa de Deus, achavam-se embriagados.

I. A FEITIÇARIA NO MINISTÉRIO SAGRADO
Sempre vi os obreiros de Cristo como autênticos homens de Deus. Hoje, porém, alguns se acham a praticar a feitiçaria; outros já são velhos e experimentados feiticeiros. Infelizmente, essa é a realidade; não podemos minimizá-la. Corrigi-la, sim; ignorá-la, jamais. Nas linhas a seguir, identificaremos em que sentido a feitiçaria adentrou o santo ministério.
1. A feitiçaria como obra da carne. Ao enumerar as obras da carne, Paulo inclui a feitiçaria:
Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam. (Gl 5.19-21, ARA)
Qualquer um desses pecados é suficiente para lançar-nos no lago de fogo. Contudo, para mantermos as aparências e a reputação ministerial, evitamos a prostituição formal, a idolatria explícita (mas as implícitas, não), as discórdias em determinados momentos e as divisões em algumas instâncias. Todavia, damo-nos às bebedices (sempre às escondidas), às glutonarias e às santas porfias. E, sem o sabermos, pomo-nos também a praticar a feitiçaria.
Este último pecado nem é conhecido entre nós; julgamo-lo próprio dos bruxos e daquelas senhoras feias e velhas que, à beira de seus caldeirões, deleitam-se a fazer poções e a inventar novos elixires. Se nos concentrarmos, porém, na palavra do apóstolo, talvez descubramos que não estamos muito longe de um bruxo bretão ou de uma feiticeira druída.
De acordo com Paulo, a feitiçaria é uma das obras da carne. Se formos ao original grego, veremos que a palavra “feitiçaria” provém do vocábulo grego pharmakeia, que significa não apenas bruxaria e artes mágicas, mas igualmente drogas, tóxicos, venenos e peçonhas. Caso avancemos na exegese desse termo, constataremos que ele se acha intimamente relacionado à idolatria. Haja vista o que ocorria nos templos dos deuses egípcios, cananeus, babilônios, gregos, romanos e nórdicos.
Não precisamos viajar no tempo, a fim de assistir a uma celebração idolátrica regada a drogas e a peçonhas. Em certas regiões do Brasil, substâncias alucinógenas, como o santo-daime, são administradas livremente aos seus adeptos. A partir daí, o ser humano, já sem autodomínio, dar-se-á a todos excessos e desregramentos.
Conclui-se, pois, que toda composição química criada para alterar a personalidade humana é, na verdade, o resultado de uma das mais nocivas obras da carne: a feitiçaria. Entre esses produtos, podemos alistar o adderall, a anfetamina, o LSD, a cocaína, a heroína, a maconha e alguns medicamentos vendidos livremente nas farmácias. À luz das Sagradas Escrituras, todo isso não passa de obra das trevas.
No período do Anticristo, haverá um consumo global de psicotrópicos (Ap 9.21). Por que o homem do pecado investirá tanto nessa área? A resposta está nesta passagem do livro da Revelação, na qual o autor sagrado descreve a queda da capital do reino de Satanás: “Também jamais em ti brilhará luz de candeia; nem voz de noivo ou de noiva jamais em ti se ouvirá, pois os teus mercadores foram os grandes da terra, porque todas as nações foram seduzidas pela tua feitiçaria” (Ap 18.23, ARA). Sim, o Anticristo usará massivamente as drogas, objetivando seduzir os moradores da terra. E, assim, ser-lhe-á mais fácil induzi-los às suas mentiras e falsos milagres.
Já imaginou drogar o mundo todo? Hoje, as ideias de ditadores e tiranos, como Stalin e Hitler, ainda logram escravizar seus povos por meio de um marketing imoral, sórdido, caluniador, mentiroso e desumano. No entanto, pelo que sabemos, nenhum deles conseguiu viciar toda uma população. O mais perto que se chegou disso foi na Alemanha Nazista.
