Abigail
aparece na Bíblia em circunstâncias estranhas. Ela era esposa de um rico
fazendeiro, proprietário de grandes rebanhos de ovelhas e de cabras que vivia
nas proximidades do Carmelo, em Maom, não muito distante do deserto de Parã.
Para esse deserto, Davi deslocou-se com seus homens para evitar confrontos com
o rei Saul, que teimava em persegui-lo sem razão, temendo perder o reino para o
jovem pastor de ovelhas.
Naquelas circunstâncias, os pastores de Davi
travaram contato com os pastores de Nabal. Durante vários dias, eles ficaram
reunidos, e os homens de Davi serviam de apoio e de guarda para os rebanhos de
Nabal. Mas talvez esse fato não tivesse sido bem comunicado a ele. Em certo
tempo, os homens de Davi, bem como suas famílias, que se achavam acampados na
região, tiveram necessidade de víveres, de alimentos. E Davi, imaginando que
Nabal reconheceria os benefícios feitos a seus pastores e seus rebanhos no deserto,
resolveu mandar alguns criados falarem com Nabal, pedindo algum alimento,
quando soube que ele tosquiava suas ovelhas no Carmelo.
Aquilo que parecia uma solicitação razoável
e sem maiores pretensões tornou-se motivo de uma grande questão, com lances imprevisíveis
de mal-estar e má vontade. Davi não exigiu de Nabal que mandasse grandes
quantidades de víveres, mas, sim, que enviasse para seus homens o que achasse à
mão, ou seja, oque pudesse mandar. Porém, ao ouvir o pedido de Davi, Nabal
encolerizou-se diante dos mensageiros e disse que não iria atender o pedido de
um homem que, na visão dele, era mais um fugitivo de “seu senhor”, dizendo
ainda que não iria alimentar homens que sequer sabia de onde vinham (1 Sm
25.10.11).
Se a resposta de Nabal a Davi, mesmo sendo
negativa, tivesse sido dada de forma adequada, respeitosa e com as devidas
justificativas, provavelmente a reação teria sido diferente. Podería não ter
satisfeito as expectativas, mas teria sua razoabilidade. No entanto, como a
resposta foi desaforada, desrespeitosa e em tom de deboche, acabou mexendo com
os brios humanos de Davi, despertando seu lado temperamental. Davi ficou irado,
convocou 400 homens dos que formavam seu grupo no deserto e dirigiu-se a Maom
para atacar Nabal e a todos de sua casa, com o propósito de vingar a
desmoralização pela resposta insolente do insensato fazendeiro.
Como Deus sempre age nas situações de crise,
um homem de Nabal fez saber a ameaça à sua esposa. Ao saber da terrível decisão
contra a sua casa, Abigail agiu rapidamente, preparou alimentos e levou-os com
seus criados ao encontro de Davi. Assim, ao vê-lo, prostrou-se em terra,
assumindo a culpa da desfeita, e deu sábios conselhos a Davi, mostrando que
Deus podería agir em seu lugar para que ele não manchasse suas mãos de sangue
sem necessidade. Davi ficou impressionado com a atitude de Abigail, ouviu o seu
conselho, recebeu a sua dádiva e retornou de sua temível empreitada de
vingança. Pouco tempo depois, Nabal foi ferido por Deus e morreu, e Davi tomou
Abigail como sua esposa e, como se diz nas histórias de amor, “foram felizes
para sempre”, com a bênção de Deus.
I - ABIGAIL: UM POUCO DE SUA
HISTÓRIA
Para
entendermos o caráter de uma pessoa, faz-se necessário conhecer um pouco de sua
história, de suas atitudes e ações. Abigail só passou a fazer parte da história
bíblica por causa do comportamento insensato e precipitado de seu marido. Aqui,
temos uma narrativa que confirma que Deus utiliza-se até mesmo de loucos para
criar circunstâncias que propiciam condições para seus propósitos serem
alcançados.
