segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Jesus e os sinais da sua vinda


I. SINAIS DA VINDA DE JESUS NA ESFERA RELIGIOSA

1. Os falsos cristos e falsos profetas (vv.4,5,11). Jesus alertou para o surgimento de pessoas, em seu nome, “dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos” (v.5). É a velha tática do Diabo, enganando a humanidade (2 Jo 1.7; 2 Co 11.14). Os falsos profetas estão por aí, e já previram a volta de Jesus para 1993, 1997, 1998, 1999, e 2000. Ele advertiu que o dia e a hora de sua vinda ninguém sabe (ler Mt 24.36,42,44,50; 25.13). É melhor pregar que Jesus pode vir hoje.
2. Falsos ministros do evangelho. Jesus previu que certos ministros do evangelho agirão de modo errôneo, espancando a igreja, com sua sede de poder, de vícios e maldades, pensando que o Senhor vai tardar (vide Lc 12.45). Nos últimos anos, tem sido grande o número de escândalos provocados por ministros, “espancando” a consciência dos crentes mais fracos.
3. A globalização do evangelho (v.14). Enquanto os homens desenvolvem a globalização econômica, científica e tecnológica, a Igreja do Senhor vai cumprir sua missão, nos últimos tempos, globalizando a mensagem do evangelho, através de todos os meios disponíveis, seja rádio, jornal, televisão, satélite, fibra ótica, telefone, telemática, raios laser, Internet, etc, sem deixar de usar os legítimos e eficazes meios tradicionais de evangelização, como culto ao ar-livre, evangelismo pessoal, em massa, de grupos, nos lares, jornais, livros, revistas, folhetos, etc. Paulo mostra que é necessário usar todos os meios para salvar alguns (1 Co 9.22).
4. O Estado de Israel (Lc 21.23,24). Israel foi disperso pelas nações, por ter rejeitado o Messias. Mas Jesus previu seu retorno, para se tornar uma nação politicamente organizada (Jr 31.17; Ez 11.17; 36.24; 37.21). Em 14 de maio de 1948, a ONU aprovou a criação do Estado de Israel. Foi o renascimento nacional daquela nação, cumprindo o que diz Ez 37.7,8. Falta o renascimento espiritual (Ez 37.9), que só acontecerá em meio à Grande Tribulação (Zc 12.10; Rm 11.25,26). Devemos ficar atentos, pois Israel é chamado “relógio de Deus”, indicando a hora do fim.

II. SINAIS DO CÉU

Jesus previu que, antes do arrebatamento, “haverá também coisas espantosas, e grandes sinais do céu” (Lc 21.11,25). Em At 2.19, lemos: “e farei aparecer prodígios em cima no céu e sinais em baixo na terra: sangue, fogo e vapor de fumaça”. Muito se tem falado nos discos voadores, ou OVNIs. Serão eles de Deus? Do Diabo? Da Terra? Acreditamos que não são de Deus, pois causam confusão, medo e pavor. Se for do homem, trata-se de uma tecnologia desconhecida. Ao que tudo indica, são aparições demoníacas, que impressionam os homens, em sua mentalidade tecnicista, afastando-os de Deus.

III. SINAIS EMBAIXO NA TERRA

1. Terremotos em vários lugares (v.7). Os terremotos são sinais na Terra (At 2.19), usados por Deus como indicadores de seus desígnios sobre o planeta. Para que se tenha uma ideia, os terremotos estão aumentando em número, a cada ano. Entre 1901 e 1908, houve mais terremotos do que nos dezenove séculos. Dados científicos indicam que, neste século, já houve mais de um milhão de terremotos, em graus de intensidade diferentes. É Deus falando. As pedras falam (Lc 19.40). Quando da morte de Jesus, as pedras falaram (Mt 27.51).
2. Secas e catástrofes eco lógicas (At 2.19). Há fenômenos estranhos. O chamado “El Nino” tem provocado secas em umas regiões, enquanto causa enchentes em outras, confundindo os meteorologistas. O planeta está sendo destruído pelo homem. A poluição do ar, das águas e do solo causam prejuízos inimagináveis ao meio ambiente e ao ser humano. Mas, por trás dessa ação maléfica, está o espírito demoníaco, que deseja provocar o maior número de mortes, de pessoas que não tem a salvação, para levá-las ao Inferno. Ainda bem que a Bíblia diz que Deus punirá os que destroem a terra (Ap 11.18).

