A Embriaguez de Ló (19.30-38)
A
história final da vida de Ló não é aprazível. Como Noé (9.20-23), Ló se enredou
com vinho (32) depois da espetacular fuga da morte. Mas, neste exemplo, suas
filhas também se envolveram. Ló acabou se recolhendo nos montes, apesar dos
seus temores anteriores (19), e estabeleceu casa em uma caverna remota.
Temos
de julgar o incidente com compaixão, pois a série de calamidades que se abateu
sobre os três de maneira nenhuma era comum. Eles não sabiam se alguém no vale
também conseguiu escapar como eles. As moças estavam em renhido dilema. Onde
haveria um homem para casar com elas, e como haveria um filho para continuar o
nome do seu pai? Estas não eram questões de pequena monta na sociedade em que
viviam.
A solução que delinearam foi escandalosa,
embora conseguissem racionalizá-la para contentamento próprio. Mas elas sabiam
melhor que discutir o assunto com o pai. O plano era insensibilizar o pai com
vinho e depois manter relações sexuais com ele. Sendo bem-sucedidas no esquema,
deram, no devido tempo, à luz filhos.
A
história não parece estar anexada ao relato da destruição de Sodoma e Gomorra
para condenar Ló ou suas filhas. Ao contrário disso, o propósito parece ser
meramente contar como surgiram os moabitas e os amonitas e por que eles foram
considerados parentes próximos do povo hebraico. Por outro lado, não há senso
de aprovação moral.
Extraído do
Comentário Bíblico Beacon.
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