Pastor
Marcos Tuler
Pedagogo,
Bacharel em Teologia, Pós-graduado em
Docência Superior, Psicopedagogia, Membro da Casa de Letras Emílio Conde, Membro Correspondente da Academia Evangélica de
Letras do
Brasil, Professor universitário, escritor, conferencista,
articulista. Autor de vários livros publicados pela CPAD.
Blog: www.prmarcostuler.blogspot.com
E-mail: marcos.tuler@yahoo.com.br
A Importância das Ilustrações no Processode Aprendizagem da Criança e do Adolescente
Tanto nas escolas seculares
como nas bíblicas, o verbalismo continua sendo o grande mal do ensino. A
maioria dos professores da ED utiliza-se da preleção para ministrar suas aulas.
Do início ao fim de cada trimestre, os alunos ouvem explanações, informações,
comentários, explicações, conselhos, enunciados, definições, tudo transmitido
oralmente por seus mestres. Montaigne, séculos atrás, colocando-se no lugar do
aluno, denunciou esta dificuldade docente: “é um incessante vozear aos nossos
ouvidos” (...) “como a despejar algo num funil e nossa tarefa se reduz à de
repetir o que nos foi dito.”
Os professores devem
mostrar aos alunos elementos relacionados às palavras a que se referem. O aluno
precisa ter contato direto com a realidade em lugar de simplesmente ouvir o
professor. Rubem Alves diz que quanto mais “separado da experiência for
determinado conteúdo, mais complicadas serão as mediações verbais”. Segundo
ele, o que é “imediatamente experimentado não precisa ser ensinado nem repetido
para ser memorizado”.
Rousseau aconselha-nos
evitar o verbalismo, principalmente nas aulas ministradas às crianças e aos
jovens: “nada de discursos à criança que ela não possa entendê-los” (...) não
tolero as explicações puramente verbais: os jovens não lhes prestam atenção e
nada aprendem delas”.
Desde o maternal até os
adultos há inúmeras oportunidades de basear e reforçar o que expomos ou
explicamos através de recursos visuais. Dentre eles destacam-se as ilustrações.
Há várias formas de ilustrações. As mais comuns são: gravuras, fotografias,
slides, desenhos, pinturas, cópias de documentos, gráfi cos, mapas,
organogramas, fluxogramas, plantas, maquetas, espécimes, objetos reais etc.
Esse tema é muito vasto.
Para fins didáticos, falaremos apenas sobre a importância e as vantagens do uso
das ilustrações de modo geral.
A Importância
das Ilustrações para o Ensino
A ilustração é importante
mesmo em uma conversa informal na qual narramos um fato, descrevemos uma
pessoa, ou explicamos uma idéia. Se tivéssemos à mão desenhos, gravuras,
fotografias, esquemas gráfi cos ou simplesmente uma folha de papel em que
pudéssemos esboçar algo relativo ao assunto, ou escrever palavras referentes ao
tema, por certo transmitiríamos melhor nossa mensagem e, nosso interlocutor compreenderia melhor o que
disséssemos.
A ilustração desperta o
interesse, estimula a discussão, incita questões, informa, gera idéias, além de
contribuir por outras formas para a aprendizagem em geral. É um modo de
comunicação com atributos próprios. E tais atributos, devem ser cuidadosamente
examinados pelo professor, pois, poderão ajudá-lo a compreender por que, em que
e como usar a ilustração em sua prática docente.
Vantagens das
Ilustrações
Tanto do ponto de vista
prático quanto do psicológico, a ilustração apresenta numerosas vantagens para
o professor e para o aluno. Por exemplo, a possibilidade de se obter
ilustrações em grandes quantidades é uma ótima vantagem. Elas cobrem um campo
infinito de temas. Praticamente, quase tudo que se vê pode ser reproduzido
pictoricamente. Por outro lado, boas ilustrações chamam a atenção. Em suma, a
ilustração comunica. Examinemos, pois, alguns fatores relativos à comunicação
por meio de ilustrações.
