sábado, 18 de março de 2017

0 Paralítico do Tanque de Betesda

Texto: João 5.1-14

Introdução
Como já notamos num estudo anterior, João chama os milagres de Cristo de “sinais” porque são indicadores da divindade do Senhor. Sete deles (antes da crucificação) são selecionados pelo evangelista: a transformação da água em vinho; a cura do filho de um oficial do rei; a cura do paralítico; a multiplicação dos pães para alimentar a multidão; Jesus andando sobre o mar; a cura do cego; e a ressurreição de Lázaro.
Este nosso estudo trata do terceiro destes milagres, que nos oferece as seguintes lições acerca de Cristo: Ele é o doador da vida, e, como o paralítico oüviu a voz de Cristo e foi restaurado, assim, no fim dos tempos, os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e viverão (Jo 5.25).
I - O Sinal (Jo 5.1-9)
I. A cena que entristece o coração. “Ora, em Jerusalém há, próximo à porta das ovelhas, um tanque, chamado em hebreu Betesda, o qual tem cinco alpendres. Nestes jazia uma multidão de enfermos; cegos, mancos e ressicados, esperando o movimento das águas. Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água, c o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse''. Trata-se de uma fonte intermitente, que possuía - ou cria-se que possuía - poderes de cura, ao redor da qual alguma pessoa benevolente edificara cinco pórticos para servirem de abrigo à multidão de enfermos que aguardava o movimento da água.
A multidão ao redor do tanque faz lembrar que o mundo está cheio de pessoas que sofrem das mais variadas enfermidades, sendo, porém, todas elas doentes; simboliza o mundo que se aglomera, com uma ansiedade que c quase desespero, ao redor de qualquer coisa que prometa solução, por mais vaga que seja, no sentido de ajudar e de curar.
2. A pergunta que desperta a esperança. Num dia de festa religiosa, Jesus se encaminhou para este “hospital natural”. Assim como o olhar experiente do cirurgião rapidamente seleciona o pior caso na sala de espera da sua clínica, Jesus logo fixou seus olhos em “um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo”. Era um aleijado, provavelmente um paralítico. Passara todo esse tempo esperando, ouvindo a conversa monótona dos outros enfermos, descrevendo detalhes dos seus sofrimentos que ninguém mais queria ouvir.
Jesus, chegando a este homem, aborda-o com a pergunta emocionante: “Queres ficar são?” A pergunta parece estranha porque, após trinta c oito anos de sofrimento e espera, nada mais natural do que pensar que era a única coisa que o homem desejava. A pergunta, no entanto, tinha várias razões para ser feita:
2. /. Para despertar a esperança. O coitado esperara tanto tempo e sofrerá tantas decepções, que a esperança mirrara dentro dele, assim como era mirrado o seu corpo. Era necessário, portanto, que Jesus despertasse nele novas esperanças, ajudando-o a ter a fé necessária para receber a cura.
2.2. Para despertar a Fé. Cristo não era como certos milagreiros que operam suas maravilhas mediante um preço, sem levar em conta a atitude ou condição moral da pessoa. Quando possível, Jesus exigia que a pessoa a ser curada tivesse fé. O propósito principal de Jesus em curar o corpo era transformar a alma, porque mesmo quando vivia na terra era o Salvador e, como tal, requeria a fé como elo espiritual que vinculasse o paciente à sua Pessoa. Note como a cura neste caso foi acompanhada por uma advertência ao homem, que deixasse de levar a vida de pecado que fora a causa de sua aflição (v. 14).
2.4. Para testar a sinceridade do desejo. Quando Jesus perguntou ao paralítico se queria ser curado, a pergunta era sincera c real porque existem enfermos que não desejam ser curados. Os médicos se oferecem para curar gratuitamente as feridas do mendigo, como ato de caridade, c são rejeitadas as suas ofertas; mesmo o enfermo que não usa sua enfermidade como fonte de renda, mediante a mendicância, tende a tirar vantagem da simpatia e indulgência dos amigos, a ponto de o caráter ficar tão fraco, que ele começa esquivar-se do trabalho. Há, portanto, muitos que, por uma ou outra razão, preferem ter saúde fraca.
A pergunta de Cristo significava: “Você está disposto a ser restaurado a uma condição que o capacitará a assumir as tarefas e responsabilidades da vida?”
3.Enquanto o homem responde, relembrando os anos de sofrimento e o lato de não ter escolhido aquela situação, as palavras de Jesus soam nos seus ouvidos: “Levanta-te, toma a tua cama, c anda”. A primeira vista, pode-se imaginar ser uma zombaria mandar um paralítico levantar-se e andar; devemos, no entanto, levar cm conta que quem falou estas palavras tinha poder para curar o homem, c que o homem tinha fé em quem falou com ele. O homem creu, e manifestou a sua fé mediante um alo de obediência a um mandamento que parecia impossível cumprir. Se Deus nos mandasse passar através de um muro de pedra, nossa obediência fiel nos levaria a traspassá-lo como se fosse uma folha de papel de seda, sempre na condição de termos a certeza de que a ordem partiu de Deus! A fé é crer c obedecer em tudo o que diz respeito àquilo que sabemos ser a Palavra de Deus. O paralítico obedeceu c “logo aquele homem ficou são; e tomou a sua cama, e partiu”. A fé é o elo entre a incapacidade humana e a onipotência divina.
II - A Sequela (Jo 5.10,11)
/. A condenação. Os milagres de Jesus eram sinais, mas nem sempre estes sinais foram entendidos. Ele alimentou as multidões e sentia-se decepcionado porque poucos perceberam ser Ele o Pão enviado do céu para nutrir as almas humanas (Jo 6). Curou o cego, demonstrando assim ser a Luz do Mundo, mas os fariseus hostis queriam apagar aquela Luz (Jo 9). Ressuscitou Lázaro dentre os mortos, mostrando ser a Ressurreição c a Vida, e este milagre provocou no Sinédrio o desejo dc matar o Autor da Vida. Na ocasião aqui estudada, Jesus operou um milagre que demonstrou ser Ele o que opera a vontade divina em restaurar a vida c a saúde, e os judeus queriam matá-lo por operar uma cura no sábado! (v. 16).
"E aquele dia era sábado. Então os judeus disseram àquele que tinha curado: É sábado, não te é lícito levar a cama”. Estes judeus tinham apoio nas Escrituras, nas palavras de Jeremias: “Guardai as vossas almas, e não tragais cargas no dia de sábado” (Jr 17.21). Naturalmente, a proibição dizia respeito a cargas que faziam parte de empreendimentos comerciais, mas os judeus, no seu exagerado literalismo, levaram o mandamento ao extremo.
2. A vindicação. O homem lançou a responsabilidade sobre Jesus, e respondeu: “Aquele que me curou, ele próprio disse: Toma a tua cama, c anda.” Noutras palavras: “Foi aquele que me deu as minhas forças o mesmo que me mandou como empregá-las.” Que lógica magnífica! Na sua simplicidade, o homem acabou enunciando uma regra do discipulado cristão: aquEle que nos sarou e salvou tem o direito de dirigir a nossa vida. Se Cristo é a fonte da nossa vida, é também a fonte da nossa lei.


