Estudo : Milênio - Um Tempo Glorioso para a Terra

“Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele mil anos” (Ap 20.6).

A tragédia do pecado transtornou toda a ordem que reinava no planeta. O homem, criado à “imagem de Deus”, perdeu a glória que o Criador imprimiu em sua estrutura espiritual, emocional e física. O resultado foi a doença, o envelhecimento e a morte, no aspecto físico (Gn 3.19).
O homem conheceu a morte espiritual, ou seja, a separação de Deus, e se torna morto “em ofensas e pecados” (Ef 2.5; Gn 2.17). E conheceu o mais terrível inimigo, depois de Satanás - a morte física (1 Co 15.26; Rm 5.12). Suas estruturas, seus nervos, suas células, seus tecidos, seu corpo todo e sua mente sofreram o impacto violento de mudanças radicais. Sua energia vital foi reduzida a um nível tão baixo, que, hoje, um vírus ou um micróbio pode levá-lo à morte física. Basta que o cérebro fique privado de oxigênio durante dois ou três minutos para que sobrevenha a morte, ou, no mínimo, lesões irreparáveis. A morte física, consequência do pecado, foi um preço alto demais pelo conhecimento do pecado. Doenças, dor, separação, lágrimas, tristezas, angústias, tudo por causa de um gesto, um ato, uma ação de desobediência ao Criador, que avisou ao homem que não comesse da árvore proibida: “Certamente morrerás”.
O planeta Terra, que seria um “paraíso global” para o habitat do homem, sofreu a maldição de Deus. A ecologia foi mudada. As condições ambientais foram transformadas. Antes, a terra só produzia para benefício do homem. Depois passou a germinar cardos e espinhos.
Isso, sem dúvida, refere-se a tudo que, na natureza, prejudica o homem. Este se serve da terra, mas com dor, com sofrimento. Mesmo que use a inteligência e consiga utilizar os instrumentos materiais para
0 cultivo da terra, isso tem um custo muito alto. E os frutos da produção não são acessíveis a todos.
Mas Deus, em seu amor e misericórdia para com o ser criado, realizou o seu plano de redenção da humanidade, enviando Jesus Cristo para morrer em seu lugar e salvar a todo que nEle crê (Jo 3.16). O plano de salvação é da parte de Deus, mas precisa da aceitação do homem, dotado de livre-arbítrio; e o pecado continua a dominar a mente humana. Deus tem um plano glorioso para o planeta Terra, que inclui a restauração espiritual, moral, social, ecológica, ambiental e institucional. Porém, para que esse plano global de restauração possa ser implementado, as estruturas espirituais e humanas precisam ser transformadas. E essa transformação se dará quando Cristo puser seus pés sobre o Monte das Oliveiras, e destruir todos os poderes espirituais, satânicos e humanos da face da terra. Já vimos que, em sua vinda em glória, Jesus vai prender o Diabo no abismo (Ap 20.1), durante mil anos, e o falso profeta e o Anticristo serão lançados no “lago de fogo e enxofre” (Ao 19.20). Neste estudo, veremos o que a Bíblia nos revela sobre o Milênio, que trará um período sem precedentes na História do homem e do planeta Terra.
1 - O Reino Milenial
1. A Restauração do Planeta
O Milênio será um período literal de mil anos, e não uma utopia, como ensinam certos teólogos revisionistas da Palavra de Deus. No período milenial, Jesus governará a Terra, juntamente com sua Igreja glorificada, preparando-a para ingressar no “perfeito estado eterno”. Nos sete primeiros versículos do capítulo 20 de Apocalipse, aparece a expressão “mil anos” seis vezes. O planeta foi dado por Deus “aos filhos dos homens” (SI 115.16). “E tomou o Senhor Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar” (Gn 2.15). Além de cuidar do planeta, o homem teria o domínio da Terra, com autoridade delegada pelo Criador sobre todos os reinos naturais (Gn 1.28). Mas, usando mal o seu livre-arbítrio, o homem fracassou em cuidar de si mesmo e do planeta.
Era o plano original de Deus que o homem, feito à sua imagem e semelhança, o representasse, cuidando do planeta. Porém, com a entrada do pecado no mundo e a Queda do homem, toda a natureza foi perturbada e atingida pelos nefastos efeitos do rompimento da comunhão do homem com o Criador. Diz Paulo: “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora” (Rm 8.20-22). A Terra ou a criação aguarda a gloriosa redenção do homem e da própria natureza, quando Cristo assumir o Reino Milenial (Rm 8.23).
2. Jesus Governará a Terra
As profecias asseguram isso. O anjo da anunciação disse a Maria, acerca de Jesus: “Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu Reino não terá fim (Lc 1.32,33). Para que Jesus possa reinar soberanamente sobre a Terra, todos os governos e reinos terão que se submeter à sua vontade. “Porque eu sou contigo, diz o Senhor, para te salvar, porquanto darei fim a todas as nações entre as quais te espalhei; a ti, porém, não darei fim, mas castigar-te-ei com medida e, de todo, não te terei por inocente” (Jr 30.11 - grifo nosso). “E o Senhor será rei sobre toda a terra; naquele dia, um será o Senhor, e um será o seu nome” (Zc 14.9; Ap 11.15,16).
Na revelação que Deus deu a Nabucodonosor, ele viu todos os impérios mundiais, um após outro, em sucessão do poder humano e político. No resumo a seguir, do teor da visão de Nabucodonosor, vemos a sequência histórica dos reinos do mundo, todos entrando em decadência, até serem substituídos pelo Reino que não terá fim, o Reino de Cristo, no Milênio. Cada parte da estátua representava impérios e reinos com domínio sobre o mundo.
1) A cabeça de ouro: Representava o Império Babilônico (Dn 2.32,37,38). Foi o primeiro império mundial (gentio), entre os anos 604-561 a.C; em 586 a.C., foi destruído o Templo de Salomão em Jerusalém;1 O rei era obcecado pelo espírito de grandeza do seu reino: foi um grande administrador; construiu os famosos “jardins suspensos ; Deus lhe falou em sonhos, e mostrou o fim de seu reino.
2) O peito de prata: Representava o Império Medo-Persa (2.32); vê-se a confirmação nos capítulos 7 e 8. A História Geral mostra isso. A Babilônia, no tempo de Hamurábi, construiu um canal que ia até o Golfo Pérsico, paralelo ao Eufrates; no 2o Império, cresceu muito, e corrompeu-se, enfraquecendo-se; os medos e persas, coligados, invadiram de noite; o povo recebeu-os com festas (556 a.C.). Segundo a História, os invasores desviaram o rio por baixo das muralhas.
3) O ventre de bronze: Representa o Império Grego (2.32). Da- rio foi enfrentado pelos gregos, durante meio século (492-449 a.C.). Alexandre da Macedônia foi quem o derrotou em 330 a.C. Dario foi assassinado por um sátrapa, enquanto caía nas mãos dos gregos (História Geral Armando Souto Maior). Alexandre dominou o mundo de então. Estendeu seu império até à índia, Babilônia, Egito. Em Babilônia, foi recebido com festas. No Egito, aceitou o título de “Filho de Amom”. Começou a reinar com 20 anos. Aos 33 anos, morreu embriagado, com febre. Seu império foi esfacelado (Dn 8.21,22), dividido entre seus quatro generais: Lisímaco, Cassandro, Seleuco e Ptolomeu, conforme a História Geral, para cumprir-se a profecia.
4) As pernas de ferro, pés em parte de ferro e em parte de barro. Representam o Império Romano. Nos meados de 300 a.C., Roma dominou a Grécia e dominou o mundo. O Império estendeu-se por toda a parte. Em 395, d.C., dividiu-se em duas partes (as duas pernas): Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente.
O primeiro, com sede em Constantinopla; o segundo, com sede em Roma. Historicamente, foi o cumprimento perfeito da profecia. Deus vela pela sua Palavra para a cumprir (Jr 1.12). 5) Dez dedos - barro misturado com ferro (2.41,42). São dez reinos, resultantes do antigo Império Romano, que estarão em evidência nos fins dos tempos (v. 44); correspondem aos 10 chifres do 4º animal de Daniel 7.24 e aos 10 chifres da Besta de Apocalipse 13.1 e 17.3. Refere-se a um poder que “existiu, e que no momento não existe, mas que voltará a existir” (Ap 17.8). Trata-se de uma confederação de nações, que se unirão no território do antigo Império Romano. Hoje, é identificado como a União Européia, que já tem um parlamento, e uma moeda única, o Euro. Corresponde aos tempos atuais, em que as nações, em geral, são governadas por democracias que são, ao mesmo tempo, fortes (ferro) e fracas (barro). Não há verdadeira união. O número 10, na Bíblia, dá ideia de globalização.
