quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Sansão

•13.1-16.31 A história de Sansão é a última nos ciclos dos juízes Seu futuro
era grandemente promissor. Era nazireu desde o ventre materno, e seu nascimento
foi uma dádiva sobrenatural aos pais estéreis; assim como o grande juiz

•13.1 Tendo os filhos de Israel tomado a fazer o que era mau. A fórmula
introdutória usual é especialmente abreviada lcf 2.11-19)
entregou nas mãos dos filisteus. Ver 2.14; 1 Sm 12.9.
13.2-25 Da mesma maneira que Gideão 16.11-24). os pais de Sansão não reconheceram
o Anjo do Senhor. Viram um fogo milagroso e depois temeram as conseqüências
de terem visto o Anjo do Senhor. Esses paralelos notáveis suscitam
a pergunta se Sansão não viria a ser um juiz tão grande como Gideão
13.1-16.31. nota). Três vezes as exigências do nazireado foram definidas antes
mesmo de Sansão nascer (vs. 4-5,7,14). Essa repetição ressalta a sua importância.
•13.2 estéril. A mãe de Sansão era estéril. assim como Sara, Rebeca, Raquel
(Gn 16.1; 25 21. 29.31) e a mãe de Samuel (1Sm 1.2.5; Jz 13.1-16.31, nota).
13.3 o Anjo do SENHOR. Ver 2.1; 6.11-24; 13.1-16.31. nota; "Anjos", em
Zc 1.9.
•13.5 nazireu ... desde o ventre de sua mãe. Para o contexto histórico, ver
Nm 6 1-21. Normalmente, o voto do nazireado era tomado por um determinado
período de tempo e não desde o nascimento (13.1-16.31. nota).
13.6 sua aparência era semelhante à de um anjo de Deus. Ela deixou de
reconhecer que era realmente o Anjo do Senhor (6.22; 13.16)
•13.15 prepararemos um cabrito. Repetiram a hospitalidade de Gideão
(619)
13.17 Qual é o teu nome. Jacó fez a mesma pergunta (Gn 32.29).
•13.19-22 Esses incidentes formam um paralelo com aqueles na vida de Gideão
(6 20-22)
13.24 o menino cresceu, e o SENHOR o abençoou. Apesar da bênção divina,
Sansão era fraco na fé 113.1-16.31, nota), em contraste com Samuel (1Sm
2.26; 3.19) e com Jesus llc 2.52)
13.25 o Espírito do SENHOR. Ver 3.10, nota.
•14.1-15.20 Imediatamente, depois de entender que o Senhor estava com
Sansão e que o Espírito começava a se mover nele (13.25). o leitor é informado
de que Sansão procurou uma esposa dentre os filisteus (14.1-2). Nessa seção, é
revelado que Sansão tinha forças prodigiosas, capacidades poéticas, orgulho e
mau gênio intensos. A narrativa gira em torno da busca e da perda da esposa filistéia
e das conseqüências tanto para a Filístia quanto para Sansão. No decurso
desses eventos, Sansão violou o voto do nazireado ao tocar num animal morto
(14 8-9) e ao beber vinho (v. 10). Tudo que lhe restava fazer nesse sentido era cortar
os seus cabelos. Três vezes o Espírito do Senhor veio sobre ele e ele matou os
seus inimigos. Liderou Israel durante vinte anos (15.201. Normalmente. esse seria
o fim da narrativa. Sansão, no entanto, continuava a se deixar desviar por mulheres
estrangeiras e a história termina com a narrativa da sua morte como resultado
de seus próprios feitos (cap. 16)
•14.2 uma mulher ... dos filisteus. Os israelitas não deviam casar com mulheres
estrangeiras (3.1-6; 14.3; Dt 7.3-4; 1Rs 11.1-6; Ed 9-1 O).
•14.4 isto vinha do SENHOR. Embora o desejo de Sansão fosse pecaminoso,
Deus o usou visando seus próprios propósitos de exercer o juízo contra os filisteus
•14.6 Espírito do SENHOR.
•14.8-9 o corpo do leão. Parte do voto nazireu incluía evitar a mínima aproximação
a um cadáver (Nm 6.6). Sansão tocou no cadáver, o que já anularia o seu
voto. Não contou aos pais. À primeira vista, imaginaríamos que ele guardou segredo
