1. Significado e
Período
Como visto em capítulos anteriores, após o
arrebatamento da Igreja, dois eventos ocorrerão no céu: o Tribunal de Cristo,
para efeito de concessão de galardões aos salvos (2 Co 5.10) e as Bodas do
Cordeiro, que é união entre Cristo e a Igreja para sempre (Ap 19.7-9; 21.9).
Essa passagem da Igreja pelo céu deve durar sete anos. Enquanto isso, aqui, na
terra, haverá a Grande Tribulação, que também durará sete anos, conforme dão a
entender os livros da Bíblia que falam do fim dos tempos. A Grande Tribulação
será um período de sete anos, entre o arrebatamento da Igreja e a vinda de
Jesus em glória (2a fase, para reinar).
a) Juízo sobre as
nações.
Naquele período catastrófico, os judeus serão os mais afetados (Mt 24.15-20; Mc
13.14-23), mas todos os que estiverem vivos, na terra, sofrerão suas
conseqüências trágicas. Porque, eis que, na cidade que se chama pelo meu nome
[Jerusalém], começo a castigar; e ficareis vós totalmente impunes? Não, não
ficareis impunes, porque eu chamo a espada sobre todos os moradores da terra,
diz o Senhor dos Exércitos. [...] Chegará o estrondo até à extremidade da
terra, porque o Senhor tem contenda com as nações, entrará em juízo com toda a
carne; os ímpios entregará à espada, diz o Senhor. Assim diz o Senhor dos
Exércitos: Eis que o mal sai de nação para nação, e A G r a n d e T r ib u la ç ã o grande
tormenta se levantará dos confins da terra” (Jr 25.29-32 - grifo nosso). “E
visitarei sobre o mundo a maldade e, sobre os ímpios, a sua iniqüidade; e farei
cessar a arrogância dos atrevidos e abaterei a soberba dos tiranos” (Is 13.11).
Os avisos dos juízos de Deus são prova do seu amor, visando livrar da
destruição aqueles que aceitam a Cristo e obedecem à sua Palavra.
b) O tempo da
Grande Tribulação. No total, a Tribulação durará sete anos literais. Esse período é visto
em duas partes, primeira e segunda metades, cada uma com três anos e meio. Essa
constatação decorre da interpretação das 70 semanas de Daniel, cujo texto prevê
que haverá um “príncipe que há de vir” [o Anticristo], que “[...] firmará um
concerto com muitos por uma semana” (Dn 9.27a - grifo nosso).1 Esse concerto do
Anticristo será com Israel, para obter o seu apoio político. Aquele tempo é
chamado, na Bíblia, de “Tribulação”, “ira futura” (1 Ts 5.9), “um tempo de
angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até aquele tempo...” (Dn
12.1); é o “dia da vingança” (Is 63.1- 4). Abaixo, veremos o que ocorrerá na
Grande Tribulação.
c) Divergências de
interpretações. Há intérpretes da Bíblia que afirmam que a Grande Tribulação será “um
período definido” de grandes acontecimentos trágicos que se abaterão sobre a
humanidade, após o arrebatamento da Igreja e a volta de Cristo para reinar
(segunda fase de sua vinda). Outros afirmam que a Grande Tribulação refere-se
aos sofrimentos da Igreja, ao longo de sua história. O Comentário Bíblico
Pentecostal, comentando o Apocalipse, diz: “E um grande erro entender a frase
‘grande tribulação’ (7.14) como se ela se referisse a um período específico de
tempo, por exemplo sete anos ou mesmo três anos e meio), ao invés da grande e
intensa perseguição que os crentes sofreram ao longo da história”.2 Esse
comentário interpreta o texto como referindo- se a acontecimentos históricos,
passados, e não ao futuro.
d) A interpretação
literal da Grande Tribulação. Mas há autores, escritores e intérpretes da
Bíblia, que entendem que a “Grande Tribu-lação” será um período futuro, em que
a humanidade experimentará terríveis catástrofes globais, como juízo de Deus
sobre os que rejeitaram a vontade divina para suas vidas, seus povos e suas
histórias. O Pr. An- tonio Gilberto discorda dos que negam o aspecto futuro da
“grande tribulação”. Para ele, “Estritamente falando, essa tribulação, como
ele- mento escatológico, consiste em dois períodos, tendo cada um três anos e
meio de duração. O primeiro chamado simplesmente de Tribulação. O segundo, que
é o pior, é denominado Grande Tribulação”.
No sermão profético, referindo-se ao que ocorrerá
após o arrebatamento da Igreja, Jesus disse: “porque haverá, então, grande
aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco
haverá jamais” (Mt 24.21 - grifo nosso). João viu aquele terrível período, no
Apocalipse, na revelação sobre “os mártires na glória”: “E um dos anciãos me
falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são e de onde
vieram? E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse- me: Estes são os que
vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue
do Cordeiro” (Ap 7. 13,14 - grifo nosso).
2. Falsa Aliança
com Israel
Após o arrebatamento da Igreja, o Anticristo se
manifestará e fará uma falsa aliança com Israel, durante sete anos (Dn 9.27).
Certamente, nesse período, o Templo será reconstruído. Sem dúvida, esse será o
maior equívoco da nação israelita: rejeitou o Messias, crucificando-o, e vai
aceitar o Anticristo, o governante mundial; e pagará um preço elevadíssimo! Na
metade desse tempo, ou seja, depois de três anos e meio, o Anticristo romperá o
acordo com Israel, e começará a perseguir os judeus, “e, na metade da semana,
fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações
virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será
derramado sobre o assolador” (Dn 9.27 - grifo nosso).