1. Davi Recorre a Nabal e É
Desconsiderado
Davi
e seus homens acamparam-se no deserto de Pará, nas proximidades do Carmelo e
das propriedades de Nabal. Ali ele ficou com seus homens e sua família. Como
sua tropa dependia de ajuda para alimentar-se no deserto, Davi, ao saber que
Nabal, um homem riquíssimo e muito próspero, estava tosquiando ovelhas, mandou
dez jovens para saudá-lo, desejando paz a ele e à sua casa e solicitando que
enviasse o que pudesse para seus homens. Com seu temperamento colérico, Nabal
sequer agradeceu a saudação. E respondeu de forma grosseira e irônica aos
criados de Davi: “Quem é Davi, e quem é o filho de Jessé? [...]. Tomaria eu,
pois, o meu pão, e a minha água, e a carne das minhas reses que degolei para os
meus tosquiadores e o daria a homens que eu não sei de onde vêm?” (1 Sm
25.6-11). Ele desdenhou de Davi e de seus homens. Os servos ou soldados de Davi
já se tornaram amigos dos pastores de Nabal. Enquanto esses estavam acampados
no mesmo deserto, as tarefas comuns acabaram aproximando-os, e Davi tinha
informações de Nabal, e é possível que Nabal tivesse informações de Davi, como
o texto indica, em sua referência ao pai de Davi.
A resposta dura de Nabal, sem dúvida alguma,
era uma grande afronta a Davi e a seu grupo de guerreiros dispostos a lutar por
sua causa em defesa de Davi, deles próprios e de suas famílias. Ao tomar
conhecimento da resposta grosseira de Nabal, Davi tomou 400 homens para ir em
direção a Nabal, deixando outros 200 com a bagagem. A intenção de Davi era
atacar Nabal e tudo o que ele tinha, com extrema vingança, disposto a destruir
tudo sem deixar ninguém com vida, “mesmo até um menino” (1 Sm 25.22). A reação
de Davi foi temperamental. Numa ocasião em que ele estava sendo perseguido por
Saul, suas emoções estavam à flor da pele. Era, porém, uma reação carnal,
humana, carregada de ressentimento e vingança, o que não era da vontade de Deus
(1 Sm 25.10-13, 21,22).
Com aquele comportamento agressivo e
desequilibrado, Davi estava dando um péssimo exemplo para seus homens e seus
filhos. Nem parecia o Davi que agiu com temor de Deus e amor por Saul quando
teve a oportunidade de eliminar Saul com um só golpe, numa caverna, no deserto
de En-Gedi. Para mostrar que ele tivera tal chance, ele apenas cortou um pedaço
do manto do seu feroz perseguidor e não o matou, em respeito à unção de Deus
sobre Saul (1 Sm 24.1-6). Ele não agiu assim apenas uma vez. Depois dos
acontecimentos envolvendo Nabal e Abigail, Davi poupou a vida de Saul outra
vez, em respeito à unção (1 Sm 26.7-11). Esse era seu caráter de homem segundo
o coração de Deus. Como, então, ele agiu assim diante de um homem insensato,
que talvez não tivesse a seu serviço homens armados, mas tão somente pastores
de ovelhas? Isso mostra que, se a natureza humana não for controlada pelo
Espírito Santo, poderá mudar num momento, de santo para ímpio, de manso para
violento, de ovelha para leão feroz, disposto a destruir e a matar o que
encontrar pela frente.
Por isso, Paulo doutrinou com muita
propriedade aos crentes da Galácia: “[...] Andai em Espírito e não cumprireis a
concupiscência da carne” (G1 5.16). Às vezes, mesmo homens de Deus esquecem sua
condição espiritual e agem de forma intempestiva e irracional. Moisés era o
homem mais manso da terra, mas, num acesso de ira, quebrou as tábuas que Deus
fez (Nm 12.3; Ex 32.19). Não é de admirar que Davi, o homem segundo o coração
de Deus (1 Sm 2.35), também perdesse o equilíbrio emocional numa ocasião
crítica. E foi nesse cenário conturbado e ameaçador que apareceu a figura de
Abigail, que, com sua atitude sábia, diligente e moderadora, evitou uma
tragédia e mudou a história de Davi e de seus homens. Diante desses exemplos,
devemos vigiar nosso temperamento no seu lado defeituoso, carnal, para não
darmos lugar à ira a ponto de perdermos o equilíbrio e a sanidade. Há poucos
dias, vimos, na Internet, o caso de um pastor nos Estados Unidos que matou
outro pastor, jubilado, por uma discussão de natureza teológica!
II - ABIGAIL DEMONSTRA O SEU
CARÁTER
1. Uma Mulher Prudente
O nome Abigail significa “pai da alegria” ou
“exultação”.1 Seu nome também corresponde ao seu caráter pacificador e humilde.
