sexta-feira, 28 de outubro de 2016

VI - Uma Recepção Graciosa (Jo 1.42)



“E, olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, filho de Jonas; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro)." Cefas, em hebraico, quer dizer “pedra" ou “rocha". O que Cristo quis dizer com isto?
I. Na Bíblia, a mudança de nome frequentemente significava mudança da natureza da pessoa, da sua situação ou experiência (Gn 32.28). Este encontro com Jesus se constituiu em ponto crítico na vida de Pedro - a hora em que ele passou a ser de Cristo.
Dan Crawlord  conta acerca do valor que os Congoleses dão a nomes:
“O homem que se transforma muda também de nome. Um jovem perto de mim recebeu um aumento salarial, e tomou dinheiro adiantado para comprar um nome. Para ele, o nome era um patrimônio tão valioso como um imóvel, pretendendo-lhe como se fosse seu cachorro ou sua arma. O jovem queria comprá-lo solenemente, à vista. Naturalmente que possuía nome, mas achava seu nome de nascimento por demais infantil: não c verdade que para dado por conjectura, e sem o consentimento dele? Não é verdade que o nome deve ser um legítimo reflexo do caráter da pessoa?... Não c de se estranhar, portanto, que quando você diz ao africano que no céu teremos uma nova natureza, este responde: ‘Devemos, portanto, receber um nome novo”' (ver Ap 2.17).


2. A mudança de nome foi, nesse caso, uma promessa de poder transformador. Talvez Pedro pensasse, consigo mesmo, na presença do Mestre: “Como poderei eu, homem de caráter fraco c instável, ser digno de entrar no reino do Messias?” (cf. Lc 5.7,8). O Senhor, percebendo os temores íntimos de Pedro, queria dizer: “Sei que o homem chamado Simão é conhecidamente impulsivo, impetuoso e instável. Tenha, porém, bom ânimo. Assim como sei quem é você, assim também sei o que você será. Venha a mim assim como você é, c eu o farei uma pedra firme no meu Reino. Como sinal desta promessa, seu nome será Celas.”
O Senhor sempre é o mesmo: recebe-nos em nossa fraqueza, sabendo que poderá nos tornar fortes.
3. O novo nome foi sinal da autoridade de Cristo exercida sobre Pedro, assim como um rei pode alterar o nome de alguém que levou cativo (cf. Dn 1.7). Daquele momento em diante, Pedro ficou pertencendo a Cristo c, com lodo amor, chamava-o de Mestre.

V - Um Serviço de Amor (Jo 1.42)



André não se restringiu a contar as novas: queria que seu irmão as experimentasse por si mesmo. Lemos, portanto: “E levou-o a Jesus” - o serviço mais gentil que uma pessoa pode fazer a outra. Não é necessário que alguém seja grande pregador ou gênio espiritual para assim fazer.
André começou o trabalho em seu próprio lar: “Este achou primeiro a seu irmão”. O melhor preparo a um missionário é começar cm casa; se não conseguimos levar outras pessoas a Cristo em nossa própria terra, como o faremos em outras terras? Quando o endemoninhado liberto por Jesus quis seguir viagem com Ele, o Mestre respondeu: “Vai para tua casa, para os teus, e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez, e como leve misericórdia de ti" (Mc 5.19).

IV - Uma Grande Descoberta (Jo 1.40)



André saiu daquela casa transbordando com uma poderosa convicção e, enlevado pela descoberta que tanto o emocionara, foi correndo falar com o seu irmão Pedro, anunciando as novas que fariam palpitar o coração de qualquer verdadeiro israelita: “Achamos o Messias”. Muitos judeus podem dizer, até hoje: “Cremos na vinda do Messias, oramos e ansiamos por aquele acontecimento”, mas nenhum judeu que não crê em Jesus pode dizer, juntamente com André: “Achamos o Messias”.
Note que André veio a ser testemunha de Cristo no dia da sua conversão. As coisas maravilhosas que Cristo sussurra nos ouvidos do homem, em segredo, ficam ardendo no seu íntimo até que ele conte aos outros.