sábado, 3 de fevereiro de 2018

Classe Juvenis - Quem é Jesus?

Comentário retirado do livro Aplicação Pessoal.
1.18 Ora o nascimento de Jesus Cristo foi assim... Em 1.16 Mateus havia afirmado que Maria era a mãe de Jesus, mas não mencionou o nome de José como seu pai. Este fato exigia uma explicação, afim de não parecer uma situação imoral. Maria, sua mãe... estava desposada com José, antes de se ajuntarem... Os leitores modernos precisam entender as tradições envolvidas nos antigos casamentos judeus. Primeiro, as duas famílias precisavam concordar com a união e negociar o dote. Depois, era feira uma proclamação pública e o casal ficava "comprometido". Embora o casal não estivesse oficialmente casado, seu relacionamento só poderia ser quebrado com a morte ou o divórcio. As relações sexuais ainda não eram permitidas. Esse segundo estágio durava um ano, e durante esse período o casal vivia separadamente, junto aos seus respectivos pais. Esse período de espera tinha o propósito de demonstrar a pureza da noiva, pois se fosse demonstrado que ela estivesse grávida, o casamento poderia ser anulado.
Como Maria e José estavam comprometidos, eles ainda não tinham tido relações sexuais.
Mas, antes de se ajuntarem, [Maria] achou-se ter concebido do Espírito Santo. Maria estava comprometida e grávida, e José sabia que o filho não era seu. A aparente infidelidade de Maria acarretava um rigoroso estigma social. De acordo com a lei civil judaica, José tinha o direito de se divorciar dela. A lei também explicava que o castigo para a infidelidade era a morte por apedrejamento (Dt 22.23,24), embora isso fosse raramente praticado na época. Para eliminar qualquer dúvida sobre a pureza de Maria, Mateus explicou que Maria concebeu do Espírito Santo. Durante a época do Antigo Testamento, o Espírito agia sob a iniciativa de Deus (por exemplo, Gênesis 1.2). Desse modo, ficou esclarecida a iniciativa divina na concepção de Jesus. Lucas 1.26-38 registra esta parte da história.

1.19 Então, José, seu marido, como era justo e a não queria infamar, intentou deixá­ la secretamente. Sendo um homem justo, José não queria agir contra as leis de Deus. Casar com Maria teria sido uma confissão de culpa, quando ele não era culpado. Um divórcio público iria desgraçar Maria e, aparentemente, a compaixão que sentia não iria permitir que fizesse isso. Portanto, José escolheu a opção, também legítima, de ter um divórcio particular perante duas testemunhas (Nm 5.11-31), rompendo secretamente o noivado.

1.20   Eis que, em sonho, lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo. Quando José decidiu ir adiante em seu plano, Deus interveio. A concepção de Jesus Cristo foi um acontecimento sobrenatural, portanto Deus enviou anjos para ajudar certas pessoas a compreenderem o significado do que estava acontecendo (veja 2.13, 19; Lc 1.11,26; 2.9). Nesse caso, em sonho... apareceu um anjo do Senhor a José. Na Bíblia, os sonhos funcionam como uma forma de transmitir a mensagem de Deus ao povo.
Os anjos são seres espirituais, criados por Deus, que ajudam a executar a sua obra na terra. Eles levam a mensagem de Deus ao povo (Lc 1.26}, protegem o povo de Deus (Dn 6.22), oferecem encorajamento (Gn 16.7), dão orientação (Êx 14.19), executam os castigos (2 Sm 24.16}, patrulham a terra (Zc 1.9-14), e combatem as forças do mal (2 Rs 6.16-18; Ap 20.1,2). O anjo que apareceu a José era um dos mensageiros de Deus, e a finalidade de sua visita era ajudar José a resolver a sua questão com Maria.
O anjo chamou José de filho de Davi, e isto significava que José tinha um papel especial em um evento especial. O anjo explicou que José deveria receber Maria como sua esposa, pois a criança deveria pertencer à linhagem real de Davi. José não precisaria temer receber Maria como sua esposa - a despeito das repercussões sociais que isso poderia provocar. Maria não tinha cometido nenhum pecado. O próprio Deus havia preparado essa gravidez, e este filho seria muito especial - Ele seria o Filho de Deus.

