A Igreja Romana aprovou os apócrifos em 8 de
Abril de 1546 como meio de combater a Reforma protestante. Nessa época os
protestantes combatiam violentamente as doutrinas romanistas do purgatório,
oração pelos mortos, salvação pelas obras, etc e os romanistas viam nos
apócrifos base para tais doutrinas, e apelaram para eles aprovando-os como
canônicos.
Houve prós e contras dentro dessa própria
igreja, como também depois.
Os debates sobre os apócrifos motivaram
ataques dos dominicanos contra os franciscanos. No Concílio de Trento houve
várias controvérsias, onde, 40 bispos dos 49 presentes travaram luta corporal.
A primeira edição da Bíblia católico-romana com os apócrifos deu-se em 1592,
com autorização do papa Clemente VIII.
Os Reformadores protestantes publicaram a
Bíblia com os apócrifos, colocando-os entre o AT e NT, não como inspirados, mas
bons à leitura e de valor histórico, mas em 1629 as igrejas reformadas excluíram
os apócrifos das suas edições da Bíblia.
PORQUE REJEITAR OS APÓCRIFOS:
1. Porque com o Livro de Malaquias (Último do
Antigo testamento) , o Cânon bíblico havia se encerrado: Depois de aproximadamente 435 a.C não houve mais acréscimos ao cânon do
Antigo Testamento. A história do povo judeu foi registrada em outros escritos,
mas eles não foram considerados dignos de inclusão na coleção das palavras de
Deus que vinham dos anos anteriores, como 1 Macabeus:
(100 a.c.); Josefo: (37/38 d.C.); a
literatura rabínica, os Manuscritos do Mar Morto.
Os judeus estavam de acordo em que acréscimos
ao cânon do Antigo Testamento tinham cessado após os dias de Esdras, Neemias,
Ester, Ageu, Zacarias e Malaquias. A ausência completa de referência à outra
literatura como palavra autorizada por Deus e as referências muito frequentes a
centenas de passagens no Antigo Testamento como dotadas de autoridade divina
confirmam com grande força o fato de que os autores do Novo Testamento
concordavam em que o cânon do Antigo Testamento, devia ser aceito como a
verdadeira palavra de Deus.
2. Porque a Inclusão dos Apócrifos foi
acidental:
A conquista da Palestina por Alexandre, o
Grande, ocasionou uma nova dispersão dos judeus por todo o império
Greco-macedônico.
Pelo ano 300 antes de Cristo, a colônia de
judeus na cidade de Alexandria, Egito, era numerosa, forte e fluente. Morrendo
Alexandre, seu domínio dividiu-se em quatro reinos, ficando o Egito sob adinastia
dos Ptolomeus. O segundo deles, Ptolomeu Filadelfo, foi grande amante das
letras e preocupou-se com enriquecer a famosa biblioteca que seu pai havia
fundado. Muitos livros foram traduzidos para o grego.
Naturalmente, as Escrituras Sagradas do povo
hebreu foram levadas em conta, apreciando-se também a grande importância que
teria a tradução da Bíblia de seus antepassados da Palestina para os judeus
cuja língua vernácula era o grego.
Segundo um relato de Josefo, o Sumo Sacerdote
de Jerusalém, Eleazar, enviou, a pedido de Ptolomeu Filadelfo, uma embaixada de
72 tradutores a Alexandria, com um valioso manuscrito do Velho Testamento, do
qual traduziram o Pentateuco.
A tradução continuou depois, não se
completando senão no ano 150 antes de Cristo. Esta tradução, que se conhece com
o nome de Septuaginta, ou Versão dos Setenta (por terem sido 70, em
número redondo, seus tradutores), foi aceita pelo Sinédrio judaico de
Alexandria; mas, não havendo tanto zelo ali como na Palestina e devido às
tendências helenistas contemporâneas, os tradutores alexandrinos fizeram adições
e alterações e, finalmente, sete dos Livros Apócrifos foram acrescentados ao
texto grego como Apêndice do Velho Testamento.
Os estudiosos acham que foram unidos à
Bíblia, por serem guardados juntamente com os rolos de livros canônicos, e
quando foram iniciados os Códices, isto é, a escrituração da Bíblia inteira em
um só volume, alguns escribas copiaram certos rolos apócrifos juntamente com os
rolos canônicos.
Estes livros têm a importância de refletir o
estado do povo judeu e o caráter de sua vida intelectual e religiosa durante as
épocas que representam do período intertestamentário (entre Malaquias e João
Batista, de 400 anos); é, talvez, por estas razões que os tradutores os
juntaram ao texto grego da Bíblia, mas os judeus da Palestina nunca os aceitaram
no cânon de seus livros sagrados.
3. Os apócrifos contêm Lendas:
Tobias 6.1-4 - “Partiu, pois, Tobias, e o cão o seguiu, e parou na primeira pousada
junto ao rio Tigre.
