(Jo 1.35,36)
“No dia
seguinte João estava outra vez ali, e dois dos seus discípulos [André c João];
c, vendo passar a Jesus, disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus”. Estudemos o
significado desta proclamação, examinando as palavras, uma por uma.
1. “EIS aqui
o Cordeiro de Deus”. literalmente, “veja”. O evangelista apela ao pecador que
veja o Crucificado e, contemplando-o, lamente os pecados que causaram sua
morte.
2. “ Eis O Cordeiro
de Deus”. Os sacrifícios de animais não operavam a perfeita redenção, haja
vista que sempre tinham de ser repetidos. Nenhum sacerdote de Israel, cansado
por causa do serviço ao redor do altar, podería voltar para casa, dizendo:
“Minha esposa, finalmente ofereci o sacrifício final; o povo está completamente
perdoado e purificado”. No entanto, qualquer um dentre os sacerdotes que
obedeciam à fé (At 6.7) poderia ter dito isso, porque o Cordeiro perfeito, do
qual os demais eram apenas símbolos, já fora oferecido (cf. 11b 10.1 1,12).
“Eis o CORDEIRO
de Deus”. O cordeiro era um animal sacrifical; João, portanto, identificava
Jesus com o Sacrifício enviado da parte de Deus, “que tira o pecado do mundo”.
Leia Isaías 53, que c um ponto alto na doutrina do sacrifício, por profetizar
que o próprio Messias em pessoa havería de se tornar a expiação pela raça
humana. Compare com Atos 8.32-35. Talvez João também se referisse ao cordeiro
da Páscoa (cf.l Co 5.7). No início do período da Lei, há o cordeiro da Páscoa,
cuja accilação por parte da nação de Israel redimiu-a do meio da nação gentia;
quase no fim do período da Lei, há outro Cordeiro, rejeitado pelos israelitas -
c, por causa deste pecado, foram espalhados entre os gentios.
4. “Eis o
Cordeiro de DEUS". Uma das mais marcantes diferenças entre a fé
cristã e o paganismo é que os adoradores pagãos trazem sacrifícios na tentativa
de se reconciliarem com os seus deuses, enquanto a mensagem do Evangelho
declara que o próprio Deus enviou um sacrifício em nosso favor a fim de nos
reconciliar consigo (Rm 8.32; 2 Co 5.19). Deus trouxe a nós o sacrifício que
nos coloca mais perto de Deus, e até o Antigo Testamento apresenta a expiação
como sendo a dádiva da graça divina: “Porque a alma da carne está no sangue; pelo
que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas”
(Lv 17.11).