I. A Origem do Mundo Acadêmico
A academia, em si, não é deletéria nem letal à verdadeira fé. Desde o
início da História, vem ela prestando relevantes serviços à
humanidade.
El a gera conhecimentos, produz metodologias e referenda
descobertas e
invenções. No entanto, o Diabo, o pai das mentiras mais sutis e
das
inverdades mais delicadas, tudo faz por imiscuir-se em seu
ambiente,
visando torcer-l he os resultados e conclusões.
1. Uma definição certa. A palavra “academia” provém do
vocábulo
grego , Akadémeia, que, por seu turno, lembra a escola de
filosofia que
Platão fundou em Atenas, em 387 a.C., junto a um jardim dedicado a
Academo, uma das muitas divindades da Grécia. Al i, o pensador
grego
reunia os pupilos para ensiná-los a pensar de forma metódica,
sistemática
e produtiva.
2. Preservação do conhecimento
humano. A partir de então,
academias surgiram em várias partes do mundo. No século 15,
Pompônio
Leto fundou a Academia Romana, que, além da filosofia, dedicava-se
ao
estudo das ciências, das artes, da arqueologia e da gramática.
Assim, elas
vieram a assumir um papel
referencial na definição do
conhecimento
humano. Sua palavra era suficiente para esclarecer dúvidas,
fundamentar
certezas e iluminar os que iam e vinham em busca do verdadeiro saber.
Hoje, as academias são mais específicas. Esta se dedica à
História;
aquela, às Artes; aqueloutra, à Filosofia; e, ainda esta, às
Letras. Cada uma,
d e , consagra-se à preservação de uma área particular do
conhecimento humano.
3. A postura agnóstica da
academia. Criado pelo romancista
americano Dan Brown, o professor Robert Langdon é um retrato fiel do acadêmico pós-moderno. A certa altura do
filme , o professor de Harvard é questionado, por um funcionário do Vaticano,
quanto à existência de Deus. O intrigante Langdon, uma espécie de alter ego de Brown, responde de maneira orgulhosa e
furtiva que, enquanto acadêmico, não havia sido preparado a responder àquela
pergunta.
A resposta de Langdon é um reflexo da academia, que, indiferente a
Deus, faz-se hostil ao
evangelho. Jesus Cristo, contudo, tem de ser
apregoado nesse ambiente inamistoso e influenciado por Satanás.
Nossa
tarefa, repito, não é destruir a academia, mas usá-la como
instrumento à
expansão do Reino de Deus.
II. Jerusalém versus Atenas
Tertuliano (160-220), considerado o pai da teologia cristã
ocidental , fez
uma declaração que realça a superioridade da fé evangélica em
relação à
filosofia grega. Exaltando a força do evangelho, armou: “O que tem
Jerusalém a ver com Atenas?”. Vejamos, pois, em que consistem o
conhecimento de Atenas e a sabedoria de Jerusalém.
1. Atenas, a capital da filosofia.
Atenas foi a mais
importante cidade
da Grécia Clássica. Sua idade áurea situa-se entre 500 e 300 a.C.,
período
em que floresceram as artes, as ciências e, principal mente, a
filosofia. Se
Esparta era a metrópole da guerra e da conquista territorial ,
Atenas
destacava-se por outro motivo. El a era a cidade de Sócrates, de
Platão e do
estagirita Aristóteles. Seu alvo não era a hegemonia territorial ,
mas o
alargamento das fronteiras intelectuais.
Atenas era a cidade do homem natural . Em seus termos, a religião,
embora ainda forte e influente, já não conseguia satisfazer as
necessidades
de um povo que idolatrava a razão e endeusava a cultura. Nesse
sentido, o
homem ateniense era um perfeito reflexo da deusa a quem elegera
como
padroeira. Protegendo as artes e as ciências, Atenas era também a
senhora
do conhecimento.
O povo ateniense, porém, jamais logrou a paz em suas conquistas
intelectuais. Por essa razão, acabaria por eleger o Deus
Desconhecido, a
quem consagraria um vistoso altar, como a sua derradeira
esperança. Se fôssemos acrescentar mais alguma coisa sobre Atenas, diríamos que
a
cidade toda era uma grande e orgulhosa academia. Não obstante,
quando
da visita de Paul o ao Areópago, viu-se impotente para compreender
a
beleza e a veracidade da ressurreição de Cristo.