Ela era uma mulher dotada de beleza física e entendimento (1 Sm 25.3). Um servo
de Nabal comunicou à sua senhora o mal que iria cair sobre sua casa por causa
da loucura de Nabal em ter sido afrontoso com Davi; e também disse para ela o
quanto ele e seus companheiros, pastores de Nabal, tinham sido tão bem
acolhidos por Davi e por seus homens enquanto ficaram no deserto, apascentando
as ovelhas do patrão. E advertiu sobre o que iria fazer, pois a decisão de Davi
como vingança era exterminar tudo o que pertencesse a Nabal (1 Sm 25.14-17). E
foi diante de tamanho perigo que Abigail teve oportunidade de demonstrar quem
era ela. Normalmente, é nas horas difíceis e nos momentos críticos e adversos
que as pessoas demonstram claramente sua índole, formação e caráter. Abigail
deu uma lição que é importante para todos os que servem a Deus: saber agir nos
momentos de crises e ameaças.
2. O Caráter Diligente e Sábio
Ao saber do mal que estava arquitetado
contra seu esposo e sua casa, Abigail não se demorou. Com diligência e
sabedoria, ela apressou-se em agir. Abigail não foi apenas orar a Deus. Cremos
que ela fez isso, sim, mas também agiu de forma rápida e eficiente. Ela
preparou uma carga de cereais, frutas e vinho, colocou-os sobre alguns jumentos
e mandou que os criados seguissem adiante enquanto ela ia atrás. Entretanto,
ela fez tudo isso sem comunicar nada ao seu marido insensato. Caso fizesse,
todo o plano para evitar o mal teria resultado num fracasso e numa tragédia
maior do que estava projetada. Ela colocou sua
vida em risco, mas foi usada por Deus para evitar um grande desatino por
parte de Davi. Em sentido contrário, em direção à sua casa, lá vinha Davi com
seus 400 homens, respirando raiva e sentimento de vingança.
Ao encontrar os servos de Nabal, Davi
desabafou, dizendo: “[...] Na verdade, em vão tenho guardado tudo quanto este
tem no deserto, e nada lhe faltou de tudo quanto tem, e ele me pagou mal por
bem. Assim faça Deus aos inimigos de Davi e outro tanto, se eu deixar até à
manhã, de tudo o que tem, mesmo até um menino” (1 Sm 25.21-22). Naquela hora
tão desagradável, lá estava o homem escolhido por Deus, ungido por Samuel,
deixando-se dominar pela natureza carnal, respirando vingança e desejo de fazer
justiça com as próprias mãos. Que diferença tão grande entre o que acontecia no
Antigo Testamento e o que Jesus ensinou em seu evangelho, mandando amar os próprios
inimigos, bendizendo-os e orando por eles (Mt 5.44). Naquele contexto histórico
e cultural, Deus permitia a vingança (Ex 21.24; SI 57.6; 94;109;).
3. O Caráter Conciliador de
Abigail
Davi cavalgava com a fúria dos homens de
coração ferido. Sua mente fervia sentimentos de vingança. Ele não via o momento
em que ordenaria a seus homens que levantassem as espadas e lanças e começassem
a destruir tudo o que pertencia a Nabal e, por fim, destruíssem sua própria
vida. No entanto, em sentido contrário, vinha Abigail montada em seu jumento.
Em seu coração, ela levava sentimento de humildade, de amor e de perdão. Ao ver
Davi, ela desceu de seu animal e prostrou-se com o rosto em terra diante
daquele que intentava destruir sua família. Seu gesto, em vez de significar
subserviência ou medo, demonstrou coragem, humildade e determinação: “E
lançou-se a seus pés e disse: Ah! Senhor meu, minha seja a transgressão; deixa,
pois, falar a tua serva aos teus ouvidos e ouve as palavras da tua serva” (1 Sm
25.24).