Na ânsia pelo soldado perfeito, os generais de Adolf Hitler obrigavam seus exércitos a ingerirem metanfetaminas. E, dessa forma drogados, os combatentes eram capazes de caminhar por três dias seguidos sem necessidade alguma de comida, água ou sono. Ao mesmo tempo, era-lhes tirada toda a empatia que um guerreiro deve ter em relação ao adversário no campo de batalha.
Voltando ao texto do Apocalipse, observamos que, em ambas as passagens acima citadas (9.21 e 18.23), o autor sagrado usou sabiamente o vocábulo pharmakeia.
Portanto, sempre que fazemos uso de uma substância que nos altere a personalidade, incitando-nos a ultrapassar os limites que Deus nos estabeleceu, compactuamos com as obras infrutuosas das trevas. Eis porque muitos obreiros, entregando-se à feitiçaria moderna, tornaram-se eles mesmos bruxos. Palavra forte? Infelizmente, retrata a realidade de alguns segmentos do mundo evangélico atual; estamos no final dos tempos; dias mais difíceis e mais trabalhosos estão por vir.
2. Obreiros bruxos. Em Apocalipse 21.8 (ARA), somos advertidos seriamente: “Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte”.
Na leitura desse versículo, temos um fato bastante revelador. Nas passagens anteriores (Ap 9.21 e 18.23), observamos que, no período do Anticristo, a feitiçaria será largamente difundida, gerando uma população global de viciados e dependentes químicos. E, agora, no final desse mesmo período, grande parte dos viciados torna-se não apenas dependentes, mas adoradores dos alucinógenos; químicolátricos.
De que forma alguém passa de vítima dessa feitiçaria escatológica a feiticeiro? Para se alcançar tal status, na hierarquia do pecado e da iniquidade, não é necessário percorrer um longo caminho. Basta alguém ingerir um comprimido de adderall para encontrar um atalho aqui, um trilho ali e, mais além, uma pinguela. Nessa obra da carne, desvios e transvios não faltam; são perigosamente abundantes.
Sob o efeito de um desses psicoestimulantes, o obreiro constatará que, de fato, poderá cumprir seus afazeres convencionais e ministeriais com mais desenvoltura e ousadia. Se antes, tinha ele receio ou temor de ferir este ou de machucar aquele, agora, ignora barreiras morais e éticas; despreza até a mesma Escritura.
No dia seguinte, nem fará o seu devocional. Orar e ler a Bíblia, para quê? Santo adderall resolverá tudo. E se aparecer algum improviso, é só
invocar a santa anfetamina. A essa altura, o ministério ser-lhe-á uma corporação como outra qualquer, onde todos, competindo até as raias do inferno, tudo farão para bater suas metas e alcançar suas cotas. Com tanta feitiçaria, por que buscar a virtude do Espírito Santo?
Já temos, aí, um autêntico feiticeiro. Esse pobre ministro não apenas tornou-se toxicodependente, mas ardoroso defensor dessas malditas químicas; idolatra-as; não pode viver sem elas. Sempre que possível, preceitua-as a algum colega menos avisado.
Se você, querido irmão, encontra-se enredado nessa obra infrutuosa das trevas, reconsidere suas atitudes; arrependa-se e volte ao primeiro amor.
O que nos sustenta é a fé em Jesus Cristo. NEle, tudo podemos. E, de acordo com a sua vontade, operamos o impossível. Se lermos o capítulo 11 da Epístola aos Hebreus, constataremos que nenhum daqueles heróis fez uso de qualquer substância ilícita para comprimir o seu ministério. Mas, cheios do Espírito Santo “subjugaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam a boca de leões, extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram força, fizeram-se poderosos em guerra, puseram em fuga exércitos de estrangeiros” (Hb 11.33,34, ARA).
