terça-feira, 19 de janeiro de 2016

II – A ASSEIDADE DO ESPÍRITO SANTO



Outro aspecto da doutrina do Espírito Santo é conhecer sua asseidade.

Mas o que significa asseidade? O termo asseidade é pouco usado na linguagem cotidiana das nossas igrejas. Advindo do latim aseitatis, o termo serve para qualificar o atributo divino, mas o sentido literal refere-se ao ser, ou “a si mesmo”. Portanto, trata-se de um termo especial com um sentido singular, pois só é referido a Deus. No campo da filosofia e da teologia, asseidade define tratar-se de um atributo inerente de Deus pelo qual Ele existe por si mesmo.
O dicionarista Houaiss define “asseidade” como uma “qualidade fundamental de Deus que o distingue de todos os demais seres do universo”. Em relação a Deus, denota que Ele existe por si mesmo e de si mesmo, independentemente de qualquer outra coisa. Ele é autoexistente. Trata-se de uma qualidade pela qual Ele possui em si mesmo a causa ou o princípio de sua própria existência, sendo, portanto, incriado, além de absolutamente autônomo, livre e incondicionado”.
Portanto, asseidade atribui-se exclusiva e unicamente ao Ser Divino, e o Espírito Santo, terceira pessoa da Trindade, é a manifestação da Divindade.
Essa verdade é um atributo incomunicável da Divindade. Ele não é um entre outros espíritos. Ele é o Espírito do Deus Trino.
Naturalmente, para falar da asseidade do Espírito requer-se falar e refletir sobre sua existência. 


FONTE: RETIRADO DO LIVRO MOVIMENTO PETENCOSTAL AS DOUTRINAS DA NOSSA FÉ. Todos os direitos reservados. Copyright © 2011 para a língua portuguesa da Casa Publicadora das Assembleias de Deus. Aprovado pelo Conselho de Doutrina. Para maiores informações sobre livros, revistas, periódicos e os últimos lançamentos da CPAD, visite o site: http://www.cpad.com.br


O Espírito Santo no Antigo e Novo Testamentos




O Espírito Santo não é uma descoberta no Novo Testamento. Ele está presente em toda a Bíblia. Na criação, no planejamento e na construção do universo, o Espírito está presente como o Espírito criador (Gn 1.2; Is 40.1214).
No contexto da criação de todas as coisas, Ele atuou na formação do homem ( Jó 33.4). O Espírito Santo agiu em favor do povo de Deus por intermédio dos juízes, reis, sacerdotes e profetas, e até por pessoas totalmente leigas nos ministérios do Antigo Testamento (2 Sm 23.2; Mq 3.8). Um dos
meios mais eficazes da atuação do Espírito Santo no Antigo Testamento foi por meio dos profetas pelos quais foi revelado o retrato do Messias (Is 11.1-5; 61.1-4). No texto de Isaías 11.1-5, o profeta apresenta o Espírito manifestando-se na vida do Messias prometido com sete qualidades distintas.
Não se trata de sete espíritos, mas de sete qualidades do Espírito na vida do Messias. Figuras metafóricas de água, rios, nuvens, vento e outras figuras são demonstradas numa linguagem que revela a presença do Espírito Santo atuando nos tempos antigos.

No Novo Testamento, o Espírito manifesta-se de forma indireta, mas presente, no nascimento e na vida terrena de Jesus (Lc 1.35; 4.1). Mesmo que Israel, como nação, não tenha reconhecido em Jesus o Messias prometido, muitos homens e mulheres o reconheceram. Zacarias, o sacerdote, via-o como  “a consolação de Israel” prometida (Lc 1.17). Posteriormente, João Batista o identificou como “cordeiro vindo da parte de Deus para remir os pecados de Israel”. Mais tarde, depois de ter cumprido o seu ministério terreno, Jesus foi identificado como aquEle que batizaria “com o Espírito Santo e com fogo”(Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.33). De forma direta, vemos o Espírito Santo atuando nos Atos dos Apóstolos, a começar no Dia de Pentecostes (At 2.1-4). O batismo com o Espírito Santo com a evidência do falar em línguas aconteceu naquele dia especial e se repete a cada dia da existência da Igreja na terra. A experiência do falar em línguas espirituais e a manifestação especial dos dons espirituais é real em toda a dispensação da graça, nestes tempos da vida da Igreja de Cristo na terra.


O Espírito Santo na atualidade

Por atualidade contamos todo o tempo da Igreja desde o Dia de Pentecostes, quando o Espírito foi derramado como chuvas torrenciais sobre quase 120 pessoas reunidas num cenáculo em Jerusalém (At 2.1-4). Ao longo da história da Igreja até ao dia de hoje, a chama que acendeu em Jerusalém no Dia de Pentecostes não apagou. O Espírito continua a inspirar a Igreja no cumprimento de sua missão principal de pregar o evangelho a toda criatura. Os modismos que têm entrado no seio da igreja em nome do Espírito Santo são facilmente identificados pela própria Bíblia, que revela quem é o Espírito e como Ele opera no mundo. O Espírito Santo não pode ser cerceado nem manipulado por caprichos de líderes egocêntricos que não fazem a obra do evangelho para a glória de Deus, mas a fazem para a glória própria. Um exemplo triste exposto na Bíblia é a igreja de Laodiceia, na Ásia Menor, dos tempos bíblicos. Por seu mundanismo, tornou-se uma igreja morna e intragável pelo próprio Deus (Ap 3.15). 