Grande parte do capítulo em análise registra
as palavras de Abigail visando dissuadir Davi de levar adiante o seu intento de
violência e morte. Além de avocar para si a culpa de Nabal, Abigail diz a Davi
que ele não leve em conta o que o seu esposo fez, porque o seu nome indicava
sua loucura. E fez Davi ver que Deus livrara-o de vir com sangue e fazer
justiça com as próprias mãos, e mostrou “a benção” que levara para Davi e seus
homens, pedindo perdão a Davi como se ela fosse a causadora do tão grande
transtorno, e ainda reconheceu que Davi guerreava as guerras do Senhor e que
não era culpado de nenhum mal. Ela ainda anteviu a vitória de Davi sobre seus
inimigos e disse que ele seria feito por Deus “chefe sobre Israel” e que,
quando assim sucedesse, Davi não se esquecesse dela (1 Sm 25.25-31). Foi uma
atitude de muito significado e efeito sobre o coração de Davi. Ele nunca
imaginara que sua sede de vingança e sua fúria unidas ao seu desafeto pudessem
ser anulados pela sabedoria e pela força do sentimento de uma mulher de caráter
pacificador.
III - O RESULTADO DO CARÁTER DE
ABIGAIL
1.
Davi Foi Aplacado por Abigail
Uma
tragédia estava planejada no coração de Davi. Com os pensamentos de vingança,
ele planejara, de forma carnal e precipitada, em eliminar Nabal e toda a sua
casa, “mesmo até um menino”! Mas, ao encontrar-se com Abigail, foi vencido pela
palavra sábia e prudente de uma verdadeira mulher de Deus, que tinha tudo para
ser rainha, e não esposa de um louco desvairado. Cumpriu-se o que diz Salomão:
“A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira” (Pv 15.1).
A atitude humilde e conciliadora de Abigail foi uma resposta à atitude
agressiva de Davi. Certamente, ele aprendeu uma grande lição para a sua vida.
Ele era corajoso e provou isso quando enfrentou Golias. Faltava-lhe, porém, a
lapidação de seu caráter para enfrentar situações adversas e oposições. Na
verdade, Nabal não era seu inimigo. Era apenas um homem insensato, usando a
lógica de quem possui seus bens e não quer repartir com quem não conhece.
Em primeiro plano, em nossa mente, vemos
Abigail ensinando a Davi como um homem de Deus deve comportar-se. Na verdade,
porém, devemos ver Deus ensinando a Davi através de Abigail. Assim como Moisés
só aprendeu no deserto as lições mais preciosas para a sua vida, Davi também
precisou ir para o deserto de Parã antes de ir para o palácio (1 Sm 25.1). Se
não fosse a atitude pacificadora de Abigail, não somente seu esposo insensato e
sua família seriam destruídos pela fúria de Davi, mas este próprio teria em sua
história uma página suja de sangue e de insensatez; ele teria feito uma loucura
e tornado-se tão louco quanto Nabal. Matar um tolo por causa de seu egoísmo e
insensatez não era uma atitude própria para um homem que já fora ungido por
Deus para ser rei, e matar sua esposa e sua família seria muito mais
ignominioso. Deus já havia dito que familiares nao deveriam ser mortos por
causa dos seus pais (Dt 24.16). Abigail foi abençoada e aprovada por Deus como
uma mulher de paz. Jesus disse: “bem-aventurados os pacificadores, porque eles
serão chamados filhos de Deus” (Mt 5.9). “As suas palavras foram como um
bálsamo de cura para o espírito raivoso e o orgulho ferido de Davi. Ele estava
a um passo de macular o seu futuro reinado com uma mancha que, talvez, nunca
superasse. E teria vivido com esse borrão em seu relato real para o resto de
sua vida”.
2. Nabal Foi Ferido por Deus
Por causa da atitude prudente de Abigail,
Nabal não sabia o que tinha acontecido no dia anterior da ameaça que pairava
sobre ele e sua casa, nem do encontro com Davi. Ela deixou para contar-lhe os
fatos em torno de suas atitudes no momento certo. Se ela tivesse falado com
Nabal enquanto ele estava embriagado, sem a menor dúvida podería ter sido
agredida por ele, diante dos seus servos, ou então Nabal podería ter preparado
jumentos e ido contra Davi, com seus homens, o que causaria grande confusão e
contenda que resultaria numa luta ou até numa carnificina.
Abigail
só contou o risco que ele correra por causa de sua insensatez no dia seguinte,
quando já estava mais calmo após o efeito da bebida alcoólica em sua cabeça. Ao
relatar os acontecimentos, “[...] se amorteceu nele o seu coração, e ficou ele
como pedra” (1 Sm 25.37).
