Adoração, Santidade e Serviço. “ Os Princípios de Deus Para Sua Igreja Em Levítico”.
Autor: Claudionor de Andrade.
INTRODUÇÃO
Neste capítulo,
mostraremos por que as ordenanças de Levítico fizeram de Israel o povo mais
avançado na área médica, urbanística e jurídica de todo o Oriente Médio. Não
exageraremos se considerarmos os hebreus, nesse mesmo período, mais adiantados
do que os chineses, egípcios e babilônios. Quanto aos gregos e romanos, ainda
lutavam por se firmarem como civilização.
Acredito que, sem as
orientações levíticas, o Ocidente jamais teria alcançado o seu atual estágio de
desenvolvimento. A razão é bastante simples. A Igreja Cristã, ao fazer uso da
Bíblia Sagrada, jamais deixou de aplicar os princípios mosaicos ao seu dia a
dia. Não quero dizer, com isso, que os teólogos patrísticos e medievais
porfiaram em judaizar a sociedade na qual estavam inseridos. Mas, sabiamente,
souberam como separar os mandamentos específicos a Israel daqueles que devem
ser observados por todos os povos. E, dessa forma, lançaram os alicerces da
Civilização Ocidental.
Acompanhemos, pois, o
processo de santificação dos israelitas. Esse processo, aliás, não contemplava
apenas a interioridade humana, mas também a sua exterioridade, porque esta
deveria ser um reflexo perfeito daquela. Para que isso ocorresse, a
Universidade Levítica fez-se indispensável.
I. A UNIVERSIDADE
LEVÍTICA
Ao separar os levitas
para servirem como sacerdotes e ministros do altar, Deus lançava, naquele
instante, os alicerces de uma instituição que faria dos hebreus o povo mais
civilizado do mundo. Vejamos em que consistia a epistemologia dessa entidade
que, com muita justiça, poderia ser chamada de Universidade Levítica.
1. Teologia, a
verdade sobre o único Deus. Os sacerdotes levitas, por serem os grandes mestres
e catedráticos de Israel, partiam de um pressuposto que faz toda a diferença no
campo filosófico, científico e literário: Deus existe. Mas, ao contrário dos
deístas atuais, acreditavam eles que Deus não se limitou a criar os Céus e a
Terra, mas continua a preservá-los e a intervir em todos os seus negócios, pois
Ele é o Senhor de todas as coisas (Gn 1.1).
A teologia levítica
não se embasava em meras teorias ou simples assentimentos intelectuais;
firmava-se em algo profundo e experimental: o temor de Deus. Como diria mais
tarde o sábio rei de Israel, “o temor do SENHOR é o princípio do saber, mas os
loucos desprezam a sabedoria e o ensino” (Pv 1.7, ARA).
Tendo esse texto de
ouro como a pedra de esquina de sua epistemologia, os levitas avançaram nos
mais diversos campos das ciências e saberes humanos.
Façamos uma pausa, a
fim de explicar o que é a epistemologia. Essa palavra é formada por dois
vocábulos gregos: episteme, conhecimento, ciência; e logos, estudo, ou discurso
racional. A epistemologia, portanto, é a reflexão em torno da natureza,
estágios e abrangências do conhecimento produzido, adquirido e transmitido pelo
homem.
2. Cosmologia, o
Universo é de Deus. Os sacerdotes do Senhor não se perdiam em teorias loucas e
bizarras acerca do aparecimento dos Céus e da Terra. Eles sabiam que, no
princípio, Deus criara tudo quanto existe. Se tudo quanto existe é criação
divina, depreende-se logo que somente o Criador é quem deve ser adorado; não a
criatura. Tal proposição é fundamental para se estabelecer uma epistemologia
segura, eficaz e que conduza o ser humano ao progresso.
Quando os levitas
oficiavam a Deus, apresentando-lhe alguma oferenda ou dom, sabiam estar
reconsagrando-lhe algo que já lhe pertencia. Por isso, tratavam a Terra não
como a deusa intocável dos gregos, nem como a mãe caprichosa dos ecologistas
atuais; tratavam-na como criação divina. Tinham eles ciência suficiente para
entender que a Terra fora criada por causa do homem, e não o homem por causa da
Terra. Que esta, pois, seja o santuário do Senhor, pois do Senhor é a Terra (Sl
24.1).
