Contato Pessoal: o Pesquisador Distinto

(Jo 3.1,2)
“E havia entre os fariseus um homem, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus."
1. Um líder religioso. Nicodemos era um fariseu, membro da fraternidade religiosa organizada sob juramento solene para observar escrupulosamente a lei e as tradições dos antigos. Era membro do “partido ortodoxo” entre os judeus. Era um “principal”, um membro do Sinédrio, da corte eclesiástica do mundo judaico. Foi esta corte que condenou Jesus à morte, e da qual Saulo de Tarso era, mui provavelmente, membro.
2. Um inquiridor secreto. “Este foi ter de noite com Jesus”. Fala-se da covardia de Nicodemos cm vir à noite. Devemos, no entanto, dar valor ao fato de ele ter procurado a Jesus, mesmo daquele modo. Mais tarde, foi ele quem tomou sobre si a defesa de Jesus perante o Sinédrio (Jo 7.50,51) e ajudou a enterrar o seu corpo (Jo 19.39). Em ambos os trechos, João volta a se referir ao fato de Nicodemos ter vindo a Jesus, da primeira vez, à noite. Mostra, assim, que Nicodemos estava ficando mais firme na fé, chegando a demonstrar mais devoção do que os próprios discípulos que fugiram, quando veio ajudar a sepultar o corpo de Cristo.
3. Um inquiridor representativo. “Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele”. O plural “sabemos” permite-nos imaginar que talvez vários líderes religiosos, impressionados com os ensinamentos de Jesus c querendo saber mais acerca dEle sem, no entanto, criar uma sensação pública nem tomar partido publicamente, tivessem nomeado Nicodemos para ser uma “comissão de inquérito” de um só membro, de modo sigiloso (cf. Jo 12.42).
4. Uma alma necessitada. As palavras iniciais de Nicodemos revelam várias emoções lutando no seu íntimo, e a declaração repentina de Jesus (v. 3), longe de ser uma mudança de assunto, foi uma resposta - não às palavras, mas sim ao coração de Nicodemos. Tais palavras revelam: 1) Fome espiritual: canseira com os cultos da sinagoga, sem vida espiritual, aos quais frequentava sem achar satisfação para a sua fome. Sente que a glória se afastou de Israel; que há falta de visão; que o povo perece e que, por menos que Nicodemos saiba sobre Jesus, seus ensinos lhe penetraram o coração, c ele acha que os milagres de Jesus com provam ser Ele Mestre vindo da parte de Deus. 2) Falta de profunda de convicção. Nicodemos sente sua necessidade, mas procura um mestre, mais do que um Salvador. A semelhança da mulher samaritana, quer a água da vida (Jo 4.15), mas precisa igualmente ficar sabendo que é um pecador e que necessita ser purificado e transformado (Jo 4.16- 18). 3) Certa complacência quanto à sua própria pessoa, como se dissesse a Jesus: "Creio que foste enviado para restaurar o reino a Israel, e vim oferecer conselhos quanto ao plano de ação e sugerir certas operações”. Provavelmente considerava que ser israelita e filho de Abraão eram qualificações suficientes para ser considerado membro do Reino de Deus.

Fonte:
Pearlman, Myer
João, o Evangelho do Filho de Deus.../
Myer Pearlman - l.ed. - Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1995.


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