quarta-feira, 19 de julho de 2017

O que Deus diz a respeito da vida no útero?

ABORTO (Matar, Vida, Homicídio)
LEITURA BÍBLICA: Jeremias 1.1-5
VERSÍCULO-CHAVE: Antes que eu te formasse no ventre, eu te conheci; e, antes que saísses da madre, te santifiquei e às nações te dei por profeta.
(Jr 1-5)
As pessoas têm valor e importância antes mesmo do seu nascimento.
Deus conhecia você, da mesma maneira como conhecia Jeremias, muito antes que você nascesse ou fosse concebido. Ele conhecia você, pensava em você e fa/.ia planos para você. Quando você se sentir desencorajado ou inadequado, lembre-se de que Deus sempre pensou em você como alguém valioso e sempre teve em mente um propósito para você.

LEITURA BÍBLICA: Salmos 139.1-24
VERSÍCULO-CHAVE: Pois possuíste o meu interior; entreteceste-me no ventre de minha mãe. Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem. (Sl 139.13,14)
Deus age  na vida de uma pessoa mesmo quando ela ainda está no útero. O caráter de Deus é incluído na criação de cada pessoa. Quando você se sentir indigno ou até mesmo começar a se odiar, lembre-se de que o Espírito de Deus está pronto e disposto a operar dentro de você.


Deus pensa constantemente em você (SI 139.1-4). Devemos ter tanto respeito por nós mesmos quanto o nosso Criador tem respeito por nós.

O que está por trás da prática do aborto, hoje em dia?

LEITURA BÍ BLICA: 2 Crônicas 28.1-8
VERSÍCULO-CHAVE: Tinha Acaz vinte anus de idade quando começou a reinar e dezesseis anos reinou em Jerusalém; e não fez o que era reto aos olhos do Senhor, como Davi, seu pai. (2 Cr 28.1)
O aborto é um pecado contra Deus. Imagine a monstruosa perversidade de uma religião que oferece criancinhas como sacrifício. Deus permitiu que Judá sofresse pesadas perdas, em resposta às práticas perversas de Acaz. Ainda hoje, esse costume não diminuiu. O sacrifício de crianças aos exigentes deuses da conveniência, da economia e do capricho continua, em instalações médicas e esterilizadas, em números que assombrariam até mesmo o perverso Acaz. Se quisermos permitir que as crianças venham a Cristo (Ml 19.14), devemos, antes disso, permitir que venham ao mundo.


Temas Relacionados: FILHOS, HOMICÍDIO, VIDA

Fonte : Manual Da Bíblia de Aplicação Pessoal.

O S VISITANTES QUE VIERAM DO ORIENTE / 2.1-12

Mateus não registra os detalhes do nascimento de Jesus, como fez Lucas no tão conhecido capítulo 2 do seu Evangelho. Entretanto, somente Mateus a registra a visita dos magos. Esses homens haviam viajado milhares de quilômetros para ver o rei dos judeus.
Quando finalmente o encontraram, eles reagiram com júbilo, adoração e presentes. Isso é tão diferente da abordagem que as pessoas adotam atualmente.
 Algumas esperam que Deus venha à nossa procura, para se explicar, provar quem Ele é e nos dar presentes. Mas os verdadeiramente sábios procuram e adoram a Jesus hoje por aquilo que Ele é, não pelo que possam conseguir.