Fonte livro e autor.
João
 Pearlman, Myer
João, o Hvangelho do Filho de Deus.../
 Myer Pearlman - l.ed. - Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1995.

Almir Batista

Jesus e Maria, Sua Mãe

Textos: Lucas 1.26-33; 2.41-51; João 2.1-4; Marcos 3.31-35; João 19.25-27
Introdução
O objetivo deste capítulo é estabelecer o caráter e posição de Maria quanto ao seu relacionamento com aquEle que era, ao mesmo tempo, filho e Senhor.
I. Predito o Nascimento de Jesus (Lc 1.26-33)
1. A profecia. “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15). Esta gloriosa promessa brilhou nas trevas em que o pecado lançara nossos primeiros pais. Predisse o conflito entre a raça humana e o poder do mal que lhe causou a queda, e a vitória mediante alguém nascido de mulher. A esperança da salvação era um menino que viria da parte de Deus. Talvez pensasse Eva ser Caim o descendente prometido (Gn 4.1); mas, com grande decepção, descobriu que aquele que imaginara ser o vencedor da serpente demonstrou ter o espírito do próprio maligno. Nascendo-lhe Sete, porém, reno- varam-se-lhe as esperanças; exclamou: “Deus me deu outra semente” (Gn 4.25).
Passaram-se séculos, e, através da boca de Isaías, foi reafirmada a promessa: um filho da casa de Davi, nascido de uma virgem, instauraria o Reino de Deus (Is 7.14;
9.6,7). Doravante, a esperança de libertação vinculava- se ao nascimento de um descendente de Davi; à mulher judia, não poderia haver mais alta esperança que a de ser a mãe do Messias.
2. O cumprimento. Imagine, agora, os sentimentos de Maria, ao ouvir do anjo que tão grande honra lhe caberia: “Salve, agraciada; o Senhor é contigo. Bendita és tu entre as mulheres”! Embora nada possa diminuir a honra devida ao Filho, e que a Ele exclusivamente adoraram os magos quando o acharam com Maria na noite do seu nascimento (Mt 2.11), foi ela grandemente honrada por Deus, sendo escolhida para ser a mãe humana de Jesus; sem dúvida, tinha um caráter exemplar de pureza, humildade e ternura, exemplo da glória e nobreza de ser mãe, digno de ser seguido por todas as outras.
Podemos imaginar as emoções de enlevo e medo misturadas em Maria, ante à extraordinária informação. Enlevo, pela honra de ter sido escolhida, entre milhões de mães judias, para dar à luz o Salvador do mundo; medo, por causa dos mal-entendidos e acusações falsas que pesariam sobre ela, se a gravidez fosse noticiada antes do casamento com José. Curvou-se, no entanto, à vontade do Senhor: “Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra”. Maria crê e submete-se à mensagem, disposta a aceitar e enfrentar todas as conseqüências. É esta a verdadeira fé!
A Visita ao Templo (Lc 2.41-51)
A primeira visita ao Templo é história bem conhecida. Ao voltar da festa da Páscoa, Maria e José sentiram falta de Jesus. Após busca ansiosa, acharam-no a debater com os rabinos, no Templo. Nesse período, o Templo exercia grande fascínio sobre Jesus, porque a este fora dada, pelo Espírito, a clara visão de sua natureza divina e missão celestial.
1. O espanto de Maria. “E quando o viram, maravilharam-se; e disse-lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu, ansiosos te procurávamos” (v. 48,50). Espanto natural, pois chegara ao humilde lar de Maria um tesouro grande demais o qual ao próprio céu era difícil conter. Não estranhemos, portanto, seu desconhecimento quanto ao valor do filho e ao motivo da ausência, e que lhe desse suave repreensão. É verdade que já recebera revelação quanto à natureza divina de Jesus (Lc 1.32,33), mas, sendo mãe exemplar, era perfeitamente natural que os cuidados matemos predominassem sobre quaisquer considerações. Não importa quão grande e famoso alguém seja, sua mãe sempre o considerará seu “menino”. Napoleão era um poderoso ditador, diante de quem nações inteiras tremiam; mas, para a sua mãe, era o mesmo menino levado que ela antes disciplinava com vara!
