Extraído do livro: A obra da Salvação.
Autor da obra: Claiton Ivan Pommerening.
Nada na história é comparável ao que Cristo fez. Sua encarnação é única
no mundo; sua vida foi plena de sentido; sua morte foi a salvação completa da
humanidade e do cosmo, e sua ressurreição aponta para o fato de que os que
creem em sua obra salvadora alcançarão, um dia, a plenitude da glória eterna.
Ela é eficaz porque foi completada de uma vez por todas pelo “Cordeiro de Deus
que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Somente um cordeiro tão perfeito, um
sacrifício tão completo e um Deus tão amoroso poderiam realizar esta obra e
trazer luz para os que habitavam em trevas (Mt 4.16).
A UNIVERSALIDADE DO PECADO
A obra expiatória de Cristo tornou-se
necessária por causa da universalidade do pecado que atingiu toda a raça humana
e também por causa da seriedade do pecado porque este corrompeu o ser humano e
prejudicou sua comunhão com Deus. Também é necessária por causa da incapacidade
do homem de resolver por si mesmo esses problemas. Portanto, a universalidade,
a seriedade e a incapacidade humana apontam para Cristo como único possível
para fazer a expiação. Assim, fez-se necessária a obra expiatória de Cristo,
que Ele padecesse ou se sacrificasse para aniquilar o poder do pecado (Rm
5.21), a adversidade advinda dEle e também sua morte. O sacrifício expiatório
de Jesus teve lugar na cruz do Calvário e foi a substituição do justo pelo
pecador. Ele pagou o preço por nossos pecados, tomou-os sobre si, venceu a
morte e ressuscitou (Is 53). A expiação é a suprema expressão do amor do Pai
para com a humanidade através de Jesus Cristo (Jo 3.16).
Em sua morte, Cristo salientou a seriedade do pecado e a severidade da
justiça de Deus, triunfou sobre as forças do pecado e da morte, liberando-nos
de seus poderes, ofereceu satisfação ao Pai por nossos pecados e mostrou o
grande amor de Deus à humanidade. Dessa forma, a expiação implica em que a
“humanidade de Jesus significa que sua morte expiatória é aplicável aos seres
humanos; sua deidade significa que sua morte pode servir para expiar os pecados
de toda a humanidade.”74
Todos foram afastados de Deus por causa
do pecado (Rm 3.23); todos se inclinam para o mal (Sl 14.3; Mc 10.18); não há
homem justo sobre a terra (Ec 7.20). O pecado é tão terrível para o ser humano
que a Bíblia afirma que ele tem o poder de afastar as pessoas de Deus e impedir
as orações (Is 59.2) e ainda de tornarem as pessoas alvos de sua ira (Hb
10.27). Somado a isso, o homem sofreu perda física, psíquica, social e
espiritual. Além disso, a natureza também foi atingida pelo pecado e sofreu
sérias consequências (Gn 3.17-19), assim como ainda sofre por causa da
degradação, poluição e destruição do homem que, em sua ganância, a destrói,
fazendo-a gemer (Rm 8.22), aguardando novos céus e nova terra (1 Pe 3.13)
através da sua redenção.
Portanto, sua morte é a expiação dos
pecados, do hebraico kapar,75 que significa cobrir (no sentido de ocultar) o pecado. Isaías escreveu
que “ao Senhor agradou o moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser
por expiação do pecado [...]” (Is 53.10). Se alguém pecasse no Antigo
Testamento, precisaria oferecer um animal pela culpa para “cobrir” a ofensa (Lv
6.2-7), significando que o pecado foi coberto por uma vítima inocente e,
portanto, não seria mais visto, tornando-se invisível aos olhos de Deus. Esse
mesmo princípio individual era usado para os pecados da nação (Lv 4.13-20).
