quinta-feira, 8 de junho de 2017

Elias e a ação divina

PR. JOSÉ WELLINGTON


  
Convido o prezado leitor a meditar comigo no texto de 1 Reis 17.1, que diz: “Então Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Assim diz o Senhor, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra”.

No contexto histórico dessa passagem, a Bíblia revela que Israel enfrentava dias difíceis. A nação estava dividida entre dois chefes militares: Tibini e Onri. Nesse conturbado panorama político, os hebreus passaram a cultuar diversos deuses e a idolatria acabou por aumentar não somente o pecado como também a ignorância dessas pessoas. Mais tarde, Onri veio a falecer e seu filho Acabe sobe ao trono. Este novo governante contraiu núpcias com uma noiva que não pertencia à sua linhagem, não adotou seus costumes e nem reverenciava o Senhor. Ela pertencia a outro povo e religião. A rainha trouxe consigo o seu próprio deus, conhecido pelo nome de Baal, e aquela mulher manifestou o desejo de transformá-lo em divindade nacional.

A influência de Jezabel como primeira-dama fez com que a sua religião fosse adotada por diversas pessoas; ela também conseguiu montar uma grande corte de profetas. Costumo dizer que Jezabel era uma missionária de Baal.

Diante dessa profunda crise, o Senhor levanta o profeta Elias no cenário nacional, como um verdadeiro nômade. Não temos informações de sua família ou de quem eram seus pais, pois a Bíblia não menciona nada a respeito. Diz apenas que ele chegou e que era um homem de Deus.

Mesmo sendo um anônimo, uma vez que ele não era portador de uma carta de recomendação, não exercia o sacerdócio e nem era um profeta reconhecido na época, Elias se apresenta de uma forma singular e revelava a Acabe a autoridade de Deus em sua vida. Eu não sei como o profeta conseguiu uma audiência com o rei, mas ele fica diante do monarca e entrega o aviso de que não haveria chuva. Depois, ele vai embora.

Talvez o rei Acabe estivesse habituado a escutar diversas mensagens, mas a mensagem pronunciada por Elias era a Palavra de Deus, e não a de um homem. Elias era um homem de Deus e por isso o Senhor fez cumprir a mensagem anunciada. Imagine: se passaram três anos e seis meses sem chover. Mais tarde, Elias retorna e se coloca diante do monarca, e a esta altura Acabe já o reconhece como profeta. Elias lança um desafio a Baal, Aserá e seus profetas. Foi um desafio lançado a toda a corte religiosa da época.

No monte Carmelo, após a exibição dos seus opositores no intuito de fazer os deuses se manifestarem, sem nenhum sucesso, Elias clamou ao Senhor para que mostrasse que ele era seu servo e que Jeová era o Dono de todo o poder, e para que isso acontecesse o Senhor deveria enviar fogo do céu. E essa manifestação de poder não tardou, e logo o céu se abriu e o fogo desceu.


Nós somos contemporâneos de uma época marcada por crises em diversos setores da sociedade, assim como na época de Elias, mas eu quero dizer a você que, apesar de todo esforço humano, a solução está na pessoa de Jesus, porque Ele detém todo o poder no céu e na terra. O Senhor pode resolver a sua crise espiritual. Busque a Jesus, pois Ele tem a solução para a sua vida.

