quarta-feira, 17 de maio de 2017

“SUBSIDIO TEOLÓGICO” JOVENS LIÇÃO 8” - Autoavaliação e Discernimento, Sim, Julgar, Não (Mt 71-6)

Apesar de desenvolver a lição na linha de que o “julgamento” aludido pelo Mestre refere-se, como a expressão “kpivw aqui julgar no sentido de pronunciar uma sentença [...], condenar”, isto é, “Kpíua [...] julgar, julgamento; aqui sentença (judicial)”,3 deixa entrever, Marcei Dumais afirma que os “dois empregos do verbo grego krinein (julgar), em Mt (5,40; 19,28), não autorizam restringir a proibição só aos julgamentos de condenação”,4 ou seja, a questão seria ainda mais rigorosa do ponto de vista da observação do comportamento alheio e da emissão de qualquer tipo de julgamento, mas na verdade, como observa Benedict Viviano, o “ensinamento de Jesus adverte contra a usurpação do julgamento definitivo de Deus, que é o único que vê o coração”.5 Trata-se de exercer sobre si mesmo um cuidado quando se pensa em “avaliar o comportamento de irmãos e irmãs (cf. v. 5b; 18,15-18)”, diz Dumais, evitando “todos os julgamentos que não se fazem por amor do outro e que o reduzem à condição de objeto (cf. 5,43-48; 22,34-40)”.6 Isso porque, diz o mesmo autor, a “continuação da frase dá a razão a interdição de julgar o outro”, pois o “leitor de cultura judaica percebe logo o emprego do passivo teológico em alusão ao julgamento final”.7 Daí a formalidade do ensinamento, isto é, “não julguemos os outros, para que Deus não nos julgue da mesma maneira, vale dizer, negativamente, no dia do julgamento”. O que está se ensinando é exatamente o que já foi colocado acima por Viviano e, quanto ao “julgar”, no sentido de “avaliar”, só deve ser feito, de acordo com Dumais, “usando a medida do próprio Deus, isto é, o amor e a misericórdia (cf. 18,23-35)”. Numa palavra:

O “Não julgueis” de Jesus é uma palavra profunda, de grande valor. Significa que não se pode identificar ninguém com os atos que cometeu ou com as aparências que reflete. Convida- nos a respeitar o mistério de cada pessoa, cujo conhecimento se reserva para Deus. Para compreender o convite de Jesus, nada melhor que contemplar sua atitude diante das pessoas.

Jesus olha não para julgar, mas para criar. Seu olhar opera o novo naquele em quem repousa, faz-se libertador, recriador.
Tal exortação certamente entristece a muitos que gostam de se passar por rigorosos e cuidadores da doutrina. Zeilinger diz que, a estes, o “aplauso dos leitores é-lhes garantido, pois faz parte do aspecto agradável da vida denunciar publicamente a falibilidade alheia e encará-la com ‘repulsa e horror’”, mesmo porque, continua o mesmo autor agora se referindo ao versículo 3, o “julgamento do outro ‘engana-me acerca das verdadeiras relações, acerca de meu próprio envolvimento com acontecimentos culposos’”.9 A indicação do versículo 5 é a saída para quem quer, de fato, ajudar os outros a corrigir o comportamento: primeiramente devo tirar a grande trave à frente dos meus olhos para, posteriormente, pensar em corrigir o meu irmão. Zeilinger observa mais uma vez que tal perícope está intrinsecamente “ligada, quanto ao conteúdo, à quinta petição do Pai-nosso e ao comentário atinente (6,14-15), não obstante não haver nenhuma correspondência terminológica”.10 Já o versículo 6 é curiosamente enigmático, mas, conforme observa James Shelton, certamente sinaliza para a grande verdade de que, conquanto seja vedado ao discípulo exercer o papel de “juiz”, ele tem a responsabilidade de ter discernimento e saber a diferençar as coisas “santas” e “valiosas” das coisas profanas e vis.11