3. Antropologia, o
homem é a imagem de Deus. Já imaginou se os levitas tivessem sido educados por
Charles Darwin (1809-1882)? Como iriam eles tratar os filhos de Israel a partir
de uma antropologia bizarra, fantasiosa e sem a mínima base científica? Mas,
sabendo eles que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, jamais
deixariam os hebreus embrenharem-se nas promiscuidades egípcias, cananeias e
mesopotâmias. Todos eles porfiavam por serem reconhecidos como o povo escolhido
do Deus de Abraão, Isaque e Jacó.
Eis porque os
sacerdotes do Senhor obrigavam-se a cuidar tanto da interioridade quanto da
exterioridade dos hebreus. Eles estavam cientes de que Deus exigia de seu povo
santidade, pureza e distinção. Todos deveriam ser santos, porque Santo é o Senhor.
Diante de tal reivindicação, como devemos nós, hoje, proceder? Que o Espírito
Santo nos ajude a ter uma vida irrepreensível perante Deus e diante dos homens.
Como seria bom se os
médicos e os demais profissionais de saúde tivessem uma antropologia realmente
bíblica. A partir dessa perspectiva, tratariam melhor seus pacientes, pois
nestes veriam a imagem e a semelhança do Criador. E, assim, seriam banidos das
universidades e dos hospitais experimentos cruéis e desumanos como aqueles
realizados pelos alemães e japoneses durante a Segunda Guerra Mundial.
4. Direitos e
deveres. Os sacerdotes do Senhor, orientados pelos Dez Mandamentos e pelas
demais ordenanças do Pentateuco, foram além dos mestres e juristas da
antiguidade. Se Hamurabi, por exemplo, que viveu por volta do século XIX a.C.,
teve uma influência meramente local, o código levita fez-se universal; eterno.
E, hoje, em não poucos tribunais, encontramos uma cópia dos Dez Mandamentos.
Se compararmos a Lei
de Moisés à de Dracon ou à de Solon, ambos legisladores gregos do século VII
a.D., constataremos que estes jamais lograram alcançar a excelência da
legislação que Deus, por meio de Moisés, entregara aos levitas. Por isso, devem
os sacerdotes ser vistos como os juristas, advogados, promotores e juízes de
Israel. Além disso, lançaram a base jurídica da civilização ocidental.
5. Contrastes entre a
Universidade Levítica e a Faraônica. Antes de encerrarmos este tópico, faremos
um pequeno contraste entre a academia egípcia, formada, em sua maior parte, por
magos e astrólogos, e a hebreia, representada pelos levitas. A egípcia, apesar
de suas notáveis conquistas científicas, centrava-se em ciências ocultas e
duvidosas (Êx 7.11). Quanto à hebreia, tinha à sua disposição não os
conhecimentos escondidos e entretecidos nas profundezas de Satanás, mas o saber
verdadeiro que o próprio Deus revelara a Moisés e ainda mostraria aos profetas
que viriam depois do grande legislador.
Por essa razão, quem
hoje se interessa pelas ciências egípcias dos magos e astrólogos de Faraó? No
entanto, a Bíblia Sagrada é lida todos os dias do Ocidente ao Oriente como a
inspirada, inerrante e infalível Palavra de Deus.
II. O INÍCIO DOS
HOSPITAIS MODERNOS
Parece que os médicos
egípcios existiam apenas em função dos faraós. Quanto ao povo, que se arrumasse
com as suas doenças, moléstias e enfermidades. No que tange aos levitas,
observamos que estes, apesar de não serem médicos profissionais, dedicavam-se
desvelada e sagradamente aos cuidados preventivos da saúde hebreia. E, assim,
vieram a lançar as bases dos modernos hospitais.
1. O hospital, a Casa
do Bom Samaritano. Na língua alemã, a palavra “hospital” tem um significado
interessante e que, em sua essência, revela um pouco da filosofia pagã. O termo
Krankenhaus significa, etimologicamente, casa do enfermo.
Se buscarmos a
etimologia da palavra “hospital”, descobriremos não somente um novo significado
linguístico, mas também uma renovada filosofia. O termo, proveniente do latim
medieval, vem de hospes que, naquele período, significava “hospedeiro” ou
“hospede”. A partir daí, nasceu o vocábulo “hospital”: local onde os viajantes
eram bem recebidos e muito bem cuidados. Com o tempo, devido à influência da
Igreja Cristã, o hospital começou a ser visto não mais como uma simples
hospedaria, mas como um lugar para se acolher os enfermos.