2. Jerusalém, a cidade da paz e da
verdadeira sabedoria. Apesar
dos
conflitos que enfrentou ao longo de sua história, Jerusalém é
conhecida
como a Cidade da Paz. Mas poderia ser considerada, também, o berço
do
verdadeiro conhecimento, pois as Sagradas Escrituras têm-na como a
sua
referência máxima. Foi na mais amada das metrópoles, que Deus se
manifestou plenamente a Israel , intimando-o a educar o mundo no
conhecimento divino, conforme destaca o profeta Miqueias:
Mas, nos últimos dias, acontecerá que o monte da Casa do Senhor
será estabelecido no cume dos montes e se elevará sobre os
outeiros, e
concorrerão a ele os povos. E irão muitas nações e dirão:
Vinde, e
subamos ao monte do Senhor e à Casa do Deus de Jacó, para que nos
ensine os seus caminhos, e nós andemos pelas suas veredas; porque
de
Sião sairá a l ei, e a palavra do Senhor, de Jerusalém. (Mq 4.1,2)
Quanto mais o tempo passa, mais vai Jerusalém adquirindo
importância
espiritual , cultural e
política perante o mundo. Nenhuma outra cidade é
tão relevante quanto a capital
de Israel . No auge da História, segundo a
profecia, as nações correrão à morada da paz, pois assim se traduz
o seu
nome, em busca do verdadeiro conhecimento. Ao contrário de Atenas,
cuja sabedoria não passava, às vezes, de especulação estéril e vazia,
Jerusalém educará os povos, conduzindo-os à verdadeira paz.
Pontificando
o governo do Messias de Israel
e Salvador do mundo, escreve ainda
Miqueias:
E julgará entre muitos povos e castigará poderosas nações até mui
longe; e converterão as suas espadas em enxadas e as suas lanças
em
foices; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem
aprenderão mais a guerra. Mas assentar-se-á cada um debaixo da sua
videira e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os espante,
porque a boca do Senhor dos Exércitos o disse. (Mq 4.3,4)
O conhecimento emanado de Jerusalém resulta em redenções de vidas.
É por isso que a Bíblia Sagrada é o livro mais l ido, mais
pesquisado e mais
debatido. Nenhuma outra literatura, mesmo as que se presumem
sagradas,
exerce uma influência tão poderosa na vida do mundo.
Foi de Jerusalém que saiu o evangelho de Cristo, que, não se l
imitando a
lançar as bases do mundo atual , vem redimindo milhões de pessoas
ao
redor do planeta. Portanto, não há o que se comparar. Atenas,
embora haja
ensinado o mundo a pensar, não logrou redimir nem a si mesma.
Quanto a
Jerusalém, proporcionou a mensagem que ensina o homem não somente
a
pensar corretamente, mas também a agir com piedade, ética e amor.
O
evangelho de Cristo é inigualável . Por essa razão, indaga
Tertuliano: “O
que Jerusalém tem a ver com Atenas?”.
III. José, o Primeiro Acadêmico de
Deus
Deus não abomina as academias, nem odeia os intelectuais; entre
seus
profetas e servidores, há notáveis acadêmicos. Neste tópico,
destacaremos
José, filho de Jacó, que, arrebatado de um ambiente campesino,
viria a
governar o Império do Egito e, de forma tão providencial , sal var
do
extermínio a nação israelita.
1. O aprendizado teológico de
José. Em companhia de seu pai,
Jacó,
aprendeu José a relacionar-se com o Deus Único e Verdadeiro.
Naquele
descampado imenso, veio a entender que o Altíssimo não se esconde
em
sua transcendência, mas revela-se amorosamente em sua imanência.
Eis
por que o Criador é conhecido, entre as nações, como o Deus de
Abraão,
de Isaque e de Jacó.
Sem aquele curso teológico informal , o jovem hebreu jamais
poderia
governar um império tão vasto e tão complexo como o egípcio. Isso
significa que a academia, na vida de nossos filhos e netos, tem de
ser
precedida pela capela familiar. Doutra forma, serão subvertidos
pela
cultura mundana. Já devidamente preparado espiritual mente por
Jacó, foi
José conduzido por Deus ao Egito.
2. O aprendizado na casa de
Potifar. As escolas pelas quais
José passou eram tão informais quanto o estilo de vida dos hebreus. Não
obstante, proporcionaram-lhe he uma sólida formação humana, literária,
econômica, política e, acima de tudo, espiritual . Interpretando
teologicamente suas tribulações e agruras, ele sabia que fora
subtraído à
casa paterna por um motivo soberano. Por isso, aproveitou cada
prova e
provação, a fim de graduar-se no serviço divino.
