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Adoração,
Santidade e Serviço. “ Os Princípios de Deus Para Sua Igreja Em Levítico”.
Autor: Claudionor de
Andrade.
Em Levítico, somos desafiados por uma
doutrina imprescindível à nossa segurança espiritual: a santificação. Do
primeiro ao último capítulo do livro, a preocupação do autor sagrado, inspirado
pelo Espírito Santo, é guindar os israelitas (e a nós também) a uma posição
alta e privilegiada diante de Deus.
Antes de tudo, observamos que foi
necessário separar Israel dos outros povos, para que este se erguesse como
testemunha da verdadeira fé. Vencida essa etapa, era urgente separar Israel
para o serviço de Jeová, que continua a requerer de seus servos (entre os
quais, nós) uma perfeição que, ainda hoje, parece inatingível: “Eu sou o Deus
Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito” (Gn 17.1, ARA).
Por que Deus nos demanda tal perfeição,
se até mesmo, em seus anjos, acha Ele imperfeições e falhas? (Jó 4.18).
Todavia, o padrão divino não pode ser rebaixado à condição humana; seu
propósito é promover-nos às regiões celestiais.
Apesar de vivermos numa dispensação
agraciada e plena, não devemos supor que a santificação foi uma reivindicação
apresentada somente a Israel. O apóstolo Pedro repete-a à sua congregação (1 Pe
1.16). O que nos resta a fazer? Aprendamos com os sacerdotes do Senhor o valor,
a beleza e a força da doutrina bíblica da santificação.
I. A MARAVILHOSA DOUTRINA DA SANTIDADE
Já me perguntaram diversas vezes, por
que a doutrina da santificação não é mais pregada em nossos púlpitos como
outrora. Enquanto ponderamos uma resposta, recorramos a esse tão precioso
ensino como no-lo apresentam as Escrituras Sagradas.
1. A doutrina da santificação. Inserida
no departamento soteriológico da Teologia Sistema, a doutrina da santificação
pode ser definida como o ensino, cujo principal objetivo é levar o crente a
separar-se do mundo, para consagrar-se inteiramente a Deus.
O substantivo feminino “santificação”
provém do verbo latino eclesiástico sanctificare que, numa primeira instância,
significa “fazer santo”. Já na instância seguinte, pode significar também
separar algo ou alguém para o uso sagrado.
Se formos ao grego do Novo Testamento,
constaremos que a palavra “santificação” provém do substantivo hagiasmos, que,
por sua vez, procede do verbo hagiazo. De acordo com o Léxico de Thayer, o
verbo hagiazo significa “reconhecer como venerável; honrar; separar algo das
coisas profanas para dedicá-lo a Deus; consagrar; purificar tanto externa
quanto cerimonialmente”.
Tanto no grego, como no latim, o
significado e a demanda da santificação não mudam. Se nesta língua somos
chamados a separar-nos do mundo, naquela somos intimados a consagrar-nos
inteiramente a Deus e ao seu serviço.
Na língua hebraica, há também uma palavra
específica para santificação. O vocábulo kadosh remete-nos ao mesmo sentido de
santidade, separação e pureza, que encontramos no latim e no grego.
2. O que é a santificação. Já que
definimos a doutrina da santificação, resta-nos, agora, descrever esse processo
que, em nós, começa a ser operado desde o dia em que recebemos Jesus Cristo
como nosso Salvador.
Em primeiro lugar, entendamos que a
nossa santificação é da inteira vontade de Deus. Ouçamos atentamente o que
Paulo recomenda aos irmãos de Tessalônica: “Pois esta é a vontade de Deus: a
vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição” (1 Ts 4.3, ARA). Se é
da vontade de Deus que nos santifiquemos, não podemos contrariá-la. Doutra
forma, jamais poderemos adentrar a Jerusalém Celeste; ali estão vedados os que
se dão à prática do pecado. Eis a advertência que nos faz o autor sagrado:
Quanto, porém, aos covardes, aos
incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos
idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde
com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte. (Ap 21.8 , ARA)
Em segundo lugar, há uma verdade ainda
ignorada por muitos crentes: a doutrina da santificação deve ser pregada
exclusivamente aos santos. Quanto aos que ainda não conhecem a Deus, que lhes
seja proclamada a mensagem de arrependimento. O apóstolo Paulo, ainda
escrevendo aos tessalonicenses, é bastante categórico ao exortá-los a uma vida
de maior santidade perante Deus: “O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e
o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na
vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.23, ARA).