visando o propósito de apresentar o seu enigma, mas também estava escondendo
a transgressão do seu voto.
•14.10 fez ... um banquete. Num banquete destes, o vinho era normalmente servido.
Mas Sansão, como nazireu, estava proibido de beber vinho 1131-16.31,
nota; 132-25. nota)
•14.19 o Espírito do SENHOR. Ver 3.10, nota
•14.20 Ao companheiro de honra. Esse não era um costume, mas uma tentativa
de um pai envergonhado em salvar as aparências (15.1-2). Até mesmo os filisteus
continuavam a referir-se a Sansão como "o genro do timnita" (15.6).
•15.1 nos dias da ceifa do trigo. Esse era um tempo de seca, quando, então,
os campos se queimariam facilmente (vs. 4-5).
sua mulher. Legalmente, era esposa de Sansão.
•15.2 a dei ao teu companheiro. Ver 14.20, nota.
•15.6 o genro do timnita. Ver 14.20, nota.
•15.13 amarraram-no com duas cordas novas. Ver 16.11-12.
•15. 14 o Espírito do SENHOR. Ver 3.10, nota; 14.6, 19.
•15.15 uma queixada de jumento, ainda fresca ... mil homens. Ver o paralelo
com Sangar, filho de Anate 13.31).
•15.1 B clamou. Essa é uma das duas únicas vezes que a narrativa diz que Sansão
clamou ao Senhor 116.28).
morrerei eu, agora, de sede. Assim como os israelitas que presenciaram milagre
após milagre no deserto, Sansão queixou-se a Deus. O paralelo é marcado
pelo clamor por água e pela maneira milagrosa de Deus fornecê-la (v 19; Êx
17.1-7; Nm 20.1-131. Tanto Israel quanto Sansão queixavam-se a Deus, mas
ele, na sua misericórdia e compaixão, supriu as suas necessidades IJz10.10-161
•15.20 vinte anos. Normalmente, essas palavras assinalariam o fim da história,
mas não neste caso (14 1-15.20, nota). Assim como Jefté (12.7), Sansão não
dirigiu Israel durante uma geração inteira (quarenta anos) assim como tinham feito
os juízes anteriores.
•16.1-22 Esse relato contém duas histórias paralelas que demonstram o desejo
que Sansão tinha pelas mulheres, sua força prodigiosa e os esforços que os
filisteus fizeram para prendê-lo. As contínuas violações da aliança por parte de
Sansão foram julgadas por Deus; os filisteus o prenderam e o cegaram (vs.
21-22) As tentativas de Dalila para enganar Sansão revelam quão tolo ele era
por ainda ficar com ela. É ainda mais estranho que o Espírito de Deus tenha se
apartado dele somente quando foram cortados os seus cabelos e não nalgum
momento anterior das suas violações da aliança. Deus teve paciência com Sansão
até desaparecer o último sinal do seu voto e foi então que ele o julgou.
•16.1 uma prostituta. Sansão violou novamente a aliança 1142).
•16.11 cordas novas. Ver 15.13.
•16.15 Como dizes. Ver 14.16-17.
•16.17 desde o ventre de minha mãe. Ver 13.5.
se vier a ser rapado. Sansão sempre desconsiderara os demais aspectos
do seu voto (13.1-16.31, nota). Sua verdadeira força era o Espírito do Senhor(v. 20)
•16.20 o SENHOR se tinha retirado dele. O Espírito do Senhor já não lhe dava
forças (13.25; 14.6,19; 15.14) Assim como Saul (cf Is 16.14 com 1Sm 15.23),
Sansão perdeu o poder do Espírito porque desobedeceu. Deus era a sua força e
não alguma magia associada com seus cabelos compridos.
•16.23 Nosso deus nos entregou. Deus é o Juiz que permitia que opressores
maltratassem seu povo por causa do pecado deste (v. 20); não foi o poder dos deuses
das nações que as capacitou a vencer Israel (2.14-15).
16.28 SENHOR Deus. A petição final de Sansão é tirar vingança pela perda da sua
vista. O escritor não comenta esse motivo. Deus, na sua graça, respondeu à oração

