quarta-feira, 17 de maio de 2017

“ SUBSIDIO TEOLÓGICO LIÇÃO 8”- ABIGAIL: UM CARÁTER CONCILIADOR

Abigail aparece na Bíblia em circunstâncias estranhas. Ela era esposa de um rico fazendeiro, proprietário de grandes rebanhos de ovelhas e de cabras que vivia nas proximidades do Carmelo, em Maom, não muito distante do deserto de Parã. Para esse deserto, Davi deslocou-se com seus homens para evitar confrontos com o rei Saul, que teimava em persegui-lo sem razão, temendo perder o reino para o jovem pastor de ovelhas.
    Naquelas circunstâncias, os pastores de Davi travaram contato com os pastores de Nabal. Durante vários dias, eles ficaram reunidos, e os homens de Davi serviam de apoio e de guarda para os rebanhos de Nabal. Mas talvez esse fato não tivesse sido bem comunicado a ele. Em certo tempo, os homens de Davi, bem como suas famílias, que se achavam acampados na região, tiveram necessidade de víveres, de alimentos. E Davi, imaginando que Nabal reconheceria os benefícios feitos a seus pastores e seus rebanhos no deserto, resolveu mandar alguns criados falarem com Nabal, pedindo algum alimento, quando soube que ele tosquiava suas ovelhas no Carmelo.
    Aquilo que parecia uma solicitação razoável e sem maiores pretensões tornou-se motivo de uma grande questão, com lances imprevisíveis de mal-estar e má vontade. Davi não exigiu de Nabal que mandasse grandes quantidades de víveres, mas, sim, que enviasse para seus homens o que achasse à mão, ou seja, oque pudesse mandar. Porém, ao ouvir o pedido de Davi, Nabal encolerizou-se diante dos mensageiros e disse que não iria atender o pedido de um homem que, na visão dele, era mais um fugitivo de “seu senhor”, dizendo ainda que não iria alimentar homens que sequer sabia de onde vinham (1 Sm 25.10.11).
    Se a resposta de Nabal a Davi, mesmo sendo negativa, tivesse sido dada de forma adequada, respeitosa e com as devidas justificativas, provavelmente a reação teria sido diferente. Podería não ter satisfeito as expectativas, mas teria sua razoabilidade. No entanto, como a resposta foi desaforada, desrespeitosa e em tom de deboche, acabou mexendo com os brios humanos de Davi, despertando seu lado temperamental. Davi ficou irado, convocou 400 homens dos que formavam seu grupo no deserto e dirigiu-se a Maom para atacar Nabal e a todos de sua casa, com o propósito de vingar a desmoralização pela resposta insolente do insensato fazendeiro.
    Como Deus sempre age nas situações de crise, um homem de Nabal fez saber a ameaça à sua esposa. Ao saber da terrível decisão contra a sua casa, Abigail agiu rapidamente, preparou alimentos e levou-os com seus criados ao encontro de Davi. Assim, ao vê-lo, prostrou-se em terra, assumindo a culpa da desfeita, e deu sábios conselhos a Davi, mostrando que Deus podería agir em seu lugar para que ele não manchasse suas mãos de sangue sem necessidade. Davi ficou impressionado com a atitude de Abigail, ouviu o seu conselho, recebeu a sua dádiva e retornou de sua temível empreitada de vingança. Pouco tempo depois, Nabal foi ferido por Deus e morreu, e Davi tomou Abigail como sua esposa e, como se diz nas histórias de amor, “foram felizes para sempre”, com a bênção de Deus.

I - ABIGAIL: UM POUCO DE SUA HISTÓRIA
Para entendermos o caráter de uma pessoa, faz-se necessário conhecer um pouco de sua história, de suas atitudes e ações. Abigail só passou a fazer parte da história bíblica por causa do comportamento insensato e precipitado de seu marido. Aqui, temos uma narrativa que confirma que Deus utiliza-se até mesmo de loucos para criar circunstâncias que propiciam condições para seus propósitos serem alcançados.