IV. SINAIS NA VIDA POLÍTICA

1. Guerras e rumores de guerra (v.6). Após as duas guerras mundiais, do século passado, ocorreram muitas outras guerras menores, como no Sudeste asiático, no Oriente Médio, nas Américas, na África e, mais recentemente, na Europa, com a guerra na ex-Iugoslávia, envolvendo a Sérvia, a Croácia, Kosovo e outras regiões. A China vive em estado de guerra contra Taiwan. É “nação contra nação, e reino contra reino” (v.7). Lembramos que há guerras eletrônicas, que podem trazer catástrofes reais. É “o princípio de dores” (vv.6,8). Vale salientar que ninguém sabe até quando durará esse “princípio”. Não nos esqueçamos de que “um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia” (2 Pedro 3.8). É necessário ficarmos atentos.
2. Formação de blocos econômicos. É a preparação do palco para a encenação do governo do Anticristo. Em Ap 13.3,7 e 17.12,13, vemos a previsão do renascer do Império Romano. A Comunidade Europeia, com sua moeda única e um parlamento supranacional, já preparam o terreno para o governo mundial. Na América do Sul, há o Mercosul e na América do Norte, o Nafta.

V. SINAIS NA VIDA SOCIOECONÔMICA

1. Fomes (v.7a). O homem já sabe como chegar a Marte. Mas não sabe como fazer a comida chegar à mesa da maioria das pessoas. A fome é uma realidade, que acomete quase dois terços da humanidade. Todos os sistemas econômicos têm falhado. A fome atinge milhões de pessoas.
2. Pestes. Em nosso País, doenças endêmicas do início do século, como a dengue, a tuberculose, o sarampo e outras, estão voltando, apesar de todos os recursos da Medicina. Na África, há pouco tempo, surgiu o vírus Ebola, de efeito tão devastador, que mata uma pessoa em vinte e quatro horas; a AIDS (em português: Síndrome da Deficiência Imunológica Adquirida), já acomete mais de 20 milhões de pessoas, ameaçando propagar-se rapidamente por todo o mundo. Certamente, é sinal de que o fim está próximo. Fomes e pestes são juízo de Deus sobre os ímpios (Dt 28.48; Dt 32.24; 1 Rs 18.2).

VI. SINAIS NA VIDA MORAL

1. Aumento da iniquidade (v.12). Os homicídios, latrocínios, sequestros, estupros e outros atos de violência têm se multiplicado e aterrorizado as cidades, alimentados pelo tráfico de drogas, de armamentos, de prostituição, até de crianças. Mas iniquidade não é só a prática de violência e corrupção. É a falta de equidade. Muitos, mesmo se dizendo evangélicos, têm agido com iniquidade, praticando a injustiça contra os irmãos. Em consequência, o amor tem esfriado, como Jesus previu.
2. Depravação, como nos dias de Ló (Lc 17.28; Gn 19). Como no tempo de Ló, a imoralidade se espalha. Em lugar do casamento, da família tradicional, prega-se abertamente outros tipos de união tais como “produção independente”, em que uma mulher se junta com um homem, que faz o papel apenas de reprodutor, sem que se casem, para ter um filho. Homossexuais e lésbicas têm o apoio legal para suas práticas, condenadas pela Bíblia (Lv 20.13: Dt 23.17,18; Rm 1.23-28). Mas será severo o juízo de Deus sobre esse comportamento social (vide Lc 17.28-30).

CONCLUSÃO

Os ensinos de Jesus são um alerta solene sobre a natureza, a forma e o tempo em que ocorrerá a sua vinda, quando os mortos ressuscitarão e os vivos serão transformados, para encontrá-lo nos ares. Que o Senhor nos ensine e nos ajude a ter uma vida santa de tal maneira que nosso “espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5.23).


 Fonte Lições Bíblicas CPAD Ano 2000  2º Trimestre - Jovens e Adultos

Jesus e a Igreja


I. CONCEITUAÇÃO DE IGREJA

1. Origem da palavra. A palavra igreja vem do grego, ekklesia, significando, literalmente, “os chamados para fora”. Na Grécia antiga, identificava uma “assembleia”, em que um arauto convocava as pessoas para uma reunião, que podia ser realizada ao ar-livre, numa praça, com finalidade religiosa, política ou de outra ordem. Na realidade, tomos tirados “para fora” do mundo e Ele “nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus” (Ef 2.6).
2. Conceituação bíblica. No Novo Testamento, encontramos expressões que denotam o significado e missão espiritual da Igreja.
a) “Multiforme sabedoria de Deus” (Ef 3.10). Neste aspecto, a igreja revela ao mundo a sabedoria de Deus, em suas muitas e variadas formas de manifestação. A criação do mundo, do homem, e do universo, bem como suas relações com as coisas criadas são expressões da sabedoria divina (ver Sl 19.1-4; Rm 1.19,20).
b) “Coluna e firmeza da verdade” (1 Tm 3.15). É a única e exclusiva instituição, em todo o mundo, em todos os tempos, que tem credenciais para ser sustentáculo da verdade. As “verdades” dos homens mudam a cada dia. A verdade apresentada pela Igreja é imutável, pois é encarnada no próprio Cristo (vide Jo 14.6).