e permitiu que Sansão matasse os inimigos de Israel (10.10-16; 15.18-19).

Satanás

Satanás é o chefe dos anjos decaídos e, como eles, vem à plena luz somente no Novo Testamento. Seu nome significa 1 "adversário" (o que faz oposição a Deus e a seu povo), e o Antigo Testamento o apresenta como tal ( 1 Cr 21.1; Jó 1-2; Zc 1 3.1-2). O Novo Testamento dá a Satanás títulos reveladores: Diabo (diabo/os), que significa "acusador" (isto é, acusador do 1. povo de Deus; Ap 12.9-12); Apoliom, que significa "destruidor" (Ap 9.11}; "Tentador" (Mt 4.3; 1Ts 3.5); e "Maligno· (1Jo 5.18-19). "Príncipe deste mundo" (Jo 12.31; 14.30; 16.11) e "deus deste século" (2Co 4.4) apontam para Satanás como aquele que preside sobre o estilo de vida anti-Deus da humanidade (cf. Ef 2.2; 1Jo5.19; Ap 12.9). Jesus disse que Satanás foi sempre um assassino e é o pai da mentira. Como tal, ele é não só o primeiro mentiroso, mas também o patrocinador de toda falsidade e trapaças subseqüentes (Jo 8.44).

Finalmente, ele é identificado como a serpente que enganou Eva no Eden (Ap
12.9; 20.2). O retrato dele é de malícia, de fúria e crueldade dirigidas contra Deus, contra a verdade de Deus e contra aqueles a quem Deus ama.
A esperteza enganadora de Satanás é realçada pela afirmação de Paulo, quando nos diz que Satanás se transforma em anjo de luz, apresentando o mal como bem (2Co 11.14). Sua ferocidade destrutiva aparece na descrição dele como um leão que ruge e devora (1Pe5.8) e como um dragão (Ap 12.9).

Como ele foi adversário declarado de Cristo (Mt 4.1-11; 16.23; Lc 4.13;
cf. Lc 22.3), do mesmo modo, agora, ele se opõe aos cristãos, explorando as fraquezas, orientando mal as forças e minando a fé, a esperança e o amor (Lc 22.32; 2Co 2.11; 11.3-15; Ef 6.16). A malícia e a astúcia de Satanás devem ser levadas em conta seriamente, porém o cristão não precisa ficar tomado de terror servil por causa dele, porquanto ele é um inimigo derrotado.

Satanás é mais forte do que os seres humanos, mas Cristo triunfou sobre ele (Mt 12.29), e os cristãos também triunfarão sobre ele, resistindo às suas investidas com as armas que Cristo nos proporciona (Ef 6.10-18; Tg 4.7; 1Pe 5.9-10), "porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo" (1Jo 4.4).
Reconhecer a realidade de Satanás, levar a sério a sua oposição, ficar atento à sua estratégia, levar em conta li guerra contínua com ele não é cair num conceito dualista de dois deuses, um bom e outro mau, guerreando um contra o outro.

Satanás é uma criatura sobre-humana, mas não é divino; ele tem muito conhecimento e poder, mas não é onisciente nem onipotente e nem onipresente; ele é um rebelde já derrotado e não tem mais poder do que aquele que Deus lhe permite exercer e está destinado ao lago de fogo (Ap 20.1O).

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Estudo: As Bodas do Cordeiro.


“E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus” (Ap 19.9).

No cenário dos fins dos tempos, segundo a Palavra de Deus, já sabemos que o próximo acontecimento cósmico será o arrebatamento da Igreja de Jesus Cristo. “Jesus vem breve!” É o brado, mesmo silencioso, nas igrejas que amam a sua vinda. Em tempos passados, essa frase estava na parte superior dos púlpitos das igrejas Assembleias de Deus em todo o Brasil. Com os anos, houve igrejas que reduziram-na para apenas “Jesus Vem”; depois, em muitos lugares, resumiu-se numa palavra: “Jesus”. Alguém, não se sabe com que inspiração ou motivo, entendeu que era “mais elegante”, “soava melhor”, colocar apenas o nome de Jesus. Nome maravilhoso, acima de qualquer nome. Contudo, o alerta para a volta de Jesus deve ser uma constante proclamação por parte de sua Igreja.

Porém, nas igrejas mais conservadoras, a frase completa, alertando a todos que entram no templo, continua como alerta eloquente, lembrando que a vinda de Jesus se aproxima para o arrebatamento da Igreja. Mas para que Ele vem? Todos sabemos. Ele vem como Noivo para buscar a sua Noiva para as “Bodas do Cordeiro”, e viver com ela para sempre, na eternidade. Após galardoar seus servos fiéis, no seu Tribunal, Jesus introduzirá a Igreja nas mansões celestiais, onde a espera para servir a grande Ceia, em sua festa nupcial. “Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa, e, chegando-se, os servirá” (Lc 12.37).