Nesse sentido, o sacrifício de Cristo é infinitamente mais abrangente, pois Ele
não apenas cobre os pecados, como também os remove completamente, apagando-os
e, portanto, perdoando-os (Hb 10.4-10) como se nunca houvessem sido cometidos.76
Pode-se dividir a expiação em quatro
representações conforme Strong:77 moral, originada no amor desinteresseiro de Deus em assegurar a
libertação do pecador (Jo 3.16); comercial, um pagamento de resgate libertando da escravidão (Mc 10.45); legal, como um ato de obediência
à Lei violada pelo pecado e uma apresentação da justiça de Deus (Mt 3.15; Gl
4.4-5); e sacrificial, como obra de mediação sacerdotal reconciliando o homem
com Deus, removendo a inimizade através da oferta pelo pecado a favor dos transgressores e satisfazendo a
exigência da justiça e santidade de Deus (Hb 10.11-12).
Além de fazer a
expiação pelo pecado de todos, Jesus também foi o Sumo Sacerdote que entrou no
santuário celestial perante Deus, com seu próprio sangue, efetuando, de uma vez por todas, uma redenção eterna (Hb 9.11,12,24). Para provar que, a partir da morte de
Cristo, não era mais necessário oferecer sacrifício de animais, o véu do
templo, que dava acesso ao Santo dos Santos, onde ficava o propiciatório em que
se oferecia a oferta de sangue, foi rasgado de alto a baixo (Mt 27.51), dando
acesso pleno a todo ser humano à presença de Deus pelo novo e vivo caminho,
consagrado pela sua carne rasgada por nós (Hb 10.19-20). Assim, podemos ter
plena confiança de que seremos aceitos e amados, pois fomos purificados da má
consciência e das obras mortas e, com todo coração, aproximamo-nos mais de Deus
(Hb 10.22).
A expiação é suficiente para todos; ela é eficiente para aqueles que
crêem em Cristo. A expiação propriamente dita, à medida que coloca a base para
o trato redentor de Deus com os homens, é ilimitada; a aplicação da expiação é
limitada àqueles que crêem verdadeiramente em Cristo. Ele é o salvador em
potencial de todos os homens; mas é efetivamente só dos crentes. “Porque para
isto trabalhamos e lutamos, pois esperamos no Deus vivo, que é o Salvador de
todos os homens, principalmente dos fiéis” (1 Tm 4.10).78
2. O ALCANCE DA OBRA EXPIATÓRIA DE CRISTO
A vida tem muitas coisas boas, mas
também é repleta de sofrimentos que levam à angústia, desespero e dor. Isso
aumenta ainda mais a necessidade de salvação daqueles que vivem em precárias
condições humanas — como sendo algo complementar à necessidade da salvação
espiritual —, pois, diante de um ser humano que sofre nesse mundo, há um grito
de liberdade que encontra seu eco na cruz de Cristo. Esse grito está expresso
na Oração do Pai Nosso quando Jesus ensina-nos a expressar em oração “livra-nos
do mal” (Mt 6.13). O próprio salmista Davi revela que Deus iria levantar-se com “salvação” em defesa do necessitado em consequência do seu gemido (Sl 12.5; 72.12-14). Da mesma forma, a natureza geme esperando a redenção
(Rm 8.22) diante das vergonhosas violências e depredações praticadas contra ela
como consequência do pecado do homem.