Notemos que a Europa, que foi o “berço das missões mundiais , é atualmente o lugar mais avesso ao evangelho de Cristo. Ali, o cenário espiritual está sendo preparado pelo Diabo para dar lugar ao Anticristo. Igrejas estão sendo fechadas aos milhares ao longo dos últimos anos. O movimento islâmico radical está se impondo como força política e religiosa, com o intuito de dominar o mundo. O ódio a Israel é evidenciado de forma clara e aberta, e os governos silenciam. Os judeus estão migrando para sua pátria em grande número, pois a perseguição está se intensificando contra descendentes de Abraão.
6) O Reino que não terá fim-a pedra cortada sem mãos. Diz o livro de Daniel: “Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e esse reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos e será estabelecido para sempre. Da maneira como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem mãos, e ela esmiuçou o ferro, o cobre, o barro, a prata e o ouro, o Deus grande fez saber ao rei o que há de ser depois disso; e certo é o sonho, e fiel a sua interpretação” (Dn 2.44,45). Será o Reino de Cristo, implantado no Milênio. (Ver comentário na segunda parte deste estudo.)
Na sequência acima, vemos que cada reino do mundo, nos tempos dos gentios”, que começaram com Jerusalém sendo pisada pelos babilônios (Lc 21.24), é temporário e inferior ao seu antecessor. Esses “tempos” terminarão quando Cristo destruir todos os impérios gentios do mundo, como descrito na visão da estátua misteriosa. Isso prova que a humanidade não tem evoluído espiritual nem moralmente. Caminha para a destruição de suas estruturas políticas, econômicas, sociais, morais e espirituais. Começa com ouro e termina com barro. (Ver Rm 1.18) A visão é espiritual. A Bíblia mostra o “fim da história”. E revela que a imagem representativa dos reinos do mundo começou grande e terminou em pó! A Pedra, que é Cristo, começou pequena, numa manjedoura, sem parecer nem formosura (Is 53.2), mas cresceu, tornou-se grande, gloriosa e encheu o mundo inteiro!
3. Jerusalém Será a Capital do Mundo
No Reino Milenial, Jerusalém será a capital espiritual e política do mundo. Em julho de 2015, os Estados Unidos deixaram de reconhecer Jerusalém como capital de Israel (um grande erro), para satisfazer os interesses dos inimigos de Israel. No entanto, no Milênio, ela será, de fato, não só a capital de Israel, mas a cãpital do mundo! 'Visão que teve Isaías, filho de Amoz, a respeito de Judá e de Jerusalém. E acontecerá, nos últimos dias, que se firmará o monte da Casa do Senhor no cume dos montes e se exalçará por cima dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações. E virão muitos povos e dirão: Vinde, subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine o que concerne aos seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém, a palavra do Senhor” (Is 2.1-3 - grifo nosso; Is 60.3).
Os Estados Unidos, a Inglaterra, a França, a Alemanha, o Japão, o Brasil e todos os povos, para sobreviverem, terão que dar valor a Jerusalém: E acontecerá que todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém subirão de ano em ano para adorarem o Rei,
o Senhor dos Exércitos, e para celebrarem a Festa das Cabanas. E acontecerá que, se alguma das famílias da terra não subir a Jerusalém, para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, não virá sobre ela a chuva” (Zc 14.16,17 - grifo nosso).
II - Como Será o Governo de Cristo
1. Jesus Governará com seus Servos
No Milênio, o governo de Cristo representará o último reino mundial (e universal). Não será democrático, nem comunista, nem capitalista; será teocrático; virá do céu, implantado sem a mão do homem, que é sempre corruptível. Diz o livro de Daniel: “Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e esse reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos e será estabelecido para sempre. Da maneira como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem mãos, e ela esmiuçou o ferro, o cobre, o barro, a prata e o ouro, o Deus grande fez saber ao rei
0 que há de ser depois disso; e certo é o sonho, e fiel a sua interpretação” (Dn 2.44,45 - grifo nosso).
A “pedra”, cortada “sem mãos”, representa Cristo (At 4.11;
1 Co 10.4; 1 Pe 2.4); Jesus, o Rei, nasceu sem intervenção humana (Is 53.3; Dn 8.25). A pedra, que é Cristo, esmiúça a imagem simbólica, batendo nos pés (o que resta dos reinos mundiais); destrói o que resta do “Império Romano”; hoje, o Direito é romano, a filosofia vem dos gregos, a arrogância vem dos babilônios, a riqueza e a energia vêm dos petrodólares. Haverá um juízo repentino e catastrófico sobre toda a humanidade, como vimos no estudo sobre a Grande Tribulação. Tudo o que resta dos impérios, reinos, governos, sistemas políticos, econômicos e sociais será aniquilado e substituído pelo Reino de Cristo. O poder dos gentios começa e termina com uma grande imagem. Em Daniel, começa com a “cabeça de ouro” - Babilônia (Dn 2.31); em Apocalipse, termina com a imagem da Besta, o Anticristo (Ap
13.14,15).
Jesus reinará com poder pleno sobre a Terra. Em sua Carta a Timóteo, Paulo anteviu a glória do reino milenial: Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre. Amém!” (1 Tm 1.17). Como a capital do mundo será Jerusalém, no aspecto político-administrativo, o governo do mundo terá a preeminência do povo de Israel. Não quer dizer que Israel vai dominar o mundo. Mas Cristo, em Jerusalém, dominará o mundo. Os líderes de Israel, no Milênio, seguirão as ordens legais do “Rei dos Reis e Senhor dos Senhores”. O líder universal será Cristo Jesus.
2. A Igreja Reinará com Cristo
Os salvos em Cristo haverão de participar da primeira ressurreição, como parte integrante da sua Igreja. Eles reinarão com Cristo no Milênio: “Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele mil anos (Ap 20.6; 1.6; 5.10 - grifo nosso). No toque da sétima trombeta, na Grande Tribulação, já haverá a proclamação do reinado universal de Cristo: “E tocou o sétimo anjo a trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre. E os vinte e quatro anciãos, que estão assentados em seu trono, diante de Deus, prostraram-se sobre seu rosto e adoraram a Deus” (Ap 11.15,16). Os salvos serão reis e sacerdotes e reinarão com Cristo com poder e autoridade sobre as nações: 11E ao que vencer e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações, e com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro; como também recebi de meu Pai, (Ap 2.26,27; 2 Tm 2.12a). Na verdade, além de julgar o mundo, os salvos da Igreja hão de julgar os anjos! (1 Co 6.3).
Daniel viu o reino de Cristo no plano universal “E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão” (Dn 7.27).
3. A Nova Jerusalém
Acima da Jerusalém terrestre, em Israel, haverá a Jerusalém Celeste, ou a nova Jerusalém”. (Ler Ap 21.1-26) Os salvos, em corpos glorificados, não precisarão das estruturas de moradia terrestre, nem dos suprimentos produzidos pelo homem, na agricultura, na indústria e no comércio. Os glorificados terão “metabolismo” espiritual. Seus corpos, semelhantes ao de Jesus ressuscitado (Fp 3.21), poderão deslocar-se no espaço sem auxílio de transportes aéreos, atravessar portas fechadas, como o fez Jesus após ressuscitar 0o 20.26). Por isso, habitarão na nova Jerusalém, que será uma cidade preparada nos céus. Jesus prometeu aos seus discípulos que iria prepara lugar no céu para eles 0o 14.2,3). A nova Jerusalém está nos céus (G14.26), mas, quando Jesus vier com sua Igreja, ela descerá para as regiões siderais e pairará como um satélite sobre o mundo. Pr. Cohen diz que “Essa maravilhosa cidade-noiva ficará pairada sobre a terra, durante todo o Milênio, como uma bela estrela, representando a glória de Deus” (Ap 21.23-27). “E as nações andarão à sua luz, e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra” (Ap 21.24 - grifo nosso). Certamente, os salvos glorificados transitarão entre a nova Jerusalém (nos céus) e a Jerusalém terrestre, num intercâmbio promovido pelos interesses do Reino Milenial.
