João 4:28-42
A mulher samaritana passa por uma
transformação, depois que Jesus se revela a ela como o “Eu sou”, a mesma
expressão usada por Jeová para se revelar a Moisés no Antigo Testamento. Duas
coisas caracterizam essa transformação, e a primeira é largar seu cântaro. O
cântaro era sua forma de obter e garantir o suprimento da água que Jesus
revelou ser efêmera. “Quem beber desta água terá sede
outra vez” (Jo 4:13), disse ele à mulher. Todas as
coisas que parecem nos satisfazer perdem o seu significado quando conhecemos o Salvador,
Jesus Cristo, o Senhor.
É isso que Jesus tenta mostrar aos
discípulos, que acabam de chegar à beira do poço e insistem para que ele coma a
comida que trouxeram. Depois de falar à mulher da água viva, que sacia a sede
que a água natural não consegue saciar, Jesus revela aos discípulos o que
satisfaz mais do que qualquer alimento natural: fazer a vontade do Pai e realizar
sua obra.
E é esta a segunda característica da
transformação da mulher samaritana. Ela revela estar em total sintonia com esse
pensamento ao correr para a cidade para fazer a vontade do Pai e realizar sua
obra. Saciada sua sede espiritual, ela corre para a comida que verdadeiramente satisfaz.
Afinal, segundo Jesus, os campos já estão prontos para a ceifa, e a vontade do
Pai é que seja iniciada a colheita.
Comparados à mulher samaritana, que
literalmente põe mãos à obra, os discípulos são lentos em compreender isso.
Eles voltam da cidade trazendo comida para o corpo. Ela corre à cidade levando
comida para a alma de seus habitantes. Hudson Taylor, um dos primeiros missionários
britânicos na China, escreveu o seguinte:
“Alguns se
orgulham de serem sucessores dos apóstolos; eu prefiro ser sucessor da mulher
de Samaria, pois, enquanto os apóstolos estavam preocupados em buscar comida,
ela largou o seu cântaro por causa de seu zelo em buscar almas”.
A mesma mulher, que tinha vergonha de
ir ao poço numa hora em que outras mulheres estivessem lá, agora fala de Jesus
com ousadia. Ela diz aos outros que encontrou alguém que revelou tudo o que ela
tinha feito e os convida a também se encontrarem com ele. Encontrar-se com
Jesus é deixar que ele escancare a sua vida; é perder o medo de que que cada
mancha de pecado seja revelada.
Aqueles que amam mais as trevas do que
a luz são como insetos escondidos sob uma pedra e não querem nem pensar em ter
seus pecados escancarados diante de Jesus.
Mas — eu pergunto — como alguém poderá
limpar perfeitamente algo se não tiver luz suficiente para enxergar toda a
sujeira? Aqueles que vão agora mesmo e sem reservas a Jesus têm seus pecados
totalmente expostos e lavados por seu precioso sangue.
Por: Mario Persona.
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