sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Sonhador imortal- Heróis da Fé

João Bunyan
Sonhador imortal
(1628-1688)

            "Caminhando pelo deserto deste mundo, parei num sítio onde havia uma caverna (a prisão de Bedford): ali deitei-me para descansar. Em breve adormeci e tive um sonho. Vi um homem coberto de andrajos, de pé, e com as costas voltadas para a sua habitação, tendo sobre os ombros uma pesada carga e nas mãos um livro".
            Faz três séculos que João Bunyan assim iniciou o seu livro, o Peregrino. Os que conhecem as suas obras literárias podem testificar de que ele é, de fato, "o Sonhador Imortal" - "Estando ele morto, ainda fala". Contudo, enquanto miríades de crentes conhecem o Peregrino, poucos conhecem a história da vida de oração desse valente pregador.
             Bunyan, na sua obra, Graça Abundante ao Principal dos Pecadores, nos informa conseguiram ensiná-lo a ler e escrever. Ele mesmo se intitulou a si próprio de "o principal dos pecadores"; outros atestam que era "bem-sucedido" até na impiedade. Contudo, casou-se com uma moça de família cujos membros eram crentes fervorosos Bunyan era funileiro e, como acontecia com todos os funileiros, era paupérrimo; ele não possuía um prato nem uma colher - apenas dois livros: O Caminho do Homem Simples para os Céus e A Prática da Piedade, obras que seu pai, ao falecer, lhe deixara. Apesar de Bunyan achar algumas coisas que lhe interessavam nesses dois livros, somente nos cultos é que se sentiu convicto de estar no caminho para o que seus pais, apesar de viverem em extrema pobreza, Inferno.
            Descobre-se nos seguintes trechos, copiados de Graça Abundante ao Principal dos Pecadores, como ele lutava em oração no tempo da sua conversão:
 "Veio-me às mãos uma obra dos 'Ranters', livro estimado por alguns doutores. Não sabendo julgar os méritos dessas doutrinas, dediquei-me a orar desta maneira: 'Ó Senhor, não sei julgar entre o erro e a verdade. Senhor, não me abandones por aceitar ou rejeitar essa doutrina cegamente; se ela for de ti, não me deixes desprezá-la; se for do Diabo, não me deixes abraçá-la!' - e, louvado seja Deus, Ele que me dirigiu a clamar; desconfiando na minha própria sabedoria, Ele mesmo me guarda do erro dos 'Ranters'. A Bíblia já era para mim muito preciosa nesse tempo."
            "Enquanto eu me sentia condenado às penas eternas, admirei-me de como o próximo se esforçava para ganhar bens terrestres, como se esperasse viver aqui eternamente... Se eu pudesse ter a certeza da salvação da minha alma, como se sentiria rico, mesmo que não tivesse mais para comer a não ser feijão."
"Busquei o Senhor, orando e chorando e do fundo da alma clamei: 'Ó Senhor, mostra-me, eu te rogo, que me amas com amor eterno!' Logo que clamei, voltaram para mim as palavras, como um eco: 'Eu te amo com amor eterno!' Deitei-me para dormir em paz e, ao acordar, no dia seguinte, a mesma paz permanecia na minha alma. O Senhor me assegurou: 'Amei- te enquanto vivias no pecado, amei-te antes, amo-te depois e amar-te-ei por todo o sempre'."
 "Certa manhã, enquanto tremia na oração, porque pensava que não houvesse palavra de Deus para me sossegar, Ele me deu esta frase: 'A minha graça te basta'.  "O meu entendimento foi tão iluminado como se o Senhor Jesus olhasse dos céus para mim, pelo telhado da casa, e me dirigisse essas palavras. Voltei para casa chorando, transbordando de gozo e humilhado até o pó."
 "Contudo, certo dia, enquanto andava no campo, a consciência inquieta, de repente estas palavras entraram na minha alma: 'Tua justiça está nos céus.' E parecia que, com os olhos da alma, via Jesus Cristo à destra de Deus, permanecendo ali como minha justiça... Vi, além disso, que não é o meu bom coração que torna a minha justiça melhor, nem que a prejudica; porque a minha justiça é o próprio Cristo, o mesmo ontem, hoje e para sempre. As cadeias então caíram-me das pernas; fiquei livre das angústias; as tentações perderam a força; o horror da severidade de Deus não mais me perturbava, e voltei para casa regozijando-me na graça e no amor de Deus. Não achei na Bíblia a frase: 'Tua justiça está nos céus.' Mas achei 'o qual para nós foi feito por Deus sabedoria e justiça, e santificação, e redenção' (1 Coríntios 1.30) e vi que a outra frase era verdade.
"Enquanto eu assim meditava, o seguinte trecho das Escrituras penetrou no meu espírito com poder: 'Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou.' Assim fui levantado para as alturas e me achava nos braços da graça e misericórdia. Antes temia a morte, mas depois clamei: 'Quero morrer.' A morte verdadeiramente antes de passar para a outra vida. 'Oh!' - pensava eu - 'esta vida é apenas um sonho em comparação à outra!' Foi nessa ocasião que as palavras 'herdeiros de Deus' se tornaram tão cheias de sentido, que eu não posso explicar aqui neste mundo. 'Herdeiros de Deus!' O próprio Deus é a porção dos santos. Isso vi e disso me admirei, contudo, não posso contar o que vi... Cristo era um Cristo precioso na minha alma, era o meu gozo; a paz e o triunfo por Cristo eram tão grandes que tive dificuldade tornou-se para mim uma coisa desejável. Não se vive em conter-me e ficar deitado."