III - Características Especiais do Milênio
1. Quem Participará do Milênio
Dois grupos de pessoas entrarão no Milênio. Um grupo será constituído dos salvos, com corpos glorificados, que incluem a Igreja, os salvos do Antigo Testamento e os salvos na Grande Tribulação (Ap 7.14) e “o remanescente” dos israelitas, salvos por Cristo, na Batalha do Armagedom (Rm 9.27). O outro grupo será o do restante dos povos, em corpos humanos naturais, que escaparem da Grande Tribulação, em um número bem reduzido, face os que forem exterminados nas catástrofes que desabarão sobre o mundo; e também as pessoas que forem nascendo durante o Milênio. Os povos que escaparem da Grande Tribulação entrarão no Milênio, e se organizarão como nações, alinhadas e adaptadas à Nova Ordem Divina sobre a Terra. Tendo em vista a ausência do Diabo, o mal, como existe hoje, não terá lugar na mente das pessoas, nem na natureza e nas relações entre as nações.
2. Sete Aspectos Relevantes do Milênio
1) Haverá um conhecimento universal de Deus. “Não se fará mal nem dano algum em todo o monte da minha santidade, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Is 11.9 - grifo nosso; Is 54.13) Haverá um derramamento pleno do Espírito Santo (Is 32.15). Nos tempos presentes, a maior parte dos meios de comunicação, de ensino, de pesquisas e informações privilegiam o conhecimento humano, notadamente de origem materialista, humanista e evolucionista. Mas, no Milênio, a mídia e todos os meios de comunicação de massa ou especializado divulgarão os benefícios e as características extraordinárias do Reino Milenial.
A pregação da Palavra de Deus será plenamente livre e os mensageiros de Deus terão acesso a todos os meios de comunicação para divulgarem as leis e os ensinos de Cristo (Mt 24.14). Será um verdadeiro avivamento mundial em busca do conhecimento de Deus. Jerusalém será o centro da evangelização mundial no Milênio: “E irão muitas nações e dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor e à Casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e nós andemos pelas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e a palavra do Senhor, de Jerusalém” (Mq 4.2 - grifo nosso). O pecado, a rebelião e a incredulidade não serão tolerados (SI 2.10-12).
2) Haverá paz perfeita na Terra. Haverá um mundo sem doenças, sem violências e mortes e completa harmonia entre as nações. Por isso, Jesus é “o Desejado de todas as nações [...] diz o Senhor dos Exércitos” (Ag 2.7). Jesus é o “Príncipe da Paz” (Is 9.6). O homem desfrutará da mais completa paz, em todo o planeta. As famílias viverão em completa união. Os filhos terão plena harmonia com os pais (Is 65.23). Não haverá mais guerras ou conflitos bélicos durante os mil anos de paz sobre a Terra. E ele exercerá o seu juízo sobre as nações e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças, em foices; não levantará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a guerrear” (Is 2.4). Esse clima de paz perfeita perdurará até o final do Milênio, quando haverá a “última Guerra Mundial”, a batalha de “Gogue e Magogue”, quando Satanás, solto por um pouco de tempo, levantará as nações contra Deus. (Ler os capítulos 38 e 39 de Ezequiel.)
3) A justiça e a verdade serão plenas. “Mas julgará com justiça os pobres, e repreenderá com equidade os mansos da terra, e ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará o ímpio. E a justiça será o cinto dos seus lombos, e a verdade, o cinto dos seus rins” (Is 11.4,5). No Milênio, a justiça terá o padrão divino. Não haverá julgamentos injustos ou tendenciosos; não haverá justiça venal, nem venda de sentenças em julgamentos. “Ele mesmo julgará o mundo com justiça; julgará os povos com retidão” (SI 9.8; 50.6; 89.14; 96.13).
4) A natureza animal será mudada. Animais perderão sua ferocidade e medo do ser humano. “E morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará, e o bezerro, e o filho de leão, e a nédia ovelha viverão juntos, e um menino pequeno os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, e seus filhos juntos se deitarão; e o leão comerá palha como o boi. E brincará a criança de peito sobre a toca da áspide, e o já desmamado meterá a mão na cova do basilisco” (Is 11.6-8). Os animais voltarão a ser “vegetarianos”, como no início (Gn 1.30). Para os materialistas e ateus, essas predições sobre o Milênio não passam de utopia e mito. Também os teólogos materialistas, ou “ateólogos”
Ateólogos=. Neologismo criado pelo autor deste texto para identificar os que se dizem teólogos e não creem na Palavra de Deus como está na Bíblia
afirmam que tudo isso é simbólico, não literal. Certamente, responderão perante o autor da Bíblia. Diz ainda a Palavra de Deus: O lobo e o cordeiro se apascentarão juntos, e o leão comerá palha como o boi; e o pó será a comida da serpente. Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor” (Is 65.25).
5) O reino vegetal será altamente produtivo. A maldição da terra por causa do pecado desaparecerá (Gn 3.17,18). Não haverá necessidade de agrotóxicos, pois a bênção de Deus estará sobre a produção de alimentos. Não haverá falta de alimentos (Jr 31.12; SI 67.5,6). A produção agrícola será altamente eficaz (Jl 2.24). A oferta de alimentos atenderá à procura e os preços serão equilibrados. “E edificarão casas e as habitarão; plantarão vinhas e comerão o seu fruto” (Is 65.21). “Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que o que lavra alcançará ao que sega, e o que pisa as uvas, ao que lança a semente; e os montes destilarão mosto, e todos os outeiros se derreterão. E removerei o cativeiro do meu povo Israel, e reedificarão as cidades assoladas, e nelas habitarão, e plantarão vinhas, e beberão o seu vinho, e farão pomares, e lhes comerão o fruto” (Am 9.13,14; ler Is 30.23,25). Um rio sairá de Jerusalém e fertilizará as terras (Zc 14.8; Ez 47.1,12);
6) Haverá saúde e prosperidade para todos. As condições ambientais serão altamente favoráveis à melhoria da qualidade de vida no planeta. A longevidade surpreenderá a todos pelas excelentes condições de saúde. “Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não cumpra os seus dias [...] E edificarão casas e as habitarão; plantarão vinhas e comerão o seu fruto. [...] não plantarão para que outros comam, porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus eleitos gozarão das obras das suas mãos até à velhice” (Is 65.20-22). Além da saúde, as condições de moradia para todos serão as melhores jamais vistas. Nenhum programa habitacional se compara ao que o Reino de Cristo concederá aos homens.
7) O meio ambiente será restaurado ao seu estado original. O meio ambiente será transformado e altamente saudável. Não haverá secas, enchentes, terremotos ou qualquer catástrofe natural. O deserto e os lugares secos se alegrarão com isso; e o ermo exultará e florescerá como a rosa. Abundantemente florescerá e também regorgitará de alegria e exultará; a glória do Líbano se lhe deu, bem como a excelência do Carmelo e de Sarom; eles verão a glória do Senhor, a excelência do nosso Deus. [...] porque águas arrebentarão no deserto, e ribeiros, no ermo. E a terra seca se transformará em tanques, e a terra sedenta, em mananciais de águas; e nas habitações em que jaziam os chacais haverá erva com canas e juncos” (Is 35.1,2,6,7).
Utopia? Para os incrédulos. Para os crentes, esperança para o mundo. Mesmo sendo referências às bênçãos sobre Israel, tais benefícios se estenderão a todo o planeta. Nem os mais fanáticos ecologistas imaginam tamanha harmonia na natureza. Na verdade, esses movimentos buscam lucro para seus integrantes à custa da falsa defesa do meio ambiente. Enquanto defendem os animais “em extinção”, não dão uma palavra contra o crime hediondo do aborto. O meio ambiente e a ecologia serão totalmente restabelecidos, não haverá mais secas, enchentes, furacões, tornados e outras catástrofes naturais. Isso será coisa de um passado distante.


