sábado, 5 de agosto de 2017

JOÃO BATISTA PREPARA O CAMINHO PARA JESU S / 3.1-12

Quando João Batista apareceu pregando (3.1) o povo ficou entusiasmado. Eles consideravam João um grande profeta, e estavam certos de que a tão esperada era do Messias havia chegado. João falava como os profetas de antigamente, dizendo que o povo devia abandonar o pecado, evitar o castigo e voltar-se para Deus a fim de experimentar sua misericórdia e aprovação. Essa é uma mensagem que serve para todos os tempos e lugares, entretanto, estava sendo transmitida com uma urgência particular porque João estava preparando o caminho para o Messias e o seu Reino. Você tem um senso de urgência em relação àqueles que ainda precisam ouvir a mensagem?

3.1 E, naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia. Nessas poucas palavras Mateus faz um resumo da história que Lucas, por sua vez, iria registrar com muitos detalhes (veja Lc 1.5-25; 39-45,57-80). João apareceu pregando uma mensagem de arrependimento. A palavra traduzida como “pregar” vem de uma palavra grega que significa “ser um mensageiro, proclamar”. Mateus descreveu João como um mensageiro que proclamava notícias sobre o futuro Rei, o Messias. O título “Batista” servia para diferenciar esse João de muitos outros homens que tinham o mesmo nome, e o batismo era uma parte importante do seu ministério (3.6).
A mãe de João, Izabel, era prima de Maria, mãe de Jesus, portanto Jesus e João Batista eram primos distantes. E possível que se conhecessem, mas provavelmente João não sabia que Jesus era o Messias até o momento de batizá-lo (veja 3.16,17).

3.2 Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus. A pregação de João Batista estava dirigida principalmente a essa mensagem - preparar os corações para a vinda do Messias. Mas essa preparação só aconteceria através do arrependimento. João exortou o povo a arrepender-se dos seus pecados e se voltar para Deus. Para alcançar o verdadeiro arrependimento, as pessoas precisavam fazer as duas coisas. João pregava que as pessoas não podiam afirmar que criam para depois viverem da maneira que  desejassem (veja 3.7,8). O pecado é errado, e as pessoas precisavam mudar a sua atitude e também a sua conduta.
Por que precisavam dessa mudança tão radical? Porque é chegado o Reino dos céus.
Essa frase indica uma realidade presente e uma esperança para o futuro. Atualmente, Jesus Cristo reina no coração dos crentes, mas o Reino do Céu não se realizará plenamente até que todo o mal do mundo seja castigado e eliminado. Cristo veio à terra, primeiro como um Servo Sofredor, mas virá novamente como Rei e Juiz para reinar vitoriosamente sobre toda a terra.

3.3 Isaías mencionou João quando disse que ele era a Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. Isaías foi um dos maiores profetas do Antigo Testamento e um dos que mais foram citados no Novo. Isaías registrou a promessa de Deus de trazer de volta os exilados na Babilônia. Ele também escreveu sobre a vinda do Messias e a pessoa que iria anunciar essa vinda, João Batista (Is 40.3). Como Isaias, João era um profeta que exortava as pessoas a confessar seus pecados e viver para Deus. A palavra preparai refere-se a aprontar alguma coisa, e a palavra caminho também pode ser traduzida como estrada. Esse quadro pode ter sua origem num antigo costume do oriente médio de enviar primeiro os servos de um rei para nivelar e limpar as estradas e deixá-las prontas para serem percorridas por ele na sua viagem. O povo de Israel precisava preparar sua mente para, ansiosamente, aguardar seu Rei, o Messias.

3.4 João tinha a sua veste de pêlos de camelo e um cinto de couro em tomo de seus lombos. Sua roupa era parecida com a do profeta Elias (2 Rs 1.8), também considerado um mensageiro que ia preparar o caminho para Deus (veja Ml 3.1; 4.5). A notável semelhança de João com o profeta Elias reforçava sua surpreendente mensagem e servia para diferenciá-lo dos líderes religiosos cujas vestes esvoaçantes refletiam o grande orgulho que sentiam pela sua posição (12.38,39). Tendo se afastado do mal e da hipocrisia dos seus dias, João vivia de forma diferente das outras pessoas para mostrar que a sua mensagem era nova. Seus alimentos, gafanhotos e mel silvestre eram muito comuns para a sobrevivência nas regiões do deserto.