2. O assombro de Jesus. “E ele lhes respondeu: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?” Há surpresa nas palavras de Jesus, como se dissesse: “A senhora foi informada, mesmo antes do meu nascimento, sobre minha natureza e o que vim fazer neste mundo. Um pouco de reflexão, e saberia que um bom lugar para me procurar seria na casa do meu Pai, já que meu desejo é fazer a vontade dEle”.
“E desceu com eles, e foi para Nazaré; e era-lhes sujeito. E sua mãe guardava no seu coração todas estas coisas”.
Nestas palavras, Lucas deixa-nos entender que a declaração de Jesus do verso 49 não se constituía em repúdio aos deveres de filho humano. Apesar de Filho de Deus, jamais procurou ver-se livre das responsabilidades, obrigações e fardos desta vida. Às revelações, não as tratou a mãe como assunto de conversa, mas guardou-as como preciosos segredos. E, quando veio a entender totalmente seu significado? Ver Atos 1.14.
Nas palavras de Jesus vislumbramos a futura mudança naquele relacionamento. O filho de Maria revelar-se-ia Filho do homem, quando teria de deixar em segundo plano os relacionamentos, a fim de criar uma família espiritual. Tal conceito surge nos dois incidentes seguintes.
III. As Bodas de Caná (Jo 2.1-4)
Ver o respectivo comentário. “E, faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho”. A falta de vinho redundaria em desonra para a família hospedeira. Maria leva o assunto a Jesus, com singeleza. “Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora”. Jesus estava ingressando no ministério público; seu papel de filho de Maria passava a segundo plano. Maria, humildemente, aceitou o inevitável, sabendo que não mais lhe caberia ditar normas na vida do filho. E disse aos servos: “Fazei tudo quanto ele vos disser”. A fé e a obediência seriam doravante a única maneira de se chegar ao coração de Jesus.
IV. Os Temores de Maria (Mc 3.31-35)
A popularidade de Jesus multiplicara-se rapidamente, mas, de outro lado, fora despertada a hostilidade dos escribas, cuja frieza espiritual Ele desmascarava sem hesitação. Não obstante, seu ministério crescia. Tanto o assediavam as multidões que não lhe sobrava tempo para alimentar-se. Os amigos preocupavam-se, pensando que o zelo excessivo lhe perturbara a mente (Mc 3.21).
À Maria, assaltou-lhe a preocupação, quando as autoridades denunciaram o ministério de Jesus como sendo de Satanás (v.22). Procurou, então, fazer com que Ele se retirasse - pelo menos por um pouco - da vida pública: “Chegaram então seus irmãos e sua mãe; e, estando de fora, mandaram-no chamar”. Maria talvez o imaginasse em perigo entre as multidões, as‘quais os fariseus facilmente poderiam incitar contra Ele. Ela permitiu a seus filhos mais jovens, irmãos de Jesus, persu- adirem-na a intervir na situação.
Ressuscitado o instinto materno, Maria voltou a demonstrar o mesmo espírito que, já por duas vezes, Jesus repreendera ternamente (Lc 2.49; Jo 2.4). Maria e os irmãos de Jesus foram por demais presunçosos em fazer aquela interrupção, apelando ao relacionamento puramente natural, por estreito que fosse. Queriam sobrepor interesses naturais àquEle ocupado em distribuir o Pão da Vida aos espiritualménte famintos. Jesus, então, esclarece que os vínculos familiares são inferiores aos do Reino de Deus: “E ele lhes respondeu, dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos? E, olhando em redor para os que estavam assentados junto dele, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Porquanto, qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, e minha irmã, e minha mãe”. Verdadeiro parente de Jesus é aquele que é espiritualmente semelhante a Ele. Como Filho do homem, Jesus tinha parentes na carne; como Filho de Deus, porém, não reconhece parente algum, a não ser os filhos de Deus. Indicam tais palavras não serem os laços naturais a maior glória de Maria, mais o seu relacionamento espiritual com Ele. Sua presença no cenáculo (At 1.14) sugere necessidades espirituais idênticas às dos demais seguidores de Cristo.
V. Maria Junto à Cruz (Jo 19.25-27)