Estudo: A Grande Tribulação

1. Significado e Período
Como visto em capítulos anteriores, após o arrebatamento da Igreja, dois eventos ocorrerão no céu: o Tribunal de Cristo, para efeito de concessão de galardões aos salvos (2 Co 5.10) e as Bodas do Cordeiro, que é união entre Cristo e a Igreja para sempre (Ap 19.7-9; 21.9). Essa passagem da Igreja pelo céu deve durar sete anos. Enquanto isso, aqui, na terra, haverá a Grande Tribulação, que também durará sete anos, conforme dão a entender os livros da Bíblia que falam do fim dos tempos. A Grande Tribulação será um período de sete anos, entre o arrebatamento da Igreja e a vinda de Jesus em glória (2a fase, para reinar).
a) Juízo sobre as nações. Naquele período catastrófico, os judeus serão os mais afetados (Mt 24.15-20; Mc 13.14-23), mas todos os que estiverem vivos, na terra, sofrerão suas conseqüências trágicas. Porque, eis que, na cidade que se chama pelo meu nome [Jerusalém], começo a castigar; e ficareis vós totalmente impunes? Não, não ficareis impunes, porque eu chamo a espada sobre todos os moradores da terra, diz o Senhor dos Exércitos. [...] Chegará o estrondo até à extremidade da terra, porque o Senhor tem contenda com as nações, entrará em juízo com toda a carne; os ímpios entregará à espada, diz o Senhor. Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eis que o mal sai de nação para nação, e  A G r a n d e T r ib u la ç ã o grande tormenta se levantará dos confins da terra” (Jr 25.29-32 - grifo nosso). “E visitarei sobre o mundo a maldade e, sobre os ímpios, a sua iniqüidade; e farei cessar a arrogância dos atrevidos e abaterei a soberba dos tiranos” (Is 13.11). Os avisos dos juízos de Deus são prova do seu amor, visando livrar da destruição aqueles que aceitam a Cristo e obedecem à sua Palavra.
b) O tempo da Grande Tribulação. No total, a Tribulação durará sete anos literais. Esse período é visto em duas partes, primeira e segunda metades, cada uma com três anos e meio. Essa constatação decorre da interpretação das 70 semanas de Daniel, cujo texto prevê que haverá um “príncipe que há de vir” [o Anticristo], que “[...] firmará um concerto com muitos por uma semana” (Dn 9.27a - grifo nosso).1 Esse concerto do Anticristo será com Israel, para obter o seu apoio político. Aquele tempo é chamado, na Bíblia, de “Tribulação”, “ira futura” (1 Ts 5.9), “um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até aquele tempo...” (Dn 12.1); é o “dia da vingança” (Is 63.1- 4). Abaixo, veremos o que ocorrerá na Grande Tribulação.
c) Divergências de interpretações. Há intérpretes da Bíblia que afirmam que a Grande Tribulação será “um período definido” de grandes acontecimentos trágicos que se abaterão sobre a humanidade, após o arrebatamento da Igreja e a volta de Cristo para reinar (segunda fase de sua vinda). Outros afirmam que a Grande Tribulação refere-se aos sofrimentos da Igreja, ao longo de sua história. O Comentário Bíblico Pentecostal, comentando o Apocalipse, diz: “E um grande erro entender a frase ‘grande tribulação’ (7.14) como se ela se referisse a um período específico de tempo, por exemplo sete anos ou mesmo três anos e meio), ao invés da grande e intensa perseguição que os crentes sofreram ao longo da história”.2 Esse comentário interpreta o texto como referindo- se a acontecimentos históricos, passados, e não ao futuro.
d) A interpretação literal da Grande Tribulação. Mas há autores, escritores e intérpretes da Bíblia, que entendem que a “Grande Tribu-lação” será um período futuro, em que a humanidade experimentará terríveis catástrofes globais, como juízo de Deus sobre os que rejeitaram a vontade divina para suas vidas, seus povos e suas histórias. O Pr. An- tonio Gilberto discorda dos que negam o aspecto futuro da “grande tribulação”. Para ele, “Estritamente falando, essa tribulação, como ele- mento escatológico, consiste em dois períodos, tendo cada um três anos e meio de duração. O primeiro chamado simplesmente de Tribulação. O segundo, que é o pior, é denominado Grande Tribulação”.
No sermão profético, referindo-se ao que ocorrerá após o arrebatamento da Igreja, Jesus disse: “porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais” (Mt 24.21 - grifo nosso). João viu aquele terrível período, no Apocalipse, na revelação sobre “os mártires na glória”: “E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são e de onde vieram? E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse- me: Estes são os que vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro” (Ap 7. 13,14 - grifo nosso).
2. Falsa Aliança com Israel
Após o arrebatamento da Igreja, o Anticristo se manifestará e fará uma falsa aliança com Israel, durante sete anos (Dn 9.27). Certamente, nesse período, o Templo será reconstruído. Sem dúvida, esse será o maior equívoco da nação israelita: rejeitou o Messias, crucificando-o, e vai aceitar o Anticristo, o governante mundial; e pagará um preço elevadíssimo! Na metade desse tempo, ou seja, depois de três anos e meio, o Anticristo romperá o acordo com Israel, e começará a perseguir os judeus, “e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador” (Dn 9.27 - grifo nosso).
O Anticristo, ou a Besta, governando o mundo, impedirá o culto a Deus, tanto pelos israelitas quanto por todos os crentes que confessarem a Cristo, naquele tempo de angústia: “Eu olhava, e eis que essa ponta fazia guerra contra os santos e os vencia. [...] E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo” (Dn 7.21,25 - grifo nosso).4 Jerusalém será atacada, o templo ocupado e profanado (2 Ts 2.3,4); Dn 8.13; Mt 24.15,24), e os judeus não mais poderão realizar o culto a Jeová; haverá tremenda perseguição religiosa (Dn 8.13); os judeus são aconselhados por Jesus a fugir para as montanhas (Mt 24.16); em Apocalipse 12, vê-se o “Dragão” perseguindo a “mulher”, que sem dúvida será a nação israelita, que fugirá para um lugar preparado por Deus (Ap 12.6).
3. A Igreja não Passará pela Grande Tribulação
Os tribulacíonistas creem que a Igreja passará pela Grande Tribulação, em sua totalidade. Os miditribulacionistas ou mesotribulacionistas, afirmam que a Igreja experimentará o primeiro período da Grande Tribulação (três anos e meio), como vimos no capítulo primeiro. No entanto, a Palavra de Deus nos mostra que tal entendimento carece de fundamentação consistente. O apóstolo Paulo recebeu revelação sobre esse fato, quando escreveu: “e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura (1 Ts 1.10 - grifo nosso). João, em Apocalipse, registrou o livramento da igreja de Filadélfia, tipo da Igreja que será arrebatada, formada por crentes salvos, do período de provação pelo qual passará toda a humanidade: “Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra” (Ap 3.10 - grifo nosso; Is 57.1).
O livramento da “hora da tentação”, ou da “provação”, que virá sobre todo o mundo não se refere apenas à igreja em Filadélfia, mas é uma advertência a todas as igrejas cristãs: “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 3.13; 22). A Igreja não estará mais na Terra quando começar a Grande Tribulação. Ela passará, sim, pelo “princípio das dores” (Mt 24.8). Certamente, já começou a experimentar os acontecimentos que antecedem à volta de Cristo para arrebatar os salvos.
II - O que Vai Acontecer na Grande Tribulação
1. O Anticristo se Manifestará
a) Quem é ele? Será o governante mundial, um ditador ardiloso, que usará toda a sua influência para obter o apoio dos povos. O Anticristo é a besta que João viu que subiu “do mar”; “mar”, na tipologia bíblica, significa povos (Lc 21.25): E eu pus-me sobre a areia do mar e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e, sobre os chifres, dez diademas, e, sobre as cabeças, um nome de blasfêmia” (Ap 13.1). “Sete cabeças” - um homem superinteligente; “dez chifres” - poder global; dez diademas - será muito “glorioso” perante a humanidade; “um nome de blasfêmia” - ele é anti-Deus, anticristo e anti-Espírito Santo, e blasfemará e levará os povos a blasfemarem contra Deus. O espírito dele já está no mundo (1 Jo 2.18; 4.3) há mais de dois mil anos. Esse personagem sinistro já pode estar no mundo, no presente século.
b) Suas características. Será um super-homem”, nascido de mulher (Ap 13.1, “a besta que subiu do mar”, de povos); será o líder político-espiritual. Fará grandes coisas (Dn 7.8, 20,25); enganará a terra, que clama por soluções (1 Ts 2.9,10). A maioria não quer saber de Jesus, mas aceitará o Anticristo. Ele é chamado de “a Besta” (Ap 13.1), “o homem do pecado”, “o filho da perdição” (2 Ts 2.3), o “Anticristo (1 Jo 4.3), o assolador” (Dn 9.27); é “a ponta que tinha olhos” (Dn 7.8,20,25). Será uma pessoa superinteligente, com alto poder de oratória e demagogia (Ap 13.2, 5), que impressionará o mundo, como o fez Hitler na Alemanha nazista. Com capacidade diabólica, o ditador alemão convenceu um povo culto a se tornar sanguinário e destruir milhões de pessoas, como os judeus, por causa de sua raça, e eliminar doentes, deficientes, homossexuais, ciganos, todo esse crime em nome de uma raça pura . O Diabo cega os entendimentos dos ímpios (2 Co 4.4).
c) O mundo clama por um govemo único. Em 1968, foi fundado o Clube de Roma, que concluiu ser necessário que haja um governo único na terra. Isso é significativo em termos proféticos. Além disso, a situação caótica do mundo fará com que o povo busque “um salvador potente, e o Anticristo se apresentará como tal. Terá “a eficácia de Satanás (1 Ts 2.9,10). Será por excelência um líder político. Haverá uma “confederação de nações”, sob a liderança do Anticristo. Em 1957, em Roma, foram criados “Os Estados Unidos da Europa”, hoje no âmbito da Comunidade Européia, que conta, atualmente, com 28 estados-membros (2015).
Na visão de Nabucodonosor, de uma grande estátua, que representava todos os reinos do mundo, até o final dos tempos, os dez dedos da estátua representam dez reinos (Dn 2.40-43), resultantes do antigo Império Romano (o quarto animal - Dn 7.24), que estarão em evidência nos fins dos tempos; correspondem aos 10 chifres do 4o animal de Daniel 7.24 e aos 10 chifres da Besta de Apocalipse 13.1 e 17.3. Refere-se a um poder que “existiu, e que no momento não existe, mas que voltará a existir” (Ap 17.8). Trata-se de uma confederação de nações que se unirão no território do antigo Império Romano. Hoje, é identificado como a União Européia, que já tem um parlamento e uma moeda única, o Euro. O número dez, na profecia, é simbólico, e significa globalização, um todo unido em torno de ideias, objetivos e causas gerais.