2.1 Tendo nascido Jesus em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes. A pequena cidade de Belém ficava cerca de oito quilômetros ao sul de Jerusalém. Segundo a previsão do profeta Miquéias, o Messias nasceria naquela cidade (Mq 5.2). Para distinguir essa cidade de outras, com o mesmo nome, Mateus acrescentou da Judéia. A terra de Israel estava dividida em quatro distritos políticos e inúmeros territórios menores. A Judéia também chamada de Judá) estava no sul, Samaria no meio, Galiléia no norte, e Iduméia no sudeste. Jerusalém também estava na Judéia e era a sede do governo do rei Herodes. Embora muitos Herodes sejam mencionados na Bíblia, esse era Herodes, o Grande, que governou de 37 a.C. até 4 d.C.
Nesta época, chegaram a Jerusalém alguns sábios vindos das terras do oriente e pouco se sabe a respeito deles. Também chamados de magos, eles podem ter pertencido a uma casta sacerdotal da Pérsia, mas não eram reis. A tradição diz que eram homens de elevada posição na Pártia, perto do local da antiga Babilônia (o livro de Daniel faz referência aos sábiosda Babilônia; veja Dn 2.12,18; 4.6,18).
A opinião tradicional de que havia três sábios [ou magos] vem dos três presentes que foram dados a Jesus (2.11), mas a Bíblia não diz quantos sábios vieram.
2.2 Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos a adorá-lo. Os magos disseram que haviam visto a estrela de Jesus.
No Antigo Testamento, através de um homem chamado Balaão, Deus havia se referido a “uma estrela” que procedeu de Jacó (Nm 24.17). Como esses homens sábios souberam que a estrela representava o Messias, aquel que era o recém-nascido rei dos judeus? (1) Eles podem ter sido judeus que permaneceram na Babilônia depois do Exílio e conheciam as profecias do Antigo Testamento sobre a vinda do Messias. (2) Eles podem ter sido astrólogos orientais que estudaram os manuscritos do Antigo Testamento.  Por causa do exílio, acontecido séculos antes na Babilônia, uma grande população de judeus ainda permanecia lá e eles podem ter tido cópias do Antigo Testamento. (3) Eles podem ter recebido uma mensagem especial de Deus, que os levou diretamente ao Messias.
Mateus estabelece um ponto significativo ao realçar a adoração desses homens sábios, em contraste com os líderes religiosos judeus que conheciam as Sagradas Escrituras e não precisavam viajar muito longe para encontrar o seu Messias. Esses líderes judeus orientaram os homens sábios até Belém, mas eles mesmos não foram (2.4-6).

2.3 Herodes, ouvindo isso, perturbouse.  As notícias dos magos perturbaram profundamente Herodes porque ele sabia que o povo judeu estava aguardando um Messias que estava para chegar (Lc 3.15). A maioria dos judeus esperava que o Messias fosse um grande libertador militar e político, como Judas Macabeu ou mesmo Alexandre, o Grande. Mas Herodes ficou obviamente perturbado por diversas razões:
• Herodes não era o herdeiro legítimo do trono de Davi; ele reinava por indicação de Roma. Muitos judeus odiavam Herodes por ser um usurpador. Se esta criança fosse realmente o legítimo herdeiro do trono, Herodes iria certamente enfrentar problemas com os judeus.
• Herodes era cruel e por causa dos seus inúmeros inimigos suspeitava que alguém pudesse tentar derrubá-lo do trono.
• Herodes não queria que os judeus, que eram um povo religioso, se reunissem em volta de um personagem religioso.
• Se esses sábios fossem de origem judaica, e se tivessem vindo da Pártia (a região mais poderosa depois de Roma), eles ficariam contentes em receber um rei que poderia desequilibrar o poder longe de Roma. O fato de toda a Jerusalém ter ficado preocupada, junto com o rei Herodes, indica que os líderes religiosos e os leigos também se preocupavam com a notícia do nascimento de uma criança da linhagem real judaica, da linhagem de Davi. Todos aqueles que conheciam a crueldade de Herodes temiam que as suas suspeitas tivessem sido despertadas.

2.4 Herodes precisava de alguns conselhos dos entendidos, portanto convocou uma reunião com todos os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo. A maioria dos príncipes dos sacerdotes era formada por saduceus, enquanto os escribas [também chamados “mestres da lei”] eram principalmente fariseus.  Esses dois grupos não se entendiam bem por causa das grandes diferenças existentes no seu credo a respeito da lei. Os saduceus acreditavam que somente o Pentateuco (os primeiros cinco livros do Antigo Testamento) representava a palavra de Deus; os fariseus e os mestres da lei eram os intérpretes profissionais da lei, os especialistas legais da época de Jesus. Entre esses homens Herodes esperava encontrar alguém que pudesse explicar onde havia de nascer o Cristo.

2.5,6  Sete séculos antes o profeta Miquéias havia dado a exata localização do nascimento do Messias (Mq 5.2), e Mateus citou várias vezes os profetas do Antigo Testamento para mostrar que Jesus cumpria perfeitamente as profecias a respeito do Messias. Os líderes religiosos judeus entendiam que o Messias iria nascer em Belém da Judéia e esse era um fato muito conhecido de todos os judeus (Jo 7.41,42). Ironicamente, quando Jesus nasceu, esses mesmos líderes religiosos se tornaram o Seu maior inimigo. Quando o Messias, por quem tinham estado esperando finalmente chegou, eles não quiseram reconhecê-lo.