1. Davi Recorre a Nabal e É Desconsiderado
Davi e seus homens acamparam-se no deserto de Pará, nas proximidades do Carmelo e das propriedades de Nabal. Ali ele ficou com seus homens e sua família. Como sua tropa dependia de ajuda para alimentar-se no deserto, Davi, ao saber que Nabal, um homem riquíssimo e muito próspero, estava tosquiando ovelhas, mandou dez jovens para saudá-lo, desejando paz a ele e à sua casa e solicitando que enviasse o que pudesse para seus homens. Com seu temperamento colérico, Nabal sequer agradeceu a saudação. E respondeu de forma grosseira e irônica aos criados de Davi: “Quem é Davi, e quem é o filho de Jessé? [...]. Tomaria eu, pois, o meu pão, e a minha água, e a carne das minhas reses que degolei para os meus tosquiadores e o daria a homens que eu não sei de onde vêm?” (1 Sm 25.6-11). Ele desdenhou de Davi e de seus homens. Os servos ou soldados de Davi já se tornaram amigos dos pastores de Nabal. Enquanto esses estavam acampados no mesmo deserto, as tarefas comuns acabaram aproximando-os, e Davi tinha informações de Nabal, e é possível que Nabal tivesse informações de Davi, como o texto indica, em sua referência ao pai de Davi.
    A resposta dura de Nabal, sem dúvida alguma, era uma grande afronta a Davi e a seu grupo de guerreiros dispostos a lutar por sua causa em defesa de Davi, deles próprios e de suas famílias. Ao tomar conhecimento da resposta grosseira de Nabal, Davi tomou 400 homens para ir em direção a Nabal, deixando outros 200 com a bagagem. A intenção de Davi era atacar Nabal e tudo o que ele tinha, com extrema vingança, disposto a destruir tudo sem deixar ninguém com vida, “mesmo até um menino” (1 Sm 25.22). A reação de Davi foi temperamental. Numa ocasião em que ele estava sendo perseguido por Saul, suas emoções estavam à flor da pele. Era, porém, uma reação carnal, humana, carregada de ressentimento e vingança, o que não era da vontade de Deus (1 Sm 25.10-13, 21,22).
    Com aquele comportamento agressivo e desequilibrado, Davi estava dando um péssimo exemplo para seus homens e seus filhos. Nem parecia o Davi que agiu com temor de Deus e amor por Saul quando teve a oportunidade de eliminar Saul com um só golpe, numa caverna, no deserto de En-Gedi. Para mostrar que ele tivera tal chance, ele apenas cortou um pedaço do manto do seu feroz perseguidor e não o matou, em respeito à unção de Deus sobre Saul (1 Sm 24.1-6). Ele não agiu assim apenas uma vez. Depois dos acontecimentos envolvendo Nabal e Abigail, Davi poupou a vida de Saul outra vez, em respeito à unção (1 Sm 26.7-11). Esse era seu caráter de homem segundo o coração de Deus. Como, então, ele agiu assim diante de um homem insensato, que talvez não tivesse a seu serviço homens armados, mas tão somente pastores de ovelhas? Isso mostra que, se a natureza humana não for controlada pelo Espírito Santo, poderá mudar num momento, de santo para ímpio, de manso para violento, de ovelha para leão feroz, disposto a destruir e a matar o que encontrar pela frente.
    Por isso, Paulo doutrinou com muita propriedade aos crentes da Galácia: “[...] Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne” (G1 5.16). Às vezes, mesmo homens de Deus esquecem sua condição espiritual e agem de forma intempestiva e irracional. Moisés era o homem mais manso da terra, mas, num acesso de ira, quebrou as tábuas que Deus fez (Nm 12.3; Ex 32.19). Não é de admirar que Davi, o homem segundo o coração de Deus (1 Sm 2.35), também perdesse o equilíbrio emocional numa ocasião crítica. E foi nesse cenário conturbado e ameaçador que apareceu a figura de Abigail, que, com sua atitude sábia, diligente e moderadora, evitou uma tragédia e mudou a história de Davi e de seus homens. Diante desses exemplos, devemos vigiar nosso temperamento no seu lado defeituoso, carnal, para não darmos lugar à ira a ponto de perdermos o equilíbrio e a sanidade. Há poucos dias, vimos, na Internet, o caso de um pastor nos Estados Unidos que matou outro pastor, jubilado, por uma discussão de natureza teológica!

II - ABIGAIL DEMONSTRA O SEU CARÁTER
1. Uma Mulher Prudente
    O nome Abigail significa “pai da alegria” ou “exultação”.1 Seu nome também corresponde ao seu caráter pacificador e humilde. Ela era uma mulher dotada de beleza física e entendimento (1 Sm 25.3). Um servo de Nabal comunicou à sua senhora o mal que iria cair sobre sua casa por causa da loucura de Nabal em ter sido afrontoso com Davi; e também disse para ela o quanto ele e seus companheiros, pastores de Nabal, tinham sido tão bem acolhidos por Davi e por seus homens enquanto ficaram no deserto, apascentando as ovelhas do patrão. E advertiu sobre o que iria fazer, pois a decisão de Davi como vingança era exterminar tudo o que pertencesse a Nabal (1 Sm 25.14-17). E foi diante de tamanho perigo que Abigail teve oportunidade de demonstrar quem era ela. Normalmente, é nas horas difíceis e nos momentos críticos e adversos que as pessoas demonstram claramente sua índole, formação e caráter. Abigail deu uma lição que é importante para todos os que servem a Deus: saber agir nos momentos de crises e ameaças.