            Bunyan, na sua luta para sair da escravidão do vício e do pecado, não fechava a alma dos perdidos que ignoravam os horrores do inferno. Acerca disto ele escreveu:
"Percebi pelas Escrituras que o Espírito Santo não quer que os homens enterrem os seus talentos e dons, mas antes que despertem esses dons... Dou graças a Deus, por me haver concedido uma medida de entranhas e compaixão, pela alma do próximo, e me enviou a esforçar-me grandemente para falar uma palavra que Deus pudesse usar para apoderar-se da consciência e despertá-la. Nisso o bom Senhor respondeu ao apelo de seu servo, e o povo começou a mostrar-se comovido e angustiado de espírito ao perceber o horror do seu pecado e a necessidade de aceitar a Jesus Cristo."
"De coração, clamei a Deus com grande insistência que Ele tornasse a Palavra eficaz para a salvação da alma... De fato, disse repetidamente ao Senhor que, se o meu enforcamento perante os olhos dos ouvintes servisse para despertá-los e confirmá-los na verdade, eu o aceitaria alegremente."
"O maior anelo em cumprir meu ministério era o de entrar nos lugares mais escuros do país... Na pregação, realmente, sentia dores de parto para que nascessem filhos para Deus. Sem fruto, não ligava importância a qualquer louvor aos meus esforços; com fruto, não me importava com qualquer oposição."
Os obstáculos que Bunyan tinha de encarar eram muitos e variados. Satanás, vendo-se grandemente prejudicado pela obra desse servo de Deus, começou a levantar barreiras de todas as formas. Bunyan resistia fielmente a todas as tentações de vangloriar-se sobre o fruto de seu ministério e cair na condenação do Diabo. Quando, certa vez, um dos ouvintes lhe disse que pregara um bom sermão, ele respondeu: "Não precisa dizer-me isso, o Diabo já cochichou a mesma coisa no meu ouvido antes de sair da tribuna."
Então o inimigo das almas suscitou os ímpios para caluniá-lo e espalhar boatos em todo o país, a fim de induzi-lo a abandonar seu ministério. Chamavam-no de feiticeiro, jesuíta, cangaceiro e afirmavam que vivia amancebado, que tinha duas esposas e que os seus filhos eram ilegítimos.
 Quando o Maligno falhou em todos esses planos de desviar Bunyan do seu ministério glorioso, os inimigos denunciaram-no por não observar os regulamentos dos cultos da igreja oficial. As autoridades civis o revogação da sentença, apesar de todos os esforços de seus amigos e dos rogos da sua esposa - tinha de ficar preso até se comprometer a não mais sentenciaram à prisão perpétua, recusando terminantemente a pregar.
 Acerca da sua prisão, ele diz: "Nunca tinha sentido a presença de Deus ao meu lado em todas as ocasiões como depois de ser encerrado... fortalecendo-me tão ternamente com esta ou aquela Escritura até me fazer desejar, se fosse lícito, maiores provações para receber maiores consolações".
"Antes de ser preso, eu previa o que aconteceria, e duas coisas ardiam no coração, acerca de como podia encarar a morte, se chegasse a tal ponto. Fui dirigido a orar pedindo a Deus me fortalecesse com toda a força, segundo o poder da sua glória, em toda a fortaleza e longanimidade, dando com alegria graças ao Pai. Quase nunca orei, durante o ano antes de ser preso, sem que essa Escritura me entrasse na mente e eu compreendesse que para sofrer com toda a paciência devia ter toda a fortaleza, especialmente para sofrer com alegria."
"A segunda consideração foi na passagem que diz: 'Mas nós temos tido dentro confiássemos em nós mesmos, porém em Deus que ressuscita os mortos'. Cheguei a ver, por essa Escritura que, se eu chegasse a ponto de sofrer como devia, primeiramente tinha de sentenciar à morte todas as coisas que pertencem à nossa vida, considerando-me a mim mesmo, minha esposa, meus filhos, a saúde, os prazeres, tudo, enfim, como mortos para de nós mesmos a sentença de morte para que não comigo e eu morto para com eles.
"Resolvi, como Paulo disse, não olhar para as coisas que se vêem, mas sim, para as que se não vêem, porque as coisas que se vêem, são temporais, mas as coisas que se não vêem, são eternas. E compreendi que se eu fosse prevenido apenas de ser preso, poderia, de improviso, ser chamado, também, para ser açoitado, ou amarrado ao pelourinho. Ainda que esperasse apenas esses castigos, não suportaria o castigo de desterro. Mas a melhor maneira para passar os sofrimentos seria confiar em Deus, quanto ao mundo vindouro; quanto a este mundo, devia considerar o sepulcro como minha morada, estender o meu leito nas trevas, dizer à corrupção: Tu és meu pai', e aos vermes: 'Vós sois minha mãe e minha irmã' (Jó 17.13,14).
