quarta-feira, 26 de julho de 2017

Comunicação


Embora as palavras “comunicar” e “comunicação” não sejam usadas nas Escrituras para descrever a oração, a idéia é inerente. A oração pressupõe alguma forma de comunicação, seja esta unilateral ou recíproca.
         Por um lado, a oração é uma transmissão de informações, públicas ou privadas, dos seres humanos para Deus. Nesta acepção, é praticamente um monólogo, cuja iniciativa é nitidamente humana.
Note, por exemplo, o trecho de Daniel 9-3-6:
         E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração, e rogos, e jejum, e saco, e cinza. E orei ao Senhor, meu Deus, e confessei, e disse: Ah! Senhor! Deus grande e tremendo, que guardas o concerto e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos; pecamos e cometemos iniquidade, e procedemos impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos; e não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, nossos príncipes e nossos pais, como também a todo o povo da terra.
         De outra perspectiva, a oração é uma troca de informações e idéias entre Deus e seu povo. Não importa a iniciativa, pois há reciprocidade, diálogo. Veja o conteúdo de Atos 9-10-16:
         E havia em Damasco um certo discípulo chamado Ananias. E disse-lhe o Senhor em visão: Ananias! E ele respondeu: Eis-me aqui, Senhor. E disse-lhe o Senhor: Levanta-te e vai à rua chamada Direita, e pergunta em casa de Judas por um homem chamado Saulo; pois eis que ele está orando; e numa visão ele viu que entrava um homem chamado Ananias e punha sobre ele a mão, para que tornasse a ver. E respondeu Ananias: Senhor, de muitos ouvi acerca deste homem, quantos males tem feito aos teus santos em Jerusalém; e aqui tem poder dos principais dos sacerdotes para prender a todos os que invocam o teu nome. Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel.
E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome.
         Uma terceira possibilidade é a oração resultar da iniciativa divina. A mais antiga comunicação bidirecional (diálogo, conversa) registrada na Bíblia entre o Criador e a criatura humana, a coroa da criação, partiu de Deus. Vemos sua descrição no terceiro capítulo de Génesis, quando Adão e Eva tentam evitar a Deus, a quem haviam desobedecido. Deus, então, tomou a iniciativa:
         E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e escondeu-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim. E chamou o Senhor Deus a Adão e disse-lhe: Onde estás? E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me (Gn 3-8-10).
         Portanto, neste estudo, as palavras “comunicar” e “comunicação” serão usadas para descrever a oração em qualquer um destes três sentidos: 1) pessoas falando com Deus; 2) pessoas e Deus em diálogo; e 3) Deus falando com pessoas em circunstâncias que assim exijam, principalmente quando elas se inclinam por ouvir a sua voz.

Retirado do livro: Teologia Bíblica da Oração. O Espirito nos ajuda a orar.
Robert L. Brandt e Zenas J. Bicket
Todos os direitos reservados. Copyright © 2007 para a língua portuguesa da Casa
Publicadora das Assembléias de Deus. Aprovado pelo Conselho de Doutrina.
Título do original em inglês: The Spirit Help Us Pray
Logion Press, Springfield, Missouri
Primeira edição em inglês: 1993
Tradução: João Marques Bentes
Revisão: Gleyce Duque

Editoração: Flamir Ambrósio

Adoração

A palavra “adoração” engloba um conceito vital no que se refere a oração. A ela estão associados termos como “reverencia”, “temor do Senhor” e “veneração”. A adoração é uma demonstração de grande amor, devoção e respeito. Para o cristão, implica em prestar homenagem a Deus. A adoração estabelece o tom para a vida de oração de alguém.
Faz aquele que esta orando fixar o pensamento na pessoa a quem se dirige (no caso, a divindade) e considerar os seus atributos e interesses.
         Como um crente desejoso de uma vida de oração mais rica começa a adorar a Deus? Um bom começo pode ser listar os atributos de Deus. O crente recém-convertido talvez tenha de passar algum tempo estudando esses atributos, ponderando o que realmente significa ser intimo de um Deus Todo-poderoso (onipotente), que sabe tudo (onisciente) e está sempre presente (onipresente). O livro de Salmos esta repleto de declarações sobre a natureza de Deus. Deveria ser lido como uma afirmação pessoal da eterna gloria de Deus e de sua abrangente compassividade e compreensão para com aqueles que nEle confiam. Adore a Deus fazendo suas as palavras com as quais o salmista também o adorou.


Retirado do livro: Teologia Bíblica da Oração. O Espirito nos ajuda a orar.
Robert L. Brandt e Zenas J. Bicket
Todos os direitos reservados. Copyright © 2007 para a língua portuguesa da Casa
Publicadora das Assembléias de Deus. Aprovado pelo Conselho de Doutrina.
Título do original em inglês: The Spirit Help Us Pray
Logion Press, Springfield, Missouri
Primeira edição em inglês: 1993
Tradução: João Marques Bentes
Revisão: Gleyce Duque

Editoração: Flamir Ambrósio

Teologia Bíblica da Oração

■ A oração e a expressão mais intima da vida cristã, o ponto alto de toda experiência religiosa genuinamente espiritual. Por que, então, permanece tão negligenciada (para não dizer ignorada)?
         Vivemos numa época em que os indivíduos evitam a intimidade e os relacionamentos pessoais. O receio de expor seus sentimentos e desenvolver amizades profundas afeta tanto as relações espirituais como as sociais, erguendo barreiras dentro da própria familia e dividindo comunidades. Inconscientes de que esse modismo entrou na igreja e por ele influenciados, alguns cristãos sentem-se nada confortáveis quando se chegam próximos demais a Deus. O resultado imediato é a falta de oração — não querem intimidade!
Além disso, também estamos muito ocupados. Vivemos para realizar, e não para ser. Admiramos a vida ativa mais do que o caráter e os relacionamentos. O sucesso é medido por nossas realizações; portanto, corremos, corremos, corremos — tentando fazer tudo quanto podemos em nossas horas ativas. Mais preocupados em fazer do que em ser, recusamo-nos a aceitar a realidade bíblica de que as realizações humanas são temporárias e fugazes.
         Somente a obra do Espirito é permanente e eterna. A falta de oração
nos impede de alcançar aquilo que tão desesperadamente ansiamos.
A falta de oração, na verdade, e impiedade.
O fracasso em compreender o proposito da experiência pentecostal e o papel primário da oração na manutenção da vitalidade dessa experiência resulta, igualmente, na falta de oração. O crente cheio do Espirito anda e fala com Deus, e isto pode ser facilmente percebido, não importa que seja considerado um místico, um profeta ou um estranho vindo de outro mundo — esta é, de fato, a realidade. A cidadania nos domínios do Espirito é tão real quanto a do mundo físico.

Retirado do livro: Teologia Bíblica da Oração. O Espirito nos ajuda a orar.
Robert L. Brandt e Zenas J. Bicket
Todos os direitos reservados. Copyright © 2007 para a língua portuguesa da Casa
Publicadora das Assembléias de Deus. Aprovado pelo Conselho de Doutrina.
Título do original em inglês: The Spirit Help Us Pray
Logion Press, Springfield, Missouri
Primeira edição em inglês: 1993
Tradução: João Marques Bentes
Revisão: Gleyce Duque

Editoração: Flamir Ambrósio