O pecado de adultério e o ministério pastoral

  
PR. DOUGLAS BAPTISTA


Em 1ª Timóteo 3.2-7, Paulo enumera as qualificações imprescindíveis para o exercício do ministério pastoral. A lista é estruturada por aquilo que é chamado de “inclusio” (dispositivo literário em forma de parêntesis). O primeiro requisito (verso 2a) é que o ministro seja “irrepreensível”; o último (verso 7) que tenha “bom testemunho dos que estão de fora”. Em consequência os requisitos para o ministério exigem no todo que o candidato esteja acima de qualquer repreensão. A não observância de quaisquer requisitos o desqualifica para a função.
Assim, o ministro deve ser “irrepreensível” também no casamento. Não deve ser alvo de reprovação da sociedade ou da comunidade cristã em seu relacionamento conjugal. Sua conduta matrimonial não pode macular a reputação da igreja.
Muitos debates têm surgido acerca do significado da expressão paulina “marido de uma mulher” (1Tm 3.2b) que também pode ser traduzida como “homem de uma única mulher”. Os questionamentos giram em torno de uma possível alusão apostólica desfavorável a poligamia, ao concubinato, ao divórcio ou infidelidade no casamento. Vamos então aos argumentos prós e contras a estas interpretações:
A poligamia, embora praticada, era contrária a lei romana. E entre os judeus a monogamia era a regra mais aceita. O concubinado, apesar de ser o único meio dos soldados viverem maritalmente, não era prática habitual fora do Exército. O divórcio, ainda que socialmente aceito de modo trivial entre judeus e pagãos, no cristianismo primitivo só era tolerado em casos de fornicação (Mt 19.9) ou de abandono do lar (1Co 7.15). A infidelidade matrimonial, por sua vez, era conduta condenada e desprezível, tanto no judaísmo quanto no cristianismo incipiente (Êx 20.14; Mt 5.27,28).
Mercê das evidências do ambiente cultural à época, em que a sociedade cristã e pagã não via com bons olhos apoligamia e nem o concubinato, conclui-se, então, que, embora não excluídos, não são a poligamia e o concubinato o foco principal da instrução de Paulo em análise. Resta então saber se é o novo casamento após o divórcio ou a infidelidade conjugal que desqualifica candidatos para o ministério pastoral. O texto bíblico permite as duas possibilidades. O candidato divorciado e aquele que, enquanto casado, tenha praticado adultério. Os candidatos que tenham incorrido na prática de um destes casos, não preenchem o requisito bíblico de “homem de uma única mulher” e portanto estão inabilitados para o exercício do ministério pastoral.
Certamente que os envolvidos em quaisquer dessas situações, ao confessarem e abandonarem o pecado, receberão o perdão de Deus. Contudo há de se fazer uma diferença entre ser perdoado e ser qualificado para o ministério. Se o adultério tenha ocorrido antes da conversão “Deus não levará em conta o tempo da ignorância” (At 17.30). Porém, se o adultério tenha sido cometido após a conversão, como pecador arrependido recebe perdão, mas como candidato ao ministério torna-se incapacitado.
A culpa na dissolução do casamento não se harmoniza com a retórica paulina: “Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?” (1Tm 3.5). De outro lado, a prática “do pecado contra o próprio corpo, que é templo do Espírito Santo” (1Co 6.18,19), imprime no transgressor uma “mancha moral” inconciliável para o exercício pastoral. Salomão asseverou que a vergonha e a infâmia da infidelidade acompanharão o adúltero pela vida inteira: Mas o que adultera com uma mulher é falto de entendimento; aquele que faz isso destrói a sua alma. Achará castigo e vilipêndio, e o seu opróbrio nunca se apagará” (Pv 6.32.33).
Tenho discutido esta exigência paulina no meio acadêmico com teólogos renomados, nos cursos preparatórios de aspirantes ao ministério e no meio eclesiástico com ministros ordenados. Os debates têm sido calorosos. Uns contra e outros favoráveis a posição aqui defendida.
Confesso que como cristão gostaria que fosse possível à restauração ao ministério pastoral do obreiro em falta neste quesito (pecado de adultério e divórcio trivial). Porém como intérprete comprometido com as Escrituras discordo que homens adúlteros permaneçam no exercício pastoral. Sou convicto que a interpretação bíblica exclui do ministério pastoral aqueles que se envolvem com o divórcio trivial e o adultério. Ainda não fui persuadido do contrário. Os que não concordam com esta posição aqui defendida, apresentam diversas conjecturas, opiniões pessoais e ainda a “práxis” da igreja contemporânea. Porém, tais conjecturas são biblicamente refutadas: “o Ministro deve ser irrepreensível e com bom testemunho dos que estão do lado de fora da Igreja” (1Tm 3.2,7).
Reflita sobre isso!
Douglas Roberto de Almeida Baptista


Cuidado com o pecado da cobiça


PR. DOUGLAS BAPTISTA

O
 maior e mais perigoso inimigo do homem é ele próprio. Nossa própria carne e a natureza pecaminosa que em nós habita constituem um inimigo vicioso e enganoso. As três áreas de pecado que se encontram na raiz da queda de qualquer cristão são a imoralidade, a cobiça e o orgulho.
Comparados com isso os inimigos externos são fáceis de combater. A cobiça vem de uma insegurança com relação à provisão de Deus e o amor pelo dinheiro. Em Mateus 6.24, Jesus ensinou sobre dois senhores, dentre os quais devemos escolher um: Deus e mamom. Mamom era o nome do deus pagão da riqueza e da prosperidade. Muitos cristãos têm caído na armadilha de Mamom e assim tornaram-se prisioneiros da cobiça.
Paulo ensina que a cobiça é idolatria. A Escritura esclarece que a cobiça, ou a avareza, é o amor ao dinheiro. E quando o homem ama o dinheiro torna-se refém da malignidade que está por detrás dele: "Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra; a prostituição, a impureza, o apetite desordenado, a vil concupiscência e a cobiça, que é idolatria; Pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência" (Cl 3.5-6).
Um cristão dominado pela avareza ou pelo desejo de acumular riquezas é insensato e delira em vãos pensamentos, Jesus deixou bem claro que "a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui"(Lc.12:15). Lamentavelmente, não são poucos os que acabam se perdendo por causa da cobiça.
A Bíblia registra diversos casos em que a ganância foi obstáculo para salvação, como nos casos do mancebo de qualidade (Mt 19.22), de Judas Iscariotes (Lc 22.3-6), de Ananias e Safira (At 5:1-5, 8-10), de Simão (At 8.18-23) e muitos outros. Infelizmente, o incentivo pela prática da cobiça tem partido do púlpito de diversas igrejas. Os crentes são atraídos por pseudos líderes a participarem de cultos cuja ênfase é a prosperidade financeira.
Para refutar tal conduta nociva em nossas igrejas, deixo para nossa reflexão as palavras de Paulo em sua carta a Timóteo: "os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores" (1Tm 6.9,10).
Reflita nisto!
Douglas Roberto de Almeida Baptista