Em terceiro lugar, não podemos
confundir santidade com santificação. No exato instante em que aceitamos Jesus,
somos imediatamente elevados à posição de santos; sendo já santos, estamos
entre os demais santos. Isso não significa, porém, que o processo de nossa
santificação haja se completado ali. Posto que a santificação é um processo, e
não um ato, tem início ali, ao pé da cruz, uma ação longa e continuada que,
levada a efeito pela Palavra de Deus, conduzir-nos-á à estatura de varões
perfeitos, segundo o modelo que há Jesus Cristo.
Com dito, a santidade deve ser vista
como um posicionamento e não como um processo devidamente encerrado. Que agora
somos santos, não há dúvida. Todavia, isso não significa que já estejamos
plenamente santificados. Seremos constrangidos, durante a nossa peregrinação à
Cidade Celeste, a buscar os meios da graça, a fim de alcançarmos a perfeição: oração,
leitura da Bíblia, jejuns, frequência aos cultos e disciplina espiritual.
Enquanto estivermos neste mundo, soar-nos-á aos ouvidos a exortação apostólica:
“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o SENHOR” (Hb
12.14).
Em quarto lugar, a santificação é, de
fato, uma obra específica do Espírito Santo. Atentemos a esta recomendação de
Paulo ainda aos irmãos de Tessalônica: “Entretanto, devemos sempre dar graças a
Deus por vós, irmãos amados pelo SENHOR, porque Deus vos escolheu desde o
princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade” (2 Ts
2.13, ARA). Ora, a função do Espírito é santificar a Igreja de Cristo. Daí a
razão de seu nome; seu ministério compreende a nossa inteira santificação.
Cabe-nos, entretanto, dar-lhe total
guarida, para que Ele opere com toda a liberdade em nosso ser. Doutra forma,
jamais seremos admitidos entre os santos de Deus. Atentemos, também, a esta
palavra de Pedro aos irmãos que se achavam dispersos: “Eleitos, segundo a presciência
de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do
sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas” (1 Pe 1.2). Que
nos abramos à santificação que, em nós, quer operar o Espírito de Deus. Ele não
pode ser entristecido por nossas atitudes mundanas, cruéis, incrédulas e
apostatas.
II. O TEXTO ÁUREO DE LEVÍTICO
Neste tópico, focalizaremos o texto
áureo do livro de Levítico. Após o havermos considerado, concluiremos que ele
continua tão atual hoje quanto no dia em que Moisés, há 3500 anos, o entregou
aos filhos de Israel no deserto do Sinai. Leiamos o texto sagrado: “Fala a toda
a congregação dos filhos de Israel e dize-lhes: Santos sereis, porque eu, o
SENHOR, vosso Deus, sou santo” (Lv 19.2).
1. “Fala a toda a congregação dos
filhos de Israel e dize-lhes.” Por intermédio de seu fiel mensageiro, o Senhor
dirige-se a toda a congregação dos filhos de Israel. Já não pode haver
distinção entre dirigentes e dirigidos, nem se admite a divisão do povo de Deus
entre clero e laicato. Agora, todo o povo de Israel faz-se congregação diante
do Senhor, o corpo místico de Jeová no Antigo Testamento.
Deus ordena a Moisés a falar a toda a
congregação de Israel. Nesse caso, o verbo hebraico dabar não pode ser
interpretado como uma elocução qualquer. Essa palavra deve ser ouvida, por
todos nós, como se fora uma ordem expressa de Deus: declarar, comunicar,
afirmar solenemente.
Por intermédio de Moisés, o Senhor
dirige-se não ao povo: o Israel visível. Mas à congregação: o Israel invisível
e espiritual. A palavra “congregação”, em hebraico, é bastante específica:
`edah é um termo que evoca, entre outras coisas, ajuntamento solene ou
assembleia. Sendo assim, conforme já dissemos, os filhos de Israel devem ser
vistos não como mera entidade política, mas como a Igreja do Senhor no Antigo
Testamento. É claro que a soberania divina não se restringe à congregação;
abrange a todos em qualquer tempo e lugar. Mas, com intimidade, Ele trata
apenas com os seus queridos filhos.