Na casa de Potifar, aprende um novo idioma, o demótico. E,
consagrando-se aos afazeres daquela grande propriedade, inteira-se
rapidamente do sistema econômico e financeiro do Egito. Ao buscar
a
excelência em tudo o que fazia, torna-se um grande administrador
(Gn
39.5).
Mas, al i, aprenderia também o valor de uma vida
incorruptível e santa.
Tentado por sua senhora, manteve-se fiel ao Senhor. Ele sabia que, se
viesse a ceder aos encantos daquela mulher, a sua carreira
terminaria como
a dos outros escravos que o antecederam. Infelizmente, a academia pós-moderna
nenhum valor dá à ética e à moral . Eis porque o nosso país
encontra-se numa situação tão calamitosa.
Potifar bem que poderia ter executado a José. No entanto,
contentou-se
em mandá-lo à prisão real , pois sabia que um jovem como aquele
não se
deixaria corromper nem pelo sexo, nem pelo dinheiro, ou pela vanglória
do poder.
3. O doutorado na prisão. A um jovem a quem Deus destinara a
governança do Egito, não havia academia mais adequada do que a
prisão
real . Al i, teria oportunidade de aprender outro idioma: o
hierático, falado
pelos sacerdotes e pela classe política. Assim, não demorou a
expressar-se
fluentemente na nova l íngua. A essas alturas, sua educação literária
já
estava completa.
No cárcere, aprenderia também o funcionamento do Estado egípcio.
Cada encarcerado era-lhe um professor. Al i, atrás daquelas
grades,
concentrava-se a nata política e cultural da corte faraônica. Com este
preso, aprendia economia. Com aquele, diplomacia e política. Com
aqueloutro, história e ciência. E, com o padeiro e o copeiro
mores, aprende
a lidar com um rei divinizado e cheio de caprichos e arbítrios.
Foi assim que Deus capacitou o jovem hebreu a governar a nação
mais
poderosa da terra naquele tempo. Que ele tinha um sonho, todos o
sabiam.
Mas entre o sonho e a sua realização, há que se ter muita
disciplina, estudo, trabalho e oração. Se os nossos jovens se espelharem em
José, filho de Jacó,
teremos grandes e poderosos arautos de Cristo nas mais elevadas e
nevrálgicas esferas da sociedade.
IV. Daniel, o Acadêmico por
Excelência
Na biografia de Daniel , temos a destacar dois fatos muito
importantes.
Se, por um lado, Deus entregou Jerusalém nas mãos de
Nabucodonosor,
por outro, entregou Nabucodonosor nas mãos de um dos mais ilustres
filhos de Jerusalém. Educado na academia babilônica, Daniel
transformou-a por meio do conhecimento divino. Dessa forma,
conduziu
o rei da Babilônia ao Deus Único e Verdadeiro.
1. Na academia da Babilônia. Por volta do ano 606 a.C.,
Nabucodonosor sitia Jerusalém, e leva cativa à Babilônia a elite
da
sociedade judaica. Entre os prisioneiros, achavam-se os jovens
Daniel ,
Hananias, Misael e Azarias
(Dn 1.6). El es já eram notáveis por sua
educação, cultura e distinção pessoal . E, pelo que se depreende
do texto
sagrado, já tinham cursado a academia de Jerusalém, onde haviam
sido
instruídos na Palavra de Deus.
Constrangidos a frequentar a academia babilônica, tinham ao seu
dispor
uma série de regalias e confortos. Com sabedoria e graça, porém,
recusaram as iguarias reais, preferindo al imentar-se de legumes e
água,
pois haviam proposto, em seu coração, permanecereis ao Deus de
Israel
(Dn 1.8). Em virtude de sua del idade, o Senhor abençoou-os de
tal forma
que acabaram por sobressair em todas as áreas de sua vida. El es
tinham
como divisa a excelência divina.
2. A excelência do testemunho. Os funcionários da corte não
demoraram a perceber que Daniel
e seus companheiros não eram como os
demais jovens que frequentavam a Universidade de Babilônia. Mesmo
optando por uma dieta frugal
e modesta, foram avaliados como mais
saudáveis do que os outros (Dn 1.15,16). Mesmo sem emitir uma
única
palavra sobre o Deus de Israel , levaram seus tutores a
compreender que, de
fato, o Deus dos hebreus achava-se sobre todos os povos.