Em seus primórdios, o
hospital não era uma casa de enfermo ou de enfermidade, mas um lugar onde o
hóspede, se enfermo, podia receber cuidados médicos. A parábola do Bom
Samaritano é um quadro que ilustra muito bem a fundação dos hospitais como hoje
os conhecemos. Nessa belíssima narrativa, observemos algo muito importante. Os
desvelos ministrados pelo samaritano àquele pobre homem refletiam, de certa
forma, as funções de um sacerdote levita. Se bem que tanto o sacerdote como o
levita, nessa narrativa, embora até possuíssem alguma ciência médica, passaram
de largo e ignoraram o seu paciente.
Segundo a história, o
primeiro hospital moderno foi estabelecido, em 370 d.C., na cidade de Cesareia,
como resultado de um benévolo édito imperial. Mais tarde, Basílio, o Grande
(329-379), recomendou a criação de hospitais, tendo como referência um famoso e
eficiente hospital de Roma. Não nos esqueçamos da Ordem dos Hospitalários que,
apesar de sua forte vocação militar, não deixou de cuidar dos peregrinos que se
dirigiam à Terra Santa.
Na história de
Israel, as práticas clínicas dos levitas precederam a medicina. É o que podemos
inferir do texto sagrado. A seguir, vejamos como os sacerdotes cuidavam da
saúde dos hebreus, não propriamente curando-lhes as enfermidades, mas
prevenindo-as. Esse cuidado torna-se mais visível em relação à lepra que,
naquele tempo, além de ser uma doença incurável, era socialmente repulsiva.
2. Lepra, o símbolo
do pecado. Libertos de uma terra idólatra e insalubre, os israelitas corriam o
risco de transmitir à próxima geração enfermidades como a lepra, a doença mais
repelente da antiguidade (Dt 7.15). Por isso, Deus encarregou os sacerdotes de
inspecionar clinicamente o seu povo. Nos tempos bíblicos, a lepra causava repulsa
devido ao seu aspecto e contágio (Lv 13.2). Se Deus não a curasse, médico algum
poderia fazê-lo. Haja vista o caso do general sírio Naamã (2 Rs 5.1-14). O
Senhor Jesus, durante o seu ministério terreno, curou a diversos leprosos e
ordenou a seus discípulos a que os purificasse (Mt 10.8; 11.5).
3. A inspeção
clínica. Em sua peregrinação à Terra Prometida, os israelitas não contavam com
médicos e sanitaristas. Era um luxo restrito aos nobres egípcios (Gn 50.2).
Portanto, sempre que alguém apresentava algum dos sintomas da lepra, deveria
encaminhar-se ao sumo sacerdote para ser examinado (Lv 13.1-30). De acordo com
o diagnóstico, o paciente era declarado limpo ou impuro. Se constatada a
doença, o enfermo era imediatamente apartado da comunidade (Lv 13.46).
4. A limitação do
sacerdote. Os sacerdotes, por conseguinte, encontravam-se habilitados a
diagnosticar, mas não a curar os leprosos; era uma função mais preventiva que
curativa. O próprio Senhor Jesus reconheceu a perícia do sacerdote na diagnose
da enfermidade (Lc 5.14).
Durante o seu
ministério terreno, o Senhor Jesus, louvado como o Médico dos médicos, admitiu
a utilidade dos médicos humanos. Embora limitados e, às vezes, até inúteis
diante de algumas situações, eles aí estão para aliviar-nos a dor (Mt 9.12).
Pelo que deduzimos desta saudação tipicamente paulina, Lucas era um médico mui
amado entre os cristãos primitivos (Cl 4.14).
III. O INÍCIO DA
URBANIZAÇÃO MODERNA
Às vezes, pergunto-me
por que uma cidade como o Rio de Janeiro, que já foi alcunhada de maravilhosa,
possui tantas mazelas urbanísticas. Ao lado de condomínios, que vivem no luxo,
há comunidades que tentam sobreviver do lixo e no lixo. Dessa forma, vemos
proliferar doenças que, há mais de um século, já haviam sido debeladas. No
Israel do Antigo Testamento, tal situação era inadmissível.
1. O urbanismo e o
sanitarismo do sacerdócio levítico. O urbanismo é a disciplina relacionada ao
estudo, regulação, controle e planejamento da cidade. Nessa ciência, não se
pode confundir urbanismo com ação urbanizadora. Se esta não promover a melhoria
de vida da população não é urbanismo; é mera preocupação estética. A cidade,
pois, antes de ser bonita, tem de ser saudável.