2.7 Herodes chamou novamente os magos para que respondessem a sua pergunta (2.2).  Entretanto, ele também precisava saber a idade desse “rei”. Herodes deduziu que se soubesse exatamente acerca do tempo em que a estrela lhes aparecera ele saberia a idade da criança.
Como a estrela havia aparecido dois anos antes, Herodes logo mandou matar todos os meninos que tivessem dois anos ou menos (veja 2.16).

2.8 Herodes enviou os magos a Belém dizendo: Ide, e perguntai diligentemente pelo menino, e, quando o achardes, participai-mo, para que também eu vá e o adore. Herodes não podia deixar que o boato sobre um futuro rei ficasse sem a devida verificação. Mas ele não queria adorar a Jesus, queria matá-lo.

2.9 Tendo sido informado de que a criança iria nascer em Belém, os magos partiram; e eis que a estrela que tinham visto no Oriente ia adiante deles enquanto estavam a caminho de Belém. Depois, a estrela se deteve sobre o lugar onde estava o menino.  Mateus não conta como era essa estrela, como se movia, ou como os magos encontraram a criança desde o momento em que a estrela começou a se mover até o momento em que ela parou. Mas Mateus deixou claro que Deus havia mandado propositadamente essa estrela para guiar esses homens até o seu Filho.

2.10 E, vendo eles a estrela, alegraram-se muito com grande júbilo. O movimento da estrela tinha sido visível a esses homens que estudavam o céu e observavam as estrelas. Eles haviam acompanhado essa estrela por milhares de quilômetros e não tinham encontrado a criança num palácio em Jerusalém como haviam esperado. Portanto, embora cansados, continuaram seu caminho, seguindo novamente o movimento da estrela.
Não é de admirar que, ao ver a estrela parar, eles se alegraram muito, com grande júbilo.

2.11 Jesus tinha provavelmente um ou dois anos de idade quando os magos o encontraram.
Nessa época, Maria e José estavam vivendo numa casa. Os magos deram presentes preciosos que eram dignos de um futuro rei.
Ouro era o presente para um rei (SI 72.15); incenso, uma resina perfumada e brilhante obtida da casca de certas árvores, era o presente para uma divindade (Is 60.6); e a mirra, uma valiosa e perfumada especiaria que também vinha das árvores, era usada para embalsamar, portanto era um presente para uma pessoa que ia morrer (Mc 15.23; Jo 19.39). Esses presentes teriam certamente oferecido os recursos financeiros para a viagem de ida e volta de José e Maria até o Egito (2.13-23).
Esses magos, astrólogos do oriente, prostraram-se e adoraram o jovem rei dos judeus, indicando o cumprimento de mais uma profecia (SI 72.10-19).


2.12 E, sendo por divina revelação avisados em sonhos para que não voltassem para junto de Herodes, partiram para a sua terra por outro caminho. Se voltassem através de Jerusalém seria impossível evitar Herodes, portanto os magos partiram de Belém tomando outra direção. Nessa história, Deus revela todo cuidado por seu Filho porque o mundo hostil já estava tentando tirar a vida da pequena criança. A intervenção divina representa um tema importante no Evangelho de Mateus. Ele mostra como Deus cuidou da vida de Jesus a fim de realizar seu plano divino.

Fonte=  Cometário Bíblico de Aplicação Pessoal da CPAD.

terça-feira, 18 de julho de 2017

Subsídio Lição 04 Jovens 3º Trim 2017 - OTIMIZANDO O RITMO DA VIDA

 “Ao recordar sua vida, você descobrirá que os momentos quando realmente viveu são os momentos em que agiu motivado pelo amor. ” — Henry Drummond