Que os universitários cristãos iniciem o seu testemunho público
por meio de uma vida santa e irrepreensível . Estarão, dessa forma, a
evangelizar seus colegas e mestres, evidenciando atitudes cristãs
em todas
as instâncias do A eloquência de um testemunho não se encontra
na força ou na beleza das palavras; acha-se na formosura de um
viver que,
mesmo emudecido, fala e convence pela santíssima fé ressaltada em
obras
boas e meritórias.
Universitário evangélico, não se entregue às filosofias mundanas,
ao
ativismo inconsequente e anticristão, ao sexo pecaminoso e às
drogas.
Diante do politicamente correto, não tema optar pela vontade de
Deus.
3. A excelência da vida acadêmica.
O testemunho excelente de
Daniel
e seus três companheiros não ficou restrito à conduta pessoal ;
ressaltou-se
ainda nas atividades acadêmicas. No final do curso, foram todos aprovados
com louvor máximo, conforme registra o autor sagrado:
Ora, a esses quatro jovens Deus deu o conhecimento e a
inteligência em todas as letras e sabedoria; mas a Daniel deu
entendimento em toda visão e sonhos. E, ao fim dos dias em que o
rei
tinha dito que os trouxessem, o chefe dos eunucos os trouxe diante
de
Nabucodonosor. E o rei falou com eles; e entre todos eles não
foram
achados outros tais como Daniel , Hananias, Misael e Azarias; por
isso, permaneceram diante do rei. E em toda matéria de sabedoria e
de inteligência, sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez
vezes
mais doutos do que todos os magos ou astrólogos que havia em todo
o
seu reino. (Dn 1.17-20).
Na avaliação dos jovens, tomou parte o próprio rei que,
internacionalista e detentor de um vasto saber, ficou admirado do
conhecimento e da sabedoria dos jovens hebreus. A partir daquele
momento, Nabucodonosor começa a perceber que o êxito daqueles
rapazes
ia além dos l imites humanos; era algo que só os céus podiam explicar.
Na universidade, que o jovem cristão evangelize também com suas
notas
e conquistas acadêmicas. Nas monografias e teses, seja verdadeiro
e não
abjure a sua fé. Fuja do politicamente correto. Não faça o jogo
dos
professores que, aprisionados pelas esquerdas extremas e ateias,
põem-se
contra Deus e a sua palavra. Por isso, redija com excelência cada
trabalho. Pesquise com esmero. Evite o plágio. Seja autêntico em cada palavra,
frase
e parágrafo. Sua oração deve permear todas as suas atividades
acadêmicas.
4. A excelência profissional. Já engajados na Academia da Babilônia,
Daniel e seus três
companheiros dão início à sua vida profissional ,
misturados aos outros sábios do império. Todavia, uma crise estava
para ser
deflagrada, que os levaria a se destacar como servidores, não de
um rei, mas
do Rei dos reis e Senhor dos senhores. O testemunho cristão não
teme as
crises. Antes, tem-nas como oportunidade para pontificar o
conhecimento
divino em todas as instâncias da vida particular e pública.
No segundo ano de seu reinado, Nabucodonosor teve um sonho acerca
dos últimos dias da História. El e adormeceu preocupado com o seu
império, e despertou com uma visão acerca do Reino de Deus. Quem
se
angustiava por entender os movimentos cíclicos na história de
Babilônia,
agora, entra em crise por ver a linearidade da História Sagrada
resultar no
domínio do Deus de Israel
sobre todas as coisas.
Como nenhum de seus sábios fosse capaz de evocar-lhe o sonho, ou
de
interpretá-lo, o rei ordenou o extermínio de toda a Academia da
Babilônia. Daniel , então, convoca seus companheiros, para que
roguem o
socorro divino. O profeta, recebendo a revelação do Deus de Israel
, mostra
a Nabucodonosor o que há de acontecer, no mundo, nos derradeiros
dias
da História. No preâmbulo de sua exposição, o jovem hebreu
apresenta ao
rei uma proposição teológica que, apesar de simples, deitava por
terra todo
o panteão daquela cidade idólatra e entregue aos demônios: “Mas há
um
Deus nos céus, o qual revel
a os segredos; ele, pois, fez saber ao rei
Nabucodonosor o que há de ser no fim dos dias” (Dn 2.28).
A partir daquele momento, Daniel
passa a mentorear espiritual mente o
rei, levando-o a reconhecer que somente o Senhor é Deus. Eis o que
o
próprio Nabucodonosor confessa acerca de seu encontro com o Deus
de
Israel : “Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, e exalço, e glorifico
ao Rei
dos céus; porque todas as suas obras são verdades; e os seus
caminhos,
juízo, e pode humilhar aos que andam na soberba” (Dn 4.37).