O urbanismo deve
caminhar de mãos dadas com o sanitarismo. Modernamente, o sanitarismo,
conhecido também como higienismo, é conhecido como a ciência que tem por
objetivo promover a saúde pública. A menos que tenhamos uma população saudável,
qualquer projeto urbanístico, por mais belo e aprazível, será inútil. Eis por que
Deus recomendou aos sacerdotes que zelassem pela saúde de seu povo.
De acordo com as leis
urbanas que encontramos no Levítico, a urbanização de Israel deveria começar de
dentro para fora; do interior das casas ao centro da cidade. Se uma casa estava
doente, todos os demais domicílios corriam perigo; a epidemia era eminente.
Vejamos, pois, como agiam os sacerdotes na fiscalização urbana de Israel.
Aliás, a sua função incluía, também, o sanitarismo.
2. A função urbanista
e sanitarista dos sacerdotes. Apesar de ser a terra que mana leite e mel,
Canaã, por causa dos povos que a habitavam, tornara-se tão doentia e
insustentável quanto o Egito (Lv 14.34). Até suas casas e vestes estavam
sujeitas a uma espécie de lepra, fatal aos israelitas.
Por isso, Deus
instruiu os sacerdotes a atuarem também como sanitaristas e urbanistas.
3. A função
sanitarista do sacerdote. O sanitarista é um especialista em saúde pública; sua
função é mais preventiva do que curativa. Sua obrigação é manter a cidade livre
de focos de doenças e infecções. Por isso, os sacerdotes, em Israel,
inspecionavam casas e roupas (Lv 14.34-57).
4. A lepra na casa. A
lepra numa casa é descrita como manchas esverdinhadas e avermelhadas que, via
de regra, pareciam mais fundas que a parede (Lv 14.37). Sempre que isso
ocorria, o proprietário deveria recorrer ao sacerdote que, após examiná-la,
ordenava o seu despejo, para que a praga não se espalhasse, contaminando toda a
propriedade (Lv 14.36).
Em seguida, a casa
era interditada por sete dias (Lv 14.38). Caso a praga não cedesse, as pedras
contaminadas eram retiradas e as paredes todas eram raspadas. Em último caso, o
sacerdote tinha autoridade para ordenar a demolição do imóvel (Lv 14.45). Para
que a lepra não contaminasse outras propriedades, todo o seu entulho era jogado
fora do perímetro urbano.
5. A lepra nas vestes.
As vestes e objetos domésticos também estavam sujeitos à lepra. No caso destes,
tratavam-se de mofos e fungos igualmente nocivos à saúde (Lv 13.47-50). De
imediato, a roupa deveria ser levada ao sacerdote (Lv 13.51). Caso a praga se
mostrasse persistente, a roupa deveria ser queimada, a fim de evitar a
propagação de doenças (Lv 13.52).
Deus advertiu
solenemente os israelitas a guardarem-se da praga da lepra, pois a doença abria
a porta a outras enfermidades e moléstias (Dt 24.8). Era um dos mais fortes
símbolos do pecado (Is 1.6).
IV. A ESTRUTURA
JURÍDICA DE ISRAEL
No Israel dos
sacerdotes e levitas, o direito estava sempre ao alcance dos pobres, porque a
Lei de Deus havia sido proclamada a toda a nação, e não apenas a uma minoria
privilegiada. Ali, pobres e ricos, pequenos e grandes, nobres e plebeus; todos,
enfim, estavam sujeitos aos mandamentos divinos. Não havia minoria
privilegiada, nem maioria ignorada; eram todos iguais diante da Lei de Deus.
1. A função judicial
dos sacerdotes. Judicialmente, o livro de Levítico apresenta várias
disposições, a fim de proteger a família, a propriedade privada e,
principalmente, a vida humana. Nesse sentido, o sacerdote atuava também no
campo jurídico. No Israel do Antigo Testamento, não havia uma lei-maior para
dirigir o país; uma espécie de constituição. Ali, toda a Palavra de Deus
funcionava como a ordenança que não podia ser ignorada quer pelo rei, quer pelo
plebeu. E, para zelar pelo fiel cumprimento dos estatutos divinos, os
sacerdotes e demais levitas faziam-se presentes.