Muitos se encontram em extrema miséria,
fome, injustiça social, violência e pobreza em todos os sentidos.79 Pobres são os que “foram privados de fazer escolhas por si mesmos — a
escolha de ter alimento sobre a mesa, de ter água pura e limpa, de receber
educação, de estar livre da violência, de ter assistência médica, de ter
moradia.”80 São também pobres os
que não tem acesso à Palavra de Deus por falta de alguém para anunciar-lhes
essa Palavra ou, então, por falta de recursos para tê-la; portanto, pobres são
os que desconhecem o evangelho das Boas-Novas. A resposta de Deus a esse mundo
que sofre somos nós, os cristãos, que conhecemos o evangelho que liberta, tanto
através da obra de Cristo quanto das boas obras dos salvos (Tg 2.16- 17).81
Pobreza e pecado é o resultado dos
conflitos humanos. “São uns que dependem dos outros: são os ricos que
empobrecem os pobres; são os sãos que servem de obstáculo aos deficientes; são
as pessoas boas que estigmatizam os fracos como pecadores. Quase sempre é a
posse, a que os que possuem se agarram, e da qual eles excluem os que não a
possuem. A posse pode ser dinheiro, saúde ou força, pode significar justiça ou
o ser-bom; também pode significar a condição do homem- varão. Sempre é o poder
que está em jogo. Onde quer que estes dons da vida sejam apropriados por uns
poucos, surgem as impiedosas lutas de distribuição em torno das oportunidades
de trabalho, de propriedade e de vida, e nestas lutas sempre o que é próprio é
“o bom” e o que é do outro é “o mau”. Só existe a possibilidade de se ser amigo
ou inimigo, sem outras alternativas. Aqui o diabo anda solto, e o fim é [a
morte].”82
A obra expiatória de Cristo tem alcance
também sobre essa triste realidade. Foi exatamente para esses pobres que serve
a obra expiatória de Cristo quando as escrituras afirmam que “Ouvi, meus amados
irmãos. Porventura, não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos
na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam? Mas vós desonrastes o
pobre” (Tg 2.5-6a). As escrituras são claras quando afirmam que Jesus ratificou
aquilo que o profeta dissera, ou seja, que Ele veio exatamente para aqueles que
são pobres, necessitados e moribundos: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois
que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do
coração, a apregoar liberdade
aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a
anunciar o ano aceitável do Senhor” (Lc 4.18- 19). Portanto, se somos salvos, é nossa missão unirmo-nos a Cristo para completar a obra que Ele começou
(Cl 1.24), tanto na evangelização, como na prática do evangelho e até mesmo na
Teologia.
Se a situação histórica de [pobreza], fome e desnutrição não se converte
no ponto de partida de qualquer teologia cristã hoje, mesmo nos países ricos e
dominadores, a teologia não poderá situar e concretizar historicamente seus
temas fundamentais. Suas perguntas não serão perguntas reais. Passarão ao lado
do homem real. [...] Realmente, frente aos problemas do mundo de hoje, muitos
escritos de teologia se reduzem a um cinismo.83
Diante de tantas necessidades humanas,
somos confrontados pelo evangelho a anunciar as Boas-Novas para que sua obra
expiatória alcance não somente os quatro cantos da terra, mas também todas as
dimensões da existência humana e ainda o mais profundo do ser humano, que sofre
por causa do pecado e suas consequências.
A dimensão da salvação extensiva aos
necessitados tem a ver com o caráter coletivo da salvação84 no sentido de que as boas obras para com o próximo acompanham a salvação
conforme descrito na epístola de Tiago. Entretanto, biblicamente falando, não
somos compostos por uma massa humana, mas, sim, por uma família de Deus, que se
preserva e cuida uns dos outros.
Unindo-se todos os sentidos dados à
salvação no Antigo e no Novo Testamento conforme descrito no primeiro capítulo
deste livro, tem-se uma abrangência tão grande quanto à fertilidade do solo,
dos rebanhos, das pessoas; a garantia de prosperidade, saúde e segurança; o
livramento da perseguição de inimigos; a possibilidade de felicidade; o
livramento da miséria e da dor; o suprimento de necessidades básicas (“pão
nosso de cada dia”); e, especialmente, a salvação da condenação do pecado. “A
Bíblia não sustenta a separação entre cura física e espiritual, entre o bem-estar e a
salvação, entre a sanidade do corpo e a redenção da alma.”85 Sabe-se que a existência humana é feita de contradições, ambiguidades e
paradoxos. Por esse motivo, alcança-se a salvação na esfera humana, material e física de maneira substancial, ou seja, incompleta e sujeita a precariedade. Isso, no entanto, não prejudica a dimensão espiritual, presente e
escatológica, da salvação que vence e vencerá tudo o que ameaça a vida e
impõe-se acima da morte e da destruição. Por isso, a salvação ultrapassa as
dimensões terrenas, embora esteja presente nela também; pelo fato de o pão da
vida ser muito mais do que o pão de cada dia é que, quando quiseram proclamar
Jesus rei por ter multiplicado pães e peixes, Ele negou-se a deixar isso
acontecer (Jo 6.15).86
A progressividade da salvação aqui
nesta terra, através do novo ser em Cristo, dá-se na capacidade de exercitar a
fé viva naquEle que experimentou a angústia mais profunda da culpa e condenação
de nossos pecados na cruz para trazer-nos justificação; a angústia mais
profunda da morte e do destino para trazer-nos vida; e também da angústia mais
profunda de vazio e insignificância do abandono na cruz para encher-nos de
significado.
