Caro professor, abordaremos a seção da Epístola aos Romanos que se inicia em Romanos 1.18 e se encerra em 3.9. Observando a estrutura da lição ora estudada - I. A necessidade da salvação dos gentios; II. A necessidade da salvação dos judeus; III. A necessidade da salvação da humanidade -, percebemos que o comentário segue a estrutura que o apóstolo Paulo estabeleceu nesta seção de Romanos, 1.18-3.9. É fundamental que a organização da estrutura da epístola esteja bem clara em sua mente.
Sobre os gentios
Na seção de Romanos 1.18-32 é
demonstrada com muita clareza a situação dos gentios diante de Deus. Eles não
reconheceram a Deus, que se manifestou por intermédio da criação, fazendo que o
Pai Celestial os entregasse "aos desejos dos seus corações, à
impureza". Esta expressão é uma das mais importantes no desenvolvimento da
explicação de Paulo em relação à situação dos gentios. Os principais estudiosos
dessa epístola concordam que a expressão "Deus os entregou" não tem o
sentido de uma condição "decretada" por Deus para que os gentios
jamais se arrependessem, mas, pelo contrário, seria uma deliberação divina
permitindo que o gentio seguisse o seu próprio caminho de futilidade de vida,
aprofundando mais no pecado e na imundícia, pois na verdade esta seria uma
consequência natural de escravidão do pecado. Segundo o estudioso, C.E.B
Cranfield, esta condição não seria um "privilégio" só dos gentios,
mas de toda a humanidade, mostrando assim que a sessão 1.18-32 também engloba a realidade dos judeus,
que de maneira oculta, repetia o caminho dos gentios (Rm 2.1). Ou seja, ainda assim Deus não
perderia de vista a possibilidade do mais vil pecador de se arrepender, pois
Ele quer que todo homem seja salvo (1 Tm 2.4).
Sobre os judeus
Ora, a eleição dos judeus como povo de Deus deveria lhes trazer
humildade, gratidão e quebrantamento. Mas aconteceu o contrário. A soberba, a
ingratidão e a dura cerviz fizeram com que esse povo vivesse de maneira
hipócrita perante Deus. Enquanto criticava os gentios, ocultamente vivia os
caminhos do ser humano escravo do pecado. Por isso, o homem judeu não tinha a
desculpa de ser filho de Abraão, pois na prática era filho do pecado: "Tu,
que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei? Porque, como
está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de
vós" (Rm 2.23,24 cf. vv.17-22).
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