sexta-feira, 28 de outubro de 2016

III - Uma Entrevista Que Transforma a Vida



(Jo 1.39)
“Foram, e viram onde morava, e ficaram com ele aquele dia”. O escritor inspirado não nos conta os detalhes daquela inesquecível visita; sabemos, no entanto, que o contato com o radiante Mestre contribuiu com algo de vital à vida de André. Nunca mais foi o mesmo depois daquela entrevista. “Senti um calor estranho no meu coração”, disse João Wesley, descrevendo seu primeiro contato vivo com Cristo, e certamente André sentiu-se assim durante a sua festa espiritual com o Mestre. Quem aceitar o convite de Jesus (“Venha ver”) receberá outro convite (“Venha cear”). O primeiro é para os que ainda não são do seu rebanho; o segundo é para os que já entraram no seu aprisco.

II - Uma Apresentação Inesquecível (Jo 1.37-39)



1. Os discípulos que procuram. “E os dois discípulos ouviram-no dizer isto, e seguiram a Jesus.” A congregação de João começou a deixá-lo; ele, no entanto, não sentiu ciúmes porque, afinal, foi justamente esta obra de apontar às pessoas o Messias que viera fazer: “E necessário que ele cresça e que eu diminua” (cf. Jo 3.25-30). O fiel obreiro cristão conduz as pessoas a Cristo, e não a si mesmo.
2. A pergunta perscrutadora. “E Jesus, voltando-se c vendo que eles o seguiam, disse-lhes: Que buscais?” O Senhor não deixa que ninguém o siga cm vão; mostrará o seu rosto àqueles que o seguem em sinceridade. Note que as palavras "que buscais?” são um gracioso convite aos que o procuram, para que abram o seu coração a Ele. Ele a todos pergunta: "Que buscais?” Estão procurando verdade. poder, perdão, amor, paz, vitória, esperança, forças? Ele pode nos oferecer tudo quanto buscamos e de que necessitamos. Além disso, a pergunta é um desafio, no sentido de ver se estamos procurando as coisas certas, porque ele procura discípulos sinceros e que entendam o que estão fazendo.
d. A pergunta tímida. "E eles disseram-lhe: Rabi (que, traduzido quer dizer. Mestre), onde moras?” Apesar de se sentirem um pouco acanhados na sua presença, os jovens ficaram tão impressionados cm seu primeiro contato com Jesus que desejavam saber mais acerca dele; queriam saber o seu endereço, visando a uma visita mais prolongada. Lição: não devemos nos limitar a uma olhada passageira em Cristo; devemos saber onde Ele habita, para que nos receba como hóspedes.
4. O convite gracioso. "E ele lhes disse: Vinde, e vede.” Este convite é a melhor resposta aos que duvidam e aos interessados é o apelo à experiência. Podemos dar às pessoas uma excelente receita culinária, c fazer grande esforço de descrever quão delicioso é certo prato, mas nada se compara com levar o próprio ouvinte a experimentar a comida por si mesmo. “Provai, c vede que o Senhor é bom” (SI 34.8) 

I - Uma Declaração Que Chama a Atenção



(Jo 1.35,36)
“No dia seguinte João estava outra vez ali, e dois dos seus discípulos [André c João]; c, vendo passar a Jesus, disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus”. Estudemos o significado desta proclamação, examinando as palavras, uma por uma.
1. “EIS aqui o Cordeiro de Deus”. literalmente, “veja”. O evangelista apela ao pecador que veja o Crucificado e, contemplando-o, lamente os pecados que causaram sua morte.
2. “ Eis O Cordeiro de Deus”. Os sacrifícios de animais não operavam a perfeita redenção, haja vista que sempre tinham de ser repetidos. Nenhum sacerdote de Israel, cansado por causa do serviço ao redor do altar, podería voltar para casa, dizendo: “Minha esposa, finalmente ofereci o sacrifício final; o povo está completamente perdoado e purificado”. No entanto, qualquer um dentre os sacerdotes que obedeciam à fé (At 6.7) poderia ter dito isso, porque o Cordeiro perfeito, do qual os demais eram apenas símbolos, já fora oferecido (cf. 11b 10.1 1,12).


“Eis o CORDEIRO de Deus”. O cordeiro era um animal sacrifical; João, portanto, identificava Jesus com o Sacrifício enviado da parte de Deus, “que tira o pecado do mundo”. Leia Isaías 53, que c um ponto alto na doutrina do sacrifício, por profetizar que o próprio Messias em pessoa havería de se tornar a expiação pela raça humana. Compare com Atos 8.32-35. Talvez João também se referisse ao cordeiro da Páscoa (cf.l Co 5.7). No início do período da Lei, há o cordeiro da Páscoa, cuja accilação por parte da nação de Israel redimiu-a do meio da nação gentia; quase no fim do período da Lei, há outro Cordeiro, rejeitado pelos israelitas - c, por causa deste pecado, foram espalhados entre os gentios.
4. “Eis o Cordeiro de DEUS". Uma das mais marcantes diferenças entre a fé cristã e o paganismo é que os adoradores pagãos trazem sacrifícios na tentativa de se reconciliarem com os seus deuses, enquanto a mensagem do Evangelho declara que o próprio Deus enviou um sacrifício em nosso favor a fim de nos reconciliar consigo (Rm 8.32; 2 Co 5.19). Deus trouxe a nós o sacrifício que nos coloca mais perto de Deus, e até o Antigo Testamento apresenta a expiação como sendo a dádiva da graça divina: “Porque a alma da carne está no sangue; pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas” (Lv 17.11).