Certo jovem nos procurou para conversar dizendo gostar de uma moça, e que desejava casar-se com ela. Disse-nos que começou a orar e a pedir a Deus que lhe orientasse sobre tal escolha. Certa noite, após conversar com ela, fez uma oração e posteriormente teve um sonho. Ele viu um coração cheio de espinhos. Não sabendo o que era aquilo, no sonho perguntou: “O que significa isto?”. Em seguida ouviu uma voz: “Esse é o coração de quem você está gostando”.
O
jovem acordou-se e sentiu que aquela não seria a melhor opção para ele, e pôs
fim ao relacionamento. Com poucos dias, aquela jovem estava envolvida com mais
de uma pessoa, chegando depois a dizer-lhe que na verdade seu interesse não era
levar o relacionamento a sério, e sim, tirar aquele jovem do caminho da
verdade. Foi uma experiência inédita e perturbadora para aquele moço, pois a
jovem tinha todo o perfil de uma mulher piedosa, mas no seu coração só havia
espinhos. E espinho nos lembra o pecado: a terra produziu espinhos depois que o
homem pecou (Gn 3.18).
Se
dermos uma olhada nas Escrituras poderemos detectar alguns corações que foram
terras cheias de espinhos. Entre eles, podemos citar o coração de Caim, filho
de Adão e Eva, o coração da mulher de Ló (cujo nome a Bíblia não menciona), os
corações dos conterrâneos de Noé, o coração de Amnon (filho de Davi), entre
outros que poderíamos seguir citando. Porém, quero refletir sobre a mulher de
Ló, que na verdade tinha toda a condição de ter um coração como uma terra boa,
mas estava cheia de espinhos.
O
que vemos na vida dessa mulher para ser uma terra cheia de espinhos? Primeiramente,
leia Gênesis 19.1-17. Caminharemos juntas analisando quando, ou em que
circunstâncias, um coração pode se transformar em uma terra cheia de espinhos.
1.
Quando não aproveitamos as oportunidades que Deus nos dá.
A mulher de Ló teve oportunidades imperdíveis em sua vida. Entrou na família do
patriarca Abraão, aquele ao qual Deus dissera: “Em ti serão benditas todas as
famílias da terra, abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te
amaldiçoarem” (Gn 12.3). Que moça não gostaria de pertencer a essa família?
Aquela mulher teve o privilégio de saber que Deus falara com o tio de seu
marido, não só uma ou duas vezes, mas em toda a vida de Abraão. Ela esteve
presente, recebeu os anjos em sua própria casa e viu o milagre que Deus operou
através deles dentro de sua casa, mas nem assim o seu coração deu lugar ao que
Deus tinha reservado para ela. Jesus, explicando a parábola do semeador e a
semente, disse: “…e o que foi semeado entre espinhos é o que ouve a Palavra,
mas os cuidados deste mundo e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica
infrutífera” (Mt 13.22). Quem não leva a graça de Deus a sério, torna-se
infrutífero. Que Deus nos ajude. Que você e eu possamos aproveitar as
oportunidades que Ele nos dá.
2.
Quando amamos mais ao mundo que ao Senhor. A
mulher de Ló amou mais a Sodoma do que a Deus e à sua própria família.
Percebemos que seu coração estava arraigado às coisas perecíveis desta vida.
Ela acompanhou a visita dos anjos à sua casa, como também era consciente que a
vida dos sodomitas causava náuseas a Deus, pois o que praticavam era abominação
aos Seus olhos. Mesmo assim, custou-lhe desprender-se de Sodoma. Jesus disse:
“Onde estiver o teu tesouro, ai estará também o teu coração” (Mt 6.21). Ele
também disse: “Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque ou há de
aborrecer a um e amar ao outro ou se há de chegar a um e desprezar ao outro.
Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Lc 16.13). Que terrível é quando nosso
coração, por conta do apego às coisas materiais, é uma terra que só tem espinhos!
Alguns historiadores sinalam que até os dias de hoje muitos guias turísticos,
ao levarem visitantes ao Mar Morto (que árabes chamam de “o Mar de Ló”), podem
observar que é um lugar em que não há muito o que se ver, e para alguns, é mais
uma experiência do que uma atração turística. É o lugar mais baixo da terra, e
lá não existe sinal de vida, a paisagem não tem cores, a temperatura é muito
alta e sente-se odor de sal e enxofre. O lugar que antes era cheio de campinas
verdejantes tornou-se terra seca e inóspita. Assim é o coração cheio de
espinhos e cardos. Que Deus nos guarde de termos um coração avarento e apegado
às coisas desta vida! Que nosso tesouro esteja nos céus, pois ali estará o
nosso coração (Mt 6.19-21).
3.
Quando não damos ouvidos à voz de Deus. Como a
mulher de Ló, há muitas mulheres neste tempo que estão brincando com o que é
sagrado, com as promessas de Deus. Talvez pertença a uma família que é herdeira
de uma promessa de Deus, e pense que isso a habilite a receber aquela bênção;
no entanto, o que garante a sua bênção é a sua própria diligência e
perseverança, e não seu parentesco. O escritor aos hebreus disse: “Como
escaparemos nós se descuidarmos uma salvação tão grande?” (hb 2.3 – Almeida
Revisada Imprensa Bíblica). A mulher de Ló negligenciou a sua salvação. Naquele
momento, a mão do anjo estava segurando a sua mão, dizendo-lhe “Escapa-te por
tua vida”. Ela estava sendo ajudada, mas nem assim conseguiu escapar, porque o
desejo pelo que ficou para trás foi muito forte. O apóstolo Paulo disse aos
filipenses: “Esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que
estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação em
Cristo Jesus” (Fl 3.13). Que possamos dar ouvidos às orientações dadas por Deus
a nossa vida. Que não sejamos resistentes à Sua voz, mas que o temamos e
obedeçamos sempre, certos de que Ele tem reservado o melhor para nós: “…se hoje
ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração… que nunca haja em vós um
coração mau e infiel, para apartar-se do Deus vivo” (hb 3.7-8;12). Foi o
próprio Jesus quem advertiu-nos: “Lembrem-se da mulher de Ló!” (Lc 17.32).
Fonte: http://blogs.rbc1.com.br/b/amulhereseusdesafios
(Extraído
do Livro Mulher: Feita Para Frutificar)
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