quarta-feira, 7 de junho de 2017

O renovo, o azeite e a luz (primeira parte)



PR. ELIENAI CABRAL


Em Zacarias, vemos o Senhor diagnosticando a necessidade espiritual de Israel. Deus faz um diagnóstico do estado de saúde espiritual do seu povo e procura prevenir as causas. A visão do capítulo 4 de Zacarias e a sua tipologia especial indicam esse diagnóstico do Senhor, Médico do seu povo, e o que Ele fará para a cura.

Em cerca de 519aC, o povo havia voltado do exílio babilônico e se defrontado com enormes dificuldades. Havia oposição dos povos vizinhos. Não havia recursos materiais para a restauração econômica. Os líderes do povo, tanto no campo político quanto no religioso, eram incompetentes para resolver os problemas que afloravam, de ordem moral, material e espiritual. Seus dois principais líderes, Zorobabel e Josué, estavam desmotivados e sem forças para agir. O desejo de reconstruir o Templo era enorme, mas não havia motivação. O nível espiritual do povo era baixíssimo. Não havia esperança no coração do povo. O pessimismo tomara os corações e mentes.

Foi em meio a esse estado caótico que Deus entrou em ação. A visão veio em meio a um turbilhão de problemas. Quando os recursos são poucos e pequenos, Deus entra em ação. Ele enviou seu anjo para falar com Zacarias, que se tornou o canal da sua voz aos líderes e todo o povo, pois o Deus Todo-Poderoso se apresenta na vida dos seus como Jeová-Jireh, Aquele que provê todas as coisas.

“E me disse: Que vês? E eu disse: Olho e eis um castiçal todo de ouro, e um vaso de azeite no cimo, com suas sete lâmpadas; e cada lâmpada posta no cimo e sete canudos para as sete lâmpadas”, Zc 4.2. Entre os materiais da liturgia hebréia, o castiçal era uma peça única de ouro que fazia parte dos serviços sacerdotais. Ele tinha ao todo sete lâmpadas que serviam para iluminar o ambiente fechado e escuro do Lugar Santo e do Lugar Santíssimo, espaços que simbolizavam a vida espiritual de Israel, onde os sacerdotes ministravam. Por ser o símbolo de maior relevância da vida religiosa de Israel, Deus resolveu mostrar o estado espiritual do seu povo mediante um castiçal apagado, sem luz e esquecido.

Típico da ação divina, Deus usa os dois principais líderes do povo, Zorobabel e Josué, mesmo eles estando tão fragilizados. Eles são despertados em seus ânimos e renovados.

A figura é a de um castiçal sujo, esquecido e apagado, com seu pavio velho e endurecido sem a menor condição de produzir luz, mas o Senhor estava pronto para renovar esse pavio, limpar o castiçal e prover um novo azeite para que Israel voltasse a manifestar a luz de Deus perante o mundo.


A lição simples que aprendemos é que, às vezes, o pavio da nossa vida espiritual torna-se incapaz de canalizar luz. O pavio é um elemento material que fica entre o fogo e o azeite. A função do pavio é veicular o óleo para a centelha de fogo. Se o mesmo estiver seco e duro, não absorverá o óleo e poderá apenas queimar e chamuscar o castiçal. O que Deus queria mostrar a Zacarias era que Josué e Zorobabel podiam ser fracos e incapazes de reagir como um pavio de lamparina, mas Ele poderia renová-los e embebê-los com um novo óleo, inflamando-os para se tornarem uma grande luz.

Fonte- http://www.cpadnews.com.br 

Atividades do Espírito na vida do crente (Parte 2)

PR. ELIENAI CABRAL

Existem várias maneiras pelas quais o Espírito Santo se manifesta na vida do crente. Neste segundo artigo, trataremos fundamentalmente de duas principais manifestações.

Chamaremos essa primeira manifestação do Espírito Santo de “efusão do Espírito” e a segunda, de “batismo no Espírito Santo”.

Que é efusão? É o derramamento interior, caracterizado pela entrada do Espírito Santo em nossa vida interior. A expressão mais simples para denotar a efusão espiritual é a que conhecemos por “ser cheio do Espírito”. Paulo exortou a Igreja em Éfeso com estas palavras: “Enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).

