Adoração,
Santidade e Serviço. “ Os Princípios de Deus Para Sua Igreja Em Levítico”.
Autor:
Claudionor de Andrade.A teologia
que subjaz tipologicamente, no candelabro de ouro do Tabernáculo Santo, tem por
objetivo realçar o Senhor Jesus como a única luz deste mundo. Fora de Cristo,
só há trevas; densas e pesadas trevas. Por isso, numa de suas declarações
essenciais, afirmou o Filho de Deus: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não
andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida” (Jo 8.12). Semelhante
luz só pode ser encontrada nas Escrituras Sagradas. Da luz do primeiro dia, no
Gênesis, à luz da Jerusalém Celeste, no Apocalipse, não há luz como a luz que
desce do Pai das luzes (Gn 1.3; Ap 22.5; Tg 1.17).
Toda essa pleníssima luz é
representada, no Tabernáculo, pelo candelabro de ouro que ficava à esquerda de
quem entrava no lugar santo. Ali, em frente à mesa dos pães da apresentação, e
olhando para o altar de incenso, logo à frente, o candeeiro, incandescendo o
azeite batido, iluminava a Casa de Deus naquelas vigílias escuras e silentes do
Sinai.
Que figura perfeita de Cristo.
Quando de sua apresentação a Israel, foi Ele de imediato reconhecido, por João,
o Teólogo, como a luz verdadeira (Jo 1.9). Uma luz tão intensa que veio a cegar
os judeus daquela época formalmente religiosa, mas essencialmente vazia;
teologia cega. Mas, para alguns pescadores rudes, de alma ainda sensível, a luz
evangélica não foi inútil. Espargindo-se pelos termos de Zebulom e pelas
regiões de Naftali, a luz da casa de Davi iluminou a Pedro, brilhou sobre André
e, gentilmente, aclarou a trilha dos filhos de Zebedeu, João e Tiago.
Antes de nos determos no fabrico do
candelabro e na tipologia que ele guarda, maravilhemo-nos com a luz divina.
I. A LUZ DIVINA, ÚNICA E
IMPRESCINDÍVEL
Antes de conceituarmos a luz divina,
buscaremos definir a luz em si mesma. Não será uma tarefa fácil. Apesar de a
vermos do primeiro ao último arrebol, ainda não sabemos como defini-la
adequadamente. Se o conceito é difícil, como será possível a descrição? Os
físicos mais abalizados veem-se ainda perplexos ante as maravilhas de um
fenômeno que, embora comum, ainda se revela incomum nos tratados e compêndios.
1. A definição da luz. Se formos a
um dicionário da língua portuguesa, leremos uma definição que não irá além
destas palavras: iluminação que, tendo como fonte o Sol, ilumina a Terra e os
demais corpos da Galáxia. Mais adiante, nesse mesmo léxico, deparar-nos-emos
com este complemento conceitual: claridade que parte de alguma fonte luminosa,
e ilumina áreas escuras.
As fontes de luz variam em tamanho,
potência e cor. Vai do Sol, poetizado como o astro-rei, à lamparina que brilha
fracamente na casa do humilde campônio. Mas, quer o primeiro, quer a segunda,
ambos simbolizam o Evangelho de Cristo. Nalgumas ocasiões, a mensagem da cruz
resplende como no dia de Pentecostes, em Jerusalém. Noutras, tremeluz num
folhetozinho já sujo e de letras escondidas; lamparina quase apagada. Seja como
for, a Palavra de Deus jamais deixa de refulgir nas trevas. Quanto à cor,
apesar das lentes e vidros que se antepõem às suas fontes, a luz será sempre
clara e bela.
Vejamos, agora, como a física vê a
luz. Aos olhos dessa ciência, a luz não passa de uma onda eletromagnética; sua
extensão compreende ondas que, em intervalos regulares, possibilitam a sua
visibilidade. Ela pode ser descrita também como a radiação eletromagnética, que
se situa entre as radiações infravermelha e ultravioleta. Eis aqui as três
grandezas básicas da luz: intensidade, frequência e polaridade.
Já que definimos razoavelmente a
luz, de acordo com a nomenclatura da física, olhemo-la, doravante, a partir do
prisma profético e apostólico. Nesse sentido, a luz vai sempre além da luz.