Ver o respectivo comentário: “E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria de Cleofas, e Maria Madalena. Ora Jesus vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho”. Vendo a mãe aflita, desamparada e confusa, e sentindo-lhe a angústia por contemplá-lo assim, quis o Filho de Deus que João, o discípulo amado, a retirasse da triste cena, e lhe oferecesse um lar onde Jesus era amado.
VI. Ensinamentos Práticos
1. A mensagem de Maria às mães. A mãe do maior de todos os filhos transmite grandes lições às mães modernas:
• Mães que desejam filhos de nobre caráter devem, elas mesmas, possuir um caráter assim. John Quincy Adams, presidente dos Estados Unidos, declarou: “Tudo quanto vim a ser, minha mãe conseguiú fazer de mim”. Napoleão disse sobre seu país algo que se aplica a todas as nações: “A maior necessidade da França é de haver boas mães”. Caterina Booth, filha do fundador do Exército da Salvação, resolveu que nunca teria um filho que menosprezasse a religião, e não teve mesmo. A primeira e principal oportunidade para moldar o caráter de uma pessoa, tem-na a mãe. E de suma importância que esteja espiritualmente qualificada para tal tarefa!
• Não se estrague a criança pelo abuso de comentários orgulhosos sobre suas capacidades e virtudes. Coisas maravilhosas haviam sido ditas sobre Jesus, e pareceria natural que ela as compartilhasse com as amigas e vizinhas. No entanto, “guardava todas estas palavras, meditando-as no coração”. Esta lição aplica-se a muitas mães. Falam tanto sobre as virtudes dos filhos, que os ouvintes se cansam e os próprios filhos estragam-se por convencimento. Como resultado, só os choques dolorosos da vida podem retirar-lhes o orgulho infundido pela irresponsabilidade da mãe. Seja ensinado às crianças de grande talento a modéstia e o hábito de prestar contas a Deus, fonte única de toda boa dádiva.
• Manifestem as mães de filhos talentosos simpática compreensão aos ideais que eles alimentam. Mostram-nos os trechos examinados três incidentes em que Maria parece ter esquecido a divina missão de Jesus que lhe fora revelada. Sabia do terrível destino que o aguardava (Lc 2.34,35), mas talvez o seu intenso amor maternal quisesse desviá-lo do caminho do sofrimento e indicar-lhe um caminho mais fácil. Sem faltar com respeito à mãe, Jesus firmemente a fez lembrar a prioridade das reivindicações divinas sobre sua vida. A tríplice repreensão de Jesus recomenda as mães simpatia aos ideais dos filhos, mesmo quando não os entendem muito bem. Não sejam as crianças presas com os laços da sua própria voluntariedade.
2. A mensagem de Cristo às crianças. Jesus, mesmo em agonia excruciante ao morrer pelos pecados do mundo, não esqueceu de cumprir o dever simples e prático de cuidar da mãe. Lembra-noJ isto que nenhum dever, por importante que seja, justifica a falta de cuidado pelas pessoas que dependem de nós.
3. A família divina é composta de pessoas piedosas. “Qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, e minha irmã, e minha mãe”. Não nos ensina isto fazer a vontade de Deus independentemente de Jesus, porquanto este revelou: “Sem mim nada podeis fazer . Somente pela união espiritual com Cristo podemos demonstrar sua bondade. O que Ele está nos ensinando é que, se realmente somos seus parentes espirituais, faremos a vontade de Deus, não para nos tornarmos cristãos, mas porque somos cristãos. Tem sido levantada a objeção de que aqueles que pregam a salvação pela fé muitas vezes negligenciam a ênfase à retidão prática. Tal possibilidade foi reconhecida por Tiago: “A fé sem obras é morta”. A doutrina correta, as experiências extáticas e as formas externas são todas necessárias; no entanto, são apenas o andaime para a edificação do caráter conforme a vontade de Deus. É mediante o cumprimento da vontade divina, seja em grandes ou pequenos feitos, que os crentes demonstram pertencer à família divina.
Fonte:
Pearlman, Myer
Lucas, ó Evangelho do Homem Perfeito.../ Myer Pearlman l.ed. - Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1995