3.5 Então, ia ter com ele Jerusalém, e toda a Judéia, e toda a província adjacente ao Jordão. João atraía tantas pessoas porque era o primeiro profeta verdadeiro depois de quatrocentos anos. Sua explosão contra Herodes e os líderes religiosos era um ato de coragem que fascinava muitos dentre o povo.
Mas João também tinha palavras fortes para outras pessoas da sua audiência, pois também eram pecadores e precisavam se arrepender. Sua mensagem era poderosa e verdadeira.

3.6 Confessando os seus pecados. A confissão é mais que um simples reconhecimento dos próprios pecados; ela representa uma aceitação do veredicto de Deus sobre o pecado, e é a expressão do desejo de se livrar deles e viver para Deus. Confessar significa mais que uma resposta verbal, uma afirmação ou louvor.
Significa concordar em mudar para passar a viver uma vida de obediência e serviço. Depois disso, eram por João batizados no rio Jordão. Quando você lava as mãos sujas, o resultado pode ser visto imediatamente. Mas o arrependimento acontece no interior da pessoa, com uma purificação que não pode ser vista naquele momento. Portanto, João usou um ato simbólico que as pessoas podiam ver: o batismo. Para batizar, João precisava de água e ele usou a água do rio Jordão.

3.7 João batizava alegremente todas as pessoas arrependidas que o procuravam, confessando seus pecados e desejando viver para Deus. Mas quando João viu muitos fariseus e saduceus ele teve uma explosão de ira por causa da hipocrisia desses líderes religiosos. Os fariseus haviam se afastado de tudo que fosse não judeu e obedeciam cuidadosamente as leis do Antigo Testamento e as tradições orais transmitidas através dos séculos. Os saduceus acreditavam que somente o Pentateuco (Gênesis - Deuteronômio) representava a palavra de Deus. Mas João os denunciou exclamando: Raça de víboras. João havia criticado os fariseus dizendo que eram legalistas e hipócritas por obedecerem minuciosamente à lei, mas ignorando o seu verdadeiro propósito.
Ele havia criticado os saduceus por usarem a religião para melhorar sua situação política.
Obviamente, ele duvidava da sinceridade do seu desejo de serem batizados. João os chamou de raça de víboras (Jesus também usou esse termo - ver 12.34; 23.33), denunciou que eram perigosos e astutos e sugeriu que eram filhos de Satanás (veja Gênesis 3; João 8.44).
Sua pergunta tinha um sarcasmo agudo: Quem vos ensinou a fugir da ira futura? Os líderes religiosos sempre haviam considerado a ira futura como um castigo para os gentios. João aplicou o mesmo procedimento aos líderes religiosos e a razão da sua rispidez está revelada nas suas palavras seguintes.

3.8 O verdadeiro arrependimento é visto através dos atos e do caráter que ele produz. Os fariseus e saduceus acreditavam que monopolizaram a justiça. Mas a maneira como viviam revelava o seu verdadeiro caráter. Portanto, João disse: Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento. João Batista exortava as pessoas a praticar mais que palavras ou rituais; ele pedia que mudassem seu comportamento. Se realmente abandonamos o pecado e nos voltamos para Deus, nossas palavras e atividades devem refletir aquilo que dizemos. Deus julga as nossas palavras pelos atos que as acompanham. Será que os seus atos combinam com as suas palavras?

3.9 João continuou: E não presumais de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão.
Isso não prova nada. Com o passar dos anos, os judeus haviam erroneamente decidido que a promessa feita aos patriarcas era uma garantia a todos os seus descendentes, não importava a maneira como agiam ou aquilo em que acreditavam. João explicou, entretanto, que o fato de confiar em Abraão como ancestral não qualificava ninguém para o Reino de Deus.
Provavelmente, João apontou as pedras no leito do rio e disse: Mesmo destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão. Mais tarde, o apóstolo Paulo iria explicar isso aos romanos: “Nem todos os que são de Israel são israelitas; nem por serem descendência de Abraão são todos filhos... mas os filhos da promessa são contados como descendentes” (Rm 9.6-8).

3.10 E também, agora, está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo. A mensagem de Deus não mudou desde o Antigo Testamento. As pessoas continuarão a ser julgadas pelas suas vidas improdutivas. Assim como a árvore frutífera deve produzir frutos, o povo de Deus deve produzir uma colheita de boas ações (3.8). João comparou as pessoas que afirmam crer em Deus, mas não vivem para Ele, a árvores improdutivas que deverão ser cortadas. O machado está à raiz das árvores, a postos e pronto para cortar essas árvores que não produzem bons frutos. Elas não serão somente cortadas, mas lançadas no fogo, o que significa uma completa destruição. As pessoas que se intitulam cristãs, mas que nada fazem a esse respeito, deixam de desfrutar a preciosa comunhão com Deus.