FONTE: RETIRADO DO LIVRO MOVIMENTO PETENCOSTAL AS DOUTRINAS DA NOSSA FÉ. Todos os direitos reservados. Copyright © 2011 para a língua portuguesa da Casa Publicadora das Assembleias de Deus. Aprovado pelo Conselho de Doutrina. Para maiores informações sobre livros, revistas, periódicos e os últimos lançamentos da CPAD, visite o site: http://www.cpad.com.br


I – A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO



A importância da doutrina

Os opositores do pentecostalismo declaram que os pentecostais dão ênfase exagerada à doutrina do Espírito Santo em detrimento das demais doutrinas.
Entretanto, a ênfase dada a essa doutrina fortalece a crença nas demais, porque esta é o motor que dinamiza a Igreja, que a faz andar e cumprir o seu papel missionário no mundo. Assim como a Igreja não é Igreja sem Cristo, também, Cristo enviou o Espírito Santo para que o seu nome fosse glorificado na Igreja ( Jo 14.16,17). Uma igreja cristã autêntica não ostenta apenas a doutrina do Espírito Santo em detrimento das demais. Pelo contrário, ela tem no Espírito Santo a chave para a compreensão das demais doutrinas.

Os vários sentidos da palavra “espírito” na Bíblia

Nas línguas originais da Bíblia, o hebraico e o grego, encontramos a palavra “espírito” com sentidos diferentes. Para entender essa palavra referindo-se à terceira Pessoa da Trindade, precisamos recorrer ao contexto do termo para sabermos a que “espírito” está se referindo o texto bíblico. No Antigo Testamento, a palavra hebraica ruach significa “vento, hálito, ar, respiração”. No Novo Testamento, a língua grega traz o vocábulo pneuma, que tem na sua raiz o sentido de ação, do movimento do ar.Tanto ruach como pneuma podem referir-se ao espírito humano bem como ao Espírito divino.

Quando se refere ao espírito humano, os dois termos referem-se à vida ou ao fôlego de vida no homem. O fôlego que o tornou um ser vivente (Gn 2.7; Mt 27.50; Lc 8.55). Em relação ao homem, o espírito diz respeito à parte superior da vida humana, pois é seu espírito que torna a alma humana distinta da irracional. O espírito representa a natureza suprema do homem e o torna capaz de ter comunhão pessoal com o seu Criador.

Em relação aos anjos, a palavra espírito identifica a natureza sobrenatural dos anjos. Eles são espíritos criados por Deus (Mt 8.16; Mc 1.23; Lc 1.11; At 5.19; 1 Co 2.12; Hb 2.7).

A palavra espírito, quando encontrada em forma minúscula, tem um sentido adjetivo. O seu significado é qualitativo. Refere-se à qualidade de um ser. Em relação ao Espírito Santo, encontramos várias vezes a palavra espírito com sentido qualitativo, quando diz: “Espírito de santificação” (Rm 1.4), “Espírito de sabedoria” (Is 11.2), “Espírito do Senhor” ou “espírito de Cristo”, “espírito de fé”, “espírito de coragem”. São considerações que se referem à qualidade ou a ação do Espírito Santo.

Quando se trata da palavra “espírito” em relação a Deus, tanto ruach quanto pneuma passam a ter um sentido especial, porque Deus é Espírito. De forma direta, o autor da Carta aos Hebreus diz que Ele é o Espírito Eterno (Hb 9.14). Outrossim, a palavra “espírito” não faz do Espírito Santo um ser impessoal.
Ele não é “uma coisa”, nem “um poder cósmico”. Ele é Deus Pessoal.
Não é uma mera energia ou influência sobrenatural. Ele é Deus, a terceira Pessoa da Trindade.

Como descrevê-lo?

O Espírito Santo é o Espírito Eterno do Deus Triúno. Não é outro, mas é o mesmo Deus imutável (Ml 3.6). Ao estudar sobre o Espírito Santo, sabemos que Ele é o mesmo Espírito que operou no Antigo Testamento e opera no Novo Testamento. O capítulo 14 do Evangelho de João apresenta uma característica do Espírito Santo como Consolador. Na língua grega do Novo Testamento, a palavra é traduzida de parácleto. Essa palavra indica alguém que se coloca ao lado de outrem para ajudar, consolar, advogar.
O Espírito Santo é personagem de relevância singular na vida da Igreja de Cristo. A ênfase em sua doutrina nessa dispensação não diminui nem relega as demais doutrinas bíblicas a somenos importância. Pelo contrário, essa ênfase reconhece a atividade do Espírito Santo para este tempo como cumprimento das Escrituras a seu respeito conforme promessa e declaração do Senhor Jesus. Portanto, o Espírito Santo é o Agente ativo da Trindade que representa a Pessoa de Jesus Cristo na mensagem do evangelho pleno. 


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