A Bondade Divina e a Regra de Ouro (Mt 7.7-12)
Apesar de esta porção relacionar-se com o que já se ensinou sobre oração e, particularmente, a respeito da oração de petição (5.44; 6.5- 15), bem como acerca da bondade divina (5.45,48; 6.30-33), nunca é demais lembrar que, a despeito de não haver “necessidade” de que alguém lhe peça algo, certamente é do agrado do Pai que se ore, pois através da oração Ele ensina preciosas lições. C. S. Lewis diz que acredita que um dos “propósitos pelos quais Deus instituiu a oração talvez tenha sido para dar testemunho do fato de que o curso dos acontecimentos não é regido como se fosse um Estado, e sim criado como uma obra de arte para a qual todos os seres dão sua contribuição e (na oração) uma contribuição consciente, na qual todo ser é tanto um fim quanto um meio”.12 Na verdade, a oração, nessa perspectiva, não é somente um meio, como se pode pensar da perícope, mas também, ela mesma, um fim. O que é digno de se destacar desse texto é o fato de que (mesmo que a passagem não diga explicitamente, ela deixa supor) “os que oram se colocam de acordo com o bem, mesmo quando desejam outra coisa que o bem previsto no plano de Deus”, diz Cullmann, e completa que “na oração do Getsêmani, a adição daquelas palavras [...] exprime claramente”13 tal ideia. Para além da verdade de que quanto mais se desenvolve o relacionamento dos filhos de Deus com Ele, mais as petições vão se aproximando da vontade dEle, uma última questão é digna de ser mencionada. Tomando por base os versículos 9 a 11, fica claro que as dádivas, sem a comparação com o texto paralelo de Lucas 11.9-13 que menciona o Espírito Santo, refere-se, nesse contexto, a questões materiais e de subsistência. No entanto, informa B. Viviano:

Buscai: neste contexto, todos os verbos se referem à oração; como em 6,33, deve-se sobretudo buscar o Reino de Deus e a sua justiça também na oração. Em hebraico, “buscar” seria dãras-, daí o termo do misdrásh, estudo” ou investigação das Escrituras. Talvez cientes deste uso mais intelectual, os protocristãos gnósticos, tiraram esta expressão, “buscai e achareis”, de seu contexto e usaram-na para justificar suas especulações teológicas. No princípio, os Padres da Igreja resistiram a esta aplicação do texto, mas na época de Agostinho foi usada também pelos ortodoxos para fundamentar sua reflexão teológica.14

Se no passado o conhecimento em relação às línguas, hebraica e grega, limitava uma interpretação mais aproximada do contexto e o método alegórico era o mais utilizado, atualmente, com os grandes avanços na área das ciências bíblicas, tais utilizações do texto não se justificam.15 Entretanto, tal informação deixa duas pistas importantíssimas: o quanto há de conclusões doutrinárias baseadas em equívocos interpretativos provenientes do período Patrístico que as novas gerações de teólogos precisam dedicar-se a resolver e o quanto a igreja deve ser sensível no sentido de permitir que se façam revisões sérias, responsáveis e com temor, visando à edificação da própria comunidade de fé.
Em relação ao versículo 12, a regra de ouro, Viviano diz que, do “ponto de vista literário, este é o fim do sermão, um resumo de seu conteúdo antes da conclusão com as maldições e bênçãos da aliança”.16 Apesar de ela não ser original de Jesus Cristo, como informa Shelton,17 nem em sua forma negativa bem como em sua forma positiva, conforme utilizada pelo Senhor, a grande novidade é que, ao ser inserida pelo Mestre no Sermão do Monte, o ensinamento do célebre sermão transforma a regra e, por sua vez, a regra de ouro coloca em relevo aspectos decisivos do Sermão do Monte. Tal circularidade hermenêutica, conforme disserta M. Dumais:

No SM, Jesus apresenta os critérios do verdadeiro amor.
A ausência da cólera que fere (5,22s) e do julgamento que condena (7,ls), o gesto que constrói, em resposta ao gesto maldoso (5,38), o amor aos inimigos que chega até o perdão (5,43s; 6.12-15), tais são os critérios de um verdadeiro amor humano, dado ou recebido. Se encaramos a regra de ouro como expressão condensada do programa ético novo proposto por Jesus, cabe-nos, então, compreender que é ela “a Lei e os profetas tais como reinterpretados (ou cumpridos”, 5,17) por Jesus”. Todo ensinamento do SM, do qual a regra de ouro é o remate, dá a esta um significado novo. Poder-se-ia parafrasear, da seguinte maneira, a regra do agir em relação aos outros: “tudo aquilo que desejaríamos nos fizessem os homens”, vale dizer, não nos ferir com sua cólera, não nos julgar, amar-nos ainda quando sejamos seus inimigos..., em resumo, acolher-nos e tratar-nos como filhos do Pai, isto é, comportar-se a nosso respeito como nos trata o Pai. O “tudo” (panta) da regra de ouro do SM está realmente repleto de sentido.

É preciso não esquecer que, a despeito de esta ser a “justiça dos discípulos” a audiência de Mateus é composta de judeus e, por isso, a Lei e os Profetas, sobretudo em um contexto onde ainda não havia o texto do Novo Testamento, era justamente essa literatura que vigorava e de onde os apóstolos tinham de extrair os ensinamentos. O que parece ficar centrado na pessoa, pois o conteúdo da regra coloca o “eu” como paradigma, na verdade, havendo acontecido a metanoia, ou seja, a conversão da mente e do eu pela mensagem do Evangelho, tal como se vê no início com as Bem-Aventuranças, faz com que o “modelo do agir dos filhos e filhas, perante seus irmãos e irmãs em humanidade, é o do agir do Pai em relação a cada um deles”. Em termos diretos, o “agir do Pai, em relação a nós, revela-nos nossas reais necessidades (o que deve ser o objeto do querer’ formulado em 6,12a) e, consequentemente, as reais necessidades dos outros (o que deve ser objeto do fazer formulado em 6,12b)”.19 Assim, é com um “eu” completamente transformado pela perspectiva da nova justiça, da justiça do Reino, que o discípulo olhará para o próximo. Mas como a regra de ouro pode dar relevo ao ensinamento do Sermão do Monte?

Colocada como conclusão do corpo central do discurso, a regra de ouro salienta certos aspectos do comprometimento ético do discípulo. Podemos notar as seguintes: 1) o convite a “fazer tudo” pelos outros é um apelo que as diretivas do SM tocam na totalidade da existência e visam a compromissos concretos; 2) o destinatário: “os homens”, as pessoas humanas, indica que o horizonte de compromisso do cristão é universal; 3) a formulação positiva da regra de ouro sublinha que o discípulo deve tomar a iniciativa de executar gestos de amor, em conformidade com os mandamentos de 5,38-48; 4) ao apresentar, como norma de ação, os anseios que se fazem em causa própria, a regra de ouro propõe, em seguida, a via da interioridade como guia do amor aos outros (“a alteridade”): procurar o melhor em si mesmo é um meio de descobrir o comportamento que o amor prescreve nas situações concretas; assim, a exigência radical de amar aos inimigos não deixa de ser um “amor inteligente”...

Tal conclusão leva agora o discípulo a tomar decisões cruciais. Conquanto seja um problema aos predestinacionistas, tais textos revelam justamente o que os que acreditam no livre-arbítrio já sabem: a decisão de fazer conforme se deve, é do discípulo, mas este deve buscar força, em Deus, o Pai, que o chamou, pois, conforme escreveu Frankemõlle, citado por Zeilinger, ‘“Desde o início (cf. 5,3-16), o tema do ‘Sermão da Montanha era: Deus é o fundamento que possibilita o agir humano”’.21 Assim, após ter aprendido doutrinariamente o que significa o novo tempo, o discípulo agora tem de praticar a sua justiça. Quanto a isso, mesmo que não tenha sido possível dissertar mais pormenorizadamente a respeito das metáforas utilizadas (algo que foi feito no comentário da revista), elas são de caráter prático e não mais se exigem grandes discussões teóricas para se entendê-las. Chegou a hora da verdade, o momento crucial de o discípulo optar por viver à luz da nova justiça, da justiça superior, ou da religiosidade que prescreve uma receita, mas não tem como fundamento o amor e sim a “lei”.