1.21  E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome  de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados. O nome Jesus corresponde à forma grega de "Josué" e significa "o Senhor salva'. O infante Jesus iria nascer para salvar o seu povo dos seus pecados. Desde o início o livro explica que Jesus não iria salvar o povo do jugo de Roma, ou da tirania, nem iria estabelecer um reino na terra. Ao invés disto, Jesus iria salvar o povo do pecado.

1.22,23 Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta. Através do seu Evangelho, Mateus fez citações ou alusões às Escrituras do Antigo Testamento para mostrar que Jesus veio para cumpri-las. Ele deveria se chamar Emanuel (que traduzido é: Deus conosco), segundo a previsão de Isaías 7. 14. Jesus era o Deus encarnado; portanto, Ele estava literalmente "conosco". A questão não era Jesus trazer o nome "Emanuel", mas o Seu Nome deveria descrever o Seu papel - trazer a presença de Deus ao povo. Jesus Cristo, que é Deus Jo 1.1), trouxe Deus à terra através do seu corpo humano - vivendo, comendo, ensinando, curando, morrendo e ressuscitando.

1.24  E José, despertando do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara. Embora soubesse que tomar Maria como esposa podia ser humilhante, José preferiu obedecer à ordem do anjo, casando-se com ela. Ele não hesitou. A decisão deixara de ser difícil, pois ele simplesmente fez o que sabia ser a vontade de Deus.
Aparentemente, José estava quebrando a tradição quando recebeu Maria como sua mulher, pois o habitual período de um ano de espera ainda não tinha se passado. Entretanto, ele fez o que Deus mandou e "concluiu" o trâmite do casamento, levando Maria para viver consigo. Não importava o estigma social, não importava o que as más línguas locais dissessem ou pensassem sobre sua atitude, José sabia que estava obedecendo à ordem de Deus ao se casar e cuidar de Maria durante a sua gravidez.

1.25    E José não a conheceu até que deu à luz seu filho. Para terminar com quaisquer dúvidas sobre a concepção e o nascimento de Jesus enquanto Maria ainda era virgem, Mateus explicou que ela permaneceu virgem até que deu à luz seu filho. Essas palavras também deixam de lado a noção de que Maria viveu a vida toda como virgem: depois do nascimento de Jesus, José e Maria consumaram seu casamento e Jesus teve vários meio-irmãos (12.46). Dois dos seus meio-irmãos foram mencionados na igreja primitiva - Tiago, como líder da igreja de Jerusalém, e Judas, autor do livro que leva o seu nome.
Tradicionalmente, os meninos recém­ nascidos eram circuncidados e recebiam seu nome oito dias após o nascimento.
Lucas registra que "quando os oito dias foram cumpridos para circuncidar o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus" (Lc 2.21). José fez tudo que Deus havia lhe dito através do anjo (1.21), dando ao bebê o nome que foi escolhido por Deus - Jesus.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Classe adolescentes- Lição 5 - A Unidade na Diferença

Extraído  do Livro:  (Comentário Bíblico de Matthew Henry)
João 17
Versículos 1-5: A oração de Cristo por si mesmo; 6-1O: A oração pelos discípulos; 11-26. A sua oração.
Vv. 1-5. O Senhor orou como homem e como Mediador de seu povo, ainda que tenha falado com majestade e autoridade, como sendo um com o Pai e igual a Ele em poder. A vida eterna não poderia ser dada aos crentes se Cristo, que é o seu fiador, não glorificasse ao Pai e fosse glorificado por Ele. Este é o caminho do pecador à vida eterna. E quando este conhecimento for aperfeiçoado, a santidade e a felicidade serão plenamente desfrutados. A santidade e a felicidade dos redimidos são, de modo especial, a glória de Cristo e de seu Pai, que foi o gozo posto diante dEle, pelo qual suportou a cruz e desprezou a vergonha; esta glória era o final do pesar de sua alma, e ao alcançá-la, se satisfez completamente. Assim somos ensinados que é necessário glorificar a Deus como prova de nosso interesse por Cristo, por quem a vida eterna é
a livre dádiva de Deus.