2. O Caráter Diligente e Sábio
    Ao saber do mal que estava arquitetado contra seu esposo e sua casa, Abigail não se demorou. Com diligência e sabedoria, ela apressou-se em agir. Abigail não foi apenas orar a Deus. Cremos que ela fez isso, sim, mas também agiu de forma rápida e eficiente. Ela preparou uma carga de cereais, frutas e vinho, colocou-os sobre alguns jumentos e mandou que os criados seguissem adiante enquanto ela ia atrás. Entretanto, ela fez tudo isso sem comunicar nada ao seu marido insensato. Caso fizesse, todo o plano para evitar o mal teria resultado num fracasso e numa tragédia maior do que estava projetada. Ela colocou sua  vida em risco, mas foi usada por Deus para evitar um grande desatino por parte de Davi. Em sentido contrário, em direção à sua casa, lá vinha Davi com seus 400 homens, respirando raiva e sentimento de vingança.
    Ao encontrar os servos de Nabal, Davi desabafou, dizendo: “[...] Na verdade, em vão tenho guardado tudo quanto este tem no deserto, e nada lhe faltou de tudo quanto tem, e ele me pagou mal por bem. Assim faça Deus aos inimigos de Davi e outro tanto, se eu deixar até à manhã, de tudo o que tem, mesmo até um menino” (1 Sm 25.21-22). Naquela hora tão desagradável, lá estava o homem escolhido por Deus, ungido por Samuel, deixando-se dominar pela natureza carnal, respirando vingança e desejo de fazer justiça com as próprias mãos. Que diferença tão grande entre o que acontecia no Antigo Testamento e o que Jesus ensinou em seu evangelho, mandando amar os próprios inimigos, bendizendo-os e orando por eles (Mt 5.44). Naquele contexto histórico e cultural, Deus permitia a vingança (Ex 21.24; SI 57.6; 94;109;).

3. O Caráter Conciliador de Abigail
    Davi cavalgava com a fúria dos homens de coração ferido. Sua mente fervia sentimentos de vingança. Ele não via o momento em que ordenaria a seus homens que levantassem as espadas e lanças e começassem a destruir tudo o que pertencia a Nabal e, por fim, destruíssem sua própria vida. No entanto, em sentido contrário, vinha Abigail montada em seu jumento. Em seu coração, ela levava sentimento de humildade, de amor e de perdão. Ao ver Davi, ela desceu de seu animal e prostrou-se com o rosto em terra diante daquele que intentava destruir sua família. Seu gesto, em vez de significar subserviência ou medo, demonstrou coragem, humildade e determinação: “E lançou-se a seus pés e disse: Ah! Senhor meu, minha seja a transgressão; deixa, pois, falar a tua serva aos teus ouvidos e ouve as palavras da tua serva” (1 Sm 25.24).
    Grande parte do capítulo em análise registra as palavras de Abigail visando dissuadir Davi de levar adiante o seu intento de violência e morte. Além de avocar para si a culpa de Nabal, Abigail diz a Davi que ele não leve em conta o que o seu esposo fez, porque o seu nome indicava sua loucura. E fez Davi ver que Deus livrara-o de vir com sangue e fazer justiça com as próprias mãos, e mostrou “a benção” que levara para Davi e seus homens, pedindo perdão a Davi como se ela fosse a causadora do tão grande transtorno, e ainda reconheceu que Davi guerreava as guerras do Senhor e que não era culpado de nenhum mal. Ela ainda anteviu a vitória de Davi sobre seus inimigos e disse que ele seria feito por Deus “chefe sobre Israel” e que, quando assim sucedesse, Davi não se esquecesse dela (1 Sm 25.25-31). Foi uma atitude de muito significado e efeito sobre o coração de Davi. Ele nunca imaginara que sua sede de vingança e sua fúria unidas ao seu desafeto pudessem ser anulados pela sabedoria e pela força do sentimento de uma mulher de caráter pacificador.

III - O RESULTADO DO CARÁTER DE ABIGAIL
    1. Davi Foi Aplacado por Abigail
Uma tragédia estava planejada no coração de Davi. Com os pensamentos de vingança, ele planejara, de forma carnal e precipitada, em eliminar Nabal e toda a sua casa, “mesmo até um menino”! Mas, ao encontrar-se com Abigail, foi vencido pela palavra sábia e prudente de uma verdadeira mulher de Deus, que tinha tudo para ser rainha, e não esposa de um louco desvairado. Cumpriu-se o que diz Salomão: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Pv 15.1). A atitude humilde e conciliadora de Abigail foi uma resposta à atitude agressiva de Davi. Certamente, ele aprendeu uma grande lição para a sua vida. Ele era corajoso e provou isso quando enfrentou Golias. Faltava-lhe, porém, a lapidação de seu caráter para enfrentar situações adversas e oposições. Na verdade, Nabal não era seu inimigo. Era apenas um homem insensato, usando a lógica de quem possui seus bens e não quer repartir com quem não conhece.
    Em primeiro plano, em nossa mente, vemos Abigail ensinando a Davi como um homem de Deus deve comportar-se. Na verdade, porém, devemos ver Deus ensinando a Davi através de Abigail. Assim como Moisés só aprendeu no deserto as lições mais preciosas para a sua vida, Davi também precisou ir para o deserto de Parã antes de ir para o palácio (1 Sm 25.1). Se não fosse a atitude pacificadora de Abigail, não somente seu esposo insensato e sua família seriam destruídos pela fúria de Davi, mas este próprio teria em sua história uma página suja de sangue e de insensatez; ele teria feito uma loucura e tornado-se tão louco quanto Nabal. Matar um tolo por causa de seu egoísmo e insensatez não era uma atitude própria para um homem que já fora ungido por Deus para ser rei, e matar sua esposa e sua família seria muito mais ignominioso. Deus já havia dito que familiares nao deveriam ser mortos por causa dos seus pais (Dt 24.16). Abigail foi abençoada e aprovada por Deus como uma mulher de paz. Jesus disse: “bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Mt 5.9). “As suas palavras foram como um bálsamo de cura para o espírito raivoso e o orgulho ferido de Davi. Ele estava a um passo de macular o seu futuro reinado com uma mancha que, talvez, nunca superasse. E teria vivido com esse borrão em seu relato real para o resto de sua vida”.