Nos dois capítulos anteriores, os temas abordados foram, respectivamente, a preguiça — usar o tempo no minimum (do latim, que significa mínimo, “o menor de todos”) — e o ativismo — usar o tempo no maximus (do latim, que significa máximo, “o maior de todos”). Neste capítulo, entretanto, observar-se-á o equilíbrio entre as duas condutas — o optimus (do latim, que significa ótimo, “o melhor de todos”), superlativo absoluto sintético de bom, muito bom, magnífico, excelente.
Esse desfrutar das riquezas do tempo com sabedoria {optimus) é algo realmente importante, e fará, no fim, toda a diferença, trazendo honra e alegria àqueles que se adequarem, que otimizarem o ritmo da vida segundo a vontade de Deus, aprendendo a navegar nas águas caudalosas da existência humana. No mundialmente famoso livro infantil O Pequeno Príncipe, que tem como protagonista um menino que viaja por vários planetas e, por fim, chega à Terra, aparece um homem que é acendedor de lampião. Este lamenta que não consiga descansar, pois seu planeta gira muito rapidamente, a tal ponto que o dia ali dura apenas só um minuto. Assim, no lapso de sessenta segundos, o homem tem que acender o lampião (à noite) e, um minuto depois, apagá-lo (durante o dia), o que lhe consome as forças. Ele faz isso somente por causa do regulamento do planeta. Observe-se parte do diálogo com o pequeno príncipe:

— Eu executo uma tarefa terrível. Antigamente era razoável. Apagava de manhã e acendia à noite. Tinha o resto do dia para descansar e o resto da noite para dormir...
— E depois disso, mudou o regulamento?
— O regulamento não mudou — disse o acendedor. — Aí é que está o drama! O planeta de ano em ano gira mais depressa, e o regulamento não muda!
— E então? — disse o principezinho.
— Agora, que ele dá uma volta por minuto, não tenho mais um segundo de repouso. Acendo e apago uma vez por minuto!
O principezinho considerou-o, e [...] quis ajudar o amigo.
— Sabes? Eu sei de um modo de descansar quando quiseres...
— Eu sempre quero — disse o acendedor.
— Pois a gente pode ser, ao mesmo tempo, fiel e preguiçoso.
E o principezinho prosseguiu:
— Teu planeta é tão pequeno, que podes, com três passos, dar-lhe a volta. Basta andares lentamente, bem lentamente, de modo a ficares sempre ao sol. Quando quiseres descansar, caminharás... e o dia durará quanto queiras.
— Isso não adianta muito — disse o acendedor. — O que eu gosto mais na vida é de dormir.
— Então não há remédio — disse o principezinho.
— Não há remédio — disse o acendedor. — Bom dia.
E apagou seu lampião.
Esse aí, disse para si o principezinho, ao prosseguir a viagem para mais longe, esse aí seria desprezado por todos.1
Deus tem sempre uma saída, uma estratégia, para resolver os problemas das pessoas que estão sempre ocupadas. Essa singela história do “acendedor de lampião” demonstra o grande problema daqueles que oscilam entre os dois extremos do uso inadequado do tempo: a preguiça (querer dormir sempre) e o ativismo (trabalhar sem descansar), mas explica-se que era possível otimizar o ritmo da vida, desde que se caminhasse no compasso correto para assim poder descansar e, ao mesmo tempo, não deixar de lado as obrigações (o “regulamento”). Note-se que o acendedor informou que o planeta, com o tempo, passou

a girar mais rápido, não tendo sido alterada sua rotina de atividades, o que transtornou sua vida terrivelmente.
No cotidiano, igualmente, as pessoas estão cumprindo tarefas sem entender a razão de assim o fazerem e, com isso, tornam-se pessoas cansadas e sem alegria. A última reflexão do pequeno príncipe, na história contada, aponta para a seguinte verdade: Os que não quiserem se adequar à realidade da vida serão, no final, “desprezados por todos”. E se a pessoa não quiser fazer nada para mudar o quadro, “não haverá remédio” para curar tal ferida. Isso se parece muito com as descrições feitas por Salomão quanto àqueles que se dão à preguiça — a “pobreza chegará de repente, como um ladrão, e a sua necessidade cairá sobre você de surpresa, como um bandido armado” (Pv 6.11, NBY) — e ao ativismo — "... quem se apressa erra no caminho” (Pv 19.2, NBV).

