quarta-feira, 15 de março de 2017

Jesus e a Mulher Samaritana -IV - Cristo Revela a Si Mesmo

Cristo Revela a Si Mesmo (Jo 4.19-29)
/. A expressão de perplexidade. A mulher, atônita diante do discernimento de Jesus, exclama: ‘‘Senhor, vejo que cs profeta”, c passa a levantar um problema religioso, da controvérsia entre os samaritanos e judeus: “Nossos pais adoravam neste monte [Gerizim] e vós dizeis que é cm Jerusalém o lugar onde se deve adorar.” A pergunta surgiu não somente do desejo de desviar o problema do pecado dela para o campo de generalidades teológicas, como também de um real desejo de saber como procurar comunhão com Deus e se erguer acima da sua baixa situação moral. Aproveitou a presença de um profeta para esclarecer suas dúvidas. Jesus, em resposta, mostrou que a verdadeira adoração c matéria de atitudes certas, e não do lugar certo; não se trata de onde, c sim de como.

2. Cristo revelado. Cheia de alegria pelas verdades que ouve, a mulher se lembra do que se lhe contou acerca de um grande Mestre que haveria de vir, enviado da parte de Deus: “Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier, nos anunciará tudo. Jesus disse-lhe: Eu o sou, eu que falo contigo”. Jesus não podia se revelar abertamente aos fariseus porque estes não percebiam as próprias carências espirituais. No entanto, sempre estava disposto a se lazer conhecido a todos aqueles que sentissem necessidade dele (cf. Mt 1 1.25-27). Cristo sempre se revela àqueles que amam a sua vinda. Foi assim que revelou-se aos primeiros discípulos (Jo 1), c a Nicodemos (Jo 3.13; 9.35-38).


d. Começa o serviço cristão. A mulher imediatamente tornou-se missionária do Profeta c Messias que acabara de descobrir. “Deixou pois a mulher o seu cântaro” - mostrando que, na alegria de descobrir a Agua Viva, esquecera-se da sua procura pela água natural _ “e foi â cidade, e disse àqueles homens: Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito; porventura não c este o Cristo?” (cf. Jo 1.41). Nada mais natural do que alguém que recebeu a Agua Viva para beber levar outros à mesma Fonte.

Pearlman, Myer
PHAj João, o Hvangelho do Filho de Deus.../
Myer Pearlman - l.ed. - Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1995. p. 236. cm. 14x2 1 ISBN 85-263-0025-3
Almir Batista 

Jesus e a Mulher Samaritana -Ill - A Consciência da Necessidade


A Consciência da Necessidade (Jo 4.15-18)
/. O pedido urgente. “Disse-lhe a mulher: Senhor, dá- me dessa água, para que eu não mais tenha sede, e não venha aqui tirá-la.” A mulher ainda não havia percebido o âmago do ensino de Jesus. Nem sequer sonhava que Ele, falando sobre “água”, queria dizer algo diferente daquilo que ela carregava no seu cântaro. Ela ainda não percebera nada além dos seus desejos físicos e de suas necessidades diárias. Começou a sentir a convicção de que aquele estranho talvez a pudesse livrar da sua vida exaustiva de ter de caminhar ate o poço com seu cântaro pesado. Seria um alívio ter a água bem à mão! Embora não tivesse compreendido o inteiro significado do dom prometido, entendeu, pelo menos, que se lhe oferecia uma grande vantagem - e seu desejo foi despertado.
2. Unia declaração perscrutadora. Agora, Jesus leva a mulher a dar um passo adiante, despertando seu sentimento de necessidade espiritual. Faz com que ela se recorde de sua vergonhosa vida de pecados para que, esquecendo- se da água do poço de Jacó, lenha sede daquilo que a aliviaria da sua vergonha c miséria. ‘‘Disse-lhe Jesus: Vai, chama o teu marido, e vem cá. A mulher respondeu, c disse: Não tenho marido; porque tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade”.

Jesus trata do assunto do pecado a fim de que a mulher veja a causa da sua infelicidade. A nova vida deve começar com base na veracidade c na honestidade. O passado tem que ser enfrentado, por mais desagradável que seja, e o lixo da vida anterior deve ser varrido para longe.

Pearlman, Myer
PHAj João, o Hvangelho do Filho de Deus.../
Myer Pearlman - l.ed. - Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1995. p. 236. cm. 14x2 1 ISBN 85-263-0025-3
Almir Batista 