A ilustração
tem caráter universal
A habilidade de ler
ilustrações varia de pessoa para pessoa. A interpretação é influenciada pela
experiência que se tem com ilustrações e pela própria base social e cultural de
quem as aprecia. Não obstante, uma determinada ilustração pode ser vista
entendida e interpretada da mesma maneira por diferentes pessoas em diferentes
lugares. Não há nada que se iguale à capacidade comunicadora da ilustração, a
qual, até certo ponto, pode ultrapassar as barreiras impostas pela variedade de
idiomas e culturas diversifi cadas. Este é um dos sentidos em que se pode
considerar a gravura “linguagem universal”. Outro é a universalidade do assunto que se pode
apresentar em fotografias, desenhos, pinturas etc.
A maioria das ilustrações
transmite impressões muito mais reais e concretas do que as palavras.
A ilustração
é um recurso versátil
A ilustração ultrapassa o
tempo e o espaço, trazendo cenas históricas e lugares distantes para dentro da
sala de aula. A variedade de assuntos que se pode apresentar por meio de
ilustrações é quase ilimitada. Por exemplo. Se a lição diz respeito à tentação
de Jesus, e os alunos nunca viram um deserto, apresente a eles uma gravura de
um deserto. Se a aula versa sobre a pesca maravilhosa, o professor poderá mostrar a figura do mar e de um barco de
pesca. Assim os alunos assimilarão melhor as lições, e as aulas tornar-se-ão
mais interessantes. Entretanto, o mestre não pode descuidar-se, imaginando que
as ilustrações significam tudo. Elas não são substitutas do estudo regular da
Bíblia.
A ilustração
é facilmente encontrada e de baixo custo
Elas se encontram à nossa
volta, em toda parte, em livros, revistas jornais e em sites educativos. As
numerosas fontes e o vasto número de ilustrações disponíveis gratuitamente, ou
a custo muito reduzido, constituem indiscutivelmente uma vantagem de ordem
prática para os professores que dispõem de poucos recursos para a compra de
materiais de ensino.
É aconselhável, portanto,
que os professores adquira o hábito de coletar de revistas, jornais velhos e
dos bancos de imagens gratuitos na internet, todas as figuras que pareçam
proveitosas para futuras aulas. Esta simples organização facilitará muito a
localização delas quando o mestre necessitar de ilustrar histórias, lições ou
confeccionar visuais.
A ilustração
é apropriada para estudos individuais e em pequenos grupos
Muitos recursos visuais
destinam-se principalmente para uso em grupos. A ilustração, entretanto, é
ideal para uso individual ou em pequenos grupos. O estudante pode examiná-la
por quanto tempo for necessário.
As
ilustrações ativam a memória
Segundo pesquisas, os
recursos visuais afetam significativamente o quanto nos lembramos das palestras
ou aulas que assistimos. Recordamo-nos cerca de 70% de tudo que o professor
fala, três horas após a aula. Entretanto, depois de três dias o que fi ca em
nossa memória não passa de 10%. Quando o mestre, além expor a aula oralmente,
nos mostra algum objeto ou figura relacionada à sua explanação, nossa
lembrança, após três dias, já atinge a marca dos 20%. Mas, se o professor
consegue combinar sua fala a uma variedade de auxílios visuais, nossa
capacidade de lembrar o conteúdo da aula pode ultrapassar a faixa dos 65%.
CONCLUSÃO
À medida que aumenta a
familiaridade com o uso de ilustrações na comunicação, compreende-se mais
claramente que seu valor no ensino, principalmente o infanto-juvenil, depende
de uma série de fatores inter-relacionados. Alguns desses fatores são inerentes
à natureza do meio em si. Outros, igualmente importantes, como os objetivos do
professor, os métodos que se pretendem usar, a experiência anterior do
observador, são fatores externos que o educador pode controlar melhor. Esses
dois tipos de fatores podem ajudar o mestre a decidir se deve ou não empregar
ilustrações em uma determinada aula, quais as que deverá escolher e como usá-las.
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