Dissemos que o uso de psicoestimulantes induz-nos à feitiçaria. Daí à condição de feiticeiro basta um passo. Mas como descrever o feiticeiro no contexto do Novo Testamento? Voltemos a Apocalipse 21.8. Aqui, o substantivo “feiticeiro” é representado pelo vocábulo grego pharmakeus, que contempla esta descrição: aquele que prepara e usa remédios tidos como mágicos. Não se trata, pois, de um prestidigitador que, nos picadeiros, engambelam os expectadores com a habilidade das mãos e com a esperteza dos dedos. Trata-se de alguém que se entregou de corpo e alma às drogas.
O feiticeiro é o que prepara e consome drogas. Um obreiro nessas condições é, de fato, um feiticeiro; fez-se pior do que Elimas, o mágico.
Agora, precisamos voltar ao caso específico de Nadabe e Abiú. Já que falamos nas drogas químicas e ardilosamente sintetizadas, como tratar o vinho?

II. O VINHO NA HISTÓRIA SAGRADA
Nas Sagradas Escrituras, o vinho, juntamente com o pão e o azeite, é visto como bênção de Deus (Os 2.22). Aliás, o vinho era usado até mesmo como remédio (Lc 10.34). No entanto, o seu mau uso levou homens santos a cometerem escândalos, torpezas e até crimes. Haja vista os casos de Noé, Ló e Davi.
1. A embriaguez de Noé. Após o Dilúvio, Noé voltou-se ao ofício de lavrador, e pôs-se a plantar uma vinha (Gn 9.20). E, após ter preparado o seu vinho, bebeu-o até embriagar-se. Já fora de si, desnudou-se, expondo-se vergonhosamente em sua tenda (Gn 9.20-29). A intemperança do patriarca trouxe-lhe sérios problemas familiares.
O álcool foi capaz de transtornar até mesmo um dos três homens mais piedosos da História Sagrada (Ez 14,14). É por isso que devemos precaver-nos quanto aos seus efeitos (Pv 20.1; 23.31).
Num devocional já antigo, li acerca de um pastor que, após embebedar-se numa reunião social, acordou num quarto que não era seu, numa cama que não lhe pertencia e ao lado de uma mulher longe de ser a sua querida esposa. Bastou-lhe alguns minutos de intemperanças e desregramentos, para que perdesse tudo o que amealhara ao longo de abençoadas décadas de ministério.
Declara o salmista que bem-aventurado é o homem que não se assenta na roda dos escarnecedores. Aqui, entre cervejas, licores e cachaças, nada é proibido. Já nos primeiros goles caem as barreiras da moral e da ética. Nos segundos, olvidar-se até mesmo a santíssima fé. Depois, enfileiram-se as concupiscências, discórdias, valentias e sujidades. O que antes era um obreiro venerável não passa, agora, de um vil contador de piadas. Com olhares lúbricos, cobiça essa mulher, almeja aquela moça e, mais adianta, corteja aqueloutra donzela. Que atitude indigna de um homem, que, no domingo anterior, pregara sobre a “santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”.
Em algumas culturas evangélicas, o vinho é usado livremente. Alguns o tomam com moderação. Outros, entretanto, descontrolam-se;
embriagam-se; esborracham-se como os filhos das trevas. Não bastassem os males espirituais, morais e éticos, há também os problemas físicos. Quando a mim, prefiro a cautela dos recabitas à ousadia de certos obreiros que, fundados numa certa liberdade cristã, acham que todas as coisas lhe são lícitas. Esquecem-se eles de que nem todas nos convêm.
2. A devassidão das filhas de Ló. Dizendo-se preocupadas com a descendência do pai, as filhas de Ló embebedaram-no em duas ocasiões (Gn 19.31,32). Em seguida, tiveram relações com o próprio pai, gerando dois povos iníquos (Gn 19.33-38). Quem se entrega ao vinho está sujeito às dissoluções (Ef 5.18). Já imaginou um obreiro de Cristo em semelhante situação?