Vv. 6-10. Cristo ora por aqueles que são seus, para que sejam cuidados, como um paciente que é levado ao médico para que seja curado; como crianças a um tutor, para que sejam ensinados. Deste modo, Ele cuidará daqueles que são seus. É para nós uma grande satisfação, em nossa confiança em Cristo, que Ele seja de Deus, bem como tudo o que Ele é e tudo o que possui, e tudo aquilo que disse e que fez, bem como tudo o que está fazendo e o que ainda fará. Cristo ofereceu esta oração a favor de seu povo como um povo crente, e não pelo mundo de modo geral. Quem deseja ir ao Pai e se achar indigno de ir em seu próprio nome, observe a declaração do Salvador, porque Ele é capaz e está disposto a salvar todos aqueles que forem a Deus por intermédio dEle. As convicções e os desejos fervorosos são um sinal promissor de uma boa obra já efetuada no homem; começam a demonstrar que foi escolhido para a salvação através da santificação do Espírito e da crença na verdade. Nós somos de Cristo, e também de Deus. Este fato mostra que o Pai e o Filho são um. Tudo que é do Pai é do Filho. O Filho não considera como seu, alguém que não seja dedicado ao serviço do Pai.
Vv. 11-16. Cristo não ora para que eles sejam ricos e grandes no mundo, mas para que sejam guardados do pecado, fortalecidos para cumprirem o seu dever, e que sejam levados ao céu a salvo. A prosperidade da alma é a melhor prosperidade possível. Rogou ao seu santo Pai que cuidasse deles por seu poder e para a sua glória, para que eles se unissem em afeto e trabalho, conforme a união que existe entre o Pai e o Filho.
Não orou para que os seus discípulos fossem tirados do mundo, mas para que pudessem escapar da ira dos homens, porque tinham uma grande obra a fazer para a glória de Deus e para benefício da humanidade. Ele orou para que o Pai os guardasse do mal, de serem corrompidos pelo mundo, dos remanescentes do pecado em seus corações, e do poder e da astúcia de Satanás. Assim, pois, eles passariam pelo mundo como alguém que cruza um território inimigo, como Ele havia feito. Eles não são deixados aqui para que procurem alcançar os mesmos objetivos que os outros homens que os rodeiam almejam alcançar, mas para glorificarem a Deus e servirem à sua geração. O Espírito de Deus nos verdadeiros cristãos opõe-se ao espírito do mundo.
Vv. 17-19. Cristo orou em seguida a favor dos discípulos, para que não somente fossem guardados do mal, mas para que se tornassem bons. A oração de Jesus por todos os seus é que sejam santificados. Até os discípulos devem orar pedindo a graça santificadora.
O meio de conceder esta graça é "na verdade; a tua palavra é a verdade". Santifica-os, aparta-os para ti mesmo e para te servirem. Recebe-os na obra; que a tua mão esteja com eles.
Jesus consagrou-se completamente à sua tarefa e a todas as partes dela, especialmente ao oferecer-se a Deus sem nenhuma mácula, pelo Espírito eterno. A verdadeira santidade de todos os verdadeiros cristãos é fruto da morte e ressurreição de Cristo, pela qual o dom do Espírito Santo foi adquirido. Ele ofereceu-se a si mesmo por sua Igreja para santificá-la. Se os nossos pontos de vista não têm este efeito em nós, não correspondem à verdade divina, ou não os recebemos por meio de uma fé ativa e viva, mas como simples noções.
Vv. 20-23. O nosso Senhor orou de modo especial para que todos os crentes fossem como um corpo sob uma só cabeça, animado por uma única alma, por sua união a Cristo e ao Pai que está nEle, por meio do Espírito Santo que habita neles. Quanto mais discutirem sobre assuntos de menor importância, mais dúvidas terão a respeito do cristianismo. Proponhamo-nos a manter a unidade do Espírito no vínculo da paz, rogando que todos os crentes se unam mais e mais em um só propósito e critério. Assim poderíamos convencer o mundo da verdade e da excelência de nossa religião, e encontraríamos uma comunhão mais doce com Deus e com aqueles que são santificados por Ele.
Vv. 24-26. Cristo, sendo um com o Pai, ora a favor de todos aqueles que lhe haviam sido dados e que, em seu devido momento creriam nEle, para que sejam levados ao céu. E que toda a companhia dos remidos possa contemplar a sua glória como Amigo e Irmão amado, e nisto encontrar a felicidade. Havia declarado, e declararia mais tarde o nome e o caráter de Deus, por sua doutrina e por seu Espírito. E que sendo um com Ele, também possa permanecer com eles o amor que o Pai tem por Ele. Assim, estando unidos com o Senhor por um Espírito, sejam cheios da plenitude de Deus, e desfrutem da bênção da qual não podemos sequer formar uma ideia correta em nosso estado atual.