2. “Santos sereis.” Moisés, agora,
transmite a ordem divina à congregação israelita: “Santos sereis”.
Detenhamo-nos no substantivo “santo” segundo o original hebraico. O vocábulo
qadowsh traz estes sentidos: sagrado, separado, apartado e santo. Isso não
significa que a nossa santidade levar-nos-á a sair do mundo ou do mundo
isolar-se. Lembremo-nos da oração sacerdotal de Jesus: “Não peço que os tires
do mundo, e sim que os guardes do mal” (Jo 17.15, ARA).
Na ótica bíblica, santificar-se não
significa isolar-se da sociedade, mas nesta atuar como testemunha fiel de Deus.
É o que o Senhor requisitava de sua congregação no deserto. Mesmo ali, ainda
sem contatar povo algum, deveriam os israelitas consagrar-se inteiramente como
servos do Senhor. Sim, embora estamos no lugar mais improvável e árido,
proclamemos as virtudes do Reino de Deus, por meio de uma vida santa, pura e
marcada pela distinção.
3. “Porque eu, o Senhor, vosso Deus,
sou santo.” Neste ponto, o Senhor apresenta a razão de sua demanda à
congregação de Israel: “Porque eu, o Senhor”. Sim, Deus é o Senhor. Logo, nesse
relacionamento, não passamos de servos. Ele tem autoridade para exigir que cada
um de seus filhos seja santo, porque Ele é santo. Como ignorar as prerrogativas
daquEle que nos chamou à perfeição?
O texto áureo de Levítico é tão claro e
abrangente que nem mesmo os dirigentes máximos da nação sentiam-se eximidos
dessa obrigação. Todos deveriam porfiar por uma vida santa que, tendo início,
em seu coração, refletisse em seu semblante. Que o Senhor nos ajude a andar de
valor em valor até que venhamos a completar a nossa carreira espiritual.
III. A SANTIFICAÇÃO DA CLASSE
SACERDOTAL
Os sacerdotes deveriam ser uma
referência perfeita à nação de Israel no que tange à santidade e à pureza.
Afinal de contas, eram os responsáveis pela santificação do povo, a fim de
torná-lo propício diante de Deus.
1. Santidade exterior. Aos ministros do
altar, o Senhor impusera uma série de restrições, para que não viessem a
comprometer o ministério sagrado. O sumo sacerdote, por exemplo, não poderia
desposar uma mulher qualquer a não ser uma virgem (Lv 21.7,14). Até mesmo em
relação ao luto, deveriam os ministros do altar ser precavidos e cuidadosos (Lv
21.1-3). Tendo em vista o emblema da santidade divina que pesava sobre a classe
sacerdotal, nenhum descendente de Levi poderia ser admitido no serviço divino
se portasse alguma deficiência física (Lv 21.17-21).
Embora não pertençamos à Casa de Levi,
deveríamos nós, os obreiros de Cristo, ter uma postura mais santa e reverente.
Às vezes, no púlpito, comportamo-nos como meros comediantes. Contamos piadas;
lembramos pilhérias; evocamos imagens fortes e até sensuais. Imaginamos que,
com uma desenvoltura mais leve e solta, levaremos o povo Deus ao Céu.
Como se não bastasse, vemos alguns
homens, tidos como de Deus, envolvidos em desinteligências, resmungos,
escândalos e corrupção. Acham-se eles tão acostumados à impenitência, que já
não temem ofender o Espírito Santo. Seguindo a doutrina de Balaão e errando
pelos caminhos dos nicolaítas, usam a Bíblia para corromper o povo de Deus. Por
intermédio da teologia, desviam os jovens e transviam os companheiros de
ministério. A Igreja de Cristo? Têm-na como um negócio vantajoso.
O que falar dos divórcios já tão comuns
entre os membros do ministério sagrado? Não nos enganemos! O mesmo Deus que não
deixou impune Nadabe e Abiú continua a reivindicar, de cada um de seus
trabalhadores, uma vida íntegra, imaculada e irrepreensível. Certa vez, um
querido amigo disse-me que Deus começaria a punir os maus obreiros com a morte.