Muito se fala, no Brasil, sobre violência doméstica e abuso infantil. O que muita gente não sabe é que tais coisas também são ocasionadas pelo álcool. O que esperar de um pai bêbado? Ou de uma mãe embriagada? Depois que o álcool chega ao cérebro, abre-se as portas à violência, à permissividade e a todo tipo de atos impensáveis.
Eu não gostaria de ver um obreiro do Senhor numa situação igual ou semelhante à de Ló. O homem que se resguardara dos vícios de Sodoma e de Gomorra, não soube como resguardar-se diante do vinho. Para se evitar tais males e desgraças, só existe um caminho: a abstinência.
3. O vinho como instrumento de corrupção. Para encobrir o seu adultério com Bate-Seba, o rei Davi convocou Urias, que estava na frente de batalha, embriagou-o, e induziu-o a deitar-se com a esposa adúltera e já grávida (2 Sm 11.13). Se o seu plano houvesse dado certo, aquela criança ficaria na conta de Urias, o heteu.
A que ponto chega um homem fora da orientação do Espírito Santo. O rei e pastor de Israel usou o vinho para corromper um de seus heróis mais celebrado. Uma reunião de obreiros não pode ser regada a vinho; tem de ser dirigida pelo Espírito Santo.
Que os encontros de pastores, evangelistas, presbíteros e diáconos sejam marcados pela comunhão, fraternidade e profunda concórdia. E que, no final dos trabalhos, possamos declarar como os santos apóstolos: “Pareceu bem a nós e ao Espírito Santo”. Mas isso só acontecerá se, abstendo-nos do vinho, enchermo-nos do Divino Consolador.
Se o vinho é tão nocivo e deletério, por que foi usado pelos levitas, no Antigo Testamento, e pelos santos apóstolos, no Testamento Novo? Antes de adentrarmos o próximo tópico, consideremos esta proposição: tudo o que existe pertence ao Senhor; logo, deve Ele ser glorificado por todas as coisas. Aos olhos de Deus, tudo é precioso, inclusive o vinho. Vejamos o que Ele ordenará no período da Grande Tribulação: “E ouvi uma como que voz no meio dos quatro seres viventes dizendo: Uma medida de trigo por um denário; três medidas de cevada por um denário; e não danifiques o azeite e o vinho” (Ap 6.6, ARA).

III. O VINHO NO OFÍCIO DIVINO
O vinho, por simbolizar as bênçãos de Deus, foi usado no Antigo Testamento como oferenda ao Senhor e, no Novo Testamento, serviu para simbolizar o sangue de Cristo. Todavia, a Palavra de Deus faz sérias advertências quanto ao seu uso.
1. No Antigo Testamento. Em sua oferta de manjares ao Senhor, os israelitas faziam-lhe também a libação de um quarto de him de vinho (Lv 13.13). Nessa oferenda, o adorador reconhecia que tudo quanto existe pertence ao Senhor. Em razão disso, deveria usar de forma santa e responsável tudo que Ele nos deixou (Pv 20.1).
Quanto aos ministros do altar, eram severamente advertidos sobre o uso do vinho. Leia com atenção Levítico 10.8-11. Essa passagem deve ser aplicada também a nós. Tanto ontem quanto hoje, o álcool pode levar-nos à ruína.
É bem provável que Nadabe e Abiú, julgando-se acima de recomendações e preceitos, vinham abusando do álcool. E, assim, de abuso em abuso, e já desconsiderando a santidade de Jeová, adentraram-lhe a Casa sem o fogo apropriado à queimação do incenso. Se isso realmente aconteceu, que deprimente espetáculo não representaram eles. Já imaginou dois obreiros embriagados, trôpegos e resmungando com voz pastosa as fórmulas e credos sagrados? Imagine ambos, agora, cambaleando entre o candelabro e a mesa dos pães da apresentação. Se tropeçassem diante do altar do incenso, cairiam no Santo dos Santos.