Auxilio Jovens - L 05 - Os Primeiros Discípulos (4.18-22)


Material Extraído do Comentário BEACOM.

Quando Jesus estava andando junto ao mar da Galiléia (18), Ele viu dois irmãos que pescavam. Um deles era Simão. Este é um nome muito comum entre os judeus da época de Jesus, talvez em parte por causa do Simão que foi um grande herói na revolta dos Macabeus do século II a.C. Há nove pessoas diferentes chamadas Simão no Novo Testamento. Jesus deu a este o sobrenome Pedro, que é a palavra grega para “pedra” (petros).

André é principalmente conhecido como o irmão de Pedro, e assim é identificado aqui. Mas foi ele que primeiro levou o seu irmão a um contato com Cristo (Jo 1.40-42). André foi quem avisou que um menino tinha um almoço, com o qual cinco mil pessoas foram alimentadas (Jo 6.8-9). Assim como Barnabé é ofuscado por Paulo, André parece escondido à sombra de Pedro. Mas ele teve o seu próprio papel e executou-o de forma fiel e eficiente.
Os dois irmãos estavam lançando as redes ao mar. Isto era feito nas águas rasas perto da praia. Para esse propósito se usava um tipo especial de rede. Ela tinha pesos para que pudesse chegar ao fundo e encerrar um cardume de peixes. O mesmo tipo de rede ainda é usado nas fontes de água morna na praia do lago da Galiléia, ao sul de Cafarnaum.
Jesus dirigiu-se a esses dois pescadores com uma ordem e uma promessa: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens (19). Ele tinha uma convocação mais elevada e uma tarefa maior para eles. O negócio mais importante do mundo é ganhar almas. Pedro e André foram privilegiados por serem os dois primeiros que Jesus convidou para acompanhá-lo em seu trabalho.
Este versículo sugere o tema: "A convocação mais elevada", que pode ser resumida assim: 1) o chamado divino - vinde após mim; 2) a preocupação divina - eu vos farei;
3) a missão divina - pescadores de homens.
Não houve hesitação por parte daqueles que ouviram o chamado. Eles, deixando logo ("imediatamente") as suas redes, seguiram-no (20). Estes pescadores reconheceram que era a voz do Mestre que lhes falava, e obedeceram.

Um pouco mais adiante, Jesus viu um barco de pescadores perto da praia. Nele estavam Zebedeu e seus dois filhos, Tiago e João (21). Eles estavam consertando as redes, preparando-se para outra noite de pescaria. Jesus também os chamou para segui-lo. Da mesma maneira que aconteceu com os outros dois, imediatamente - a palavra grega que também significa “logo” (v. 20) - Eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no (22). A repetição dessas duas palavras enfatiza o fato de que se alguém vai seguir Jesus em período integral, deve deixar a sua ocupação anterior.
E um fato intrigante que Cristo tenha chamado quatro pescadores como os seus primeiros discípulos. Ele ainda chama homens de todos os setores da sociedade para pregar o Seu Evangelho. Ele precisa de homens firmes e corajosos, que aprenderam a enfrentar as dificuldades com paciência e perseverança.
Estes quatro homens são sempre citados em primeiro lugar nas listas dos doze apóstolos (Mt 10.2-4; Mc 3.16-20; Lc 6.14-16; At 1.13). Três deles (Pedro, Tiago e João) parecem ter sido particularmente íntimos de Jesus. Nós os vemos com Ele quando ressuscitou a filha de Jairo, no Monte da Transfiguração, e no Getsêmani. Dois deles, Pedro e João, estão fortemente associados nos capítulos iniciais de Atos (por exemplo, 3.1; 8.14). Pedro foi o principal porta-voz do círculo apostólico, tanto nos Evangelhos quanto em Atos. Foi ele que proferiu o Sermão do Dia de Pentecostes (At 2). Tiago era evidentemente um líder reconhecido no grupo, porque ele se tornou o primeiro mártir entre os apóstolos (At 12.2).

3. As Primeiras Multidões (4.23-25)
Este parágrafo abrange uma afirmação muito breve de um percurso pela Galiléia (23) que Jesus fez logo depois de alistar os seus primeiros quatro assistentes. O seu ministério tinha três funções definidas: ensinar... pregar... curar.