2. O Número 666
A Besta tem “sinal”, “nome” e “número” (Ap 13.17). Mas a Bíblia só revela o seu número simbólico. Será uma identificação dos moradores da terra, na Grande Tribulação. O governo ditatorial do Anticristo vai numerar as pessoas para ter sobre elas o controle total. Quem não aceitar ter esse número marcado ou tatuado em seu corpo não poderá sobreviver. Primeiro, porque quem não adorar a Besta será morto: “E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta” (Ap 13.15). Em segundo lugar, porque quem não tiver a identificação da Besta não poderá comprar nem vender qualquer coisa: “E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na mão direita ou na testa, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome” (Ap 13.16,17).
Na tipologia bíblica, o número 6 é o número do homem. Em seis dias, Deus fez o homem (ser humano). A repetição do número 6 eqüivale a uma dízima periódica, que pode repetir-se indefinidamente, sem nunca chegar a 7, que é o número da perfeição, o número de Deus. Isso quer dizer que o Anticristo será um homem, exaltado ao extremo, com pretensões de ser igual a Deus, como o fez Lúcifer. Esse número, ou código, certamente, será o meio pelo qual o governo do Anticristo controlará todas as pessoas, desde o seu nascimento até a morte.
Ao que tudo indica, a tecnologia do código controlador de pessoas já está em andamento. Um novo sistema de cartão de crédito já está sendo utilizado. Esse sistema foi criado em 1993, na Inglaterra. Funciona com a implantação de um “chip” (“VeriChip”, ou bio-chip ) no corpo humano. Pesquisas constataram que os lugares mais apropriados para o implante são a testa ou sob a pele da mão direita. Já foi desenvolvida uma seringa que implanta o chip sob a pele de seres humanos. Executivos de multinacionais já estão usando o chip inteligente , do tamanho de um grão de arroz, pois permite que sejam localizados imediatamente, em caso de sequestros. Em alguns países, pais já estão implantando o dispositivo eletrônico em seus filhos, para que sejam localizados em caso de sequestros ou por outras razões. Vejamos o que diz a Bíblia:
Não vale a pena o crente viver descuidado, sem ter compromisso sério com Deus, com sua Palavra e com sua Igreja. O fato de ser membro da Assembleia de Deus ou de qualquer outra denominação evangélica não garante a salvação. Quem não for santo não subirá ao encontro de Jesus (1 Ts 4.17; 5.23). Ficará na Terra e experimentará os horrores da Grande Tribulação.

3. O Falso Profeta Estará em Ação
Será um homem (a Besta que veio da terra - de entre os homens - Ap 13.11,18). Será o líder religioso, a terceira pessoa da trindade satânica. Fará grandes milagres. Imporá que todos tenham o sinal da Besta, o número 666 (Ap 13.16,17). Procurará imitar o Espírito Santo, e será o líder religioso que cooperará com o Anticristo.
Juntamente com o Diabo, eles constituirão a trindade satânica, que dominará o mundo após o arrebatamento da Igreja do Senhor Jesus Cristo. Como os homens, ao longo da História, em sua maioria, preferiram servir ao Diabo, Deus dará liberdade para que este tenha total poder sobre suas vidas. Ele atuará com seus demônios (Ef 6.12;Ap 12.9; 9.1,3; 12.12); os homens passarão por sofrimentos inimagináveis, e saberão o quanto perderam por terem rejeitado a Cristo. A base do governo da trindade satânica serão as nações historicamente oriundas do antigo Império Romano. No sonho de Nabucodonosor, essas nações eram representadas pelos dez dedos da estátua, ou na visão da Besta com dez chifres, que representam dez reis que se levantarão contra Deus, e serão vencidos (Dn 7.7,8,19,27). (Veja Ap 13.1,2; 17.11,13). Haverá um caos e anarquia total, pois o mal terá pleno curso no coração das pessoas. O desespero será tão grande que as pessoas aceitarão as propostas e ameaças do Anticristo para tentarem sobreviver.

