Quantas e quais são as arcas? Tomando por base
Êxodo 17.6 e Números 2.8, podemos dizer que Moisés não entrou em Canaã por ter
ferido a rocha, quando Deus o mandou apenar falar?
Assim como a falta de reflexo e cuidado em um
milésimo de segundo pode pôr fim a uma vida, assim uma atitude tomada em um
momento de emoção descontrolada pode fazer sucumbir alguma promessa de Deus na
vida do homem.
Moisés recebera a ordem de pegar a sua vara, o
instrumento da sua vocação, mediante a qual Deus operara maravilhas no Egito e
no deserto durante todos esses anos, mas desta vez a vara deveria simplesmente
estar na mão, a autoridade estaria na palavra falada, meramente deveria falar a
rocha, e dessedentaria o povo sedento; pois o poder pertence a Deus é Ele que
pode “converter o rochedo em lago de águas; e um seixo, em manancial” (Sl
114.8). No entanto, Moisés está visivelmente descontrolado ante a rebeldia do
povo e fere a rocha, recebendo assim a dura repreensão.
O grande líder hebreu acumulou em sua alma toda
a carga de 40 anos de deserto, onde ele lidou com um povo de coração duro, e
que dissimuladamente provocava a ira do Senhor. Numa desatenção momentânea, a
ira, a importunação e a frustração de todos esses anos esborram, e isto é
claramente enfatizado nas Escrituras: que o mal foi suscitado a Moisés por
causa do povo (Sl 106.32,33). Levado por esse sentimento, Moisés desobedece a
ordem do Senhor que era de falar a rocha, e isso o leva a perder o direito de
entrar na terra prometida.
Dois
motivos podem estar diretamente ligados à natureza desse ato de Moisés:
primeiro ele não confiou em Deus que julgaria a rebeldia do povo, e em puro ato
de raiva agride verbalmente o povo e sensacionaliza o momento, ele chamou a
atenção para si e para suas aptidões de líder agente de milagres,
“...porventura, tiraremos água dessa rocha para vós? ” (Nm 20.10), e também
deixa de confiar por parecer pensar, que o simples ato de falar a rocha não
faria a água jorrar. Furioso, o profeta bate com o seu bordão na pedra. O
segundo e maior motivo é que a santidade de Deus foi ultrajada, o momento
emocional do grande líder o fez ignorar completamente que o Senhor disse que
Ele estaria ali.
Se formos analisar pelos relatos do Antigo
Testamento o que podemos inferir é que o grande líder do povo de Deus perde
aquilo que seria o ponto culminante do seu ministério, porque no final da
jornada não teve a habilidade necessária para administrar o estresse e tensão
causados pelas investidas do trabalho da caminhada. O desafio é exatamente de
conseguirmos nesse momento depositarmos em Deus a nossa confiança ao invés de
entrarmos em pânico e desespero diante das circunstancias. Em não poucos
momentos, nos vemos diante de situações em que temos que enfrentar e repreender
pessoas que definitivamente expuseram a grandeza do Senhor, murmurando contra
Ele e desafiando aquilo que ele em promessa nos confiou, momentos em que só a
dependência completa dEle nos fará agir com transparência, decisão e
objetividade, voltar-se ao Senhor é sem dúvida a melhor decisão nesse momento.
As pressões da caminhada podem destruir todo o
investimento feito em uma vida de trabalho ao Mestre, porém devemos entender
que independente das tempestades voltadas contra nós, temos que buscar na dependência
do Senhor o nosso porto seguro. Qualquer pessoa pode ser um cristão fiel quando
tudo na vida está correndo bem, mas seremos provados seriamente na hora que
vermos que os nossos projetos fracassaram, pessoas nos decepcionaram ou ações
de terceiros afetaram diretamente nossa índole e estrutura. Se nessa hora nós
não conseguirmos manter os olhos fixos naquele que é capaz de nos orientar em meio
à escuridão, sucumbiremos sem dúvida nas trevas das nossas emoções mal
administradas, e foi por isso que Moisés não entrou em Canaã.
Retirado do jornal mensageiro da paz.
http://www.cpadnews.com.br/mp_digital/mp_1572/#21/z
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