II. O FUNDAMENTO DA IGREJA

1. Não é Pedro (Mt 16.15-18). O texto bíblico revela o diálogo entre Jesus e os discípulos, quando estes disseram que certas pessoas o consideravam como João Batista ressurreto, ou Elias, ou Jeremias ou outro dos antigos profetas (ver Mt 14.1,2; Lc 9.7,8; Mc 6.14,15). Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” (v.15). “E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (v.16). Diante dessa resposta, Jesus disse: “Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (vv.17,18).
2. A pedra é Cristo. Na resposta de Jesus (v.18), podemos ver que Ele próprio é a pedra sobre a qual a Igreja está assentada. Quando Ele disse: “Tu és Pedro”, usou a palavra petros que quer dizer “pedrinha” ou “fragmento de pedra”, que pode ser removida. De fato, Pedro demonstrou certa fragilidade, em sua personalidade. Numa ocasião, deixou-se usar pelo inimigo (Mc 8.33); num momento crucial, negou Jesus três vezes (Mt 26.69-75). Por isso, quando Jesus disse: “sobre esta pedra edificarei a minha igreja”, Ele utilizou a palavra petra, que tem o significado de rocha inamovível, e não petros que é “fragmento”.
3. A edificação da Igreja. Em Mt 16.18, vemos a promessa da edificação da Igreja sobre o próprio Cristo. Ele é a Rocha. Somente Ele satisfaz essa condição, conforme lemos em 1 Co 3.11; 10.14; Rm 9.33; Mt 21.42; Mc 12.20; Lc 20.17. Sem dúvida, Pedro foi um dos líderes da Igreja primitiva, ao lado de Tiago e de João (At 12.17; 15.13; Gl 2.9). Contudo, não há base bíblica para afirmar que a Igreja teria Pedro como a rocha sobre a qual ela seria edificada. Jesus é o fundamento da Igreja (1 Co 3.11). Se alguém tem dúvida, basta ouvir o que o próprio Pedro disse em 1 Pe 2.4,5; At 4.8,11.
4. As chaves dadas a Pedro. Em sua resposta a Pedro, Jesus disse: “E eu te darei as chaves do Reino dos céus...” (Mt 16.19a.). As “chaves dos céus” são melhor entendidas como o poder e a autoridade para transmitir a mensagem do evangelho. No Dia de Pentecostes, Pedro foi usado por Deus para abrir as portas do Cristianismo aos judeus (At 2.38-42) e aos gentios, na casa de Cornélio (At 10.34-36). Portanto, Pedro não é o porteiro do céu, como pensam os romanistas.