III - Os Juízos de Deus sobre o Mundo
A Grande Tribulação trará os juízos de Deus sobre os homens que, além de ignorar seus avisos de amor, o afrontam, usando sua permissibilidade e longanimidade. No Apocalipse, esses juízos se manifestarão através de eventos catastróficos de natureza global. Por eles, Deus vai purificar o planeta de seus horrendos pecados e corrupções, preparando-o para receber o glorioso período do Reino Milenial. A profecia fala de sete selos, sete trombetas e sete taças da ira de Deus. De acordo com o Pr. Antonio Gilberto, a Grande Tribulação pode ser dividida em duas partes. A primeira, do capítulo seis ao nono do Apocalipse. A segunda, a mais cruel, engloba os relatos dos capítulos dez ao dezoito do Livro da Revelação.
1. Os Sete Selos
João viu um livro selado com sete selos. Na visão do Apocalipse, João viu a Deus, assentado em seu trono e, em sua mão direita, “um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos” (Ap 5.1); e viu “um anjo forte, bradando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de desatar os seus selos? E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele (Ap 5.2,3). Com tais características, aquele livro guardava segredos jamais conhecidos, até a abertura dos seus selos. Sem dúvida, é o livro dos juízos de Deus, reservados para serem derramados sobre o mundo no fim dos tempos. João chorava muito, por perceber que ninguém tinha condições de abrir o livro e até de olhar para ele (Ap 5.4). O apóstolo viu que Jesus é o único digno de abrir o livro. “E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e desatar os seus sete selos. [...] E veio e tomou o livro da destra do que estava assentado no trono” (Ap 5.5,7).
a) O primeiro selo. Quando Jesus abre o primeiro selo, tem lugar um evento de grande significado. Surge um cavalo branco, e, nele está montado um personagem que “tinha um arco, e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso e para vencer” (Ap 6.1,2). Trata-se de uma falsa paz, tipificada pelo cavalo branco. O personagem é o Anticristo, que enganará as nações, sedentas de paz. Ele se assentará no templo em Jerusalém, dizendo-se Deus (2 Ts 2.4); receberá adoração (Ap 13.12); fará aliança com Israel por sete anos (Dn 9.27); implantará uma falsa paz, que será rompida na metade da Grande Tribulação: “Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão” (1 Ts 5.3).
b) O segundo selo. Depois de três anos e meio, o Anticristo romperá a aliança e fará guerra a Deus e a seus santos (Ap 3.6; Dn 7.25; 9.27). E terá lugar uma terrível guerra mundial: “E saiu outro cavalo, vermelho; e ao que estava assentado sobre ele foi dado que tirasse a paz da terra e que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada” (Ap 6.4). O Anticristo atacará Jerusalém e profanará o templo (2 Ts 3.3,4; Dn 8.13); os judeus são aconselhados a fugir para as montanhas (Mt 24.16).
c) O terceiro selo. Como resultado da guerra mundial, a maior delas, haverá uma terrível fome global, figurada pelo cavalo preto (Ap
6.5); quem não tiver o sinal da Besta, não poderá comprar nem vender (Ap 13.17,18). Haverá uma escassez nunca vista.
d) O quarto selo. Na abertura do quarto selo, aparece um cavalo amarelo, simbolizando a morte em grande escala, em decorrência dos flagelos anteriores (Ap 6.7,8); morrem 25% dos habitantes do planeta.
e) O quinto selo - uma passagem parentética. João deixa de ver animais e tem a visão dos mártires que foram mortos na Grande Tribulação por sua fé em Cristo, por seu testemunho e amor à Palavra de Deus (Ap 6.9-11); eles são salvos em meio à Grande Tribulação.
Não são a Igreja militante. Eles clamam por vingança contra os “que habitam sobre a terra” (Ap 6.11);
f) O sexto selo. Vê-se um grande tremor de terra (global); eclipse total do sol; a lua fica vermelha; estrelas caem (meteoros); o espaço sideral se muda; os montes e ilhas são arrasados; os governantes da terra, os poderosos e os povos se escondem, clamando que os montes caiam sobre eles, por causa da “ira do cordeiro” (Ap 6.12-17); não se sabe quantos morrem nesse evento.
g) Outra passagem parentética. Salvos na Grande Tribulação. Entre o sexto e o sétimo selo, Jesus abre um parêntese na revelação e mostra a salvação numerosa de israelitas, em meio à Grande Tribulação. Isso dá em todo o capítulo 7 do Apocalipse. João tem a visão de dois planos. Na Terra, vê os 144.000 israelitas, 12.000 de cada tribo, que são assinalados (Ap 7.3); eles formam o Israel que será salvo, o “remanescente” de que fala Paulo (Rm 9.26,27); no céu, João vê um quadro deslumbrante dos mártires na glória: “Depois destas coisas, olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; e clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro” (Ap 7.9,10).
Além dos 144.000 israelitas, haverá uma multidão incalculável de pessoas que reconhecerão Jesus Cristo como Salvador, não aceitarão o sinal da Besta, não lhe renderão adoração, serão mortas, mas serão salvos. “E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são e de onde vieram? E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquea- ram no sangue do Cordeiro. Por isso estão diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra” (Ap 7.13-15 - grifo nosso). Quem ensina que não haverá salvação na Grande Tribulação foge à regra número um da hermenêutica, que diz que “a Bíblia explica a ela mesma”.
h) O sétimo selo. A essa altura, o mundo já estará na segunda metade da Grande Tribulação. Quando o sétimo selo é aberto, sete anjos tocam sete trombetas. São mais sete acontecimentos terríveis, de caráter ecológico e espiritual, cairão sobre a terra, tipificados nas sete trombetas (Ap 8 a 11) e mais eventos catastróficos. Em resumo:
Nos Capítulos 8 a 11 - As Sete Trombetas
1- ) A primeira trombeta (8.7). A terça parte da Terra e da vegetação é queimada; a oferta de alimentos diminuirá.
2 ) A segunda trombeta (8. 8,9). A terça parte das criaturas do mar é queimada, quando um grande meteoro é lançado sobre
0 mar; tsunamis ocorrerão pelo impacto do bólido sobre as águas.
3) A terceira trombeta (8.10,11). Um grande meteoro cai sobre a Terra, destruindo as fontes de água dos rios e dos lagos; muita gente morre; não se sabe quantas pessoas morrerão.
4) A quarta trombeta (8.12,13). A terça parte dos astros é atingida, e o sol escurece a Terra; uma catástrofe cósmica abalará o espaço sideral.
5-) A quinta trombeta (9.1-11). Demônios e anjos terríveis são soltos e atormentam os que não têm o sinal de Deus, liderados pelo anjo do abismo” (9.12). Os adoradores da Besta são torturados. Buscam a morte e ela não vem (9.6); a situação é tão caótica, que o anjo diz que passou “um ai”, expressão de grande dor e sofrimento; e diz que ainda faltam dois “ais” (na sexta e na sétima trombetas).
6-) A sexta trombeta (9.13-21). São soltos quatro anjos que estavam presos junto ao Eufrates (v. 15). Eles são tão perigosos, piores que Satanás, que estão presos “em prisões eternas” (Jd
6). Matam a terça parte dos homens; os ocultistas, esoteristas, invocadores de mortos e adoradores de demônios são mortos,
além dos que vivem da prostituição (w. 20,21); ocorre o segun-
1 « •» do ai .
7) A sétima trombeta (Ap 11.15-19). Ao toque da sétima trombeta, há um evento celestial. Seres celestiais proclamam o domínio universal do Senhor Deus e do seu Cristo. “E tocou o sétimo anjo a trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre” (Ap 11.15).
E um cântico celestial, de proclamação gloriosa, do domínio universal de Cristo sobre o universo (ver restante do trecho).
Nos CAPÍTULOS 10 e 11 - Outra passagem parentética, entre a sexta e a sétima trombeta (Ap 10, 11.1-14).
1) João come um livrinho. Antes de haver o toque da sétima trombeta, João viu um anjo forte, com aparência terrível, com o arco celeste sobre sua cabeça, o rosto como o sol e os pés como colunas de fogo. Esse anjo diz que, ao toque da sétima trombeta, “se cumprirá o segredo de Deus, como anunciou aos profetas, seus servos” (Ap 10.7). João é instado a tomar da mão do anjo o livrinho enigmático, o qual, em sua boca, era doce como o mel, mas, no seu interior, era amargo. Certamente, a mensagem do livro é muito amarga para os que a ouvirem.
2) As duas testemunhas. No capítulo 11, do versículo 1 ao 14, João tem a revelação de que deveria medir “o templo, o altar e os que nele adoram” (Ap 11.1). Essa medição significa castigo da parte de Deus sobre Jerusalém, que será pisada por quarenta e dois meses ou três anos e meio, na segunda metade da Grande Tribulação (Ap 11.2). E foi-lhe dito que haverá duas testemunhas” irão profetizar, durante 1260 dias, ou nos três anos e meio (Ap 11.3); elas são “as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do Deus da terra” (v. 4); não se sabe quem serão elas. Não devemos ir além do que está escrito (1 Co 4.6). Elas terão poder sobrenatural, durante o período de sua missão, mas, depois, serão mortas pela “Besta que sobe do abismo” (v. 7); seus corpos ficarão expostos durante três dias, vistos pelo mundo todo, através da mídia, certamente (TV, Internet), e, depois, ressuscitarão e subirão aos céus, aos olhos de seus inimigos (v. 12); haverá um terremoto, e perecerão sete mil pessoas (localizado);
3. A Mulher e o Dragão
1) A mulher vestida do sol. O capítulo 12 de Apocalipse revela que haverá “uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. E estava grávida e com dores de parto e gritava com ânsias de dar à luz” (Ap 12.1,2). Segundo as melhores interpretações do Apocalipse, essa mulher representa os fiéis da nação israelita, através da qual veio Jesus; o sol e a lua representam a glória de Israel, no plano de Deus, como o povo eleito. As doze estrelas representam as doze tribos de Israel.
2) O grande dragão vermelho. E foi mostrado outro grande sinal (Ap 12.3-6). E viu-se outro sinal no céu, e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete diademas” (v. 3). O “grande dragão” é Satanás (v. 9). As sete cabeças representam sua grande inteligência para o mal; dez chifres representam seu grande poder maligno; e os sete diademas significam sua grande glória infernal. “E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho” (v. 4).
Essa referência pode fazer alusão à queda de Satanás do céu, com os anjos que o seguiram (cf 2 Pe 2.4; Jd 6). No texto, indica o plano do Diabo para destruir o Messias, desde sua tenra infância (Mt 2.16). “E deu à luz um filho, um varão que há de reger todas as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono” (v. 5). O Diabo fez tudo para destruir Jesus na terra, mas Ele subiu aos céus, após a ressurreição (cf. Lc 24.51; At 1.9-11). Na visão (v. 6), “a mulher”, ou os fiéis de Israel, são guardados por Deus durante 1260 dias, por terem aceito a Cristo como o Messias (Dn 4.30,31; Zc 13.8,9).
3) A grande batalha nos céus. No capítulo 12, João viu uma grande batalha no céu, quando o Arcanjo Miguel e seus anjos vencem o Diabo com seus anjos e esses são precipitados no espaço sideral, em direção à Terra (v. 7-9); o texto diz que os santos venceram o Diabo “pelo sangue do Cordeiro e pela palavra de seu testemunho e não amaram as suas vidas até à morte “ (w. 10,11). Haverá grande alegria nos céus, mas a terra sofrerá conseqüências pela presença do Diabo em seu meio, pois o Diabo “tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo” (v. 12.). Com grande ira, Satanás investirá contra os fiéis da nação israelita, mas Deus dará escape aos que aceitaram a Cristo como Salvador (w. 13-17).
Na seqüência, o capítulo 13 fala sobre o Anticristo, cujo comentário foi feito no item II deste capitulo.
4. As Sete Taças da Ira de Deus
A Grande Tribulação é dominada pela tipologia do número sete, que significa plenitude, completude. Será um período de sofrimento tão doloroso como nunca houve na história da terra. Os sete selos, com seus acontecimentos tenebrosos, abrem espaço para as sete trombetas, que, por sua vez, darão lugar a outros eventos escatológicos, representados pelas “sete taças da ira de Deus”, anunciados nos capítulos 15 e 16 do Apocalipse. As sete taças da ira de Deus representam as últimas pragas ou os últimos juízos de Deus sobre a humanidade ímpia. Sete anjos são encarregados de derramar esses juízos terríveis sobre os homens que rejeitaram a Cristo. No capítulo 16, são descritos os eventos das sete taças.
Certamente, aqui, consuma-se todo o juízo de Deus sobre a humanidade incrédula e impiedosa, que se levantou contra o Deus Todo-Poderoso. “[...] e um grande terremoto, como nunca tinha havido desde que há homens sobre a terra; tal foi este tão grande terremoto” (v. 18). Será o maior terremoto da história do planeta Terra. Jerusalém se fenderá em três partes (v. 19); “as cidades das nações” desaparecerão, uma referência às grandes metrópoles, principalmente as litorâneas, que serão destruídas totalmente pelos efeitos dos abalos sísmicos, e também dos grandes tsunamis, que poderão alcançar mais de 100 ou 200 metros de altura, provocados pelos deslocamentos dos mares, em sua fúria sobre os continentes. As ilhas sumirão, os montes desaparecerão, uma chuva de saraiva cairá sobre os adoradores da Besta.