Todos os salvos participam do novo ser em Cristo através da fé, mas
ninguém é completamente curado e livre da ansiedade87 e das consequências do pecado; portanto, ninguém pode experimentar ainda uma plenificação completa desse novo ser
em Cristo. Vivemos na tensão do “já agora” experimentando a cura e salvação na
medida em que permitimos que a coragem de ser nova criatura em Cristo vá
dominando o não-ser, pois nele a qualidade curativa é completa e ilimitada.88 Também vivemos dentro da perspectiva do “ainda não” escatológico quando, finalmente, seremos
semelhantes a Ele (1 Jo 3.2) e completamente livres da ansiedade e do medo.
A perspectiva escatológica da salvação
não impede que a vivamos aqui, como já descrito anteriormente. Por esse motivo,
podemos experimentar as consequências positivas dela desde já, as quais são: o
abandono de esforços humanos para agradar a Deus; o restabelecimento da
comunhão indescritível com Deus; estabelece-se um relacionamento amoroso entre
Pai e filho; experimenta-se a libertação das garras do pecado; há a libertação
da consciência e dos pensamentos pecaminosos e perniciosos; recebe-se a cura
substancial dos problemas psicológicos (autoaceitação, autoestima, etc.) e dos
relacionamentos; e vive-se com mais confiança, contentamento e gratidão.
Quando recebemos a morte de Cristo como
nossa redenção, tornamo-nos aceitos nEle e amados do Pai (Ef 1.6); a justiça
dEle torna-nos justos (Rm 3.21); somos santificados pelo Espírito Santo,
desenvolvemos o caráter de Cristo e produzimos o fruto do Espírito (Gl 5.22-23). Temos o perdão de Deus, a purificação do pecado (At
2.38; 3.19) e ainda a esperança da redenção completa, quando o que é
corruptível revestir-se de incorruptibilidade (1 Co 15.53-54) e a trombeta
soar, quando mortos e vivos subirão para o encontro com o Senhor nos ares (1 Ts
5.13-18).
Mas, certamente, uma das maiores e mais
densas consequências da obra expiatória de Cristo, já nesta terra, é a alegria
da salvação, que, juntamente com a justiça e a paz, constituem a natureza do
Reino de Deus (Rm 14.17).
Jesus afirmou que,
quando esse tempo de salvação efetiva chegasse, a alegria seria permanente, não
podendo ser ameaçada por nenhuma contingência (Jo 16.22). Alegria é a explosão
de vida abundante operada por Jesus e um estado de ânimo que produz confiança,
concretiza anseios e experiências gratificantes. Está claro que a perfeita
alegria é futura; ela, porém, já é antecipada através da salvação na vida
cotidiana, pois o evangelho são novas de grande alegria (Lc 2.10; 10.17; Is
51.11).89 Jesus orou para que
os discípulos e todos os que iriam crer tivessem alegria completa (Jo 17.13).
Há uma amplitude muito grande e
completa na salvação operada por Cristo. Ela envolve todos os homens e o homem
por inteiro, abrangendo espírito, alma e corpo (1 Ts 5.23). A salvação alcança
o mundo todo em todas as dimensões (Jo 3.16). Além disso, através da expiação de
Cristo, é possível a redenção, a reconciliação, a justificação, a adoção, o
perdão dos pecadores e todas as demais garantias salvíficas. Todavia, convém
destacar: essa grande salvação precisa ser aceita livremente pela fé para
tornar-se efetiva.
O esforço próprio para manter-se puro e
sem pecado sempre fracassou. O sistema sacrificial foi apenas uma indicação para o sacrifício perfeito de
Cristo. Sendo assim, o homem não consegue resolver o problema do seu
pecado porque não pode mantê-lo oculto (Nm 32.23), nem tem condições de
purificar-se (Sl 20.9), e a lei é incapaz de justificá-lo (Rm 3.20; Cl 2.16).
Portanto, suas tentativas são fracassadas, exigindo a vinda do próprio Filho de
Deus para resolver a questão.