2. A luz no Antigo Testamento. Nos
prolegômenos teológicos, aprendi que a Bíblia, conquanto não seja um livro
científico, não contradiz a verdadeira ciência. Até hoje não descobri a mínima
contradição entre a Palavra de Deus e os fatos comprovadamente científicos.
Quanto à teoria da evolução, levemos em conta que este palavrório todo jamais
saiu do campo das hipóteses desprezíveis.
Sem mais tardança, entremos a
examinar a visão hebraica da luz. No terceiro versículo de Gênesis, lemos:
“Disse Deus: Haja luz; e houve luz” (Gn 1.3). Logo após o aparecimento da luz,
a que convencionamos chamar de cósmica, manifesta-se o Criador acerca de sua
obra: “E viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas.”
(Gn 1.4).
A luz já existia, mas ainda não
tinha nome. Como alcunhá-la no início da criação? Mas Deus, que jamais teve
dificuldades para encontrar palavras, vocábulos e termos, apresentou uma
nomenclatura que, embora diversa nas línguas humanas, jamais deixou de ser
eufônica e poética em todos os idiomas. Narra o autor sagrado o ornato da
linguística divina: “Chamou Deus à luz Dia e às trevas, Noite. Houve tarde e
manhã, o primeiro dia” (Gn 1.5).
Recorramos ao léxico hebraico, para
uma definição mais precisa do vocábulo “luz” no idioma do Antigo Testamento. A
palavra ‘owr, na língua hebraica, traduzida em nossas bíblias como luz, traz
uma gama considerável de significados: luz do dia, luz sideral, aurora, brilho,
resplendor. A luz era empregada também como sinônimo de instrução, de
prosperidade e da própria verdade. Por essa razão, Jeová era visto, pelos
santos profetas, como a Luz de Israel.
Na devoção dos salmos, o rosto de
Jeová é descrito como a luz imprescindível; sem ela, a vida é impossível. Num
momento de perplexidade, roga Davi ao Senhor: “Há muitos que dizem: Quem nos
dará a conhecer o bem? SENHOR, levanta sobre nós a luz do teu rosto” (Sl 4.6,
ARA). Por isso, o sumo sacerdote despedia a congregação de Israel com uma
bênção que, entre as menções às bondades divinas, havia uma referência à luz do
rosto de Jeová: “O SENHOR te abençoe e te guarde; o SENHOR faça resplandecer o
rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o SENHOR sobre ti levante o rosto e
te dê a paz” (Nm 6.24-26, ARA).
Nas palavras dessa belíssima
liturgia, o rosto de Jeová é descrito como o Sol em sua máxima resplandecência;
uma luz além da luz. E, rebrilhando dessa forma sobre o peregrino, reunia este
força e graça para superar o insuperável. Sem o rosto divino a resplender em
nossa alma, jazemos em trevas. Mas, raiando em nosso coração, as mesmas trevas
fazem-se luz.
A luz de Jeová é necessária ao
indivíduo; às nações, insubstituível. Por esse motivo, o salmista, considerando
a experiência de Israel, louva ao Senhor: “Bem-aventurado o povo que conhece os
vivas de júbilo, que anda, ó SENHOR, na luz da tua presença” (Sl 89.15, ARA).
Se os israelitas tinham como luz a
Jeová, não deveriam retê-la; era a sua obrigação profética e sacerdotal
apregoar a Palavra de Deus a todos os gentios; missão primordial. No espírito
desse reclamo, Isaías exorta, falando pelo Senhor, o remanescente fiel: “Eu, o
SENHOR, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão, e te guardarei, e te farei
mediador da aliança com o povo e luz para os gentios” (Is 42.6, ARA).
Nessa profecia, há uma dupla
referência. No plano inicial, a palavra é dirigida a Israel. Já no seguinte, a
profecia refere-se ao messiado de Jesus Cristo, que haveria de nascer 700 anos
depois. Luz por luz, o Filho de Deus levantar-se-ia para iluminar os filhos de
Abraão e os descendentes de Noé, que se haviam espalhados a partir da torre de
Babel. O Evangelho de Cristo, qual benfazejo sol, espargiria sua luz,
indistintamente, sobre as famílias semitas, jafetitas e camitas.
3. A luz em o Novo Testamento. No
primeiro capítulo do Evangelho de João, somos agraciados com um gênesis
admiravelmente interpretado à luz de Jesus Cristo. Já em suas palavras
iniciais, é-nos facultado ver, ali, em plena criação e junto ao Criador, o
Verbo a criar os Céus, a Terra, o reino vegetal, o império animal e,
primordialmente, o ser humano. Sem o Filho, nada do que existe, existiria. Ele
é ação executiva do Pai.