Naquele momento glorioso, os salvos de todos os lugares do mundo, em todos os tempos, ao longo da História, estarão reunidos sob os olhares dos milhões de anjos, querubins, serafins e demais seres celestiais, participando da celebração do maior evento nupcial do universo. Haverá os que, na terra, nunca foram convidados para um casamento sequer; haverá os que nunca foram chamados para ser testemunhas de nenhum casamento, nas igrejas; haverá os que sequer fizeram uma pequena festa em seu casamento, por falta de condições; haverá os que foram deserdados por seus pais, por serem fiéis a Cristo; haverá os que foram perseguidos e até torturados por amor a Cristo, por não negarem o nome de Jesus.

Haverá os que não passaram por tantas agruras em sua vida, servindo a Deus, mas foram igualmente fiéis. Sim, porque a “prova” da bonança é fatal para muitos crentes. A ilusão das riquezas permitidas ou concedidas por Deus faz com que muitos percam de vista a expectativa da vinda de Jesus. E passam a ter uma vida de prazeres carnais, de hipocrisia e de fachada, no meio das igrejas. Se não se arrependerem e voltarem ao “primeiro amor” (Ap 2.4), ficarão para trás. Não estarão no Tribunal de Cristo para serem premiados por suas obras, nem participarão das Bodas do Cordeiro. Que Deus nos guarde ante a proximidade da volta de Jesus, que façamos parte da “Igreja que vai subir”, e não da que vai ficar.

I - O Significado das Bodas do Cordeiro

1. O que Será

 

Será o maior evento matrimonial do universo. Os chamados “casamentos do século” nem de longe podem comparar-se às Bodas do Cordeiro. Jesus previu esse acontecimento: “E eu vos destino o Reino, como meu Pai mo destinou, para que comais e bebais à minha mesa no meu Reino” (Lc 22.29,30). Na visão do Apocalipse, João teve o privilégio de registrar o anúncio do grande acontecimento, que marcará para sempre a união entre Cristo e sua Igreja. Será o encontro glorioso, já nos céus, entre Cristo e sua Igreja amada: “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou” (Ap 19.7). Há uma tradução que diz: “a sua noiva se aprontou”.

 

2. Quem Participará das Bodas do Cordeiro?

Milhões e milhões de salvos entrarão nas Bodas do Cordeiro. João viu a multidão incalculável de remidos por Cristo, que estarão com Ele nos céus: “E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação” (Ap 5.9). A Noiva do Cordeiro (a Igreja) será composta dos cristãos verdadeiros, e os crentes de todas as épocas, incluindo os que morreram fiéis a Deus, no Antigo Testamento, sobre quem o sacrifício de Cristo teve efeito retroativo. Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida e possam entrar na cidade pelas portas” (Ap 22.14).

Serão os que forem arrebatados, na volta de Jesus. Como vimos no capítulo 5, os mortos em Cristo ressuscitarão e terão o privilégio de subir primeiro ao encontro de Jesus, seguidos dos que estiverem vivos e serão transformados. “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Ts 4.16,17).

3. Quem Ficará de Fora

O Apocalipse nos diz quem não entrará na nova Jerusalém. Quem não puder entrar lá é porque não terá sido arrebatado. “E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, o Primeiro e o Derradeiro. Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida e possam entrar na cidade pelas portas. Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira” (Ap 22.12-15 - grifo nosso).

Diante dessa grave advertência, todo crente em Jesus deve vigiar e orar para não cair na tentação do pecado, e ser apanhado de surpresa pelo arrebatamento e ficar para a Grande Tribulação; e seguir o conselho de Paulo: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). Mais incisiva e contundente é a exortação do apóstolo quanto à integridade do crente ante a vinda de Jesus: “Abstende-vos de toda aparência do mal. E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.22,23).

II - A Rejeição ao Convite do Rei

1. O Convite ao Povo de IsraeL

Na parábola das Bodas, Jesus quis antecipar o que acontecerá com os que não estiverem preparados para entrar no céu. No texto de Ma- teus 22.1-14, vê-se que “um certo rei que celebrou as bodas de seu filho” (v. 2). Esse rei representa Deus, o Pai, que já preparou tudo nos céus, para as Bodas do Cordeiro, de seu Filho Jesus Cristo. Num primeiro momento, aquele rei manda “seus servos a chamar os convidados para as bodas; e estes não quiseram vir” (v. 3). Refere-se aos judeus, que, durante séculos, não quiseram ouvir os profetas que lhes transmitiram a Palavra de Deus, convidando-os para viver com Ele. Mas deram as costas para os mensageiros. Noutro momento, o rei manda outros servos, ou outros mensageiros para convidar o povo de Israel para as bodas do Filho do rei, mas eles rejeitam, e até matam os homens enviados (v. 4-6). Esse texto resume, sem dúvida, o que aconteceu no relacionamento de Deus com o povo escolhido, no Antigo Testamento.