E saiu a lavar os pés, e eis que saiu da água
um peixe monstruoso para o devorar. À sua vista, Tobias,espavorido, clamou em
alta voz, dizendo: Senhor, ele lançou-se a mim. E o anjo disse-lhe: Pega-lhe
pelas guelras, e puxa-o para ti. Então, puxou para terra, e o começou a
palpitar a seus pés.
4. Os apócrifos contêm Erros Históricos e
Geográficos:
Por exemplo, a suposição de que Senaqueribe
era filho de Salmaneser (Tb.1:15) em vez de Sargão II, e que Nínive foi tomado
por Nabucodonosor e por Assuero (Tb.14:15) em vez de Nabopolassar e por Ciáxares.
Judite não pode ser histórico porque contém erros evidentes. [Em 2 Macabeus] há
também
numerosas desordens e discrepâncias em
assuntos cronológicos, históricos e numéricos,que refletem
ignorância e confusão.
5. Os apócrifos contêm Heresias:
TOBIAS - (200 a.C.) - É uma história novelística sobre a bondade de Tobiel (pai de Tobias) e
alguns milagres preparados pelo anjo Rafael. Ensina a justificação pelas obras
(4:7-11; 12:8), mediação dos santos (12:12), superstições (6:5, 7-9, 19), e até
um anjo que engana Tobias e o ensina a mentir (5:16 a19).
JUDITE - (150 a.C.) É a História de uma heroína viúva e formosa que salva sua cidade
enganando um general inimigo e decapitando-o. Grande heresia é a própria
história onde os fins justificam os meios.
BARUQUE - (100 a.D.) - Apresenta-se como sendo escrito por Baruque, o cronista do profeta Jeremias,
numa exortação aos judeus quando da destruição de Jerusalém. A data é muito
posterior,quando da 2ª destruição de Jerusalém, antes de Cristo. Seu principal
erro é o ensino da intercessão pelos
mortos (3:4).
ECLESIÁSTICO - (180 a.C.) - É muito semelhante ao livro de Provérbios, não fosse as tantas heresias:
justificação pelas obras (3:33,34), trato cruel aos escravos (33:26 e 30; 42:1
e 5),incentiva o ódio aos Samaritanos (50:27 e 28).
SABEDORIA DE SALOMAO - (40 a.D.) - Livro escrito com finalidade exclusiva de lutar contra a incredulidade
e idolatria do epicurismo (filosofia grega na era Cristã).
Apresenta: o corpo como prisão da alma
(9:15), doutrina estranha sobre a origem e o destino da alma (8:19 e 20),
salvação pela sabedoria (9:19).
1 MACABEUS - (100 a.C.) - Descreve a história de 3 irmãos da família “Macabeus”, que no chamado período
ínterbíblico (400 a.C. 3 a.D) lutam contra inimigos dos judeus visando a
preservação do seu povo e terra.
II MACABEUS - (100 a.C.) - Não é a continuação do 1 Macabeus, mas um relato paralelo, cheio de lendas
e prodígios de Judas Macabeu. Apresenta: a oração pelos mortos (12:44-46),
culto e missa pelos mortos (12:43), o próprio autor não se julga inspirado
(15:38-40; 2:25-27), intercessão pelos Santos (7:28 e 15:14).
ADIÇÕES A DANIEL: Cap.13-A história de Suzana - Nesta lenda Daniel salva Suzana num julgamento
fictício de falsos testemunhos. Cap.14-Bel e o Dragão – Fala sobre a
necessidade da idolatria;cap. 3:24-90 - o cântico dos 3 jovens na fornalha.
TIPOS DE HERESIAS ENSINADAS NOS APÓCRIFOS:
* Ensinam Artes Mágicas ou de Feitiçaria como
método de exorcismo: Tobias 6:5-9 - E o anjo,respondendo,
disse-lhe: Se tu puseres um pedacinho do seu coração sobre brasas acesas, o seu
fumo afugenta toda a casta de demônios, tanto do homem como da mulher, de sorte
que não tornam mais a chegar a eles.” Este ensino que o coração de um peixe
tem o poder para expulsar toda espécie de demônios contradiz tudo o que a
Bíblia diz sobre como enfrentar o demônio. Deus jamais iria mandar um anjo seu,
ensinar a um servo seu, como usar os métodos da macumba e da bruxaria para expulsar
demônios. Satanás não pode ser expelido pelos métodos enganosos da feitiçaria e
bruxaria, e de fato ele não tem interesse nenhum em expelir demônios (Mt
12:26). Um dos sinais apostólicos era a expulsão de demônios, e o que usaram
foi o nome de Jesus (Mc 16:17; At 16:18)
* Ensinam que Esmolas e Boas Obras limpam
pecados e Salvam a Alma: Tobias 12:8, 9 - “a esmola livra da morte (eterna), e
é a que apaga os pecados, e faz encontrar a misericórdia e a vida eterna”;
Eclesiástico 3:33 - “... a esmola resiste aos pecados”. Este é o primeiro ensino de Satanás, o mais terrível, e se encontrar
basicamente em todas as seitas heréticas. A Salvação por obras destrói todo o
valor da obra vicária de Cristo em favor do pecador. Se caridade e boas obras
limpam nossos pecados, nós não precisamos do sangue de Cristo. Porém, a Bíblia
não deixa dúvidas quanto o valor exclusivo do sangue como um único meio de
remissão e perdão: (Hb 9:11,12,22; I Pe 1:18, 19; Rm.3:20, 24 e 29);
* Ensinam o Perdão dos pecados através das
orações: Eclesiástico 3:4 - “O que ama a Deus implorará o perdão dos seus
pecados, e se absterá de tornar a cair neles, e será ouvido na sua oração de
todos os dias”. O perdão dos pecados não está baseado na oração
que se faz pedindo o perdão, não é fé na oração, e sim fé naquele que perdoa o
pecado, a oração por si só, é uma boa obra que a ninguém pode salvar. Só a
oração de confissão e arrependimento baseadas na fé no sacrifício vicário de
Cristo traz o perdão (Pv. 28:13; I Jo 1:9; I Jo 2:1,2)
* Ensinam a Oração Pelos Mortos: 2 Macabeus
12:43-46 - “e tendo feito uma coleta, mandou 12 mil dracmas de prata a
Jerusalém, para serem oferecidas em sacrifícios pelos pecados dos mortos, (...)