2. Nabal Foi Ferido por Deus
    Por causa da atitude prudente de Abigail, Nabal não sabia o que tinha acontecido no dia anterior da ameaça que pairava sobre ele e sua casa, nem do encontro com Davi. Ela deixou para contar-lhe os fatos em torno de suas atitudes no momento certo. Se ela tivesse falado com Nabal enquanto ele estava embriagado, sem a menor dúvida podería ter sido agredida por ele, diante dos seus servos, ou então Nabal podería ter preparado jumentos e ido contra Davi, com seus homens, o que causaria grande confusão e contenda que resultaria numa luta ou até numa carnificina.
Abigail só contou o risco que ele correra por causa de sua insensatez no dia seguinte, quando já estava mais calmo após o efeito da bebida alcoólica em sua cabeça. Ao relatar os acontecimentos, “[...] se amorteceu nele o seu coração, e ficou ele como pedra” (1 Sm 25.37).
    Deus tem seus caminhos e suas maneiras de agir no seu tempo. Desde que Nabal sofreu o impacto das más notícias acerca do que poderia ter-lhe acontecido pela sua insensatez, a Bíblia diz de forma bem simples e direta: “E aconteceu que, passados quase dez dias, feriu o Senhor a Nabal, e este morreu” (1 Sm 25.38). Não se sabe de que mal ele morreu. Pode ter sido um ataque cardíaco fulminante, um acidente vascular cerebral ou outro sério problema de saúde. Dez dias depois, foi feito o sepultamento do homem duro, intolerante e maligno, o “tal filho de Belial” (1 Sm 25.17). Se Davi tivesse feito justiça com suas próprias mãos, as coisas teriam tomado um rumo imprevisível e perigoso. Mas, como a sábia mulher agiu com presteza e eficiência, ele foi poupado de manchar suas mãos e sua história com o sangue de Nabal. A sentença contra ele já estava expressa por Deus: “Minha é a vingança e a recompensa, ao tempo em que resvalar o seu pé; porque o dia da sua ruína está próximo, e as coisas que lhes hão de suceder se apressam a chegar” (Dt 32.35).

3. Davi Casa-se com Abigail
    Em seu encontro com Davi, depois de sua intercessão conciliadora, Abigail pediu-lhe que se lembrasse dela, quando o Senhor o fizesse “chefe sobre israel”, ou seja, quando assumisse o reinado (1 Sm 25.30,31). Contudo, logo após a morte de Nabal, Davi agradeceu a Deus por ter-lhe livrado de cometer um grave erro diante do Senhor: “E mandou Davi falar a Abigail, para tomá-la por sua mulher” (v. 39). E ele assim fez, mandando seus criados falar com Abigail, transmitindo o honroso convite: “Davi nos tem mandado a ti, para te tomar por sua mulher” (v. 40). Ao ouvir as palavras dos emissários de Davi, Abigail “[...] se levantou, e se inclinou com o rosto em terra, e disse: Eis aqui a tua serva servirá de criada para lavar os pés dos criados de meu senhor” (v. 41). Nessa declaração, podemos mais uma vez observar o quanto Abigail era humilde. Ela podería ter dito que lavaria os pés de Davi, de seu senhor, mas colocou-se na disposição de ser serva dos criados do rei, lavando os seus pés.
    Ela apressou-se, certamente mudou suas vestes, “montou num jumento com as suas cinco moças que seguiam as suas pisadas; e ela seguiu os mensageiros de Davi e foi sua mulher” (v. 42). Poderiamos dizer: e viveram felizes para sempre. Mesmo havendo outras esposas de Davi, cremos que Abigail foi muito amada por ele por ter sido usada por Deus como conselheira eficaz. Tempos depois, quando moravam em Ziclague, os amalequitas, durante a ausência de Davi, tomaram a cidade e levaram cativos todos os moradores, incluindo Abigail e Ainoã. Foi grande a angústia de Davi e de seus homens, mas ele orou a Deus, e o Senhor deu-lhe tão grande vitória que ele recuperou suas esposas e livrou todos os habitantes daquela cidade (1 Sm 30.1-21).