III. PRERROGATIVAS DA IGREJA

1. O poder de ligar e desligar. “...e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16.19). Trata-se de autoridade dada por Cristo à Igreja, representada ali por Pedro, usado por Deus, e estendida a todos os apóstolos (Mt 18.18; Jo 20.23), no sentido de receber a aceitação de pecadores ao Reino dos céus, ou de desligá-los, mediante a autoridade concedida por Jesus. Esse poder não é absoluto. Só pode ser utilizado de modo legítimo, nos limites estabelecidos pela Palavra de Deus.
2. A autoridade para reconciliar. Jesus mostrou que há quatro passos importantes, para a reconciliação entre irmãos: a) o ofendido deve procurar o irmão: “vai e repreende-o entre ti e ele só” (Mt 18.15a); neste passo, há uma bifurcação; “se te ouvir, ganhaste a teu irmão” (Mt 18.15b); “mas, se não te ouvir”, vem o segundo passo; b) “leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas testemunhas toda a palavra seja confirmada” (Mt 16.16); c) “e se não as escutar, dize-o à igreja” (v.17a); d) “e, se também não escutar à igreja, considera-o como um gentio e publicano” (v.17b). Aqui, temos algumas observações. Primeiro, Jesus não mandou o irmão ofendido pedir perdão ao ofensor, como ensina alguém, de modo ingênuo. Segundo, vemos, nesse texto, a autoridade da Igreja para respaldar a reconciliação e para excluir aquele que não quer reconciliar-se.
3. Autoridade da concordância (Mt 18.19,20).
a) “Se dois de vós concordarem na terra”. Esta expressão mostra-nos o valor da união entre os crentes, bem como o valor da oração coletiva, a começar por um grupo de duas pessoas, que resolvem orar a Deus, em nome de Jesus (Jo 14.13), num só pensamento, num só propósito santo. Esse ensino previne contra o egoísmo na adoração. Deus é “Pai nosso”, de todos, e não apenas de cada indivíduo. A oração individual é valiosa (Mt 6.6), mas não exclui a oração coletiva.
b) “Acerca de qualquer coisa que pedirem”. A expressão “qualquer coisa” tem levado muitos a uma interpretação forçada do texto, crendo que o crente pode pedir o que deseja a Deus, tendo este obrigação de atendê-lo. Ocorre que Jesus ensinou algumas condições para o crente ser ouvido. Não é só dois crentes se unirem e pedirem, por exemplo, a morte de um desafeto; ou para ganharem rios de dinheiro; ou para fazerem o casamento de alguém com outrem. É necessário que as pessoas estejam em Cristo, e que sua Palavra esteja nas pessoas (Jo 15.7). É importante lembrar que Deus nos atende se pedirmos algo de acordo com sua vontade (1 Jo 5.14).
c) “Isto será feito por meu Pai que está nos céus”. Conforme dissemos no item anterior, Deus atende o crente que lhe pede algo em nome de Jesus (Jo 14.13), e se tal pedido for da sua vontade (1 Jo 5.14).
d) “Dois ou três” (v.20). Jesus nos garante que podemos ter sua presença, não só nas grandes reuniões, mas em qualquer lugar em que dois ou três crentes estejam em comunhão com Deus e com eles mesmos. Dessa forma, a dimensão da igreja local (At 20.28; 1 Co 1.2) ou universal (Hb 12.23) não depende de grandes números, mas de união e reunião em nome de Jesus.

CONCLUSÃO

A Igreja de Jesus Cristo, seja no sentido local ou universal, representa os interesses do Reino de Deus, na face da Terra. Sem ela, certamente a humanidade não teria como encontrar o caminho, a verdade e a vida, indispensáveis à salvação dos homens. No sentido espiritual, a Igreja é a noiva do Cordeiro, “igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5.27). Que nos sintamos felizes e honrados de pertencer à Igreja do Senhor Jesus.

 Fonte Lições Bíblicas CPAD Ano 2000  2º Trimestre - Jovens e Adultos


Jesus e a felicidade

I. CONCEITOS IMPORTANTES

1. Origem da expressão. Bem-aventurança significa “grande felicidade, a glória, a felicidade perfeita”. A palavra vem do grego makarismós, com o sentido de “felicidade”.
2. Bem-aventurado. Vem do grego, makários, identificando um indivíduo feliz, bem-aventurado, “livre de sofrimentos e preocupações”. Para os judeus, uma pessoa bem-aventurada deveria ser próspera materialmente. Para o cristão, o conceito de bem-aventurança extrapola a ideia dos gregos e dos judeus. O crente em Jesus pode ser feliz, alegre ou triste, sorrindo ou chorando, desde que suas lutas sejam decorrentes da fidelidade ao Senhor, e como pertencente ao Reino de Deus.

II. OS POBRES, OS QUE CHORAM E OS MANSOS

1. Os pobres de espírito (v.3). São bem-aventurados os humildes de espírito, que se sentem sempre dependentes de Deus. A eles pertence o Reino dos céus. Não se deve confundir com alguém que seja fraco de espírito. No Sermão da Montanha, quer dizer uma pessoa que, espiritualmente, é totalmente dependente de Deus, para a solução de seus problemas. O pobre de espírito não é um alienado, que abdica de sua personalidade, nem precisa viver como um monge. Tem o mesmo sentido do que disse Davi: “Clamou este pobre e o Senhor o ouviu...” (Sl 34.6). Essas pessoas são espiritualmente riquíssimas!
2. Os que choram (v.4). Em contraste com a visão do homem do mundo, que gasta milhões para rir, buscando a felicidade, Jesus afirma que são muito felizes os que choram. São os que choram por causas dos pecados e se arrependem; são os que choram, sentindo pelos outros; esse choro traz alegria, paz e conforto; eles serão consolados (Ap 7.17).
3. Os mansos (v.5). Neste mundo, a ideia dominante é a de que uma pessoa mansa é fraca, por não agredir, não revidar as ofensas. Na visão de Cristo, é diferente. O manso é uma pessoa forte. É capaz de suportar com equilíbrio as afrontas, as calúnias, as injúrias. Um fraco não suporta. É uma pessoa muito feliz. Aos mansos é prometido que herdarão a terra, sem precisar invadir propriedades alheias.