I. Uma Vida que Vale a Pena
A verdadeira riqueza
Todo o mundo quer ser rico, mas a verdadeira riqueza não será achada enquanto a pessoa estiver longe de Deus, a Suprema Riqueza. Conhecendo Deus, a pessoa deixará de buscar desenfreadamente os bens materiais e começará a valorizar as coisas simples (que são as mais importantes), dando atenção aos pequenos detalhes, investindo em iniciativas humanistas, cultivando nobres propósitos no coração e, sobretudo, desejando ser um instrumento do Senhor na terra. Isso fará da pessoa um milionário, em todos os aspectos, como disse C. S. Lewis: “Se você aspirar ao céu, ganhará a terra ‘de lambuja’; se aspirar à terra, perderá ambos”.2 É com essa decisão vital de anelar as coisas mais importantes — as que agradam ao Senhor, o céu — que cada um terá o melhor de Deus nesta vida e na eternidade.
O triste, porém, é que não é fácil encontrar uma pessoa rica de verdade, não obstante existam muitos endinheirados. As pessoas mais ricas do mundo são aquelas que estão bem perto de Jesus todos os dias, que constroem um casamento sólido, amam a família e trabalham em algo que faça sentido para elas e para Deus.

Phil Callaway afirma, com razão, que “rico é o homem cuja mulher corre para seus braços, mesmo tendo as mãos vazias”.3 De fato, a real noção de ser rico passa impreterivelmente pela posse de coisas que não podem ser consumidas pela traça, ferrugem, nem podem ser roubadas, como o amor de alguém que está ao seu lado.
A atriz inglesa Judy Garland (1922-1969) foi, certa vez, chamada de lenda por um repórter, ao que ela retrucou: “Se sou uma lenda, como você diz, por que estou sozinha? Vou lhe dizer uma coisa: tudo bem ser uma lenda, desde que tenha por perto alguém que te ame”.4 Somente se vive uma vida que vale a pena se houver a descoberta do real significado da existência: Deus — a verdadeira riqueza.

Definindo princípios
Como visto, o primeiro passo é ter um encontro real com Jesus e a pessoa tornar-se rica. A partir daí, todos os princípios que definirão o uso otimizado do tempo serão estabelecidos, pois o indivíduo verá a vida não mais sob o prisma do egoísmo. Ele entenderá a necessidade de amar o próximo e sonhará em ter uma família feliz. Afinal, homens ricos têm famílias felizes, porém os homens que “curtem a vida adoidado” (lembrando um filme norte-americano lançado em 1986) conseguem, no máximo, ter amantes. No fim, amargarão a solidão, não poderão ter álbuns de família, nem colocarão os netos no colo, pois desprezaram, ao longo da existência, a fidelidade familiar. E a lei da semeadura.
Nesse sentido, há um ditado africano que diz: “Se alguém quer ir rápido, vá sozinho; se quiser ir longe, vá com alguém”. Os que gastam o tempo no maximus de sua disponibilidade, freneticamente, apenas com interesses egoístas, poderão até alcançar lugares altos rapidamente, mas decerto seguirão sozinhos e dificilmente serão felizes.
Morrie Schwartz afirmou:
— Estou morrendo, certo?
— Certo.
— Por que acha que é tão importante para mim escutar os problemas

dos outros? Já não estou carregado de dor e sofrimentos? É claro que estou. Mas doar-me a outros é o que me faz sentir vivo. Não é a minha casa nem o meu carro. Não é o que o espelho me mostra. Quando doo o meu tempo a alguém, quando consigo fazer alguém que está triste sorrir, sinto-me quase tão sadio como fui antes.
— Faça aquilo que vem do coração. Fazendo, não ficará insatisfeito, não sentirá inveja, não estará aspirando a bens que pertencem a outros. Pelo contrário, ficará assombrado com o que receberá de volta.
Otimizar o ritmo da vida inclui, necessariamente, a dependência de Deus e dos semelhantes. Jesus, na noite em que foi traído, caminhou para o Getsêmani porque dependia de Deus, mas foi com três discípulos, porque precisava de apoio e oração dos seus amigos (Jo 17.21; 1 Jo 3.16).