Retornemos à nossa realidade. Evoquemos a imagem de um pastor embriagado a batizar ou a ministrar a Santa Ceia. O que o rebanho, sempre atento e observador, dir-nos-á em semelhantes situações? Que o Senhor Jesus nos guarde das intemperanças e desregramentos. Jesus, tem misericórdia de nós. Santifica-nos. Queremos chegar à Jerusalém Celeste.
2. No Novo Testamento. O primeiro milagre de Jesus foi transformar água em vinho (Jo 2.1-11). E, ao instituir a Santa Ceia, Ele fez uso desse mesmo produto, a fim de simbolizar o seu sangue redentor (Mt 26.26-30). Desde então, a Igreja de Cristo vem utilizando o fruto da vide para oficiar a sua maior celebração: a Ceia do Senhor (1 Co 11.23-32).
O que dizer do primeiro milagre do Senhor? O vinho que Jesus fez surgir da água era vinho ou um mero suco de uva? A Escritura não comporta dúvidas; era vinho de excelente qualidade. Mas da narrativa sagrada, inferimos que, naquelas bodas, ninguém se embriagou; os que presenciaram o milagre vieram a crer que Jesus era, de fato, o Salvador do mundo e Messias de Israel.
3. Advertência quanto ao uso do vinho. Se, por um lado, o vinho é utilizado para adorar a Deus, por outro, ele pode ser usado igualmente para trazer escândalos e levar-nos a desvios espirituais, morais e éticos. Eis porque devemos considerar as recomendações que nos fazem as Escrituras (Pv 21.17; 23,20; Tt 2,3).
Diante das recomendações da Palavra de Deus, como proceder? Sejamos moderados e sóbrios. À semelhança dos recabitas, abstenhamo-nos do álcool. Leia com atenção o capítulo 35 de Jeremias. Que o exemplo daqueles homens cale-se profundamente em nossa alma.

IV. MINISTROS CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO
Tendo em vista os exemplos lamentáveis e vergonhosos da História Sagrada, o Novo Testamento faz-nos severas advertências quanto ao uso do vinho.
1. Recomendações aos ministros. O candidato ao Santo Ministério, na Igreja Primitiva, não podia ser um homem escravizado pelo vinho (1 Tm 3.3,8; Tt 1;7). Como confiar o rebanho de Jesus Cristo a um alcoólatra? O que governa tem de abster-se das bebidas alcoólicas (Pv 31.4).
Se você, querido obreiro, tem algum problema com o alcoolismo, procure ajuda. Há sempre um bom homem de Deus disposto a ouvir-nos e a auxiliar-nos. Não leve tal fardo à sepultura. Por mais difícil e vexatória que seja a sua situação, não se conforme. O Senhor Jesus está ao nosso lado. Ele o resgatará do alcoolismo, guindando-o novamente às regiões celestiais.
2. Recomendações à Igreja. A recomendação quanto aos prejuízos decorrentes do vinho não se limita aos ministros do Evangelho. Ela diz respeito, também, a toda a Igreja. Que o verdadeiro cristão, afastando-se do vinho, busque a plenitude do Espírito Santo (Ef 5.18). A embriaguez não é um mero adorno cultural; é algo sério que tem ocasionado sérios transtornos à Igreja de Cristo.
Voltemos ao cenáculo. Busquemos novamente a plenitude do Consolador. Que as nossas reuniões sejam marcadas por conversões, batismos com o Espírito Santo, curas divinas, sinais e maravilhas. E que jamais nos esqueçamos de que o Senhor Jesus, em breve, virá buscar a sua Igreja. Aleluia!
3. Ministros usados pelo Espírito Santo. No dia de Pentecostes, o Espírito Santo foi copiosamente derramado sobre os discípulos (At 2.1-4). De início, eles foram tidos como bêbados (At 2.13). Mas, após o sermão de Pedro, todos vieram a conscientizar-se de que eles falavam e operavam no poder de Deus (At 2.40,41).