Muito pode fazer um acadêmico nas mãos de Deus. Por meio de seu
trabalho sincero, levará o testemunho de Jesus Cristo aos escalões
mais
al tos da sociedade e do governo. Anal , somos instados pelo
Senhor a
proclamar o evangelho a todas as criaturas, inclusive aos ricos e
poderosos.
V. O Testemunho de Daniel entre os
Políticos
Daniel já era um ancião,
quando Belsazar convocou-o a ler o escrito
divino na parede de seu palácio. Desprezando as honrarias e
presentes que
o rei l he oferecia, o profeta, fugindo ao politicamente correto, interpretou
lhe
a sentença, indicando-lhe o
m de seu império. Neste momento, o
Senhor requer de nossos homens públicos que ajam com a mesma
isenção
e coragem.
1. Daniel, o político. Deus não precisa de políticos
meramente
profissionais. O que Ele requer são testemunhas fiéis, que atuem
nas
diversas esferas de poder, a m de que o evangelho não que apenas
no
sopé da pirâmide, mas que venha alcançar o topo mais inatingível .
Por esse
motivo, deve o político cristão, vocacionado para esse mister,
agir como
porta-voz de Cristo ante os poderosos deste mundo.
A política, em si, não é um mal ; de seus ofícios, todos
carecemos. Sem
ela, a vida em sociedade seria impossível , uma vez que a sua
finalidade é a
promoção do bem comum. Além do mais, não são poucos os servos de
Deus, quer no Antigo, quer em o Novo Testamento, que atuaram
politicamente. Um dos exemplos mais notáveis é o próprio Daniel .
2. Os atributos de um político
cristão. Tendo como espelho a vida
pública de Daniel , apontaremos alguns atributos, sem os quais o
político
cristão não poderá servir como testemunha de Jesus. Se Deus, de
fato, o
chamou à vida pública, você não terá dificuldade alguma para agir
com
isenção, incorruptibilidade e coragem.
Chamado à presença de Belsazar, agiu Daniel com isenção e prudência.
Embora honrasse o rei, não lhe faltou com a verdade. Sua palavra
não tinha
dois pesos, nem duas medidas. Com a mesma franqueza que exortava
os
pequenos, repreendia os grandes. Se com os fracos mostrava-se
forte, com
os fortes erguia-se ousadamente. Em momento algum, faltou com o
devido
respeito.
Diante dos presentes e honrarias que l he oferecia o rei,
Daniel mostrou-se
íntegro e incorruptível : “As tuas dádivas quem contigo, e dá os
teus
presentes a outro; todavia, l erei ao rei a escritura e lhe farei
saber a interpretação” (Dn 5.17). Anal ,
por que receberia el e dádivas ou
honrarias? Não se deixando corromper, dá um testemunho público da
justiça do Deus de Israel .
Que os nossos políticos espelhem-se em Daniel , e não se deixem
seduzir
quer pelo ouro, quer pelas honrarias mundanas. Lembre-se: mais
cedo ou
mais tarde, Deus trará todas as coisas à luz.
Por fim, Daniel agiu
corajosamente. Diante de um rei pasmo, lê e
interpreta a escritura divina estampada na parede. Naquela mesma
noite, o
Império de Babilônia cai ante os medos e persas. Quanto ao
profeta, ainda
serviria a dois outros monarcas até que, ditosamente, fosse recolhido
ao
descanso eterno.
Conclusão
Instruamos nossos filhos e netos a servirem a Cristo no campus
universitário. O desafio não é pequeno, mas os resultados hão de
ser
grandes e compensadores ao Reino de Deus. Que eles demonstrem aos
sábios deste mundo que somente a mensagem da cruz é capaz de
redimir
tanto o individuo quanto a sociedade.
No que tange aos nossos políticos, que eles se mantenham fiéis à
ética
cristã e jamais negociem a sua integridade nem a santíssima fé. No
momento em que escrevo estas linhas, o Brasil é transtornado pelo maior
escândalo de sua história. Homens que deveriam ser o exemplo à
sociedade já não servem como referencial às novas gerações. Mas graças a
Deus pelos homens públicos que, colocando o evangelho acima de
todas as
coisas, encorajam-se a prestar excelente confissão de sua crença
em Jesus
Cristo.