2. Proteção da
família. Com o objetivo de manter a pureza e a legitimidade no relacionamento
familiar, o Senhor, por intermédio de Moisés, proíbe aos israelitas: o
sacrifício infantil (Lv 20.2); o incesto, (Lv 18.6-9); o abuso sexual doméstico
(Lv 18.10); a exposição das filhas à prostituição (Lv 19.29); o homossexualismo
e a bestialidade (Lv 18.22,23). Os israelitas, como adoradores do Único e
Verdadeiro Deus, eram obrigados a honrar seus pais e a preservar-lhes a
autoridade (Lv 19.3; 20.9).
3. Proteção da
propriedade privada. A posse de uma propriedade, em Israel, era considerada
algo sagrado; uma dádiva de Deus ao seu povo (Êx 3.7,8). Por esse motivo, os
israelitas deveriam tratar suas casas e campos de maneira responsável e amorosa
(Lv 19.9). As colheitas eram feitas de tal maneira, que os pobres jamais
deixavam de ser contemplados (Lv 23.22).
Sendo, pois, a terra
propriedade do Senhor, não poderia ser explorada de maneira irresponsável e
contrária à natureza (Lv 25.3,4). Do texto sagrado, depreendemos que o
sacerdote tinha por obrigação supervisionar o uso sustentável da terra.
A propriedade da
terra não era considerada roubo, conforme diria o francês Pierre-Joseph
Proudhon (1809 – 1865), mas uma herança pela qual valia a pena lutar (1 Rs
21.3). No Israel de Deus, os governantes não se digladiavam hoje pela esquerda,
e, amanhã pela direita; punham-se todos no centro da vontade divina.
Ali, nas terras do
Senhor, não havia lugar para o comunismo assassino e mentiroso, nem para o
fascismo desumano e cruel, pois a Lei de Moisés supria todas as carências e
lacunas sociais. E, quando do advento da injustiça, Jeová enviava os seus
mensageiros que, corajosamente, clamavam contra a opressão, o roubo, o crime e
a infidelidade doméstica.
4. Proteção da vida.
Também estava sob o encargo do sacerdote a inspeção das casas (Dt 22.8) e da
criação de animais (Êx 21.36). A mulher grávida recebia proteção especial (Êx
21.22). Enfim, a vida na sociedade judaica era e é sagrada; um dom do Criador
(Nm 16.22). Por isso, Deus determina no Sexto Mandamento: “Não matarás” (Êx
20.13). Mencionemos ainda as cidades de refúgio que, administradas pelos
levitas, serviam para acolher o que, sem o querer, matava alguém (Nm 35.10-15).
Oremos, para que o
nosso país seja realmente justo e misericordioso. Não nos faltam leis, nem
legisladores, nem juízes. Ei-los pelos tribunais; ei-los saindo das faculdades
e academias. Todavia, falta-nos o temor do Senhor, sem o qual não pode haver
princípio algum de sabedoria. É chegado o momento de rogarmos ao Senhor que nos
cure a terra. Achamo-nos tão enfermos, hoje, quanto o Israel dos tempos de
Isaías (Is 1.1-9). Neste momento, conscientizemo-nos de nossa responsabilidade
como sal da terra e luz do mundo.
Conforme profetizou
Malaquias, a aliança do Senhor com a tribo de Levi era firme e bem conhecida de
todo o Israel. Nesse sentido, seus descendentes deveriam ser o mais alto
referencial da nação no que tange à Lei de Moisés, à instrução e à
administração da justiça (Ml 2.4-7). Infelizmente, os sacerdotes não souberam
como guardar o concerto levítico.
Se o Senhor exigiu
excelência e correção dos levitas, no Antigo Testamento, como devemos nós agir?
Que o nosso culto seja marcado pelo amor e pela não conformação com este mundo.
Nós, obreiros de
Cristo, temos de ser um padrão na sã doutrina, segundo recomenda o apóstolo:
“Torna-te, pessoalmente, padrão de boas obras. No ensino, mostra integridade,
reverência” (Tt 2.7, ARA). Ainda que não sejamos sacerdotes como os filhos de
Levi, nossa responsabilidade, diante do povo de Deus, não é menor. Se o Senhor
exigiu deles excelência, o que não exigirá de nós, seus despenseiros? Ou será
que já não tememos ser reprovados no Tribunal de Cristo? Que o Senhor nos
ajude.
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