As Duas Portas e os Dois Caminhos (Mt 7.13,14)
Por mais que se queira interpretar esse texto como sendo o caminho do mundanismo, e tal aplicação não estaria errada, no contexto, a “porta larga” e o “caminho espaçoso”, são as dezenas de propostas político-religiosas da época que ofereciam a “oportunidade” de os judeus seguirem sem precisar de fé, mas apenas confiando na filosofia proposta pelo respectivo movimento. Optar pela justiça do Reino era decidir pela “porta estreita” e pelo “caminho apertado”. Consequentemente, tais movimentos, e seus respectivos líderes, deveríam ser abandonados, sem nenhum meio-termo (cf. Mt 15.1,14). Era uma decisão muito séria, sobretudo, quando se sabe que o povo era dependente do “judaísmo da época de Jesus, [e este era] conduzido pelos fariseus, [e] toda a tradição mantida pelos escribas servia de norma para a fundamentação da vontade divina”.22 É o que instrui o Mestre na sequência.

Os Falsos Profetas e os seus Frutos (Mt 7.15-20)
Os enganadores e falsos profetas sempre foram comuns entre o povo de Deus. Jesus sabe que eles continuarão a rodear, propor caminhos mais fáceis e tentar enganar as pessoas. Assim, Ele instrui que se atente para os seus frutos, pois através destes será possível identificá-los. Na atualidade, tal mensagem é ainda mais necessária, pois as pessoas utilizam critérios suspeitíssimos para se apresentar como “enviadas” e “ungidas” por Deus. A tragédia é que o que certamente seria vergonhoso a um discípulo de Cristo, hoje é motivo de ostentação de muitos líderes e acaba mimetizando os liderados. O critério veterotestamentário de que Deus permitia que um falso profeta realizasse um milagre, para provar se o povo o seguiría depois quando fosse convidado a servir a outros deuses, hoje não mais funciona, pois as pessoas ficam reféns e parecem ainda gostar, pois o próprio líder se coloca como se fosse um “deus” (Dt 13.1-5). Outras pessoas, mesmo depois de o falso profeta “profetizar” algo que não se cumpre, continuam o seguindo como se estivessem cegas (Dt 18.20-22). A estas, o caminho da justiça sempre será evitado.

Uma Séria Advertência aos Discípulos (Mt 7.21-23)
Essa perícope parece demonstrar que o princípio da permissão divina para a ocorrência de prodígios continua válida, mas também indica a possibilidade de alguma coisa ser feita em nome de Jesus, sem ter, obviamente, nada com Ele (Mc 12.21-23; Ap 13.13 cf. Mt 12.24). Portanto, não são as maravilhas realizadas pelo suposto “ungido”, e sim o seu estilo de vida é o que deve ser observado. Se parece com Cristo? Esta é a pergunta a se fazer. Caso não se pareça, ainda que faça cair “fogo do céu”, deve ser evitado.

A Decisão Crucial do Discípulo;
Ouvir e Praticar (Mt 7.24-29)
O não praticar o que o Mestre ensinou no Sermão do Monte não ficará sem resultado, pois levará à ruína. É imprescindível perceber que, a despeito de a Lei e os profetas serem importantes para Mateus, não são estes que farão com que o discípulo esteja firme, mas sim “estas minhas palavras”, ou seja, o ensinamento do Sermão do Monte que o Senhor acabou de proferir. A sua doutrina, o seu ensino, não era como o dos escribas e fariseus, pois a palavra deles era uma interpretação da Lei que apenas matava e inchava, causando dependência no povo. A doutrina de Jesus, diferentemente, veio para dar vida, e vida em abundância. Esta é a mensagem do Sermão do Monte. Qual será a nossa decisão: construir a casa sobre a rocha ou fundamentar-se na areia? Cada um tem de fazer a sua opção, pois a decisão é pessoal.


quinta-feira, 11 de maio de 2017

Jesus, o Inigualável Tesouro

“Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo” (Mateus 13.44).