 "Contudo, apesar desse auxílio, senti-me um homem cercado de fraquezas. A separação da minha esposa e de nossos filhos, aqui na prisão torna-se, às vezes, como se fosse a separação da carne dos ossos. E isto não somente porque me lembro das tribulações e misérias que meus queridos têm de sofrer; especialmente a filhinha cega. Minha pobre filha, quão triste é a tua porção neste mundo! Serás maltratada, pedirás esmolas; passarás fome, frio, nudez e outras calamidades! Oh! os sofrimentos da minha ceguinha quebrar-me-iam o coração aos pedaços!"
 "Eu meditava muito, também, sobre o horror ao Inferno para os que temiam a Cruz a ponto de se recusarem a glorificar a Cristo, suas palavras e leis perante os filhos dos homens. Além do mais, pensava sobre a glória que Ele preparara para os que, em amor, fé e paciência, testificavam dele. A lembrança destas coisas serviam para diminuir a mágoa que sentia ao lembrar-me de que eu e meus queridos sofriam pelo testemunho de Cristo".
 Nem todos os horrores da prisão abalaram o espírito de João Bunyan. Quando lhes ofereciam a sua liberdade sob a condição de ele não pregar mais, respondia: "Se eu sair hoje da prisão, pregarei amanhã, com o auxílio de Deus".
Mas se alguém pensar que, afinal de contas, João Bunyan era apenas um fanático, deve ler e meditar sobre as obras que nos deixou: Graça Abundante ao Principal dos Pecadores; Chamado ao Ministério; O Peregrino; A Peregrina; A Conduta do Crente; A Glória do Templo; O Pecador de Jerusalém é Salvo; As Guerras da Famosa Cidade de Alma-humana; A vida e a Morte de Homem Mau; O Sermão do Monte; A Figueira Infrutífera; Discursos Sobre Oração; O Viajante Celestial; Gemidos de Uma Alma no Inferno; A Justificação é Imputada, etc.
 Passou mais de doze anos encarcerado. É fácil dizer que foram doze longos anos, mas é difícil conceber o que isso significa - passou mais da quinta parte da sua vida na prisão, na idade de maior energia. Foi um quacre, chamado Whitehead, que conseguiu a sua libertação. Depois de liberto, pregou em Bedford, Londres, e muitas outras cidades. Era tão popular, que foi alcunhado de "Bispo Bunyan". Continuou o seu ministério fielmente até a idade de sessenta anos, quando foi atacado de febre e faleceu. O seu túmulo é visitado por dezenas de milhares de pessoas.
 –  Como se explica o êxito de João Bunyan? O orador, o escritor, o pregador, o professor da Escola Dominical e o pai de família, cada um conforme o seu ofício, pode lucrar grandemente com um estudo do estilo e méritos de seus escritos, apesar de ele ter sido apenas um humilde funileiro, sem instrução.
 - Mas como se pode explicar o maravilhoso sucesso de Bunyan? Como pode um iletrado pregar como ele pregava e escrever num estilo capaz de interessar à criança e ao adulto; ao pobre e ao rico; ao douto e ao indouto? A única explicação do seu êxito é que "ele era um homem em constante comunhão com Deus". Apesar de seu corpo estar preso no cárcere, a sua alma estava liberta. Porque foi ali, numa cela, que João Bunyan teve as visões descritas nos seus livros - visões muito mais reais do que os seus perseguidores e as paredes que o cercavam. Depois de desaparecerem os perseguidores da terra e as paredes caírem em pó, o que Bunyan escreveu continua a iluminar e alegrar a todas as terras e a todas as gerações.
O que vamos citar mostra como Bunyan lutava com Deus em oração:
"Há, na oração, o ato de desvelar a própria pessoa, de abrir o coração perante Deus, de derramar afetuosamente a alma em pedidos, suspiros e gemidos. 'Senhor', disse Davi, 'diante de ti está todo o meu desejo e o meu gemido não te é oculto' (Salmo 38.9). E outra vez: 'A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus? Quando me lembro disto, dentro de mim derramo a minha alma!' (Salmo 42.2-4). Note: 'Derramo a minha alma!' é um termo demonstrativo de que em oração sai a própria vida e toda a força para Deus".
Em outra ocasião escreveu: "As melhores orações consistem, às vezes, mais de gemidos do que de palavras e estas palavras não são mais que a mera representação do coração, vida e espírito de tais orações".
Como ele insistia e importunava em oração a Deus, é claro no trecho seguinte: "Eu te digo: Continua a bater, chorar, gemer e prantear; se Ele se não levantar para te dar, porque és seu amigo, ao menos por causa da tua importunação, levantar-se-á para dar-te tudo o que precisares".
 Sem contestação, o grande fenômeno da vida de João Bunyan consistia no seu conhecimento íntimo das Escrituras, as quais amava; e na perseverança em oração ao Deus que adorava. Se alguém duvidar de que Bunyan seguia a vontade de Deus nos doze longos anos que passou na prisão de Bedford, deve lembrar-se de que esse servo de Cristo, ao escrever O Peregrino, na prisão de Bedford, pregou um sermão que já dura quase três séculos e que hoje é lido em cento e quarenta línguas. É o livro de maior circulação depois da Bíblia. Sem tal dedicação a Deus, não seria possível conseguir o incalculável fruto eterno desse sermão pregado por um funileiro cheio da graça de Deus!