Na hora, achei a expressão um pouco carregada. Todavia, se acreditamos que o
Deus de Levítico continua o mesmo, então que busquemos a misericórdia daquEle
que, apesar de nossas maldades, quer restabelecer-nos prontamente.
2. Santidade interior. O sumo sacerdote
tinha de portar uma lâmina de ouro que, posta em sua mitra, trazia esta
advertência: “Santidade ao SENHOR” (Êx 28.36). A santidade do sacerdote,
portanto, longe de ser formal, era um reflexo do que lhe ia na alma (Ml 2.7).
Infelizmente, a classe sacerdotal, com o tempo, deixou-se levar por um culto
formalista e apóstata, o que ocasionou a destruição de Jerusalém (Jr 5.31;
23.11).
Como está a nossa santidade interior?
Por vezes, exteriormente, parecemo-nos o mais santo e correto dos homens. Mas,
em nosso coração, quanto pecado. Em nossa alma, quanta iniquidade. E, em nossa
mente, quanta sujeira, cobiça, adultério e até homicídios. Se não fizermos uma
pausa, a fim de buscar a Deus, corremos o risco de perder a alma. Já imaginou
ser lançado no lago de fogo em consequência de uma vida interior pecaminosa e
reprovada diante do santíssimo Deus?
Que nós, obreiros de Cristo,
guardemo-nos da pornografia e do contato com mulheres pecadoras e carregadas de
concupiscência. Sejamos precavidos. Façamo-nos acompanhar pela esposa onde quer
que estejamos. Não importa se você é um obreiro jovem, de meia idade ou até
mesmo um velho. O inimigo de nossas almas (às vezes, somos nós mesmos) está
pouco se importando com a nossa faixa etária. Meu querido pastor, Roberto
Montanheiro, costumava dizer que, no jogo da tentação, o Diabo enfraquece o
mancebo e fortalece o ancião.
3. Santidade e glória. A santidade e a
pureza da classe sacerdotal demonstravam a glória de Deus sobre todo o povo de
Israel. Por esse motivo, os ministros do altar deveriam oferecer sacrifícios em
primeiro lugar, por si mesmos, e depois por todo o povo (Lv 9.1-8). Se, pelo
altar, deveria começar a santificação do povo, pelo mesmo altar deveria também
ter início a punição dos ministros de Deus (Jl 1.3; 2.17; 1 Pe 4.17). Neste
momento, o Senhor Jesus, por intermédio de seu Espírito Santo, está a requerer
mais santidade e pureza de seus obreiros. Doutra forma, não subsistiremos às
tormentas que, brevemente, se abaterão sobre a Igreja de Cristo.
Fomos chamados a refletir a glória de
Jesus Cristo onde quer que estejamos. Que todos vejam, em nossa face, o rosto
de Cristo; em nossas mãos, a providência divina; e, em nossos pés, o Evangelho
que alcança os confins da terra.
É chegado o momento de voltarmos ao
primeiro amor. Se nos curvarmos diante do Cordeiro, seremos renovados em
línguas estranhas, receberemos dons espirituais e daremos uma sequência
gloriosa ao nosso ministério. Evangelizemos. Lancemo-nos às missões.
Trabalhemos enquanto é dia; a noite não demora a chegar.
IV. UMA TAREFA QUASE IMPOSSÍVEL, A
SANTIFICAÇÃO DE TODO DE TODO UM POVO
A santidade da classe sacerdotal
deveria refletir-se, necessária e eficazmente, na vida diária de Israel como
povo, como congregação e em cada família (Os 4.9-11).