3. CRISTO OFERECE SALVAÇÃO A TODO O MUNDO
A maior consequência da salvação
operada por Jesus é o perdão dos pecados e a reconciliação do pecador com Deus.
Mas, através da salvação de Cristo, Deus faz-se presente na cura dos enfermos
(Mt 4.23), na ressurreição dos mortos, no anúncio do evangelho aos pobres, na
libertação das várias opressões que assolam o ser humano (Jo 12.46), na
transformação de vidas que o evangelho opera, na vida eterna (Jo 6.47; Rm 1.16)
e na chegada do Reino de Deus (Mt 10.7; Mc 1.15).
A Bíblia afirma que a salvação é para todos (Jo 3.15; 1 Tm 4.10), em qualquer circunstância (Lc 23.43), com o esforço humano
mínimo (At 15.9; Rm 3.28; 11.6) de apenas crer de coração e confessar com a
boca a Cristo como Salvador (Rm 10.9; 1 Co 1.21). Mas, além disso, a
salvação que Cristo oferece é uma experiência bastante abrangente para o ser
humano, envolvendo todas as dimensões da vida, trazendo paz à alma através do perdão dos pecados, alívio da
consciência acusadora, libertação de cadeias e prisões da alma, cura de traumas
e doenças emocionais (Hb 10.39), cura de doenças físicas, um espírito renovado,
novas perspectivas de vida, forças para enfrentar as circunstâncias adversas, um aguçado senso de justiça e, especialmente, a prática
constante do amor (Jo 13.34). A oferta de salvação que Cristo trouxe é a
evidência da instalação de seu Reino nos corações dos seres humanos que,
outrora, viviam em tristeza e pobreza, cativos, cegos e oprimidos (Is 61.1ss;
Lc 4.18).
Nós, como cristãos, temos uma enorme
responsabilidade em compartilhar a salvação com o mundo. Esse compartilhar
evidencia-se de variadas formas que estão alinhados com o ide de Jesus (Mt
28.19) e são: a evangelização e o discipulado das pessoas em nosso círculo de
contatos reais ou virtuais (At 5.42); o comprometimento com missões mundiais
colaborando com as igrejas locais que sustentam missionários (At 13.2); o
envolvimento político e comunitário em conselhos, comissões e entidades que
promovem a justiça social e a dignidade humana (Mt 5.20); o disponibilizar-se para ouvir o clamor dos que tem fome e sede de justiça (Mt 5.6) e que se encontram
desprovidos do que é básico para sua subsistência (Mt 19.21; Lc 14.13; 2 Co
9.9; Gl 2.10); a minimização do desespero humano; o combate contra a marginalização e a violência (Lc 4.18); e a oposição
profética à idolatria do materialismo, do consumismo, do individualismo e da
exploração que subvertem os valores do evangelho e levam milhões de pessoas aos
abismos da miséria (Mt 6.31-33; 21.12).
A salvação que Cristo oferece é tão abrangente que, além de ser uma experiência espiritual
individual, primordial e libertadora, traz consigo implicações de ordem
cultural, social, política e econômica que vão muito além do indivíduo,
estendendo-se por toda a ordem de coisas criadas.
Portanto, todo cristão tem um
compromisso moral e ético de promover a pregação dessa salvação que Cristo
oferece gratuitamente a todo mundo — se realmente ele foi alcançado pela
salvação que há em Cristo. Para oferecê-la, Ele veio ao mundo demonstrando que
fez efetivamente de tudo para que o Deus Pai amoroso e sua salvação tornassem-se conhecidas. Assim sendo, esse gesto de Cristo constrange-nos a também tornar
conhecida sua obra a todo o mundo, em todos os lugares, a
todas as pessoas, em todas as situações (2 Tm 4.2) para que se cumpra o que escreveu o apóstolo João: “Depois destas coisas, olhei, e eis aqui uma multidão, a
qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas,
que estavam diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com
palmas nas suas mãos; e clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso
Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro” (Ap 7.9-10).
“Como, pois, invocarão aquele em quem
não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não
há quem pregue?” (Rm 10.14).
Extraído
do livro: A obra da Salvação.
Por:
Claiton Ivan Pommerening.
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