2. A Tragédia dos que Rejeitaram a Deus

Figuradamente, o rei da parábola, que representa Deus, executou terrível juízo sobre os que rejeitaram seu honroso convite para as bodas de seu Filho. Os judeus sofreram, ao longo dos tempos antigos, a experiência terrível do cativeiro egípcio, de onde foram libertos por Deus; sofreram os cativeiros assírio e babilônico, onde amargaram a dor por causa de sua desobediência. “E o rei, tendo notícias disso, encolerizou-se, e, enviando os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade” (Mt 22.7). No ano 70 d.C., Jerusalém foi invadida pelos romanos, sob o comando do general Tito, e todos  foram dispersos e perseguidos por várias nações. Até hoje, Israel como um todo não reconhece Jesus como o Messias.

Mas haverá um remanescente que despertará do equívoco espiritual e reconhecerá que Jesus de Nazaré era (e é) de fato o “Desejado de todas as nações” (Ag 2.7). Diz Paulo: “Também Isaías clamava acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo” (Rm 9.27). João viu, na Ilha de Patmos, a revelação dos últimos tempos, o futuro da Igreja, e o destinos dos salvos em Cristo Jesus, incluindo os que pertencem à nação de Israel. E ouvi o número dos assinalados, e eram cento e quarenta e quatro mil assinalados, de todas as tribos dos filhos de Israel” (Ap 7.4). Certamente, será um grupo especial de israelitas salvos, que terão uma missão muito elevada, de proclamar o evangelho de Cristo às nações, e subirão ao encontro do Senhor para participar das Bodas do Cordeiro e, na segunda fase da volta de Jesus, estarem com Ele em Jerusalém. E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que em sua testa tinham escrito o nome dele e o de seu Pai” (Ap 14.1).

 

3. O Convite a Todos

A parábola diz que “os convidados não eram dignos” (Mt 22.8). Ou se tornaram indignos por sua rejeição a Deus e a seu Filho prometido, o Messias de Israel. Diante dessa recusa desrespeitosa ao “rei”, este disse: “Ide, pois, às saídas dos caminhos e convidai para as bodas a todos os que encontrardes. E os servos, saindo pelos caminhos, ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus como bons; e a festa nupcial ficou cheia de convidados” (Mt 22.9,10). Isso se cumpriu, por intermédio de Cristo, quando Ele disse: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28).

Por meio de Cristo, Deus lançou o convite inclusivo, a todos os homens, para serem salvos, mediante a condição de arrependerem-se e crerem no evangelho (Mc 1.15). O evangelho de Cristo não é excludente, desde que quem o busque aceite as condições para ser seu discípulo (Lc 9.23). Em várias ocasiões, são vistas pessoas que desobedecem frontalmente à Lei de Deus, e procuram justificar suas práticas abomináveis, invocando o grande amor de Deus. Os homossexuais, normalmente, em seus desfiles ou paradas, usam faixas com dizeres alusivos ao amor de Deus: “Deus não exclui ninguém”, “Deus ama a todos”, etc. Mas tais manifestações só aumentam sua reprovação da parte do Senhor. O amor de Deus jamais encobrirá ou justificará os pecados ou iniquidades condenados na sua Lei. “Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira” (Ap 22.15 - grifo nosso). A palavra “cães”, no texto de Apocalipse, equivale a homossexuais.

Em Deuteronômio, vemos Deus rejeitando as ofertas dos homossexuais e das prostitutas, de modo bem incisivo: “Não trarás salário de rameira nem preço de cão à casa do Senhor, teu Deus, por qualquer voto; porque ambos estes são igualmente abominação ao Senhor, teu Deus” (Dt 23.18). Champlin corrobora esse entendimento sobre a palavra “cão”, nesse texto, dizendo: “A palavra sodomita, usada no versículo 18, no original hebraico é keleb, ‘cão’, provavelmente servia tanto a homens como a mulheres, e sem dúvida a bissexuais, em muitos casos”.2 Quanto aos feiticeiros, os que se prostituem, os homicidas, os idólatras e mentirosos, não há necessidade de comentários, pois são qualificações bem conhecidas de pessoas que vivem na prática da impiedade. Destacamos a questão dos homossexuais porque, nos últimos tempos, haverá um aumento acentuado de suas práticas abomináveis, como verdadeira afronta ao Criador.