No gênesis joanino, encontramos a
luz já no quarto versículo: “A vida estava nele e a vida era a luz dos homens”
(Jo 1.4, ARA). Na frase seguinte, o Evangelista descreve o ministério da luz:
“A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela” (Jo
1.5, ARA). Nesse princípio, a luz não precisa de ajuda para separar-se das
trevas. Vencendo penumbras e escuridões, ela resplandece em trevas espirituais,
morais, emocionais e éticas. Até mesmo nas trevas teológicas, resplandece ela;
nada a pode conter; irresistível.
Agora, numa pausa linguística,
examinemos a palavra “luz”, de acordo com o idioma que serviu de plataforma ao
Novo Testamento.
Segundo a mitologia grega, a luz
origina-se de Phosphorus, uma divindade menor responsável pela claridade do
Cosmos. Filho de Eos, a deusa da aurora, o Phosphorus era reverenciado como a
Estrela da Alva. Desse substantivo, originou-se o vocábulo phos, traduzido em
português como “luz”.
Despido já das roupagens
mitológicas, o termo phos seria largamente usado pelos autores do Novo
Testamento. Encontramo-lo nos evangelhos, nas epístolas e na revelação final.
Examinemos, com mais atenção, essa palavra tão significativa e tão bela. Além
de sua primitiva significação, ela é usada para representar a claridade de um
candeeiro, o clarão de uma tocha, o brilho de uma estrela e o resplendor do
Sol.
Metaforicamente, representa Deus, a
verdade, o conhecimento, a pureza e a razão. Todavia, a maior imagem que a luz
pode evocar é a do Filho de Deus que, na rude cruz, deu-se em resgate por
nossas almas. Ele é a luz profetizada por Isaías, que começaria a alumiar o
mundo a partir da Galileia dos gentios:
Mas para a terra que estava aflita
não continuará a obscuridade. Deus, nos primeiros tempos, tornou desprezível a
terra de Zebulom e a terra de Naftali; mas, nos últimos, tornará glorioso o
caminho do mar, além do Jordão, Galileia dos gentios. O povo que andava em
trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte,
resplandeceu-lhes a luz. (Is 9.1,2, ARA)
Com base nessa passagem, já nos é
possível definir uma teologia da luz. Em seguida, estudaremos as implicações do
candelabro do Tabernáculo Santo na soteriologia do Testamento Novo.
4. A teologia da luz. A teologia da
luz nada mais é do que a doutrina que ensina ser Deus o pai das luzes; alumiar
é a sua função. Ele não se limita a espargir luz sobre as trevas espirituais;
deleita-se também em esclarecer as simples e elementares dúvidas intelectuais.
Se estamos emocionalmente obscurecidos, aclara-nos Ele os sentimentos;
ilumina-nos os recônditos do coração e faz-nos a alma brilhar. Para simbolizar
a luz por excelência — Jesus em Deus —, ordenou Moisés o fabrico da mais bela
mobília do Tabernáculo, que, hoje, serve de símbolo ao Estado de Israel.
II. O CANDELABRO DE OURO
Didaticamente, o Senhor ordenou o
fabrico do candeladro, a fim de conscientizar os filhos de Israel de sua missão
profética, sacerdotal e real no mundo. Era plano de Deus que, por intermédio
dos israelitas, todos os povos viessem a ser abençoados com a luz do Messias.
1. O fabrico do candelabro. Segundo
a determinação divina, os artífices fizeram um candelabro de ouro puro e batido
(Êx 25.31). A mobília foi de tal forma trabalhada, que formava uma só peça com
o seu pedestal, hastes, cálices, maçanetas e flores. Em seu feitio Bezaleel e
Aoliabe precisaram de um talento de ouro; de 35 a 40 quilos (Êx 25.39).
Toda a peça era rigorosamente
simétrica e harmônica (Êx 25.31-36). Doutra forma, a sua luz jamais viria a
brilhar com a intensidade e a perfeição que Deus requer de cada um de seus
filhos (Mt 5.16).