III. OS FAMINTOS E SEDENTOS DE JUSTIÇA, OS MISERICORDIOSOS E OS LIMPOS DE CORAÇÃO

1. Os famintos e sedentos de justiça (v.6). Certo irmão pensava que esse versículo se referia a pessoas que têm fome e sede de vingança. Mas não é isso que Jesus ensinou. Quanto à vingança, a Bíblia diz que pertence a Deus (Rm 12.19). O que Ele ensinou é que são felizes os que desejam a justiça de Deus; sua retidão. Primeiro, para suas vidas (Rm 5.1). Depois, que os outros sejam abençoados pela graça e pela justiça de Deus em suas vidas. A promessa é de que serão fartos.
2. Os misericordiosos (v.7). No sentido popular, misericórdia significa “compaixão suscitada pela miséria alheia”. No Novo Testamento, o sentido tem a ver com alguém capaz de se colocar no lugar do outro, sentindo sua dor, seu sofrimento. Os misericordiosos têm a promessa de que alcançarão misericórdia. É preciso ter cuidado, pois o juízo será severo contra quem não usa de misericórdia (Tg 2.13).
3. Os limpos de coração (v.8). São muito felizes os que têm o coração limpo e puro, ante o “Raio-X” de Deus, que é a sua Palavra. Na Palavra de Deus, limpo de coração é aquele “que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente” (Sl 24.4). Esses têm a promessa de que verão a Deus.

IV. OS PACIFICADORES, OS PERSEGUIDOS E OS INJURIADOS

1. Os pacificadores (v.9). Estes são os que promovem a paz. No grego paz é eirene e em hebraico, shalom. Na Bíblia, a paz de Deus não significa apenas ausência de guerra, de problemas, mas se refere a um estado de bem-estar pleno. A bem-aventurança dos pacificadores contraria o espírito agressivo que domina o mundo presente. Em muitas igrejas, há pessoas em guerra contra outras. Em muitos lares, há um campo de batalha. Por quê? Simplesmente porque não dão lugar ao fruto do Espírito Santo, que lhes dá paz (Gl 5.22). O pacificador é alguém que, antes de tudo, tem paz em si mesmo. E é capaz de dar de comer e de beber ao inimigo (Rm 12.20). Esses serão chamados filhos de Deus.
2. Os perseguidos (v.10). Como pode ser muito feliz uma pessoa perseguida? Esta pergunta pode ser feita pela lógica do homem natural. Notemos que a bem-aventurança é para os perseguidos “por causa da justiça”. Hoje, fica difícil entender esse conceito ensinado por Jesus. Os cristãos primitivos o entenderam muito bem. Foram crucificados, entregues às feras, queimados vivos, amarrados aos postes, untados com óleo, para servirem de “lâmpadas” no palácio de Nero. Os crentes, no início da evangelização do Brasil, foram perseguidos por causa da justiça de Deus. Ainda hoje, há quem sofra perseguição por causa do evangelho. A esses o Senhor promete que “deles é o reino dos céus”. É preciso seguir o ensino de Jesus sobre o que o mundo pode fazer conosco (Jo 15.18-20; ver 1 Pe 2.18-25).
3. Os injuriados (v.11). Os injuriados, no texto, são os perseguidos por algum tipo de agressão verbal, acusados injustamente pelo fato de serem servos do Reino de Deus. Contra eles, dizem todo o mal por causa de Jesus. Nos primórdios do evangelho pentecostal, crentes eram acusados por padres de serem “comedores de crianças”, filhos do Diabo, etc. Hoje, há quem sofra injúria e perseguição por ser crente em repartições, em empresas, e, infelizmente, até algumas igrejas, por não compartilharem das injustiças que o mundo perpetra contra a Igreja do Senhor. Mas aos que permanecerem fiéis ao Rei Jesus, é prometido que o seu galardão é grande nos céus.

CONCLUSÃO

As bem-aventuranças, proclamadas por Jesus, se constituem uma das mais belas páginas das Escrituras Sagradas. Nelas, vemos um elevadíssimo padrão ético-espiritual, o qual, em conjunto com os demais ensinos do Sermão da Montanha, ainda não foi alcançado por muitos que se dizem cristãos. É fácil buscar felicidade no hedonismo ou no liberalismo. Difícil é ser feliz por ser humilde, por chorar, ser manso, sedento de justiça, misericordioso, limpo de coração, pacificador, perseguido e injuriado. Mas para cada um desses, há promessas gloriosas, que só os vencedores por Cristo alcançarão.

 Fonte Lições Bíblicas CPAD Ano 2000  2º Trimestre - Jovens e Adultos