CONCLUSÃO
    A Bíblia diz que “Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são para aniquilar as que são” (1 Co 1.28). Nabal era um homem insensato, dotado de um temperamento duro e violento, mas Deus permitiu que Davi precisasse dele, para que uma mulher sábia e prudente protagonizasse um exemplo marcante para seus servos e suas servas em todo o mundo ao longo dos séculos. Viúva de um homem irascível, que era bem-sucedido em suas atividades produtivas, mas um tolo e insensato no relacionamento humano, Abigail jamais imaginou ser esposa do rei Davi, o mais afamado monarca de Israel. Vivendo próximo ao deserto de Parã, ela nunca seria parte da história de Davi se não fosse a mão de Deus movendo as circunstâncias e os tempos para realizar seus planos. O Deus de Davi é o nosso Deus, o qual provê tudo para os que nEle confiam.


Fonte :

Livro o Caráterdo Cristão
Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro


Elinaldo Renovato de Lima

“SUBSIDIO TEOLÓGICO” JOVENS LIÇÃO 8” - Autoavaliação e Discernimento, Sim, Julgar, Não (Mt 71-6)

Apesar de desenvolver a lição na linha de que o “julgamento” aludido pelo Mestre refere-se, como a expressão “kpivw aqui julgar no sentido de pronunciar uma sentença [...], condenar”, isto é, “Kpíua [...] julgar, julgamento; aqui sentença (judicial)”,3 deixa entrever, Marcei Dumais afirma que os “dois empregos do verbo grego krinein (julgar), em Mt (5,40; 19,28), não autorizam restringir a proibição só aos julgamentos de condenação”,4 ou seja, a questão seria ainda mais rigorosa do ponto de vista da observação do comportamento alheio e da emissão de qualquer tipo de julgamento, mas na verdade, como observa Benedict Viviano, o “ensinamento de Jesus adverte contra a usurpação do julgamento definitivo de Deus, que é o único que vê o coração”.5 Trata-se de exercer sobre si mesmo um cuidado quando se pensa em “avaliar o comportamento de irmãos e irmãs (cf. v. 5b; 18,15-18)”, diz Dumais, evitando “todos os julgamentos que não se fazem por amor do outro e que o reduzem à condição de objeto (cf. 5,43-48; 22,34-40)”.6 Isso porque, diz o mesmo autor, a “continuação da frase dá a razão a interdição de julgar o outro”, pois o “leitor de cultura judaica percebe logo o emprego do passivo teológico em alusão ao julgamento final”.7 Daí a formalidade do ensinamento, isto é, “não julguemos os outros, para que Deus não nos julgue da mesma maneira, vale dizer, negativamente, no dia do julgamento”. O que está se ensinando é exatamente o que já foi colocado acima por Viviano e, quanto ao “julgar”, no sentido de “avaliar”, só deve ser feito, de acordo com Dumais, “usando a medida do próprio Deus, isto é, o amor e a misericórdia (cf. 18,23-35)”. Numa palavra:

O “Não julgueis” de Jesus é uma palavra profunda, de grande valor. Significa que não se pode identificar ninguém com os atos que cometeu ou com as aparências que reflete. Convida- nos a respeitar o mistério de cada pessoa, cujo conhecimento se reserva para Deus. Para compreender o convite de Jesus, nada melhor que contemplar sua atitude diante das pessoas.

Jesus olha não para julgar, mas para criar. Seu olhar opera o novo naquele em quem repousa, faz-se libertador, recriador.
Tal exortação certamente entristece a muitos que gostam de se passar por rigorosos e cuidadores da doutrina. Zeilinger diz que, a estes, o “aplauso dos leitores é-lhes garantido, pois faz parte do aspecto agradável da vida denunciar publicamente a falibilidade alheia e encará-la com ‘repulsa e horror’”, mesmo porque, continua o mesmo autor agora se referindo ao versículo 3, o “julgamento do outro ‘engana-me acerca das verdadeiras relações, acerca de meu próprio envolvimento com acontecimentos culposos’”.9 A indicação do versículo 5 é a saída para quem quer, de fato, ajudar os outros a corrigir o comportamento: primeiramente devo tirar a grande trave à frente dos meus olhos para, posteriormente, pensar em corrigir o meu irmão. Zeilinger observa mais uma vez que tal perícope está intrinsecamente “ligada, quanto ao conteúdo, à quinta petição do Pai-nosso e ao comentário atinente (6,14-15), não obstante não haver nenhuma correspondência terminológica”.10 Já o versículo 6 é curiosamente enigmático, mas, conforme observa James Shelton, certamente sinaliza para a grande verdade de que, conquanto seja vedado ao discípulo exercer o papel de “juiz”, ele tem a responsabilidade de ter discernimento e saber a diferençar as coisas “santas” e “valiosas” das coisas profanas e vis.11