Deus tem seus caminhos e suas maneiras de
agir no seu tempo. Desde que Nabal sofreu o impacto das más notícias acerca do
que poderia ter-lhe acontecido pela sua insensatez, a Bíblia diz de forma bem
simples e direta: “E aconteceu que, passados quase dez dias, feriu o Senhor a
Nabal, e este morreu” (1 Sm 25.38). Não se sabe de que mal ele morreu. Pode ter
sido um ataque cardíaco fulminante, um acidente vascular cerebral ou outro
sério problema de saúde. Dez dias depois, foi feito o sepultamento do homem
duro, intolerante e maligno, o “tal filho de Belial” (1 Sm 25.17). Se Davi
tivesse feito justiça com suas próprias mãos, as coisas teriam tomado um rumo
imprevisível e perigoso. Mas, como a sábia mulher agiu com presteza e
eficiência, ele foi poupado de manchar suas mãos e sua história com o sangue de
Nabal. A sentença contra ele já estava expressa por Deus: “Minha é a vingança e
a recompensa, ao tempo em que resvalar o seu pé; porque o dia da sua ruína está
próximo, e as coisas que lhes hão de suceder se apressam a chegar” (Dt 32.35).
3. Davi Casa-se com Abigail
Em seu encontro com Davi, depois de sua
intercessão conciliadora, Abigail pediu-lhe que se lembrasse dela, quando o
Senhor o fizesse “chefe sobre israel”, ou seja, quando assumisse o reinado (1
Sm 25.30,31). Contudo, logo após a morte de Nabal, Davi agradeceu a Deus por
ter-lhe livrado de cometer um grave erro diante do Senhor: “E mandou Davi falar
a Abigail, para tomá-la por sua mulher” (v. 39). E ele assim fez, mandando seus
criados falar com Abigail, transmitindo o honroso convite: “Davi nos tem
mandado a ti, para te tomar por sua mulher” (v. 40). Ao ouvir as palavras dos
emissários de Davi, Abigail “[...] se levantou, e se inclinou com o rosto em
terra, e disse: Eis aqui a tua serva servirá de criada para lavar os pés dos
criados de meu senhor” (v. 41). Nessa declaração, podemos mais uma vez observar
o quanto Abigail era humilde. Ela podería ter dito que lavaria os pés de Davi,
de seu senhor, mas colocou-se na disposição de ser serva dos criados do rei,
lavando os seus pés.
Ela apressou-se, certamente mudou suas
vestes, “montou num jumento com as suas cinco moças que seguiam as suas
pisadas; e ela seguiu os mensageiros de Davi e foi sua mulher” (v. 42).
Poderiamos dizer: e viveram felizes para sempre. Mesmo havendo outras esposas
de Davi, cremos que Abigail foi muito amada por ele por ter sido usada por Deus
como conselheira eficaz. Tempos depois, quando moravam em Ziclague, os amalequitas,
durante a ausência de Davi, tomaram a cidade e levaram cativos todos os
moradores, incluindo Abigail e Ainoã. Foi grande a angústia de Davi e de seus
homens, mas ele orou a Deus, e o Senhor deu-lhe tão grande vitória que ele
recuperou suas esposas e livrou todos os habitantes daquela cidade (1 Sm
30.1-21).
CONCLUSÃO
A Bíblia diz que “Deus escolheu as coisas
vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são para aniquilar as que são”
(1 Co 1.28). Nabal era um homem insensato, dotado de um temperamento duro e
violento, mas Deus permitiu que Davi precisasse dele, para que uma mulher sábia
e prudente protagonizasse um exemplo marcante para seus servos e suas servas em
todo o mundo ao longo dos séculos. Viúva de um homem irascível, que era
bem-sucedido em suas atividades produtivas, mas um tolo e insensato no
relacionamento humano, Abigail jamais imaginou ser esposa do rei Davi, o mais
afamado monarca de Israel. Vivendo próximo ao deserto de Parã, ela nunca seria
parte da história de Davi se não fosse a mão de Deus movendo as circunstâncias
e os tempos para realizar seus planos. O Deus de Davi é o nosso Deus, o qual
provê tudo para os que nEle confiam.
Fonte
:
Livro o
Caráterdo Cristão
Moldado
pela Palavra de Deus e provado como ouro
Elinaldo
Renovato de Lima
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