4. Os que não Estão Preparados

Na parábola das bodas, o rei surpreende um homem que foi convidado, mas não estava trajado adequadamente para a festa nupcial. “E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com veste nupcial” (Mt 22.11). E o rei mandou que seus servos lançassem o intruso “nas trevas exteriores”, onde “haverá pranto e ranger de dentes” (Mt 22.13). Notemos que ele tinha autorização para estar ali, pois fora convidado. Mas sua veste não era apropriada para estar lá. E uma figura dos crentes que estão nas igrejas, fazem parte dos convidados, aceitaram a Cristo um dia, mas não se prepararam espiritualmente para o grande dia das Bodas do Cordeiro. João viu os mártires da Grande Tribulação, que foram salvos e puderam chegar aos céus, pelo fato de terem suas vestes devidamente lavadas para estarem ali. “E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são e de onde vieram? E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse- me: Estes são os que vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro” (Ap 7.13,14).

III - A Apresentação da Noiva do Cordeiro

1. Jesus Apresentará a Igreja ao Pai

Será gloriosa a apresentação da Igreja a Deus. Os salvos de todo o mundo, após passarem pelo Tribunal de Cristo, serão apresentados ao Pai, numa solenidade divina, jamais imaginada por qualquer pessoa na história do universo. Os crentes do Antigo Testamento jun- tar-se-ão aos fiéis da Igreja, num só corpo, num só rebanho, num só grupo, para assentar-se à mesa do Rei: “E virão do Oriente, e do Ocidente, e do Norte, e do Sul e assentar-se-ão à mesa no Reino de Deus” (Lc 13.29). Será a festa gloriosa para os que vencerem todas as lutas, obstáculos e barreiras que se apresentam diante dos salvos. “O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos” (Ap 3.5); Jesus apresentará sua Noiva, “sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante” (Ef 5.27).

2. Características da Noiva do Cordeiro

1) Ela é fiel. “Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo” (2 Co 11.2,3; 1 Co 4.2; Mt 25.21);

2) Ela é santa. “[...] como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5.25-27).

3 ) Só pertence a Ele, e não dá lugar ao mundo. “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Mt 6.24; Ap 2.10); “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele” (1 Jo 2.15);

4) Espera pelo seu Noivo. “Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.8);

5) E perfeita. “Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5.27; 1 Ts 5.23);

6) Adora a Deus. “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem” (Jo 4.23).

7) Proclama a mensagem do Noivo. “Mas digo: Porventura, não ouviram? Sim, por certo, pois por toda a terra saiu a voz deles, e as suas palavras até aos confins do mundo” (Rm 10.18; Mc 16.15).

3. Haverá uma Grande Ceia nos Céus

1) Serão reunidos os salvos de todos os tempos. Será algo nunca visto. Jesus é quem vai servir à mesa, com os salvos sentados, ao lado de Abraão, Isaque e Jacó: “Mas eu vos digo que muitos virão do Oriente e do Ocidente e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no Reino dos céus” (Mt 8.11); este versículo dá base bíblica para afirmarmos que, nos céus, conheceremos uns aos outros; se vamos conhecer Abraão, Isaque e Jacó, certamente, também conheceremos os irmãos com quem convivemos na terra. Sem dúvida, será um privilégio indizível poder estar ao lado dos santos da Antiga Aliança, falar com eles, e compartilhar da alegria de estar nas Bodas do Cordeiro.

2) Jesus é quem vai servir. “Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa, e, chegando-se, os servirá” (Lc 12.37); é uma inferência consistente, pois a parábola é uma figura da realidade que Cristo quis explicar sobre a vida futura. Ele prometeu cear outra vez no reino de seu Pai (Mt 26.29; Mc 14.25). Se estar nas Bodas do Cordeiro já será uma honra jamais vista, imaginemos o que será ser servido pelo Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19.16).

Diante de tamanha revelação acerca do futuro glorioso da Igreja, podemos afirmar que vale a pena ser fiel a Deus; vale a pena renunciar ao mundo e seguir a Cristo; vale a pena buscar a santificação para poder participar dessa maravilhosa festa celestial. Nas Bodas do Cordeiro, só haverá alegria, festa celestial, com a presença de bilhões de crentes salvos, de todo o mundo, de todos os tempos, rodeados de anjos, do arcanjo, de querubins, serafins, dos quatro seres viventes e dos vinte e quatro anciãos.