A importância do próximo
Deus dá inúmeros dons aos homens, porém nenhum desses dons pode ser usado para proveito próprio, mas sempre em função dos outros. E isso deve ser feito de todo coração, pois aqueles que vivem exclusivamente para si, (como o mar morto, que nada cede a ninguém), estão fadados ao insucesso pessoal, ainda que possuam muitas riquezas. Quando se segue com propósito na vida, entende-se como imprimir o ritmo correto na jornada.
Para se ter ideia da importância do próximo, foi realizada uma pesquisa cuja conclusão demonstrou que a mera expectativa de “desconexão social” traz enormes malefícios para o corpo e mente, ocasionando desde lapsos de memória, perda de audição, até o descontrole emocional e a diminuição da capacidade de raciocinar, ou seja, sem existir vida social com propósito dificilmente a pessoa conseguirá levar a vida no ritmo de Deus.6
Conta-se que um antropólogo, que realizava estudos numa tribo africana, propôs uma competição: a criança que chegasse primeiro a uma árvore ganharia todos os doces que estavam ali em um cesto. Quando foi dada a largada, as crianças deram as mãos e saíram correndo à árvore mencionada, e lá repartiram o prêmio.
O antropólogo perguntou por que elas fizeram aquilo, ao que responderam: “Como uma de nós poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?”.
Que belo exemplo! O melhor de Deus está em viver uma vida em que se busque, sobretudo, o sorriso das outras pessoas.

II. Cuidando de si Mesmo
Corpo, templo do Espírito
Otimizar o ritmo da vida implica, também, investir tempo para cuidar de si mesmo, como recomenda Paulo (1 Tm 4.16). Infelizmente, porém, muitas pessoas estão aceleradas demais, procurando alcançar com urgência um “lugar ao sol” e, assim, perdem as coisas mais importantes, inclusive a saúde. Outras, inertes, sedentárias, preguiçosas, igualmente não fazem a vontade de Deus.
É necessário que o corpo receba uma alimentação saudável e seja exercitado com frequência, moderadamente, por todas as pessoas. Paulo, ao mencionar o exercício corporal, diz que, em relação à piedade, ele tem pouco proveito (1 Tm 4.8), mas, com isso, ele não estava desprezando a atividade física, que é indispensável para manter a saúde e a boa forma do templo do Espírito Santo (1 Co 6.19).
Todavia, para encontrar oportunidade de cuidar bem do corpo, talvez seja preciso fazer como Jacó: andar “no passo do gado [...] e dos meninos” (Gn 33.14). Ou seja, reduzir a velocidade de algumas tarefas e abolir outras. Essa atitude de prudência e moderação (Tt 2.2,6) é uma recomendação importante para que se possa ir mais longe com saúde, pois para a tarefa de evangelizar o mundo o Mestre precisa, notadamente, de obreiros fortes, e não de doentes por falta de cuidados com o corpo.

Mente, sede dos pensamentos e emoções
Há uma guerra em curso na mente de todas as pessoas. Nesse campo de batalha, há conflitos de natureza emocional e espiritual. Diante disso, a Bíblia recomenda que o cristão utilize o capacete da salvação, de maneira que a mente esteja bem protegida (Ef 6.17). Jesus é um extraordinário exemplo para todos, pois ele cuidou como ninguém de sua saúde emocional, amando indistintamente e perdoando a todos, independentemente dos danos morais suportados. Augusto Cury aborda esse aspecto:
O mestre de Nazaré não dormia com seus inimigos, pois nenhum homem era seu inimigo. Os fariseus podiam odiá-lo e ameaçá-lo, mas todo o ódio de um homem não o qualificava para ser seu inimigo. Qual a razão? A razão era que ninguém conseguia transpor sua capacidade de proteger a sua emoção. Não permitia que a agressão dos outros tocasse sua alma.
Este é exatamente o ponto importante. Deixar a mente envolvida com pensamentos saudáveis, edificantes, blindada pelo amor e ternura, apresenta-se indispensável para uma boa saúde emocional, espiritual e física, evitando inclusive doenças psicossomáticas.