     Caro(a) leitor(a) confesso que estou alegre por mais uma oportunidade maravilhosa de transmitir uma singela reflexão da inspirada, autêntica, inerrante, infalível, imutável, indivisível, ímpar e soberana Palavra de Deus. Reconheço que por providência divina, o Espírito Santo me conduz na construção destas humildes palavras, a fim de que seu coração seja impactado por esta mensagem. Com humildade, peço-lhe que abra seu coração e deixe Jesus entrar e fazer morada: “eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” (Apocalipse 3.20).

     O texto-base acima trata de uma parábola que se encontra unicamente no Evangelho de Mateus. Esta pequena narrativa, assim definida por seu curto conteúdo, possui um grande valor e importância no enredo bíblico. Além disso, a parábola perfaz um assunto que prendeu a atenção dos ouvintes, porquanto tratava de um tema de interesse de todos – a descoberta de um tesouro. Para facilitar o entendimento deste texto e chegarmos ao teor de mensagem, se faz necessário compreendermos o significado de cada elemento constituinte da referida parábola. De forma objetiva, temos que: o campo, faz referência ao mundo no qual habitamos; o homem, representa aquele que encontra Cristo; e o tesouro é o próprio Jesus Cristo.

      Fazendo, em um primeiro momento, menção do campo (mundo no qual habitamos) entendemos que o mesmo oferece todos os tipos de “tesouros”. A quem se deleita no mundo é oferecido festas, drogas, dinheiro, fama, entre outros atrativos. Todavia, quero alertá-lo(a) de forma taxativa e sem meias palavras que aquilo que o mundo oferece e que nos afasta de Deus é perecível, passageiro e não possui valor ante a vida eterna. Está escrito: “não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões roubam e escavam (Mateus 6.19)".

       O homem (aquele que encontrou a Cristo) não sugere explicações, uma vez que eu e você o somos. Mas cabe a cada um de nós fazer como o personagem da parábola: achar o tesouro (Jesus Cristo) e guardá-lo, ou simplesmente, de forma insana, descartá-lo. Neste momento iremos versar o elemento mais importante da parábola: o tesouro, ou como já citado, o Senhor Jesus. Nenhum dos diversos bens terrenos podem ser comparados à magnificência do reino e da glória de que seremos participantes, se com a nossa boca confessarmos ao Senhor Jesus Cristo, crendo que Deus o ressuscitou dos mortos (Romanos 10.9). O apóstolo Paulo ao tratar sobre o assunto exclamou com entusiasmo: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada (Romanos 8.18)".

     Só Cristo pode nos conceder a paz com Deus (Romanos 5.1) e satisfazer os anseios da alma humana: "assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo [...] (Salmo 42.1,2)". Quando o pecador vem a Cristo, aceitando-o com seu Salvador, recebe como herança toda riqueza do Reino de Deus (Efésios 1.3,17,18), além de herdar a vida eterna, “porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3.16)”. É preciso deixar claro que só o nome de Jesus pode conceder a salvação, uma vez que Ele é o caminho, a verdade e a vida (João 14.6). Ele também é a porta que se alguém entrar por ela, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens (João 10.9).

       Caro(a) leitor(a), só Jesus pode dar o descanso que sua alma anseia. Ele próprio diz: “tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas (Mateus 11.29)". Aceite-o como Senhor e Salvador de sua vida serás um(a) bem-aventurado(a).

Extraído do site http://www.adlimoeirope.com


Aprendendo com a menina da Casa de Naamã

E saíram tropas da Síria, da terra de Israel, e levaram presa uma menina que ficou ao serviço da mulher de Naamã.
E disse esta à sua senhora: Antes o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra.
2 Reis 5:2,3