Extraido do livro - Heróis  da  Fé
Vinte homens extraordinários que incendiaram o mundo .
Orlando S. Boyer 

Biografias cristãs CPAD – Casa Publicadora das Assembléias de Deus Rio de Janeiro, RJ.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Quinta - Lc 15.18 – LBJ – Voltando para recuperar o perdão do pai .

Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti.

Este comentário foi extraído do livro comentário bíblico de aplicação pessoal vol 1.

15.17-19 Sentado entre os porcos que eram mais bem alimentados do que ele, o jovem pensava na vida em casa. Sem dinheiro, sem dignidade, e, pelo menos era o que ele pensava, sem direito de chamar-se filho na casa de seu pai, ele decidiu irei ter com seu pai, confessar seu pecado e pedir para ser aceito como um trabalhador contratado. Pelo menos assim ele não passaria fome. A chave estava nas palavras que ele planejava dizer ao seu pai:
“Pai, pequei contra o céu e perante ti”. Ele queria dizer ao seu pai que sentia muito o que tinha feito. Ele queria arrepender-se do egoísmo que o tinha levado a partir e gastar todo o dinheiro que o seu pai tinha separado para o seu futuro. Mesmo que tivesse que viver como um trabalhador contratado na sua própria casa, ele voltaria para dizer estas coisas ao seu pai.



“SUBSÍDIO TEOLÓGICO- LBJ” 06/08/2017- CAPÍTULO 6 RECUPERANDO O TEMPO PERDIDO


“Um navio no porto está seguro, mas os navios não foram construídos para isso. — John Shedd

David e Svea Flood, em 1921, responderam ao chamado de Deus para o campo missionário e foram enviados ao antigo Congo Belga, atualmente República Democrática do Congo, na África. Eram membros da Igreja Pentecostal Filadélfia, em Estocolmo, Suécia, que enviava missionários para o mundo todo. Era, inclusive, a Igreja dos missionários Gunnar Vingren e Daniel Berg.

Ao chegarem ao Congo Belga, juntamente com o filho David Jr., a família não foi recebida em nenhuma tribo e, por isso, fizeram uma casa de barro, no meio da selva, e lá moraram. Pouco tempo depois, Svea adoeceu de malária e também engravidou. O filho do casal também ficou doente.

Por vários meses, Svea aguentou uma febre muito forte, a ponto de causar-lhe alucinações. Durante todo esse tempo, ela fielmente pregava para um menino. Ele vinha de uma aldeia próxima trazendo algumas frutas à gestante. Com o tempo, Svea deu à luz a pequena Aggie e, após uma semana, faleceu.

Emocionalmente abalado pela morte de sua esposa, David reúne suas últimas forças e enterra sua amada ali mesmo, em uma caixa de madeira que servia como caixão. Nesse instante, uma enorme ira e amargura invadiam o seu coração. Ele gritou: “Por que o Senhor permitiu isto, Deus? Nós viemos aqui para dar as nossas vidas! A minha esposa era tão bonita, tão talentosa. E aqui ela jaz, morta com 27 anos de idade”.


David Flood voltou para a Suécia, mas deixou a pequena Aggie na África, com outro casal de missionários. Ele se tornou uma pessoa amargurada, que não admitia ninguém sequer pronunciar o nome do Altíssimo perto dele. Casou-se novamente, teve mais quatro filhos e enveredou pelo alcoolismo. Aggie, por outro lado, foi com sua nova família morar nos Estados Unidos e lá se casou.

Durante alguns anos Aggie, já adulta, tentou fazer contato com o seu pai, porém não conseguiu resultados. Enfim, aos 40 anos, Aggie e o marido puderam ir à Suécia, para tentar encontrar David Flood.

Após haverem cruzado o Atlântico, o casal passou um dia de parada temporária em Londres. Eles resolveram fazer uma caminhada, e então andaram pelo auditório do Royal Albert Hall. Para a sua alegria, lá estava ocorrendo uma convenção de missões pentecostais das Assembléias de Deus.
Eles entraram, e ouviram um pregador negro testificando a respeito da grande obra que Deus estava fazendo num país africano, o antigo Congo Belga!

O coração de Aggie saltava. Após a reunião, ela se aproximou do pregador e perguntou:

— O senhor alguma vez conheceu os missionários David e Svea Flood?