Família, fonte de alegria
O maior tesouro que um homem possui é sua família, composta por um homem, uma mulher e filho(s), pois sem ela não há futuro. Por isso, Adei Stephen aduz que “a administração do tempo deve ser dirigida pelo que é mais importante para nós — o nosso relacionamento com Deus, nosso cônjuge e nossa família”.8 Inequivocamente, a maior fonte de alegria para uma pessoa é sua família. O professor Morrie Schwartz, imobilizado em sua cama, assim pontificou sobre família:
[...] é muito importante amar alguém e ser amado. É fácil compreender isso, principalmente numa fase como esta em que estou com uma deficiência de saúde. É ótimo ter amigos, mas os amigos não estarão aqui numa noite em que tusso muito e não durmo e preciso de alguém para ficar ao meu lado, me dar força e me prestar ajuda.
A perspectiva de ter um futuro de amor e ternura, como foi o de Morrie, depende de que o homem invista parte significativa do seu tempo (sugere-se pelo menos um dia por semana) com aqueles que Deus colocou para dividir, em família, o dom da vida. Pode-se escolher as sementes que serão semeadas no solo do presente, mas a colheita futura não se pode escolher. Será da mesma natureza (e maior quantidade) daquela que foi semeada.

III. 0 Ponto Optimus
Fazendo o mais fácil
Deus sempre tem um tipo ideal de tarefa para seus filhos: a mais fácil. Aos homens ficou a incumbência de realizar apenas as coisas fáceis. A parte difícil fica na responsabilidade do Senhor.
Jesus ensinou aos discípulos esse princípio básico do Reino: nos projetos de Deus, a participação humana será mínima, mas mesmo assim o homem deverá dar o máximo de si, atuando com todas as forças, fazer o que estiver ao seu alcance, pois sem esforço nada de bom acontecerá. Dessa forma, independentemente das condições pessoais, deve-se agir com coragem, movidos por amor e fé, para atender ao próximo. Afinal, onde existe amor, existe milagre.
Foi isso, por exemplo, que aconteceu nas multiplicações dos pães e peixes. Os discípulos estavam cansados, mas o Senhor mandou que eles dessem de comer à multidão. Os seguidores de Cristo não deveriam perder a chance de servir os outros sacrificialmente, pois isso geraria abundância tal que os alcançaria também.
Naqueles desertos em que Jesus estava, Deus preparou um banquete (SI 78.19). A multidão e os discípulos foram impactados pela multiplicação dos pães e peixes, que alimentaram a todos e ainda sobraram vários cestos cheios. Os discípulos agiram no optimus e tudo aconteceu maravilhosamente.
Ocorre que, em muitos casos, os homens querem fazer a parte de Deus (multiplicar pães e peixes) — o difícil —, e entram em grande aflição, pois terão que usar o ponto maximus de sua disponibilidade e não alcançarão os resultados desejados; ademais, estarão sob intenso estresse, longe do ponto optimus, longe da felicidade.
Fazendo no melhor prazo
Há uma interessante história infantil que mostra como é bom fazer as coisas-íio melhor tempo, e que não são os mais velozes (que agem no maximus) que sempre chegam primeiro. Ei-la:
Certo dia, um Coelho zombou das pernas curtas e do passo lento da Tartaruga, que respondeu, sorrindo: “Embora você seja rápido como o vento, vencerei você numa corrida”.
O Coelho, acreditando ser simplesmente impossível a declaração da Tartaruga, aceitou o desafio; concordaram que a Raposa deveria escolher o roteiro e determinar onde seria a chegada.
No dia da corrida, os dois começaram juntos.
A Tartaruga nem por um momento parou; antes, prosseguiu num passo lento, mas constante até o final da pista.
O Coelho deitou-se à beira do caminho e adormeceu depressa. Tendo finalmente acordado, moveu-se tão depressa quanto pôde, e viu a Tartaruga que, tendo atravessado a linha de chegada, estava confortavelmente cochilando depois de sua fatigante corrida.
O lento, mas constante, é o que vence a corrida.
Fazer as coisas no melhor prazo, não significa realizá-las de maneira rápida. Observe-se que o coelho da fábula, ao parar à margem da estrada, logo dormiu. Nisso há a ideia de que ele agia no maximus e, por tal razão, adormeceu rapidamente. Já a constante tartaruga, seguia esforçadamente no seu ritmo da vida e, no fim, como recompensa, também repousou, não como o coelho (o descanso dos estressados), mas pôde dormir o sono “dos justos”, por ter feito as coisas no melhor prazo. A tartaruga não bateu o recorde de velocidade, mas mostrou que era possível ser feliz fazendo as coisas apropriadamente, seguindo no ritmo que Deus lhe concedeu. Interessante; uma tartaruga pode viver mais de cem anos, porém um coelho não vive sequer dez.
Fazer as coisas no melhor prazo é uma decisão inteligente. No Egito, por exemplo, houve uma terrível chuva de grandes pedras, tendo as plantações de linho e cevada sido danificadas, pois já estavam, respectivamente, na espiga e na haste, mas as lavouras de trigo e centeio não foram feridas, pois as sementes ainda estavam sob o solo (Êx 9.31,32). Observe-se que os plantadores de linho e cevada não realizaram a semeadura no melhor tempo, não obstante fosse o mais oportuno do ponto de vista agrícola. Resultado: tudo se perdeu. Diferentemente do que aconteceu com os que semearam trigo e centeio. Tudo indica que estavam atrasados, porém, de fato, realizaram a obra no optimus, pois, no fim das contas, tudo se salvou.