Introdução

Muitas pessoas creem que para serem instrumentos de Deus precisa estar em lugar ou posição de destaque, querem evangelizar a África sendo que nunca pregaram para seu vizinho ou aquele amigo da faculdade.
Talvez você esta esperando Deus te colocar em um lugar ou posição para começar a fazer algo em prol do Reino de Deus, mas Deus hoje manda te dizer comece por onde você esta.
Se você é servo do Senhor e busca servi-lo de todo seu coração, precisa entender que ele esta no controle da sua vida, e se ele tem permitido que você se encontre nessa situação é por que ele tem um proposito.
Deus quer usar você no lugar onde você esta, faça a diferença no lugar aonde Deus te colocou.
Podemos aprender muitas lições com essa jovem que foi levada cativa para casa de Naamã, era um condição que nenhuma jovem gostaria de estar, com certeza ela tinha seus sonhos, seus projetos, mas tudo isso foi interrompido quando ela foi levada como escrava.
Ela poderia ter se revoltado e ter ficado de um certo modo decepcionada com Deus, mas sua fé não era baseada em situações e sim em princípios, mesmo trabalhando como escrava  sua fé no Deus de Israel permanecia inabalável.

Podemos observar pelo menos três condições adversas na sua vida.

Ela estava separada da sua família

Era muito comum naquela época isso acontecer, sempre quando alguém era levado como escravo, o povo dominante costumava fazer essa separação.
Ou seja seu pai, sua mãe, seus irmãos caso ela tivesse, não estavam ao seu lado para lhe dar uma palavra de instrução ou conforto, mas o Senhor estava com ela e isso já era suficiente.

Ela estava servindo como escrava

Imagine você ser forçado a trabalhar onde você não quer, e fazer aquilo que você não quer, assim era a situação dessa jovem, poderíamos até mesmo aprofundar um pouco sobre como era a vida de um escravo nesse tempo, mas esse não é nosso proposito.

Ela estava em terra estrangeira

E pra ela era mais difícil ainda, pois era filha de Abraão e herdeira da promessa, sua vida foi impactada por essa mudanças, ela não estava com seu povo , ela não estava na sua casa.
Mas mesmo com todas essas adversidades ela deu testemunho do seu DEUS.

Podemos destacar 3 qualidades espirituais  dessa jovem.

Uma jovem cheia do amor de Deus

Quando Deus ordenou que o profeta Jonas anunciasse uma mensagem de salvação aos ninivitas, ele se revoltou contra Deus, pois achou que Deus estava sendo injusto em querer salvar aqueles que eram considerados inimigos de Israel.
Uma posição completamente reprovável pois Deus é amor e misericórdia.
Essa jovem poderia ter pensado assim:
“Naamã é inimigo e opressor do meu povo, deixa esse maldito morrer de lepra “
Mas ela não fez assim, mas demonstrou seu amor ao próximo ao pregar sobre o Deus de Israel para Naamã e sua esposa.

Uma jovem de Fé

Essa jovem mostrou quão firme era sua fé no Senhor, imagine se Naamã não tivesse encontrado a cura para sua lepra, como ela ficaria diante do seu senhor.
Mas ela tinha convicção e certeza que o Deus de Israel tinha poder para curar a Naamã.
Ela não duvidou no poder do seu Deus, Deus honra quem tem honra e sem fé é impossível agradar a Deus. (Hb 11:1)

Uma jovem cheia de Ousadia

Geralmente os escravos era limitados ao falar com seus senhores, mas o verso 3 nos demonstra sua ousadia em pronunciar a palavra de Deus.
Ela não se intimidou mas proclamou sobre seu Deus com fé e autoridade.

Conclusão

Infelizmente a bíblia não cita seu nome , e nem mesmo o que aconteceu com ela depois que Naamã foi curado, mas posso imaginar que sua situação na casa de Naamã foi transformada.
Agora todas as vezes que Naamã olhasse pra ela ia se lembra do milagre que ele alcançou através do seu testemunho.
Eu no lugar de Naamã jamais a deixaria a continuar trabalhando como escrava e com toda certeza elevaria sua posição.
Não posso afirmar isso pois a bíblia não me da margem, mas creio que foi isso que aconteceu.
Quando honramos a Deus em terras estrangeiras, Deus nos honra também.

Honre ao teu Deus no seu trabalho, faculdade, escola ou qualquer outro lugar que tenho certeza absoluta que ele irá operar maravilhas através de ti.

Fonte:  http://www.mefibosete.com/