— Sim — ele respondeu. — Svea Flood me levou ao Senhor quando eu era um garotinho. Eles tinham uma filha bebezinha, mas eu nunca soube o que sucedeu a ela.

Aggie exclamou:

— Eu sou a menina! Eu sou Aggie!

Quando o pregador ouviu isso, abraçou-a e chorou de alegria. Aggie mal podia acreditar que este homem era o garotinho convertido, a quem a sua mãe havia ministrado. Ele havia crescido e se tornado um evangelista missionário para o seu próprio país — que agora incluía 110 mil cristãos, 32 postos missionários, várias Escolas Bíblicas e um hospital de 120 leitos.

No dia seguinte, Aggie e Dewey, seu esposo, partiram para Estocolmo e lá encontraram David Flood, em um apartamento deteriorado, garrafas de bebidas alcoólicas espalhadas por toda a parte, aos 73 anos, gravemente enfermo.

Aggie pulou para o seu lado, gritando:

— Papai, sou a sua filhinha! Aquela que o senhor deixou na África.

O velho virou e olhou para ela. Lágrimas formaram-se em seus olhos. Ele respondeu:

— Eu jamais desejei entregar você para os outros. Eu simplesmente náo conseguia cuidar de vocês dois.

— Tudo bem, papai. Deus cuidou de mim — respondeu Aggie.

Subitamente, o rosto de seu pai se cobriu de trevas.

— Deqs não cuidou de você! — ele vociferou. — Ele arruinou, com toda a nossa família! Ele nos levou para a África, e a seguir nos atraiçoou. Não houve nenhum resultado do tempo que passamos lá.
Foi um desperdício de nossas vidas!

Aggie contou-lhe a respeito do menininho, o então pregador que acabara de encontrar em Londres, e de como o país havia sido evangelizado através dele.

— É tudo verdade, papai — ela dizia. — Todo o mundo está sabendo a respeito daquele garotinho que se converteu. A história chegou a todos os jornais.

De repente, o Espírito Santo caiu sobre David Flood. Ele se quebrantou. Lágrimas de dor e arrependimento desceram pelo seu rosto. Deus o havia restaurado.

Pouco tempo após o encontro deles, David Flood morreu. E apesar de ter sido restaurado para o Senhor, deixou atrás dele uma trilha de ruínas. Além de Aggie, o seu legado eram cinco filhos — nenhum deles salvo, e todos tragicamente amargurados.

O problema é que o “relógio” de Deus funciona diferente do relógio humano, como disse Tommy Barnett; por isso, os homens desejam a resposta imediatamente, mas nem sempre isso acontece, pois o agora para Deus é o momento em que Ele fala ou deseja que algo seja feito, mas para os homens o agora é somente quando a bênção chega.

David Flood, por falta de perseverança e fé, deixou de desfrutar das bênçãos da “recuperação do tempo perdido”. Cinco dos seus filhos acabaram seus dias longe da presença de Deus; apenas Aggie serviu ao Senhor. Poderia ter sido diferente. Sua história hoje é contada como uma lembrança triste de alguém que poderia ter feito a diferença, ocupando um lugar na galeria dos “heróis da fé”, como o fizeram Gunnar Vingren e Daniel Berg, os quais, mesmo enfrentando muitas lutas, inclusive na família, caminharam com seus cônjuges e filhos na presença do Eterno, até o fim. Eles, aparentemente, estavam perdendo tempo ao virem morar no Brasil, porém experimentaram a restituição
do tempo “perdido” pela ação sobrenatural de Deus, pois se tornaram os missionários com o maior número de filhos espirituais na América Latina: fundaram a igreja Assembléia de Deus, que, segundo o Censo do IBGE de 2010, possui mais de 12 milhões de membros.

O importante não é o início das coisas, mas o fim delas e como se desenvolve a trajetória entre um ponto e outro.

I. Tempo de Recomeçar
A suprema perda de tempo

O Senhor, como o Bem supremo, deseja que todos os homens acertem o alvo, mas quando erram, isto é, vivem em pecado, perdem o que há de melhor na vida e no tempo. Esse conceito, embora verdadeiro à luz das Escrituras, é percebido exatamente ao contrário, quando a análise é feita sob o prisma do materialismo. Perder tempo é, para a cultura e filosofia dominantes no mundo, não aproveitar todos os prazeres terrenos.

Observe-se esse exemplo paradigmático. Com o objetivo dar sentido à sua vida, de maneira que ela não fosse uma “perda de tempo”, Ernest Hemingway, um celebrado romancista do século XX que afirmava que Deus não existia, decidiu viver de maneira libertina. Para isso, ele se comprometeu consigo mesmo a provar os prazeres a fundo — experimentaria tudo, sentiria tudo e faria tudo. No fim da vida, desiludido, cometeu suicídio. Uma triste história, porém, infelizmente, milhões de indivíduos estão trilhando inadvertidamente a mesma estrada. Por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 800 mil pessoas cometem suicídio, sendo que, para cada morte por suicídio, há
outras 20 tentativas. Ou seja, por ano, no mundo, algo em torno de 16 milhões de pessoas tentam dar cabo à sua própria existência, sendo esta, por isso, a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos.