A Bondade Divina e a Regra de Ouro (Mt 7.7-12)
Apesar de esta porção relacionar-se com o que já se ensinou sobre oração e, particularmente, a respeito da oração de petição (5.44; 6.5- 15), bem como acerca da bondade divina (5.45,48; 6.30-33), nunca é demais lembrar que, a despeito de não haver “necessidade” de que alguém lhe peça algo, certamente é do agrado do Pai que se ore, pois através da oração Ele ensina preciosas lições. C. S. Lewis diz que acredita que um dos “propósitos pelos quais Deus instituiu a oração talvez tenha sido para dar testemunho do fato de que o curso dos acontecimentos não é regido como se fosse um Estado, e sim criado como uma obra de arte para a qual todos os seres dão sua contribuição e (na oração) uma contribuição consciente, na qual todo ser é tanto um fim quanto um meio”.12 Na verdade, a oração, nessa perspectiva, não é somente um meio, como se pode pensar da perícope, mas também, ela mesma, um fim. O que é digno de se destacar desse texto é o fato de que (mesmo que a passagem não diga explicitamente, ela deixa supor) “os que oram se colocam de acordo com o bem, mesmo quando desejam outra coisa que o bem previsto no plano de Deus”, diz Cullmann, e completa que “na oração do Getsêmani, a adição daquelas palavras [...] exprime claramente”13 tal ideia. Para além da verdade de que quanto mais se desenvolve o relacionamento dos filhos de Deus com Ele, mais as petições vão se aproximando da vontade dEle, uma última questão é digna de ser mencionada. Tomando por base os versículos 9 a 11, fica claro que as dádivas, sem a comparação com o texto paralelo de Lucas 11.9-13 que menciona o Espírito Santo, refere-se, nesse contexto, a questões materiais e de subsistência. No entanto, informa B. Viviano:

Buscai: neste contexto, todos os verbos se referem à oração; como em 6,33, deve-se sobretudo buscar o Reino de Deus e a sua justiça também na oração. Em hebraico, “buscar” seria dãras-, daí o termo do misdrásh, estudo” ou investigação das Escrituras. Talvez cientes deste uso mais intelectual, os protocristãos gnósticos, tiraram esta expressão, “buscai e achareis”, de seu contexto e usaram-na para justificar suas especulações teológicas. No princípio, os Padres da Igreja resistiram a esta aplicação do texto, mas na época de Agostinho foi usada também pelos ortodoxos para fundamentar sua reflexão teológica.14

Se no passado o conhecimento em relação às línguas, hebraica e grega, limitava uma interpretação mais aproximada do contexto e o método alegórico era o mais utilizado, atualmente, com os grandes avanços na área das ciências bíblicas, tais utilizações do texto não se justificam.15 Entretanto, tal informação deixa duas pistas importantíssimas: o quanto há de conclusões doutrinárias baseadas em equívocos interpretativos provenientes do período Patrístico que as novas gerações de teólogos precisam dedicar-se a resolver e o quanto a igreja deve ser sensível no sentido de permitir que se façam revisões sérias, responsáveis e com temor, visando à edificação da própria comunidade de fé.
Em relação ao versículo 12, a regra de ouro, Viviano diz que, do “ponto de vista literário, este é o fim do sermão, um resumo de seu conteúdo antes da conclusão com as maldições e bênçãos da aliança”.16 Apesar de ela não ser original de Jesus Cristo, como informa Shelton,17 nem em sua forma negativa bem como em sua forma positiva, conforme utilizada pelo Senhor, a grande novidade é que, ao ser inserida pelo Mestre no Sermão do Monte, o ensinamento do célebre sermão transforma a regra e, por sua vez, a regra de ouro coloca em relevo aspectos decisivos do Sermão do Monte. Tal circularidade hermenêutica, conforme disserta M. Dumais:

No SM, Jesus apresenta os critérios do verdadeiro amor.
A ausência da cólera que fere (5,22s) e do julgamento que condena (7,ls), o gesto que constrói, em resposta ao gesto maldoso (5,38), o amor aos inimigos que chega até o perdão (5,43s; 6.12-15), tais são os critérios de um verdadeiro amor humano, dado ou recebido. Se encaramos a regra de ouro como expressão condensada do programa ético novo proposto por Jesus, cabe-nos, então, compreender que é ela “a Lei e os profetas tais como reinterpretados (ou cumpridos”, 5,17) por Jesus”. Todo ensinamento do SM, do qual a regra de ouro é o remate, dá a esta um significado novo. Poder-se-ia parafrasear, da seguinte maneira, a regra do agir em relação aos outros: “tudo aquilo que desejaríamos nos fizessem os homens”, vale dizer, não nos ferir com sua cólera, não nos julgar, amar-nos ainda quando sejamos seus inimigos..., em resumo, acolher-nos e tratar-nos como filhos do Pai, isto é, comportar-se a nosso respeito como nos trata o Pai. O “tudo” (panta) da regra de ouro do SM está realmente repleto de sentido.