Almir Batista

Nascimento e Infância de João Batista

(Lc 1.18-20, 57-64)
O sacerdote achou boa a mensagem; por um momento, boa demais para ser verdadeira. Pediu mais um sinal. Não lembrava ele de Abraão e Sara, de Isaque e Rebeca? Sua descrença era ofensa grave, merecedora de punição. Condenou-o então o anjo à mudez. Isto lhe seria por sinal e castigo. Mesmo assim, ao julgamento acompanhava a misericórdia. Foi-lhe prometido que voltaria a falar na ocasião do nascimento do menino (SI 30.5).

1. A alegria da mãe. Completou-se a alegria de Isabel; os parentes e as amigas regozijavam-se com ela. Veio o momento da circuncisão e de dar nome à criança. Sugeriram os vizinhos lhe fosse dado o nome do pai. Surpreenderam-se, no entanto, ao saberem que receberia um nome desconhecido na família do sacerdote. Isto era novidade. Até hoje, dão-se aos filhos de judeus os nomes de parentes mais velhos ou falecidos, a fim de manter viva a memória deles em Israel.

2. O louvor do pai. O sacerdote recuperou a fala, e irrompeu em louvores a Deus. Enquanto derramava o coração diante de Deus, o Espírito Santo apoderou-se da sua língua, transformando a canção em profecia inspirada: Deus não desamparara o seu povo; um Libertador se levantaria da família de Davi, e o filho de Zacarias seria o seu precursor.

3. O crescimento da criança. As promessas cumpriam-se na vida do pequeno João. Os que o conheciam maravilhavam- se, não só com a história do seu nascimento, como pelo rápido desenvolvimento de forças na jovem vida: “E a mão do Senhor [o poder de Deus] estava com ele” (v. 66) - expressão que lembra cenas da vida de Elias e de Eliseu, cujas obras poderosas atribuíam-se à “mão do Senhor” sobre eles.
“O menino crescia, e se robustecia em espírito”. Ao crescimento físico seguia o crescimento espiritual. Sob o sol da graça divina e ao sabor da vivificante brisa do Espírito, amadureciam os poderes espirituais do menino, enquanto seu corpo se fortalecia no clima das montanhas da Judéia.
“E esteve nos desertos até ao dia em que havia de mostrar-se a Israel”. Os pais de João provavelmente morreram antes que ele chegasse à idade adulta. O jovem, deixado sozinho no mundo, optou pela solidão como forma de preparar-se para o ministério. No deserto, meditava sobre as profecias e buscava ao Senhor, aguardando a ordem divina para começar a obra entre o povo.
Fonte:
Pearlman, Myer
Lucas, ó Evangelho do Homem Perfeito.../ Myer Pearlman l.ed. - Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1995

 Almir Batista