Fonte: Livro 0 Final de Todas
as Coisas
Elinaldo Renovato de Lima


O sangue de Jesus tem poder!

POR: CARLOS  KLEBER  MAIA

Os cristãos frequentemente clamam pelo sangue de Jesus. Ouvimos alguém dizer: “Jesus me cobre com seu sangue”. Cremos que o sangue de Jesus tem poder e cantamos o hino que diz: “há poder, sim, força e vigor neste sangue de Jesus”. Mas poucos cristãos podem explicar o que o “poder do sangue” significa. Invocam-no como um tipo de fórmula mística de proteção. Porém, precisamos entender que a Palavra de Deus usa a expressão “sangue de Cristo” com um significado que nada tem de misticismo.

O significado do sangue de Cristo


A expressão “sangue de Cristo” é usada no Novo Testamento para referir-se ao líquido vermelho que circulava nas veias e nas artérias de Jesus (Lc 22.44), e incluem a realidade de que Ele literalmente sangrou como resultado dos açoites, dos cravos que transpassaram suas mãos e pés, a coroa de espinhos cravada na sua cabeça e a lança que feriu o seu lado (Jo 19.1,2,17,18,34). Mas esta expressão refere-se muito mais à morte sacrificial e expiatória de Jesus em nosso favor. As referências ao sangue do Salvador retratam mais significativamente que Ele sangrou e morreu em favor dos pecadores. As Escrituras, pois, referem-se ao sangue de Jesus para falar do resultado da Sua morte por nós, dos efeitos deste seu sacrifício.

Comentarista de Lições Bíblicas fala de Romanos, tema da revista do 2º trimestre deste ano.

Pastor José Gonçalves

Comentarista de Lições Bíblicas fala de Romanos, tema da revista do 2º trimestre deste ano.

José Gonçalves é pastor em Água Branca, Piauí, graduado em Teologia pelo Seminário Batista de Teresina e em Filosofia pela Universidade Federal do Piauí. Ensinou grego, hebraico e teologia sistemática na Faculdade Evangélica do Piauí. É comentarista de Lições Bíblicas da Escola Dominical da CPAD e autor dos livros: Missões – o mundo pede socorro (Ed Halley); Por que Caem os Valentes (CPAD); As Ovelhas Também Gemem (CPAD); Defendendo o Verdadeiro Evangelho (CPAD); A Prosperidade à Luz da Bíblia (CPAD); Rastros de Fogo – o que diferencia o pentecostes bíblico do neopentecostalismo (CPAD); Porção Dobrada (CPAD); Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso (CPAD); Lucas: o Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito (CPAD) e coautor do livro: Davi – as vitórias e derrotas de um homem de Deus (CPAD, prêmio ABEC). É presidente do Conselho de Doutrina da Convenção Estadual das Assembleias de Deus no Piauí (Ceadep) e membro da Comissão de Apologética da CGADB.
Nesta entrevista o apologista cristão fala sobre o tema da revista Lições Bíblicas Adultos, a ser estudado no 2º trimestre deste ano, sob seu comentário.

O senhor será o comentarista de Lições Bíblicas Adultos do 2º trimestre de 2016, baseado no livro de Romanos, o que os alunos da Escola Dominical podem esperar das lições? Fale-nos um pouco sobre seu conteúdo.