2. A luz do candelabro. O azeite
para as lâmpadas foi trazido voluntária e generosamente pela congregação de
Israel (Êx 25.6). Tendo em vista o significado do candelabro para o culto
sagrado, o azeite teria de ser puro e batido; o moído era de qualidade
inferior. Sem essas qualidades, o Tabernáculo do Senhor ficaria na penumbra ou
até mesmo em trevas. Que simbologia extraímos daqui? Jesus demanda de cada um
de nós uma luz de comprovada excelência (Mt 6.23). Nós somos a luz do mundo.
3. O seu lugar no tabernáculo. Para
quem entrava no lugar santo, o candelabro de ouro encontrava-se no lado
esquerdo ou na parte sul do Tabernáculo (Êx 26.35). Nessa posição, o
candelabro, plenamente aceso, proporcionava uma visão única e emblemática da
glória de Deus. Se por um lado, lembrava o próprio Cristo, por outro, fazia uma
clara referência à Jerusalém Celeste (Ap 1.12,13; 21.18,21).
Mas para que esse brilho perdurasse,
era imperioso que Arão e seus filhos cuidassem diariamente do candelabro (Êx
30.7,8). À luz do dia, limpavam-no, provendo-o de azeite. E, quando a noite
chegava, ele já estava pronto a reluzir novamente. Assim devemos nós agir em
relação ao mundo. Só viremos a reluzir se nos dermos à leitura da Bíblia
Sagrada, à oração, ao jejum, à comunhão dos santos e ao serviço cristão.
Ora, se o candelabro já era uma
perfeição em si, o que dizer do Senhor Jesus Cristo? Logicamente, a luz do
antítipo era infinitamente mais intensa do que a do tipo; proposição básica.
III. JESUS, A LUZ PERFEITA
O candelabro simbolizava Jesus, a
sua Igreja e cada um de nós. Nesse móvel, há uma teologia, cuja profundidade
não pode ser mensurada; é cristológica, eclesiológica e antropologicamente
sublime. Ela mostra que, assim como Cristo é a luz do mundo, assim também deve
a Igreja, coletivamente, e o homem de Deus, individualmente, resplandecer como
astros num século tenebroso e caótico.
1. Jesus a luz do mundo. No
Apocalipse, o Senhor Jesus anda livremente entre os candelabros (Ap 1.12,13).
Na descrição do Evangelista, somente a luz do Cordeiro é capaz de levar os
castiçais a refulgir. Ele é a luz do mundo por excelência (Jo 8.12). Portanto,
só podemos brilhar se estivermos em perfeita comunhão com o Filho de Deus.
Como está o nosso testemunho
cristão? Quando eu trabalhava na Imprensa Metodista, na cidade paulista de São
Bernardo do Campo, todas as sextas-feiras nos reuníamos para cultuar o Senhor.
Ali, naquela humilde capela, tínhamos oportunidade de aprender belíssimos
hinos. Num destes cânticos, composto mui provavelmente no século XVIII, havia
uma indagação que mexia profundamente comigo. No estribilho, indagava o poeta:
“Pode o mundo ver Cristo em ti?”.
Que Jesus é a luz do mundo, todos os
crentes o sabem. No entanto, o mundo só poderá vê-la se ela for refletida
plenamente em nós. Que não falte o brilho celeste no meu pensar, agir e reagir.
Resplandecendo-a em seu cotidiano, os antigos alcançaram bom testemunho.
2. A Igreja é a luz do mundo. Aos
seus discípulos, o Senhor Jesus foi claro e decisivo: “Vós sois a luz do mundo”
(Mt 5.14). Enquanto estava no mundo, Ele era de fato a luz do mundo (Jo 9.5).
Mas após a sua ascensão ao Céu, a missão de alumiar este século passou a ser
nossa. E, agora, somos exortados a reluzir não somente como um candelabro, mas
como verdadeiros astros (Fp 2.15). Quanto mais anunciarmos o Evangelho e
ensinarmos a justiça divina, mais glorificaremos a Deus com a luz de nossa confissão
e de nosso bom testemunho (Dn 12.3).
Se a Igreja já não brilha, o que
fazer? É hora de emprestarmos as palavras de Habacuque, e humildemente rogar ao
Pai; “Aviva, Senhor, a tua obra”. Se brilharmos apenas por nossas riquezas,
seremos os mais pobres e miseráveis dos homens. Se reluzirmos somente em
virtude de nossa ascensão social, jamais seremos conhecidos diante de Deus. E
se viermos a resplandecer tão somente por causa de nossa força política, jamais
subsistiremos neste século mau e maligno; quão fracos seremos. Voltemos a
brilhar como fiéis testemunhas de Jesus Cristo.