Grandes filósofos, imbuídos do mesmo sentimento de Hemingway, no afã de encontrar razões para viver, construíram elaboradas teses exaltando o prazer e rejeitando todo tipo de dor, a fim de que a existência não fosse um fardo, um desperdício de tempo. Mas nada disso resolveu o problema do vazio interior do homem, pois, paradoxalmente,
o caminho da autossatisfaçáo sensorial só trouxe desespero e perdição. Jesus, porém, explicou que, aos olhos do Senhor, ganhar a vida não significava*desfrutar de modo desenfreado os prazeres do “aqui e agora”, mas poder viver feliz, com Deus, por toda a eternidade; e isso passava inexoravelmente por renunciar a si mesmo. Por tal motivo, pode-se afirmar que a suprema perda de tempo acontece em todas as ocasiões em que se vive fora dos propósitos divinos.

Reconhecendo o tempo

Muitas pessoas que se notabilizaram com Deus, na Bíblia e fora dela, tornaram-se experts em buscar recomeçar, que é a regra daqueles que têm relacionamentos duradouros com o Senhor. Paulo, o apóstolo, afirmou: “E isto digo, conhecendo o tempo, que é já hora de despertarmos do sono [...]” (Rm 13.11). Ele reconhecia que era tempo de sair do marasmo da fé e voltar ao avivamento espiritual.

Observa-se que, com uma frequência incrível, as pessoas pedem antecipadamente a herança dada pelo pai e vai desperdiçá-la em uma terra distante, como fez o filho mais novo da parábola de Lucas 15. Se essa é sua situação, caro leitor, “é hora de despertar do sono”. E interessante como o filho que desperdiça os bens do Pai sabe, de certo, que está fazendo a coisa errada e isso se dá tanto pelos conceitos que o Pai ensinou como pelo vazio interior, pela não atuação do Espírito Santo, pois quando se erra o caminho, a alegria da presença do Senhor se esvai. Nesse instante, logo na primeira queda, é hora de voltar para Casa, antes que os danos se tornem muito altos.

Bilquis Sheikh, uma ex-mulçumana convertida ao evangelho, narrou uma experiência muito interessante. Ela contou que foi a um funeral maometano, ocasião em que, por tradição, ninguém cozinha ou come até que o corpo seja enterrado. Entretanto, ela tinha o hábito de tomar chá todas as tardes e, sentindo o desejo, inventou uma desculpa de que precisava lavar as mãos; saindo da casa, foi a um estabelecimento próximo quando, às escondidas, bebeu o seu precioso chá e, após, voltou para perto dos pranteadores.
Após isso, ela descreve:

Imediatamente senti uma solidão estranha, como se um amigo tivesse saído de junto de mim. É claro que eu sabia o que era. A presença confortadora de seu Espírito havia-me deixado.

“Senhor”, disse para mim mesma, “que fiz?” E então eu sabia. Tinha mentido enquanto dava a desculpa.

“Mas foi somente uma mentira inocente, Senhor”, disse eu. Não percebi nenhum conforto do Espírito. Só silêncio.

“Mas, Senhor”, continuei, “não tenho de seguir mais essas práticas de luto muçulmano. Além disso, simplesmente não posso passar sem meu chá. O Senhor sabe disso”.

Nenhum sentimento de seu Espírito.

“Mas, Pai”, continuei, “não podia dizer-lhes que ia sair a fim de procurar chá e bolo. Isso os teria magoado”.

Nenhum Espírito.

“Está bem, Pai”, disse eu. “Compreendo. Errei em mentir. Percebo que procurava a aprovação dos homens e que devo viver somente para a tua aprovação. Sinto muito, de verdade, Senhor. Magoei-te. Com a tua ajuda não mais farei isso.”

E com essas palavras sua presença confortadora inundou-me de novo, como a chuva que cai num leito de rio ressecado. Descontraí-me.
Sabia que Ele estava comigo.

E foi assim que aprendi a voltar para sua presença rapidamente.
Sempre que não sentia sua proximidade, sabia que o tinha entristecido.
Voltava ao passado, até ao momento em que tinha sentido sua presença pela última vez. Então fazia uma revisão de cada ato, cada palavra ou pensamento até descobrir onde me havia desviado. Então confessava meu pecado e pedia seu perdão.

Esse “despertar do sono” que Paulo menciona, como se viu, também era compreendido perfeitamente por Bilquis Sheikh. Na verdade, náo se pode baixar a guarda quanto a um aspecto tão importante da existência: viver no centro da vontade de Deus. Em várias ocasiões, servos de Deus que são atingidos pelo sono da indolência, mas faz-se necessário reconhecer que é tempo de despertar, para recomeçar de onde aconteceu o erro. O Senhor Jesus mandou uma carta à igreja de Éfeso,exortando-a que se lembrasse de onde havia caído, e voltasse a fazer o que era correto (Ap 2.5). Sempre é tempo de recomeçar!

