Texto: João 3.1-21
Esboço e Exposição
Um dos propósitos que guiaram o
escritor do quarto evangelho foi o de registrar as impressões que o Senhor
Jesus deixou nas pessoas com quem leve contato. Em nosso segundo estudo, vimos
como Jesus impressionou seus discípulos com sua natureza e missão divinas; no
terceiro estudo, examinamos o milagre que os convenceu do seu poder criador.
A conclusão do segundo
capítulo, no entanto, refere-se a outro tipo de impressão que produziu um tipo
de fé de Cristo não julgava satisfatório: “E, estando ele cm Jerusalém pela
Páscoa, durante a festa, muitos, vendo os sinais que fazia, creram no seu nome.
Mas o mesmo Jesus não confiava neles, porque a todos conhecia” (Jo 2.23,24).
Por que o Senhor não encorajava a fé desse homens de Jerusalém? Viu que eles
não o entendiam; reconheceu o mundanismo nos seus corações c propósitos, e não
permitiu que entrassem na mesma intimidade que já estabelecera com os cinco
galileus de coração singelo. Os judeus de Jerusalém estavam dispostos a ficar
de acordo com qualquer pessoa que demonstrasse a probabilidade de trazer honra
à sua nação, e sua crença nEle era o crédito que os homens dão a um estadista
cuja política apoiam. Se nosso Senhor tivesse encorajado tais homens, mais
tarde teriam se decepcionado com Ele; foi melhor, portanto, que os tivesse
recebido de modo um pouco mais frio, dando-lhes uma pausa para meditação. Realmente,
os próprios milagres de Jesus estavam sendo um embaraço por atraírem o tipo
errado de pessoas - os homens superficiais e mundanos (cf. Jo 4.48;
6.14-27,66).
Na pessoa de Nicodemos temos um
exemplo de fé imperfeita, pois o discipulado que produziu era secreto (cf. Jo
19.38). Mesmo assim, esta fé da parte de Nicodemos é uma resposta antiga à objeção
que os judeus dos nossos dias levantam: “Se Jesus foi realmente o Messias, como
é que nenhum dos nossos estudiosos c sábios Leve o bom senso suficiente para
perceber este fato?” A resposta está no Evangelho de João, no relatório da
entrevista de Cristo com Nicodemos e na declaração: “Apesar de tudo, até muitos
dos principais creram nele, mas não o confessavam por causa dos fariseus, para
não serem expulsos da sinagoga” (Jo 12.42).
Fonte:
Pearlman, Myer
João, o Evangelho do Filho de Deus.../
Myer Pearlman - l.ed. - Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1995.
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