Jesus e a Mulher Samaritana - II - Despertando o Interesse

Despertando o Interesse (Jo 4.10-14)
7. O desafio surpreendente. A mulher samaritana aproveitou para se rir um pouco daquele judeu que, segundo pensava, fora forçado a mostrar franqueza e amabilidade por causa da intensa sede que sentia, c de não ter condições de conseguir água. Surpreendeu-se, no entanto, por I21c não se mostrar embaraçado; pelo contrário, suas palavras c que a deixaram intrigada: “Se tu conheceras o dom de Deus. c quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.”
“Se tu conheceras”. Há pessoas que não percebem quantos poderes e oportunidades jazem escondidos ao nosso redor. Por não reconhecermos quantas bênçãos se nos oferecem, perdemos milhares delas! “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento” (Os 4.6). A mulher samaritana estava falando face a face com aquEle que satisfaria a todos os seus anseios de paz c de vida - e não o sabia. Há muitas pessoas que passam pela vida bem perto daquilo que poderia revolucionar sua existência, e ficam alheias á verdadeira bem-aventurança por falta de saber e de considerar. Em dois assuntos, especificamente, faltava conhecimento à mulher.
1.1. Não conhecia o dom de Deus, aquilo que Deus queria graciosamente dar a ela. A pobre mulher nem esperava bênçãos da parte de Deus. Desiludida, esgotada, sem caráter, sem alegria, praticava a enfadonha rotina dos serviços diários. Ouvira falar sobre Deus, mas nem sequer sonhava que Ele estivesse disposto a entrar na sua vida, fazendo com que sua existência valesse a pena.
A água “viva” c a que flui ou que jorra de uma fonte - a água cm movimento, cm contraste com a água parada (ef. Gn 26.19; Zc 14.8). Simboliza a vida divina que flui mediante o contato com Deus (Jr 2.13; Ap 7.17; 21.6; 22.1). Assim como a água natural satisfaz a sede física, o Espírito Santo satisfaz a alma que anseia por Deus (cf. SI 42.1,2).
1.2. A mulher não conhecia a identidade daquele que disse: “Dá-me de beber”. A vinda do Messias era a esperança dos samaritanos, c não somente dos judeus, e ambas as nações tiraram encorajamento e forças desta promessa: suportavam os males do presente, sustentados pela visão do futuro, que se centralizava ao redor da Pessoa do Messias. Agora, o Messias estava falando com esta mulher sem que ela o percebesse. Muitos são os que têm familiaridade com as palavras de Jesus, ouvindo-as como se escutassem uma canção. Não são transformados, porém, porque não se apercebem realmente de que as palavras que ouvem não são as de um mestre humano, c sim as do próprio Filho de Deus. Oxalá soubessem quem c o que lhes fala!
2. A pergunta feita com surpresa. Refutando a sugestão de ela ser ignorante quanto ao dom de Deus, a mulher responde: “Senhor, tu não tens com que a tirar, c o poço é fundo; onde, pois, tens a água da vida?” A resposta a esta pergunta se encontra nos versículos 13 c 14. Quanto a ser acusada de ignorância sobre a Pessoa que fala com ela, a mulher responde: “Es tu maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, bebendo ele próprio dele, e os seus filhos, c o seu gado?” Os versículos 25 c 26 respondem à objeção da mulher. Como Nicodemos, objeta: “Como pode suceder isto?” Quando se trata das coisas de Deus, os que possuem boa educação não têm vantagem sobre os iletrados. Todos, igualmente, precisam do “Espírito que provem de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus” (1 Co 2.12).
3. A comparação que ilumina. Jesus lança mão de uma comparação para esclarecer o significado das suas palavras: “Qualquer que beber desta água tornará a ter sede; mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte d’água que salte para a vida eterna”. A água natural é mencionada aqui como símbolo das fontes de prazer que há aqui na terra, e que só proporcionam satisfação momentânea. A totalidade da vida humana se compõe de desejos interim tentes que recebem apenas parcial satisfação: anseios e saciedade, enfado e novos desejos fortes se seguem num círculo vicioso. Realmente, nunca houve verdadeira satisfação para os desejos humanos; a alma humana nunca se aquieta, senão cm Deus. As fontes da terra podem oferecer satisfação temporária, mas c somente depois de o homem ler achado a Deus que ele pode declarar ter satisfação completa c eterna. Jesus ensina à mulher que a água no poço de Jacó jaz sem vida ou movimento nas profundidades, enquanto a água celestial que ele oferece, embora fique nas profundezas da personalidade humana, não fica parada ali; vem brotando à superfície, revelando sua presença aos outros, fluindo com mais e mais força até que, na vida do porvir, o indivíduo recebe a plenitude desta benção.

A fonte fica no indivíduo. O prazer do mundano depende das coisas externas; a Fonte da satisfação do cristão está dentro dele, independe das circunstâncias. A vida eterna, no Evangelho de João, é vinculada â fé cm Jesus (Jo 3); provém da ação de comer da sua carne e beber do seu sangue (Jo 6); é dádiva direta da parte dele (Jo 10; 17). Neste capítulo, é considerada como resultado da vida do Espírito no homem, o fruto da vida espiritual, que é diferente da vida humana cm qualidade, permanência e maturidade.

Pearlman, Myer
PHAj João, o Hvangelho do Filho de Deus.../
Myer Pearlman - l.ed. - Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1995. p. 236. cm. 14x2 1 ISBN 85-263-0025-3
Almir Batista