3.11 Eu vos batizo com água para o arrependimento. João explicou que o batismo demonstrava arrependimento. Esse era o começo de um processo espiritual. O batismo era um sinal “exterior” de comprometimento.
Para ser eficiente, devia ser acompanhado de uma mudança “interior” de atitude que levasse a uma mudança de vida. O batismo de João não trazia a salvação, mas preparava a pessoa para receber a vinda do Messias, a sua mensagem e o seu batismo.
João sabia que o Messias iria chegar depois dele. Embora João Batista fosse o primeiro profeta genuíno depois de quatrocentos anos, Jesus Cristo, o Messias, seria infinitamente maior do que ele - “não sou digno de levar as suas sandálias”. João estava mostrando como era insignificante comparado Àquele que estava prestes a se manifestar, e disse: “E necessário que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.30). Aquilo que João começou, Jesus terminou. O que João preparou, Jesus realizou.
A afirmação de João: “Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” revelava a identidade daquele que é mais poderoso do que o próprio João. Todos os crentes, aqueles que mais tarde irão a Jesus para a salvação, receberão o batismo com o Espírito Santo e o fogo da purificação (um artigo precede estas palavras, indicando que não se tratava de dois batismos separados, ‘ mas do mesmo e único batismo).
A experiência não era exatamente a mesma registrada em Atos 2, mas o resultado seria o mesmo. Esse batismo iria purificar a aperfeiçoar cada crente.

3.12 Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará. Debulhar era o processo de separar os grãos de trigo da sua casca exterior chamada joio. Isso era feito normalmente numa grande área chamada eira, muitas vezes sobre uma colina onde o vento podia soprar o joio mais leve para longe quando o agricultor sacudisse o trigo no ar. A pá era um forcado usado para lançar o trigo ao ar a fim de separá-lo do joio.
O trigo era recolhido e o joio era queimado.
João falava sobre o arrependimento, mas também falava sobre o castigo para aqueles que se recusavam a arrepender-se.


Este material foi extraído deste livro abaixo👇.




Todos os direitos reservados. Copyright © 2009 para a língua portuguesa da Casa Publicadora das Assembleias de Deus. Aprovado pelo Conselho de Doutrina.
Título do original em inglês: Life Application New Testament Commentary
Editora: Tyndale House Publishers
Primeira edição em inglês: 2001
Tradução: Degmar Ribas
Preparação dos originais: Anderson Grangeão e Miriam Liborio
Revisão: César Moisés e Zenira Curty
Capa: Josias Finamore
Projeto gráfico e Editoração: Natan Tomé
CDD: 220 — Comentário Bíblico
ISBN: 978-85-263-0978-4





O RETORNO A NAZARÉ / 2.19-23


Deus protegeu cuidadosamente a vida do seu Filho, guiando José quando partiram de Israel para fugirem do perigo que estavam correndo, e no seu retorno a Israel quando já não havia mais perigo. Deus estava realizando o seu plano de salvação em nosso beneficio.
Os crentes devem ler essa história com admiração e respeito, à medida que observam Deus trabalhando por detrás dos cenários para proteger a vida de Jesus Cristo na terra.

2.19-21 O anjo do Senhor havia  prometido informar a José quando não houvesse mais perigo para que ele e sua família retornassem a Israel (2.13). O anjo instruiu José dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e vai para a terra de Israel, porque já estão mortos os que procuravam a morte do menino. Portanto, José retornou imediatamente a Israel com Jesus e sua mãe. Não se sabe quanto tempo eles permaneceram no Egito, mas quando o anjo ordenou sua volta, José não hesitou em obedecer.

2.22 Herodes havia dividido seu reino em três partes, uma para cada filho.
Arquelau recebeu a Judéia, Samaria e Iduméia, e reinava sobre toda a Judéia.
Sendo um homem violento, começou seu reinado mandando matar três mil pessoas influentes. Ele mostrou ser um governante tão ruim que foi deposto no ano 6 d.C.
José havia ouvido falar sobre Arquelau e receou voltar a Belém, que era um distrito da Judéia. Mais uma vez, Deus guiou José, prevenindo-o em sonhos para que não fosse à região desse rei cruel, mas que se dirigisse à Galiléia.