Ou seja, a efusão do Espírito é quando o Espírito Santo penetra na parte mais recôndita do nosso ser, enche o nosso interior de alegria da salvação, do gozo, da paz e da glória de Deus, que excedem todo o entendimento.

A diferença entre “ser cheio do Espírito Santo” e “ser batizado no Espírito Santo” é facilmente percebida pelo testemunho que a própria Bíblia dá quanto a essas duas experiências.

Um crente pode ser “cheio do Espírito” sem ser “batizado no Espírito Santo”. Estar cheio do Espírito significa estar pleno da nova vida em Cristo. Toda pessoa quando aceita a Cristo recebe a imediata habitação do Espírito Santo no seu interior. E todas as bênçãos da salvação, como a convicção do perdão dos pecados, a cura de doenças, o desejo de servir a Deus e a paz interior, são produzidas pelo Espírito na vida do crente.

Já a disposição e a alegria fervorosa para servir e louvar a Deus, bem como o ímpeto para evangelizar, resultam de uma vida “cheia do Espírito”.

Por sua vez, ser batizado no Espírito é uma experiência distinta que equivale a ser mergulhado na fonte do Espírito. Metaforicamente, ser cheio do Espírito equivale a receber um derramamento por cima e para dentro. É como tomar água da fonte e derramar dentro de uma vasilha até enchê-la, sem imergi-la na dita fonte. Entretanto “ser batizado” significa ser mergulhado dentro da fonte. É imergir a vasilha na fonte.

Que o Espírito nos capacite a viver de acordo com as diretrizes espirituais que a Palavra de Deus tem para os que “vivem segundo o espírito, e não segundo a carne”.

As atividades do Espírito Santo na vida do crente (Parte I)

                                      