É preciso não esquecer que, a despeito de esta ser a “justiça dos discípulos” a audiência de Mateus é composta de judeus e, por isso, a Lei e os Profetas, sobretudo em um contexto onde ainda não havia o texto do Novo Testamento, era justamente essa literatura que vigorava e de onde os apóstolos tinham de extrair os ensinamentos. O que parece ficar centrado na pessoa, pois o conteúdo da regra coloca o “eu” como paradigma, na verdade, havendo acontecido a metanoia, ou seja, a conversão da mente e do eu pela mensagem do Evangelho, tal como se vê no início com as Bem-Aventuranças, faz com que o “modelo do agir dos filhos e filhas, perante seus irmãos e irmãs em humanidade, é o do agir do Pai em relação a cada um deles”. Em termos diretos, o “agir do Pai, em relação a nós, revela-nos nossas reais necessidades (o que deve ser o objeto do querer’ formulado em 6,12a) e, consequentemente, as reais necessidades dos outros (o que deve ser objeto do fazer formulado em 6,12b)”.19 Assim, é com um “eu” completamente transformado pela perspectiva da nova justiça, da justiça do Reino, que o discípulo olhará para o próximo. Mas como a regra de ouro pode dar relevo ao ensinamento do Sermão do Monte?

Colocada como conclusão do corpo central do discurso, a regra de ouro salienta certos aspectos do comprometimento ético do discípulo. Podemos notar as seguintes: 1) o convite a “fazer tudo” pelos outros é um apelo que as diretivas do SM tocam na totalidade da existência e visam a compromissos concretos; 2) o destinatário: “os homens”, as pessoas humanas, indica que o horizonte de compromisso do cristão é universal; 3) a formulação positiva da regra de ouro sublinha que o discípulo deve tomar a iniciativa de executar gestos de amor, em conformidade com os mandamentos de 5,38-48; 4) ao apresentar, como norma de ação, os anseios que se fazem em causa própria, a regra de ouro propõe, em seguida, a via da interioridade como guia do amor aos outros (“a alteridade”): procurar o melhor em si mesmo é um meio de descobrir o comportamento que o amor prescreve nas situações concretas; assim, a exigência radical de amar aos inimigos não deixa de ser um “amor inteligente”...

Tal conclusão leva agora o discípulo a tomar decisões cruciais. Conquanto seja um problema aos predestinacionistas, tais textos revelam justamente o que os que acreditam no livre-arbítrio já sabem: a decisão de fazer conforme se deve, é do discípulo, mas este deve buscar força, em Deus, o Pai, que o chamou, pois, conforme escreveu Frankemõlle, citado por Zeilinger, ‘“Desde o início (cf. 5,3-16), o tema do ‘Sermão da Montanha era: Deus é o fundamento que possibilita o agir humano”’.21 Assim, após ter aprendido doutrinariamente o que significa o novo tempo, o discípulo agora tem de praticar a sua justiça. Quanto a isso, mesmo que não tenha sido possível dissertar mais pormenorizadamente a respeito das metáforas utilizadas (algo que foi feito no comentário da revista), elas são de caráter prático e não mais se exigem grandes discussões teóricas para se entendê-las. Chegou a hora da verdade, o momento crucial de o discípulo optar por viver à luz da nova justiça, da justiça superior, ou da religiosidade que prescreve uma receita, mas não tem como fundamento o amor e sim a “lei”.

As Duas Portas e os Dois Caminhos (Mt 7.13,14)
Por mais que se queira interpretar esse texto como sendo o caminho do mundanismo, e tal aplicação não estaria errada, no contexto, a “porta larga” e o “caminho espaçoso”, são as dezenas de propostas político-religiosas da época que ofereciam a “oportunidade” de os judeus seguirem sem precisar de fé, mas apenas confiando na filosofia proposta pelo respectivo movimento. Optar pela justiça do Reino era decidir pela “porta estreita” e pelo “caminho apertado”. Consequentemente, tais movimentos, e seus respectivos líderes, deveríam ser abandonados, sem nenhum meio-termo (cf. Mt 15.1,14). Era uma decisão muito séria, sobretudo, quando se sabe que o povo era dependente do “judaísmo da época de Jesus, [e este era] conduzido pelos fariseus, [e] toda a tradição mantida pelos escribas servia de norma para a fundamentação da vontade divina”.22 É o que instrui o Mestre na sequência.

Os Falsos Profetas e os seus Frutos (Mt 7.15-20)
Os enganadores e falsos profetas sempre foram comuns entre o povo de Deus. Jesus sabe que eles continuarão a rodear, propor caminhos mais fáceis e tentar enganar as pessoas. Assim, Ele instrui que se atente para os seus frutos, pois através destes será possível identificá-los. Na atualidade, tal mensagem é ainda mais necessária, pois as pessoas utilizam critérios suspeitíssimos para se apresentar como “enviadas” e “ungidas” por Deus. A tragédia é que o que certamente seria vergonhoso a um discípulo de Cristo, hoje é motivo de ostentação de muitos líderes e acaba mimetizando os liderados. O critério veterotestamentário de que Deus permitia que um falso profeta realizasse um milagre, para provar se o povo o seguiría depois quando fosse convidado a servir a outros deuses, hoje não mais funciona, pois as pessoas ficam reféns e parecem ainda gostar, pois o próprio líder se coloca como se fosse um “deus” (Dt 13.1-5). Outras pessoas, mesmo depois de o falso profeta “profetizar” algo que não se cumpre, continuam o seguindo como se estivessem cegas (Dt 18.20-22). A estas, o caminho da justiça sempre será evitado.