é, pois, um santo e salutar pensamento orar pelos mortos, para que sejam livres
dos
seus pecados”.
Neste texto falso, de um livro não canônico,
que contradiz toda a Bíblia, que a Igreja Católica Romana baseia sua falsa e
herética doutrina do purgatório.
Este é novamente um ensino satânico para
desviar o homem da redenção exclusiva pelo sangue de Cristo, e não por orações
que livram as almas do fogo de algum lugar inventado por homens falhos e pecadores
que com tais ensinos negam o claro registro dos ensinos dos apóstolos de
Cristo. Após a morte
o destino de todos os homens é selado, uns
para perdição eterna e outros para a Salvação eterna – não existe meio de mudar
o destino de alguém após a morte. Veja Mt. 7:13, Lc 16:26.
* Ensinam a Existência de um Lugar Chamado
PURGATÓRIO.
Este é o ensino herético e financeiramente
conveniente para a Igreja de que o homem, mesmo morrendo perdido, pode ter uma
segunda chance de Salvação.
Sabedoria 3:1-4 - “As almas dos justos estão
na mão de Deus, e não os tocará o tormento da morte. Pareceu aos olhos dos
insensatos que morriam; e a sua saída deste mundo foi considerada como uma
aflição, e a sua separação de nós como um extermínio; mas eles estão em paz (no
céu). E, se eles sofreram tormentos diante dos homens, a sua esperança está
cheia de imortalidade”.
A Igreja Católica baseia a doutrina do
purgatório na última parte deste texto, onde diz: “E, se eles sofreram
tormentos diante dos homens, a sua esperança está cheia de imortalidade”. Eles
ensinam que o tormento em que o justo está, é o purgatório que o purifica para
entrar na
imortalidade. Textos da Bíblia que mostram a
impossibilidade do purgatório (1 Jo 1:7; Hb 9:22; Lc 23:40-43; I6: 19-31; I Co
15:55-58; I Ts 4:12-17; Ap 14:13; Ec 12:7; Fp 1:23; Sl 49:7-8; II Tm 2:11-13;
At 10:43).
6. Nos Livros Apócrifos Os Anjos Mentem Tobias
5:10-14 - “Peço-te que me digas de que família e
de tribo és tu? O anjo Rafael disse lhe: ... Mas para que te não ponhas em
cuidados, eu sou Azarias, filho do grande Ananias” Um anjo
de Deus não poderia mentir sobre a sua
identidade, sem violar a própria lei santa de Deus. Todos os anjos de Deus
foram verdadeiros quando lhes foi perguntado a sua identidade. Veja Lc 1:19.
7. Nos livros apócrifos, ensina-se que o
simples ato de jejuar santifica:
Judite 8:5,6 - “jejuava todos os dias de sua
vida ...” Este texto legendário tem sido usado por romana
relacionado com a canonização dos “santos” de idolatria. Em nenhuma parte da
Bíblia jejuar todos os dias da vida é sinal de santidade. Cristo jejuou 40 dias
e 40 noites e depois não jejuou mais.
O livro de Judite é claramente uma produção
humana, uma lenda para escravizar os homens a ensinos errados e antibíblicos.
8. Nos livros apócrifos se ensinam atitudes
anticristãs, como: Vingança, Crueldade e Egoísmo:
VINGANÇA - Judite 9:2 - Contraria o que a Bíblia diz sobre: Vingança (Rm 12:19, 17);
CRUELDADE e EGOÍSMO - Eclesiástico 12:1-7 – Contraria o que a Bíblia diz sobre Crueldade e Egoísmo ( Pv. 25:21,22;
Rm 12:20; Jo 6:5; Mc 6:44-48);