PR. ELIENAI CABRAL


   Na nova vida em Cristo, o Espírito Santo passa a habitar o nosso interior e nos tornamos alvos de maravilhosas operações espirituais. Uma das primeiras atividades do Espírito na nova vida é confirmar a salvação recebida. Há uma palavra bíblica que confirma essa obra do Espírito: “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16).
Essa é uma certeza e confiança que só o Espírito Santo pode conceder. Sem essa certeza, nossa salvação seria superficial. A alegria que reina no coração do crente vem do fato da absoluta certeza e convicção de que está salvo. É o Espírito dentro do crente quem fortifica essa confiança na salvação recebida. Quem salva é Jesus e quem dá a certeza da salvação é o Espírito Santo. O apóstolo Paulo escreveu aos Gálatas: “E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!” (Gl 4.6). A salvação, que proporciona essa nova vida, assegura o nosso direito de filiação a Deus. Não nos tornamos filhos de Deus apenas porque a Bíblia diz que somos, mas também porque o Espírito clama dentro de nós dizendo: “Aba, Pai!”.
Em segundo lugar, o Espírito habilita o crente, isto é, prepara-o para a vitória sobre o poder do pecado. Por si mesmo, o crente não encontra meios de vencer o pecado ao seu redor. Ele precisa de poder para vencer o pecado nas suas inumeráveis investidas. Para que ele vença, é preciso “andar no Espírito”, como diz a Palavra de Deus: “Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Rm 8.4).
É o Espírito quem habilita o crente a ser vitorioso, baseado no poder da obra expiatória de Cristo. Quando o Espírito está em nós, nosso espírito é fortalecido e a carne é subjugada nos seus desejos. A Bíblia confirma este fato quando diz: “Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne” (Gl 5.16).
Em terceiro lugar, o Espírito Santo guia o crente através da Palavra de Deus. Notemos o que Jesus falou acerca do Espírito: “Mas quando vier aquele Espírito de verdade, Ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir” (Jo 16.13). A partir do momento que uma pessoa torna-se “nova criatura” em Cristo, o Espírito que nela habita guiará essa pessoa conforme os ditames da Palavra de Deus. A regra de fé e conduta do crente está inserida na Palavra de Deus.
Todas as respostas, todas as diretrizes para a vida cristã estão na Bíblia, e o Espírito Santo as tornará vivas e poderosas. Ser guiado através da Palavra de Deus pelo Espírito é viver segundo o Espírito – “mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus” (1Co 2.12).
Em quarto lugar, o Espírito faz o crente produzir “o fruto do Espírito”. Vejamos o que está escrito a esse respeito: “Mas o fruto do Espírito é caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei” (Gl 5.22-23).
Notemos que é um fruto contendo nove partes distintas. Não são nove frutos, mas um só fruto completo. Isso indica um “todo” indispensável e inseparável na vida cristã. É trabalho do Espírito habilitar o crente para produzir esse fruto. Ele em nós capacita-nos a ter as qualidades desse fruto maravilhoso. É o Espírito quem nos capacita a ser vitoriosos e producentes. Esse fruto independe de sermos batizados no Espírito Santo. Ele pode ser produzido a partir do momento em que uma pessoa se torna “nova criatura em Cristo”.
As três primeiras partes do fruto relacionam-se com Deus e a comunhão com Ele. As três outras partes do fruto relacionam-se com o próximo: “longanimidade, benignidade e bondade”. As três últimas partes do fruto relacionam-se com a vida cristã do crente: “fé, mansidão e temperança”.
Em quinto lugar, o corpo do crente torna-se templo do Espírito Santo. Diz a Bíblia: “Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em nós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1Co 6.19).
Não devemos querer separar ou isolar as partes material e espiritual, o corpo e o espírito. Deus tem interesse em que corpo, alma e espírito sejam cheios da sua plenitude. Nosso espírito é o lugar da habitação, o centro e o trono do Espírito, mas nosso corpo é o seu templo.
Todo o ser do crente deve ser santificado para o Senhor e dominado por Ele. A Palavra de Deus confirma esse fato: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo vosso espírito, alma e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a Vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.23).
A palavra santificar significa separar. Somos separados para uso do Senhor com todo o nosso ser. Se somos templo do Senhor para que Ele se manifeste em nós, devemos cuidar, não só da alma e espírito, mas também do corpo para que o mesmo esteja sempre em condições para a manifestação divina. Os vícios e pecados contra o corpo devem ser repelidos. Todo o pecado contra o corpo afeta a nossa comunhão com o Espírito que habita nele e tem seu trono no nosso espírito.
Em sexto lugar, o Espírito ajuda o crente no ministério da oração. Esse é o trabalho mais árduo para o crente – a oração. Por isso, sem a ajuda do Espírito dentro de nós, não teríamos condições de orar. Toda vez que o crente predispõe-se a orar, tem de lutar contra forças imperiosas de fora e de dentro de nós que querem impedir-nos de orar. É uma luta de âmbito espiritual e também entre a carne (nossa natureza pecaminosa) e o espírito.
Circunstâncias exteriores surgem tão logo nos dispomos a orar, mas temos que persistir e pedir ajuda do Espírito para irmos até o fim. A Palavra de Deus confirma essa ajuda: “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26).
Em sétimo lugar, o Espírito reveste o crente com poder para que esse faça a vontade de Deus, para fazer a Sua obra. Que podemos fazer sem o “poder do Espírito”? Nada! Precisamos do poder de encorajamento, de renúncia, de amor, para fazermos a obra de Deus.
Os discípulos de Jesus, enquanto não foram revestidos do poder, estavam medrosos, assustados, com medo de morrer e acovardados. No Dia de Pentecostes, foram “cheios do Espírito” e suas vidas se tornaram poderosas, corajosas e atuantes. Receberam uma dinâmica espiritual capaz de vencer todos os obstáculos. Fazer o serviço de Deus sem estarmos preparados para fazê-lo é correr risco de não fazermos nada. Jesus disse aos Seus discípulos, antes de subir aos Céus: “Ficai em Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49).
Esse poder capacita o crente a fazer bem a obra de Deus. Concede-lhe condições de vencer os obstáculos morais, físicos, materiais e espirituais.


Fonte- www.cpadnews.com.br