Desistir jamais

A resistência é uma das características do amor, que tudo suporta e nunca falha (1 Co 13.7,8). A ideia de prosseguir, enquanto se espera o tempo da restauração, da restituição, somente pode ser encontrada naqueles que amam o Senhor, pois apenas o filho fica para sempre na casa do Pai (Jo 8.35). Quem não tem vínculo de amor com Deus logo se dispersa e segue seu próprio caminho.

Esse sentimento filial, de nunca desistir, pode ser caracterizado pelas palavras de um homem excepcional, Jó, quando declarou: “Ainda que ele me mate, nele esperarei” (Jó 13.15). Ele estava encarnando a compleição espiritual da Igreja de Cristo, a qual não desiste jamais, aguardando “o tempo da restauração de tudo” (At 3.21).

II. A Restituição do Tempo
Deus, o agente da restituição

Deus é o único protagonista em relação ao tempo, pois só o Senhor tem poder sobre o tempo e, por isso, pode restituí-lo. É mais ou menos assim: as oportunidades e potenciais que a pessoa perdeu em determinado período, reaparecem noutro tempo linear, e todo o crescimento perdido é concedido milagrosamente.

Na história da família de David Flood, contada na introdução deste capítulo, fica bem claro que Deus é o agente da restituição do “tempo perdido”. Essa mesma percepção se depreende de incontáveis testemunhos que brotam das áureas páginas da Bíblia Sagrada.
Israel, por exemplo, em face do seu pecado, viu a produção agrícola cair vertiginosamente. Muitas pragas assolaram aquele país. Deus, porém, diante de um grande caos econômico e social, prometeu uma extraordinária restituição. Está escrito: “E restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto [...]” (J12.25). Na verdade, o Senhor estava garantindo o cumprimento integral dos termos de sua aliança com os descendentes de Abraão; bastava que eles se arrependessem.

Com Deus não há tempo perdido.
0 homem, o beneficiário do milagre

Os critérios da justiça de Deus são prioritariamente regulados pela graça e misericórdia divinas e, por tal razão, geralmente não apresentam um arcabouço lógico-jurídico. Assim, perde-se tempo na vida quando o homem “erra o alvo”. Dessa forma, ao quebrar o pacto de servir ao Senhor, em regra, as coisas, cedo ou tarde, saem do controle.

Isso aconteceu, por exemplo, com Moisés quando, cheio de si, tentou libertar o povo pela força do seu braço. Por sua loucura e altivez, teve que fugir para o deserto, sendo tratado por Deus por um prazo de quarenta anos. Entretanto, percebe-se que o Senhor lhe restituiu o tempo cronologicamente perdido, pois durante os anos em que cuidava de ovelhas no deserto, Moisés esteve na faculdade de Deus, saindo-se graduado. O restante da sua formação ministerial aconteceu nos quarenta anos seguintes. Deus o preparava para assumir a posição de guia e libertador do povo de Israel.
Como se vê, o homem pode até errar o alvo, mas, mesmo assim, por graça e misericórdia divinas, torna-se o beneficiário do milagre da restituição.

No caso de Jó, entretanto, a aparente perda de tempo não decorreu de um pecado, mas havia algo que o Senhor queria tratar em seu caráter, de maneira a aumentar a vida de comunhão do patriarca. No fim, isso pode ser claramente percebido pelo fato de Jó mencionar que, antes, ele conhecia a Deus por ouvir, mas agora os seus olhos o viam. O favorecido Jó, no seu último estado, experimentou mais que bens materiais; ele desfrutou da bênção “que enriquece e não acrescenta dores”. Matthew Henry aborda esse assunto com maestria:

Os seus bens [de Jó] estranhamente aumentaram pela bênção de Deus sobre o pouco que seus amigos lhe deram. Ele recebeu a cortesia deles com gratidão, e não passou por sua cabeça ter os seus bens restituídos pelas contribuições. [...] Deus lhe deu aquilo que era muito melhor do que o dinheiro e os pendentes de ouro deles: a sua bênção (Jó 42.12). O Senhor o consolou agora de acordo com os dias em que o havia afligido, e abençoou o seu último estado mais do que o seu início.

[...] Os últimos dias de um homem bom às vezes se mostram os seus melhores dias; as suas últimas obras as suas melhores obras; as suas últimas consolações, as suas melhores; o seu caminho, como o da luz da manhá, brilha cada vez mais até ser dia perfeito. [...] Deus às vezes se agrada em fazer o último estado da vida de um bom homem mais confortável do que foi a sua primeira parte, e estranhamente para superar as expectativas do seu povo afligido, que pensava que jamais viveria para ver dias melhores, para que náo percamos a esperança mesmo estando nas profundezas da adversidade. Não sabemos que tempos bons podem estar reservados para nós no final dos nossos dias.

Deus pode, com um movimento, de forma surpreendente, restaurar o amor, a fé, a paz e a esperança esquecidos, reconstruir as amizades arruinadas, restituir o que foi perdido ao longo do caminho, fazendo novas todas as coisas. Ele é Senhor do tempo, espaço e da matéria. Nada é difícil para Ele.