2.23 José retornou à sua cidade, Nazaré (Lc 2.4), que estava localizada no sul da Galiléia, perto do cruzamento das rotas das grandes caravanas. O destacamento romano encarregado da Galiléia estava acampado nesse lugar.
O Antigo Testamento não registra especificamente a declaração, Ele será chamado Nazareno. Mateus pode estar se referindo a Isaías 11.1 onde a palavra hebraica para “rebento” (netser) é semelhante à palavra usada para “nazareno”. Outros dizem que ele pode estar se referindo a uma profecia não mencionada na Bíblia ou a uma combinação de profecias.
Mateus pintou um quadro de Jesus como o verdadeiro Messias anunciado por Deus através dos profetas. Jesus, o Messias, teve um começo extremamente humilde e seria desprezado por aqueles para quem viera, exatamente como o Antigo Testamento havia predito.

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 Todos os direitos reservados. Copyright © 2009 para a língua portuguesa da Casa Publicadora das Assembleias de Deus. Aprovado pelo Conselho de Doutrina.
Título do original em inglês: Life Application New Testament Commentary
Editora: Tyndale House Publishers
Primeira edição em inglês: 2001
Tradução: Degmar Ribas
Preparação dos originais: Anderson Grangeão e Miriam Liborio
Revisão: César Moisés e Zenira Curty
Capa: Josias Finamore
Projeto gráfico e Editoração: Natan Tomé
CDD: 220 — Comentário Bíblico
ISBN: 978-85-263-0978-4




A FUGA PARA O EGITO / 2.13-18 / 13

Mesmo antes que o pequenino bebê começasse a falar, os poderes mundanos, liderados pelo próprio Satanás, estavam se movimentando contra Ele. O cruel rei Herodes, que havia matado três dos seus próprios filhos a fim de garantir o poder, estava receoso de perdê-lo, portanto elaborou um plano para matar a criança que havia nascido como “rei dos judeus”. Dominado pela loucura, Herodes mandou matar crianças inocentes, esperando matar também essa criança especial. Herodes manchou suas mãos com sangue, mas não feriu Jesus. Ninguém pode impedir os planos de Deus.

2.13-15 O anjo do Senhor apareceu a José em sonhos. Essa era a segunda visão em sonho que José recebia de Deus (veja 1.20,21).
O anjo do Senhor preveniu José de que Herodes havia de procurar o menino para matar. Ele disse exatamente o que José devia fazer: Levanta-te, toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito. José obedeceu naquela mesma noite, levando Jesus e Maria através da viagem de cento e vinte quilômetros até o Egito, escapando de Belém sob a escuridão.
O anjo instruiu José: Demora-te lá até que eu te diga (veja 2.20). Viajar para o Egito era muito comum, pois essa nação havia sido o lugar de refúgio para os israelitas em épocas de rebelião política (1 Rs 11.40; 2 Rs 25.26).
Havia colônias de judeus em várias cidades egípcias importantes, entretanto o Egito era uma província de Roma que estava fora da jurisdição de Herodes. E esteve lá até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz: Do Egito chamei o meu Filho. José seguiu as instruções do anjo e permaneceu no Egito até a morte de Herodes (veja 2.19,20).
Dessa forma, Jesus foi salvo. Entretanto, o mais importante é que esse acontecimento cumpriu a profecia de Oséias (11.1).

2.16 Herodes, vendo que tinha sido iludido pelos magos, irritou-se muito. Quando esse  rei se irava, sua ira não tinha limites. A história documenta os terríveis atos de crueldade desse homem. Nesse ponto, tudo que Herodes sabia era que um futuro rei, ainda criança, habitava em Belém. Depois das explicações dos magos, que diziam ter visto uma estrela há aproximadamente dois anos (2.7), Herodes deduziu que essa criança não podia ter mais que dois anos de idade. Portanto, enviou seus soldados e mandou matar todos os meninos que havia em Belém e em todos os seus contornos, de dois anos para baixo.

2.17,18 Mateus entendeu que o doloroso sofrimento das mães de Belém cumpria o que foi dito pelo profeta Jeremias (Jr 31.15). Raquel era uma das esposas de Jacó, um dos grandes homens de Deus do Antigo Testamento. Dos doze filhos de Jacó, vieram as doze tribos de Israel. Raquel era a mãe
simbólica da nação. Ela havia sido enterrada perto de Belém (Gn 35.19). A passagem de Jeremias descreve Raquel, a “mãe”, chorando os seus filhos e não querendo ser consolada porque foram levados em cativeiro. Ramá era o ponto inicial da deportação (40.1). As mães de Belém também choravam e se lamentavam pelos filhinhos mortos pelos soldados. Mateus comparou o sofrimento das mães, na época do Exílio, ao sofrimento das mães das crianças assassinadas.


Extraído do livro comentário bíblico novo testamento aplicação pessoal, aprovado pelo conselho regional de doutrinas da Assembleia de Deus.