Na sequência de Atos, deparamo-nos com os apóstolos e discípulos proclamando o Evangelho sempre na virtude do Espírito Santo (At 4.8, 31; 7.55; 13.9).

V. COMO AGIR DIANTE DE TANTOS PERIGOS
Entre o final de 2017 e o início de 2018, chegaram-me alguns relatos de pastores, alguns ainda jovens, que vieram a suicidar-se. Confesso que tais relatos deixaram-me bastante preocupado. O que levaria um homem de Deus a cometer semelhante desatino? Por isso, gostaria de deixar, aqui, alguns conselhos para nos prevenirmos quanto a tais desfechos.
1. Aprenda a confiar em Deus. Entre a Obra de Deus e o Deus da Obra, não tenha dúvidas. Que o Senhor tenha completa prioridade em sua vida. Quando nos damos por completo ao Deus da Obra, a Obra de Deus sempre prospera em nossas mãos. Por essa razão, trabalhe com ousadia e amor, mas não perca a paz se a sua igreja não prospera como esta ou não cresce como aquela. Quem dá o crescimento é Deus. Não perca o sono. Enquanto você dorme, Ele cuida de sua Seara.
2. Não se consuma pela ansiedade. Não leve para o Santo Ministério as disputas e vícios do mundo corporativo. No âmbito do Reino de Deus, nem sempre o mais veloz chega primeiro. E, se logra algum êxito, envergonha-se como Aimaás; não tem mensagem alguma. Então, peregrine com o Evangelho.
Quando a depressão bater-lhe à porta, siga o conselho do apóstolo: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças” (Fp 4.6, ARA).
Cuidado com as metas que contemplam apenas as finanças. Mire-se na humildade e na pobreza do Nazareno; resgate-lhe as almas preciosas que, todos os dias, vemos nas ruas, praças e logradouros. O dinheiro sempre vai. Quanto às almas, que cada uma delas chegue aos pés do Salvador.
3. Não se dê às drogas. Previna-se quanto aos que, sutil e perversamente, preceituam-nos pílulas e compridos mágicos. Na Vinha do Senhor, não se requer nenhum psicoestimulante. A assistência do Espírito Santo nos basta.
Não se vicie. Você não precisa de tais artifícios. O mesmo Deus que fortaleceu a Sansão e animou a Davi está ao seu lado. Coragem e ânimo. A feitiçaria destes últimos dias está levando muita gente para o inferno.
4. Cuidado com o álcool. Fuja dos colegas de ministério que, por serem já alcoólatras, querem induzi-lo a esse vício maldito e perverso. Mantenha-se continuamente sóbrio. A caminhada ainda é longa. Nessa peregrinação, não podemos andar tropegamente. Sejamos firmes em cada passo.
5. Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. A recomendação do apóstolo nunca foi tão atual e urgente: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes” (1 Tm 4.16, ARA).

CONCLUSÃO
Certa vez um jovem obreiro perguntou-me se algum padre chegará ao céu. Vendo-lhe a ânsia de espírito, fiz-lhe outra pergunta: “Algum pastor corre o risco de ir para o inferno?”.
Diante das agruras que nos espreitam aqui e ali, todos corremos sérios riscos. Não podemos vacilar. Se não nos dermos à leitura da Palavra, à oração e ao jejum, não subsistiremos. O fato de sermos obreiros não nos torna invulneráveis quanto às tentações, às angústias e às arremetidas de Satanás.
Cuidemos de nós mesmos. Zelemos pela doutrina que nos confiou o Senhor. Ele é poderoso para guardar-nos até o dia de sua vinda. E que jamais venhamos a ter o mesmo destino de Nadabe e Abiú.
Amém. Cuida de nós Jesus.