Aceitando os resultados
Sucesso é uma palavra bem incerta e de vantagem duvidosa. Ser insultado, por exemplo, não deve ser interpretado como um objetivo que se quer, mas pode ser o querer do Senhor, pois aos olhos de Deus as coisas são diferentes; afinal, o que é “um sucesso” diante dos homens não o é, na maioria das vezes, diante de Deus (Lc 16.15).
Observe-se a vida do Filho de Deus. Uma das características que mais charqou a atenção foi sua capacidade de viver acima das circunstâncias desagradáveis. Sob a perspectiva humana, sua vida não foi um sucesso, mas Ele sempre vivia como uma águia que planava sobre as nuvens da tempestade. Ele soube enfrentar o caos como ninguém, navegando bem em qualquer cenário. Ao ser aclamado como Messias... ou ao ser fortemente insultado pelos pecadores. No mais profundo poço de angústia, o Senhor abriu sua boca para exalar perdão, gratidão... Para fazer poesia. Isso é otimizar a vida no ritmo de Deus.
Pedro explicou o que acontecia com Jesus, da seguinte forma: “Quando era insultado, Ele não revidava com insultos; quando era maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se a Deus, que julga retamente (1 Pe 2.23, VFL). E, em verdade, o Pai julgou-o retamente, dando-lhe um nome que é sobre todo nome, para que todos o adorem como Senhor e Deus (Fp 2.8-11). Ele sabia aceitar os resultados da obra do Pai.
Deus nunca permitiria que aquele que o serviu com tanto amor ficasse prostrado no chão da vergonha. Jesus recebeu honras de Rei, por seu Pai, no Lar Eterno. Está escrito: “Abram bem os portões [...] e entrará o Rei da glória. Quem é esse Rei da glória? É Deus, o Senhor, forte e poderoso, o Senhor, poderoso na batalha (SI 24.7,8, NTLH).

Você está sendo insultado injustamente? O que aconteceu com Jesus, acontecerá com você.
Disse Jesus: “Felizes são vocês quando os insultam, perseguem e dizem todo tipo'de calúnia contra vocês por serem meus seguidores. Fiquem alegres e felizes, pois uma grande recompensa está guardada no céu para vocês [...]” (Mt 5.11,12, NTLH). Deus sempre tem a última palavra.
Les Parrott pontua isso de maneira magistral:
[...] à medida que adquire sabedoria [...] você aprende a tolerar as incertezas da vida bem como seus altos e baixos. Você tem uma noção de como as coisas funcionam ao longo do tempo e de como Deus pode ajudá-lo a compreendê-las. Pessoas sábias geralmente partilham um otimismo que as mantém seguindo em frente, e elas experimentam uma calma quando enfrentam decisões difíceis. Em outras palavras, elas veem a situação como um todo."
Entretanto, mesmo que tudo tenha dado errado... Se, no fim da vida, a pessoa analise que, de modo objetivo, nada de bom aparentemente aconteceu, ainda terá sido gratificante o enriquecimento pessoal de haver desfrutado da companhia de Deus, e por ter sobrevivido pela fé em meio a tantas aventuras desafiantes, pelas perigosas e empolgantes estradas deste mundo.

Fonte: Livro

TEMPO PARA TODAS AS COISAS
Aproveitando as Oportunidades que Deus nos dá

REYNALDO ODILO


Ia Edição CPAD Rio de Janeiro 2017