Primeiramente devemos destacar que a Carta de Paulo aos Romanos é uma das mais belas obras literárias já escritas e também a mais teológica de todas as cartas que Paulo escreveu. É, portanto, um clássico da literatura universal. Ao longo dos séculos a sua influência sobre o cristianismo tem sido grande. Em sua História da Literatura Cristã Antiga – grega e latina, o escritor Cláudio Moreschini destaca que Romanos é única entre as epístolas de Paulo que é dirigida a uma igreja que não foi fundada por ele. Esse fato faz com que grandes temas da teologia cristã recebam atenção especial por parte do apóstolo e sejam tratados de forma mais exaustiva. Os intérpretes da Bíblia estão de acordo que o pensamento de Paulo ao redigir a Carta aos Romanos segue duas vertentes principais. Na primeira delas, tendo em vista alguns questionamentos que surgiram por conta de uma má compreensão do posicionamento do apóstolo quanto à Lei, faz com que Paulo procure corrigir esses mal-entendidos deixando claro seu pensamento. Isso ele faz quando expõe de forma detalhada a doutrina da justificação pela fé. Por outro lado, o seu desejo de levar o Evangelho além-mar faz com que o apóstolo tencione fundar em Roma uma base missionária. Em suma, a temática abordada por Paulo nessa Carta é uma das mais diversificadas do Novo Testamento. Embora não contemple todas as doutrinas do Novo Testamento, todavia aborda as principais delas. A doutrina da justificação pela fé, independente das obras, como foi destacado, não deve ser perdida de vista, sendo o principal eixo em torno do qual a Carta se move. Por outro lado, somente em Romanos o conflito entre a “carne” e o “Espírito” aparece de forma tão dramática. Todo cristão quando lê Romanos se identifica com o “eu” paulino.

Fale acerca da linguagem utilizada, considerando que o Brasil é um país continen tal e abriga pessoas das mais diversas culturas. Alguns com bastante conhecimento teológico e outras com pouco conhecimento, inclusive com algumas com bem pouco conhecimento secular. O que o senhor fez para escrever a revista e contemplar o país de dimensão continental?

No livro que servirá de apoio às Lições Bíblicas de Romanos escrevi que essa Carta foi escrita para a igreja. Foi endereçada as pessoas simples, provenientes de todas as camadas da população e sem distinção de cor ou de raça. Não foi endereçada a teólogos, eruditos, nem tampouco a especialistas em religião. Como vimos, a Carta foi escrita com o propósito de edificar a igreja, tirar dúvidas e esclarecer questionamentos que a nova fé estava provocando. Junte-se a isso o desejo do apóstolo em contar com o apoio dos romanos no estabelecimento de uma nova base missionária. Romanos, portanto, é uma Carta escrita para todos nós. Devemos destacar também que o apóstolo Paulo era um homem douto, treinado na principal instituição teológica de seus dias, tendo estudado com Gamaliel. O apóstolo estava consciente que escreveria a um público diversificado, vindo de todas as camadas sociais e que os assuntos por ele tratados eram profundos e complexos. Uma metodologia específica, portanto, deveria ser adotada. E foi o que ele fez. Na sua Carta é possível perceber que o apóstolo recorre com frequência ao método de diatribe para aclarar os seus argumentos. Esse método consiste em um diálogo com um interlocutor imaginário com quem se dialoga, fazendo perguntas e oferecendo respostas. Mas não é só isso. Na Carta é possível encontrar referências às regras de interpretação usadas pela escola rabínica de Hillel. O uso de duas dessas regras aparece com clareza na argumentação do apóstolo: a qal wahomer e a gezerah shawah. Na primeira regra, o que se aplica ao caso menos importante certamente se aplicará também ao caso mais importante. Na segunda regra, a analogia entre textos bíblicos, incluindo a semântica das palavras comuns em ambos, é usada para se estabelecer a veracidade de um fato. Tudo isso foi levado em conta na redação das lições bíblicas sobre Romanos. Esse fato fez com que a sua leitura se tornasse prazerosa e edificante. No nosso comentário de Romanos procuramos juntar erudição com simplicidade. As regras da hermenêutica e a aplicação de seus princípios, a exegese, se somam para dar ao leitor uma compreensão bem fundamentada do pensamento do apóstolo.

O senhor também escreveu o livro do trimestre, qual a diferença do conteúdo do livro para o da revista? O que os estudantes podem ver de novo, principalmente os professores que utilizam esse material como subsídio?


O livro trata da mesma temática abordada na revista, todavia a metodologia e o conteúdo se diferenciam. Com propósitos pedagógicos as lições bíblicas são esboçadas de uma forma mais pastoral, assumindo a estrutura de um sermão. Esse fato faz com que sejam comentadas de forma mais sintética, pois visam alcançar um público diversificado e com isso prover um melhor aproveitamento no aprendizado. Todavia, no livro essa mesma temática é tratada de forma mais exaustiva e a metodologia é mais acadêmica e mais técnica. Dessa forma, o livro: Graça, Maravilhosa Graça, que servirá de apoio às Lições Bíblicas de Romanos, eu ponho em destaque os grandes embates teológicos. Mostro, por exemplo, que desde Agostinho, bispo de Hipona (354430), Romanos tem servido de cavalo de batalha para se justificar um determinismo fatalista. Todavia, como bem observou o teólogo Joseph Fitzmeyer, não devemos levar para dentro dessa Carta aquilo que lhe é estranho. Sem querer ser dogmático em algumas questões de natureza puramente confessional, todavia não deixei de registrar no livro o meu entendimento de certas passagens dessa Carta que, a meu ver, receberam uma interpretação que destoa da argumentação adotada por Paulo. O nosso comentário, por exemplo, mostra que o apóstolo ensina de forma clara a justificação pela fé somente (Rm 5.1,2); que fomos eleitos no Filho de Deus para a vida eterna e que a salvação está condicionada à nossa permanência em Cristo (Rm 8.29,30

FONTE: http://www.cpadnews.com.br/mp_digital/mp_1569/#11/z

Compreendendo nossos limites: aprendendo com os erros de Uzias .

Na vida espiritual, não basta começar bem; devemos continuar e terminar bem. Entre as muitas biografias registradas na Bíblia, encontramos em 2 Crônicas 26 a história de um homem que reinou 55 anos em Jerusalém. A sua carreira começou aos 16 anos, animado, sincero, fazendo o que era reto aos olhos de Deus. Seu nome era Uzias. Ele dedicou-se a buscar o Senhor, e Deus o fez crescer e prosperar em todas as áreas do seu governo. O seu nome atravessou fronteiras, de maneira que até no Egito se falava da prosperidade do rei Uzias. O seu governo voltou-se à agricultura, e ele fez também um projeto de irrigação, fazendo crescer nos vales o numero dos lavradores e vinhateiros.
Uzias apoiou grandemente a pecuária e o numero do gado se multiplicou. Escolheu homens destros nas armas e formou um forte exército com 307.500 soldados habilitados para guerrear. Também foi cuidadoso na preparação das armas para o uso dos  seus comandados, mandando produzir escudos, lanças, capacetes, couraças, arcos, fundas para atirar pedras, um verdadeiro arsenal. Fabricou ainda máquinas, inventos de engenheiros que, colocados nas torres e cantos da cidade, atiravam ao longe  flechas e grandes pedras. Eram os canhões da época. Porém, após a fama de Uzias crescer, ele se sentiu tão forte que não mais observou os limites de Deus. Exaltou-se o seu coração até se corromper e transgredir contra o Senhor seu Deus. Sua força e sua personalidade também interferiram no domínio do santuário. O rei não respeitou o sacerdote de Deus; sentindo-se superior, entrou onde não lhe competia. Deus o havia abençoado grandemente, mas a sua exaltação o levou a transgredir contra Deus. Com o caso de Uzias, aprendemos que Deus tem grandes planos para abençoar nossas vidas – podemos crescer nas áreas da economia, intelectual, patrimonial, política, social etc –, mas o homem tem que compreender seus limites, seu domínio.


FONTE: http://www.cpadnews.com.br/mp_digital/mp_1569/#2/z
PR. JOSÉ WELLINGTON BEZERRA DA COSTA