0 Reino, o ambiente do milagre

O milagre da restituição acontece, sempre, na ambiência do Reino de Deus. Somente quando Deus está presente na vida de alguém, as coisas e o tempo podem ser restaurados completamente. Sem Deus, tudo não passará de ilusão. Assim, de nada adianta tentar reencontrar a alegria perdida, a paz perdida, o amor perdido, se Deus não for o timoneiro dessa embarcação, que navega pelo rio da vida.

Foi na ambiência do Reino de Deus que Abraão viu o filho de sua velhice — Isaque — transformar-se em um homem virtuoso, amável, obediente, cheio de fé. O tempo de espera pelo seu nascimento valeu a pena. Ele não chegou atrasado, mas veio no tempo certo. Assim, a aparente demora não trouxe prejuízos; antes, pelo contrário, Isaque fez brotar uma grande alegria para a sua família, por meio da qual todas as demais famílias da Terra seriam abençoadas. O Senhor não escreve certo por linhas tortas, mas age, na ambiência de seu Reino, de maneira a ver cumprido o seu propósito na vida de seus filhos.


III. Um Jovem Parado no Tempo
Um terrível engano

A sensação de estar parado no tempo é terrível. A pessoa se sente perdida, desprestigiada, inútil, desanimada, sem futuro, decepcionada com a vida e até mesmo com Deus, em profunda monotonia... Talvez todos esses pensamentos passaram pela mente do filho pródigo (Lc 15.11-32), motivando-o a pedir o “adiantamento da herança” e sair pelo mundo afora. Sem dúvida, esse sentimento de falta de sentido na vida conduz o indivíduo a querer preencher o vazio com outras coisas.

O professor Morrie Schwart analisou com profundidade a crise de significado da vida, grande mal desta sociedade:

—Temos uma forma de lavagem cerebral em nosso país — disse suspirando.
— Sabe como se lavam cérebros? Repete-se uma coisa constantemente.
E isso que fazem em nosso país. Possuir coisas é bom. Mais dinheiro é bom. Mais posses é bom. Mais consumo é bom. Mais é bom. Mais é bom. Repetimos isso, e nos repetem isso constantemente, até ninguém sequer pensar diferente. O cidadão comum fica tão zonzo com tudo isso que perde a perspectiva do que é verdadeiramente importante.

[...] — São pessoas tão famintas de amor que aceitam substitutos.
Abraçam coisas materiais e ficam esperando que essas coisas retribuam o abraço. Nunca dá certo. Não se pode substituir amor, ou suavidade, ou ternura, ou companheirismo, por coisas materiais.

Dinheiro não substitui ternura, poder não substitui ternura. Escreva o que estou dizendo, sentado aqui perto da morte: quando mais se precisa dos sentimentos que nos faltam, nem dinheiro nem poder nos podem dá-los [...].5

A abordagem de Schwartz parece uma descrição do que se passou com o filho caçula da parábola de Lucas 15. Ele pensou em preencher sua vida com coisas tangíveis, mas tudo foi em vão. Acreditou (como Adão e Eva) que estava perdendo tempo, parado ali naquela “vidinha” rotineira. Não sabia, porém, que estar “parado no tempo” é viver fora do propósito de Deus.
E estar longe da casa do Pai. Depois ele compreendeu perfeitamente isso.


Aprendendo com o erro

O reconhecimento do erro é um passo fundamental para a recuperação do tempo perdido. Isso aconteceu com o filho caçula, quando pensou em dizer: “Pai, pequei Só há um modo de encontrar o bem, e isso acontece quando ocorre o distanciamento de todo o mal.

Decerto, aquele moço nunca mais cometeria o desatino de sair do regaço de sua família. O sofrimento deixaria marcas indeléveis em seu viver. Isso acontece frequentemente com aqueles que se relacionam com Deus: após sofrerem pelo erro cometido e serem perdoados, criam certa resistência ao equívoco, como aconteceu no caso da idolatria de Arão, a traição dos irmãos de José, o adultério e o recenseamento de Davi, dentre outros casos. O arrependimento introduz um novo modo de vida, com excelentes resultados. Já o remorso...

Seguindo em frente

Para a pessoa ter restituído o tempo perdido é preciso ter coragem.
Nada acontece por acaso. O jovem que gastou a herança do pai teve que voltar para a sua terra maltrapilho, sabendo que enfrentaria a ira do irmão e, quem sabe, a indiferença do pai. Mesmo assim ele decidiu fazer o que era certo.

Os grandes homens de Deus tinham uma característica interessante: “da fraqueza tiraram forças” (Hb 11.34). Como Jesus, eles venceram.
Este é o desfecho da vida do homem de Deus: ser mais que vencedor (Rm 8.37), porque Ele já venceu o mundo (Jo 16.33).







Este material foi extraído deste livro


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Aproveitando as Oportunidades que Deus nos dá

REYNALDO ODILO

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