1. Povo santo. Por que o Senhor exigia
santidade e pureza de seu povo? (Lv 11.44,45). Antes de tudo, para que Israel
cumprisse, cabalmente, a missão para a qual havia sido chamado: ser uma bênção
a todos os povos (Gn 12.1-3). Se atentarmos à História Sagrada, verificaremos
que a santificação dos hebreus teve início no exato instante em que Deus chamou
Abraão (Gn 17.1-7). A partir de sua vocação, os hebreus já tinham como
obrigação, espiritual e moral, levar a Palavra de Deus a toda a terra, para que
esta se enchesse do conhecimento do Senhor (Hb 2.14). Portanto, a menos que o
povo de Deus seja puro e santo, a evangelização jamais alcançará todos os povos
da terra. Requer-se, ainda, que este mesmo povo seja revestido do poder do
Espírito Santo (At 1.8). Somente assim a proclamação do Evangelho será eficaz.
Com muita tristeza, observamos que o
título “evangélico”, que tanto nos dignificava até a década de 1980, não
passava hoje de um rótulo velho e já lançado no monturo. Se, no passado, era
ignominioso ser crente, atualmente é chique; constitui-se até num passaporte à
ascensão social, política e econômica. Tenho encontrado alguns membros de minha
querida denominação que, em nada, diferem de um mundano. Basta uma conversa de
três ou quatro minutos, para concluir que, aquela pessoa, embora batizada nas
águas, jamais teve uma experiência real com o Senhor Jesus.
Se o povo de Deus não voltar a ser
distinguido pela santidade, como haveremos de resgatar o Brasil da miséria em
que se encontra?
Antes de tudo, voltemos à doutrina da
santificação. Santifiquemo-nos. Caso contrário, seremos envergonhados quando
estivermos a conclamar a Igreja de Cristo a uma vida santa e piedosa. Obreiros
do Senhor, choremos diante do Cordeiro de Deus.
2. Congregação santa. O povo somente
virá a ser santo se a congregação for pura, santa e separada do mundo. Eis
porque, no Pentateuco, o povo todo de Israel era tido como a congregação do
Senhor (Êx 12.3-6; Lv 4.15). Naquele tempo, não havia (e nem poderia haver) o
que chamamos de laicismo, porque tanto os dirigentes do povo quanto este
deveriam ser crentes; fiéis testemunhas do Senhor (1 Rs 8.5).
A tenda, na qual Moisés entrava para
falar com o Senhor, não pertencia a esta ou àquela tribo, mas a toda
congregação de Israel (Êx 27.1). Portanto, todo o ajuntamento de Jeová deveria
ser reconhecido por sua dedicação incondicional ao Senhor. Até os rebeldes e
apóstatas reconheciam a distinção da assembleia de Jeová (Nm 16.3). Foi com
esse status que Israel apossou-se da Terra Prometida.
3. Famílias santas. A congregação de
Israel só viria a ser santa se cada família, em particular, fosse igualmente
santa e dedicada ao Senhor. Por isso, Deus requeria que toda família
comemorasse a Páscoa (Êx 12.3). Na prática, os sacrifícios pela congregação e
pelo povo só teriam efeito, se cada unidade doméstica observasse a adoração ao
Deus de Jacó, como o fazia o próprio patriarca (Gn 35.1-5).
A família hebreia ideal é descrita no
Salmo 128. Apesar de o divórcio ser tolerado na sociedade israelita, havia
dispositivos severos para proteger a unidade familiar hebreia (Lv 18).
Portanto, só com famílias realmente santas é que poderemos levar Cristo a todos
os lares do Brasil e do mundo.
CONCLUSÃO
A santidade não é um mero ornamento na
vida dos filhos de Deus. É um requisito obrigatório; mantém-nos firmes e
inabaláveis no Senhor; dá-nos condições de propagar o Evangelho.
Tendo como exemplo o compromisso do
sacerdócio levítico com a santidade divina, devemos primar por uma vida
irrepreensível diante de Deus e dos homens. Se somos, de fato, o sal da terra,
por que não salgar a sociedade com um testemunho irrepreensível? E se somos a
luz do mundo, por que as trevas já encobrem o povo de Deus?
No desempenho de meu pastorado, tenho
encontrado muitos crentes que, embora frequentem assiduamente os cultos, ainda
não tiveram uma experiência pessoal com o Senhor; são perigosamente nominais.
Estão na igreja, mas não são Igreja. O que lhes falta? Uma vida de santidade e
pureza, que os diferencie o mundo. Que Deus nos ajude a reconduzi-los ao Senhor
Jesus Cristo enquanto é dia.
Santidade ao Senhor!