3. O crente como luz do mundo.
Individualmente, o Senhor Jesus exorta a cada crente a agir como luz do mundo
(Lc 11.35). A luz da confissão de Estêvão brilhou de tal forma, que os seus
algozes viram o seu rosto como se fosse a feição de um anjo (At 6.15). Apesar
de apedrejado, o seu testemunho ainda hoje reluz, legando-nos um exemplo de
pureza, fé e coragem. Ele foi um reluzente candelabro nas trevas espirituais
daqueles dias.
A essa altura, a pergunta é
inevitável, como manter o fulgor e o brilho de nossa luz? No tópico, a seguir,
apresentaremos uma receita simples e bastante comezinha; entretanto, infalível.
Seguindo-a fielmente, jamais nos faltará azeite nas lamparinas.
IV. MANTENDO A LUZ BRILHANDO
CONTINUAMENTE
Para que a nossa luz continue a
brilhar, três coisas são imprescindíveis: a união com Cristo, a comunhão
fraternal e o testemunho diário.
1. A união com Cristo. Para
reluzirmos como luz do mundo, nossa união com Cristo é imprescindível. O
candelabro visto por Zacarias ardia de forma ininterrupta, pois estava ligado a
um vaso de azeite, e este, por sua vez, achava-se conectado a duas oliveiras
(Zc 4.1-3). Dessa forma, havia um fluxo contínuo de azeite àquele candelabro
que, naquela hora tão difícil para o povo de Deus, brilhava continuamente.
Jesus é a oliveira, na qual fomos
enxertados (Rm 11.17-24). Unidos a Ele, jamais nos faltará o precioso azeite,
para vivermos uma vida plena e vitoriosa (1 Jo 2.20).
2. Nossa comunhão fraternal. O
candelabro, embora se destacasse por seus ricos e variados detalhes, formava
uma única peça (Êx 25.31). O mesmo podemos dizer da Igreja de Cristo. Embora
formada por membros de várias procedências e origens, constituí um único corpo
(1 Co 12.13). Agora, todos somos um em Cristo (Rm 12.5). E, por esse motivo,
temos de preservar o vínculo do amor fraternal (Ef 4.3; Cl 3.14). Se nos
amarmos como Cristo nos recomenda, seremos conhecidos como seus discípulos (Jo
13.34).
A Igreja, como o candelabro de
Cristo, deve ser reconhecida por sua unidade, por seu amor e por sua comunhão
no Espírito Santo (2 Co 13.13). Não há luz tão intensa como a unidade e a
cooperação cristã.
3. Nosso testemunho diário. Nosso
testemunho cotidiano não deixa de ser uma expressão profética; protesta contra
o pecado. Lembremo-nos de que o candelabro era adornado por figuras de
amendoeiras, nas quais brotava a luz gloriosa (Êx 25.33). Esta foi a árvore que
marcou o chamamento do profeta Jeremias (Jr 1.11,12). Na tipologia profética,
ela é a árvore despertador, por ser a primeira a florescer na primavera.
Quando o mundo vê o bom testemunho
de um cristão, o nome do Pai Celeste é glorificado (Mt 5.16). Nosso testemunho
diário está intimamente relacionado à luz. Se for realmente bom, nosso
candelabro cumpre fielmente a sua missão. Eis por que devemos ser um padrão de
boas obras (Tt 2.7).
CONCLUSÃO
Na visão inicial de Patmos, o Senhor
Jesus é visto como a andar entre os sete castiçais de ouro; a súmula da Igreja.
Não nos é dado saber qual deles mais resplandecia ou qual dentre eles
apagava-se. De qualquer forma, ali estava o Filho de Deus a conferir a luz
deste, o brilho daquele e, mais adiante, o fulgor daquele outro. Se no quarto
faltasse alguma resplandecência, Ele o saberia. Caso, no quinto, a chama
estivesse a oscilar, assopraria Ele o seu Espírito Santo. Se, no sexto
candelabro, já faltava o precioso azeite, o Cordeiro tudo supriria. Quanto ao
sétimo, que continuasse a reluzir como o Crucificado luzira na hora extrema do
Calvário.
Que o Senhor Jesus jamais se ausente
de nossa vida. Sua luz, em cada um de nós, é um farol neste mundo tenebroso.
Amém! Maranata. Ora vem, Senhor Jesus.
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