Uma Séria Advertência aos Discípulos (Mt 7.21-23)
Essa perícope parece demonstrar que o princípio da permissão divina para a ocorrência de prodígios continua válida, mas também indica a possibilidade de alguma coisa ser feita em nome de Jesus, sem ter, obviamente, nada com Ele (Mc 12.21-23; Ap 13.13 cf. Mt 12.24). Portanto, não são as maravilhas realizadas pelo suposto “ungido”, e sim o seu estilo de vida é o que deve ser observado. Se parece com Cristo? Esta é a pergunta a se fazer. Caso não se pareça, ainda que faça cair “fogo do céu”, deve ser evitado.

A Decisão Crucial do Discípulo;
Ouvir e Praticar (Mt 7.24-29)
O não praticar o que o Mestre ensinou no Sermão do Monte não ficará sem resultado, pois levará à ruína. É imprescindível perceber que, a despeito de a Lei e os profetas serem importantes para Mateus, não são estes que farão com que o discípulo esteja firme, mas sim “estas minhas palavras”, ou seja, o ensinamento do Sermão do Monte que o Senhor acabou de proferir. A sua doutrina, o seu ensino, não era como o dos escribas e fariseus, pois a palavra deles era uma interpretação da Lei que apenas matava e inchava, causando dependência no povo. A doutrina de Jesus, diferentemente, veio para dar vida, e vida em abundância. Esta é a mensagem do Sermão do Monte. Qual será a nossa decisão: construir a casa sobre a rocha ou fundamentar-se na areia? Cada um tem de fazer a sua opção, pois a decisão é pessoal.


quinta-feira, 11 de maio de 2017

Jesus, o Inigualável Tesouro

“Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo” (Mateus 13.44).

     Caro(a) leitor(a) confesso que estou alegre por mais uma oportunidade maravilhosa de transmitir uma singela reflexão da inspirada, autêntica, inerrante, infalível, imutável, indivisível, ímpar e soberana Palavra de Deus. Reconheço que por providência divina, o Espírito Santo me conduz na construção destas humildes palavras, a fim de que seu coração seja impactado por esta mensagem. Com humildade, peço-lhe que abra seu coração e deixe Jesus entrar e fazer morada: “eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” (Apocalipse 3.20).

     O texto-base acima trata de uma parábola que se encontra unicamente no Evangelho de Mateus. Esta pequena narrativa, assim definida por seu curto conteúdo, possui um grande valor e importância no enredo bíblico. Além disso, a parábola perfaz um assunto que prendeu a atenção dos ouvintes, porquanto tratava de um tema de interesse de todos – a descoberta de um tesouro. Para facilitar o entendimento deste texto e chegarmos ao teor de mensagem, se faz necessário compreendermos o significado de cada elemento constituinte da referida parábola. De forma objetiva, temos que: o campo, faz referência ao mundo no qual habitamos; o homem, representa aquele que encontra Cristo; e o tesouro é o próprio Jesus Cristo.

      Fazendo, em um primeiro momento, menção do campo (mundo no qual habitamos) entendemos que o mesmo oferece todos os tipos de “tesouros”. A quem se deleita no mundo é oferecido festas, drogas, dinheiro, fama, entre outros atrativos. Todavia, quero alertá-lo(a) de forma taxativa e sem meias palavras que aquilo que o mundo oferece e que nos afasta de Deus é perecível, passageiro e não possui valor ante a vida eterna. Está escrito: “não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões roubam e escavam (Mateus 6.19)".

       O homem (aquele que encontrou a Cristo) não sugere explicações, uma vez que eu e você o somos. Mas cabe a cada um de nós fazer como o personagem da parábola: achar o tesouro (Jesus Cristo) e guardá-lo, ou simplesmente, de forma insana, descartá-lo. Neste momento iremos versar o elemento mais importante da parábola: o tesouro, ou como já citado, o Senhor Jesus. Nenhum dos diversos bens terrenos podem ser comparados à magnificência do reino e da glória de que seremos participantes, se com a nossa boca confessarmos ao Senhor Jesus Cristo, crendo que Deus o ressuscitou dos mortos (Romanos 10.9). O apóstolo Paulo ao tratar sobre o assunto exclamou com entusiasmo: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada (Romanos 8.18)".

     Só Cristo pode nos conceder a paz com Deus (Romanos 5.1) e satisfazer os anseios da alma humana: "assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo [...] (Salmo 42.1,2)". Quando o pecador vem a Cristo, aceitando-o com seu Salvador, recebe como herança toda riqueza do Reino de Deus (Efésios 1.3,17,18), além de herdar a vida eterna, “porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3.16)”. É preciso deixar claro que só o nome de Jesus pode conceder a salvação, uma vez que Ele é o caminho, a verdade e a vida (João 14.6). Ele também é a porta que se alguém entrar por ela, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens (João 10.9).

       Caro(a) leitor(a), só Jesus pode dar o descanso que sua alma anseia. Ele próprio diz: “tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas (Mateus 11.29)". Aceite-o como Senhor e Salvador de sua vida serás um(a) bem-aventurado(a).

Extraído do site http://www.adlimoeirope.com