O Anticristo, ou a Besta, governando o mundo,
impedirá o culto a Deus, tanto pelos israelitas quanto por todos os crentes que
confessarem a Cristo, naquele tempo de angústia: “Eu olhava, e eis que essa
ponta fazia guerra contra os santos e os vencia. [...] E proferirá palavras contra
o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e
a lei; e eles serão entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e metade de
um tempo” (Dn 7.21,25 - grifo nosso).4 Jerusalém será atacada, o templo ocupado
e profanado (2 Ts 2.3,4); Dn 8.13; Mt 24.15,24), e os judeus não mais poderão
realizar o culto a Jeová; haverá tremenda perseguição religiosa (Dn 8.13); os
judeus são aconselhados por Jesus a fugir para as montanhas (Mt 24.16); em
Apocalipse 12, vê-se o “Dragão” perseguindo a “mulher”, que sem dúvida será a
nação israelita, que fugirá para um lugar preparado por Deus (Ap 12.6).
3. A Igreja não
Passará pela Grande Tribulação
Os tribulacíonistas creem que a Igreja passará pela
Grande Tribulação, em sua totalidade. Os miditribulacionistas ou
mesotribulacionistas, afirmam que a Igreja experimentará o primeiro período da
Grande Tribulação (três anos e meio), como vimos no capítulo primeiro. No
entanto, a Palavra de Deus nos mostra que tal entendimento carece de
fundamentação consistente. O apóstolo Paulo recebeu revelação sobre esse fato,
quando escreveu: “e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos
mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura (1 Ts 1.10 - grifo nosso).
João, em Apocalipse, registrou o livramento da igreja de Filadélfia, tipo da
Igreja que será arrebatada, formada por crentes salvos, do período de provação
pelo qual passará toda a humanidade: “Como guardaste a palavra da minha
paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo
o mundo, para tentar os que habitam na terra” (Ap 3.10 - grifo nosso; Is 57.1).
O livramento da “hora da tentação”, ou da
“provação”, que virá sobre todo o mundo não se refere apenas à igreja em
Filadélfia, mas é uma advertência a todas as igrejas cristãs: “Quem tem ouvidos
ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 3.13; 22). A Igreja não estará mais
na Terra quando começar a Grande Tribulação. Ela passará, sim, pelo “princípio
das dores” (Mt 24.8). Certamente, já começou a experimentar os acontecimentos
que antecedem à volta de Cristo para arrebatar os salvos.
II - O que Vai
Acontecer na Grande Tribulação
1. O Anticristo se
Manifestará
a) Quem é ele? Será o governante mundial, um ditador
ardiloso, que usará toda a sua influência para obter o apoio dos povos. O
Anticristo é a besta que João viu que subiu “do mar”; “mar”, na tipologia
bíblica, significa povos (Lc 21.25): E eu pus-me sobre a areia do mar e vi
subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e, sobre os
chifres, dez diademas, e, sobre as cabeças, um nome de blasfêmia” (Ap 13.1).
“Sete cabeças” - um homem superinteligente; “dez chifres” - poder global; dez
diademas - será muito “glorioso” perante a humanidade; “um nome de blasfêmia” -
ele é anti-Deus, anticristo e anti-Espírito Santo, e blasfemará e levará os
povos a blasfemarem contra Deus. O espírito dele já está no mundo (1 Jo 2.18;
4.3) há mais de dois mil anos. Esse personagem sinistro já pode estar no mundo,
no presente século.
b) Suas
características. Será um super-homem”, nascido de mulher (Ap 13.1, “a besta que subiu do
mar”, de povos); será o líder político-espiritual. Fará grandes coisas (Dn 7.8,
20,25); enganará a terra, que clama por soluções (1 Ts 2.9,10). A maioria não
quer saber de Jesus, mas aceitará o Anticristo. Ele é chamado de “a Besta” (Ap
13.1), “o homem do pecado”, “o filho da perdição” (2 Ts 2.3), o “Anticristo (1
Jo 4.3), o assolador” (Dn 9.27); é “a ponta que tinha olhos” (Dn 7.8,20,25).
Será uma pessoa superinteligente, com alto poder de oratória e demagogia (Ap
13.2, 5), que impressionará o mundo, como o fez Hitler na Alemanha nazista. Com
capacidade diabólica, o ditador alemão convenceu um povo culto a se tornar
sanguinário e destruir milhões de pessoas, como os judeus, por causa de sua
raça, e eliminar doentes, deficientes, homossexuais, ciganos, todo esse crime
em nome de uma raça pura . O Diabo cega os entendimentos dos ímpios (2 Co 4.4).
c) O mundo clama
por um govemo único. Em 1968, foi fundado o Clube de Roma, que concluiu ser necessário que
haja um governo único na terra. Isso é significativo em termos proféticos. Além
disso, a situação caótica do mundo fará com que o povo busque “um salvador
potente, e o Anticristo se apresentará como tal. Terá “a eficácia de Satanás (1
Ts 2.9,10). Será por excelência um líder político. Haverá uma “confederação de
nações”, sob a liderança do Anticristo. Em 1957, em Roma, foram criados “Os
Estados Unidos da Europa”, hoje no âmbito da Comunidade Européia, que conta,
atualmente, com 28 estados-membros (2015).
Na visão de Nabucodonosor, de uma grande estátua,
que representava todos os reinos do mundo, até o final dos tempos, os dez dedos
da estátua representam dez reinos (Dn 2.40-43), resultantes do antigo Império
Romano (o quarto animal - Dn 7.24), que estarão em evidência nos fins dos
tempos; correspondem aos 10 chifres do 4o animal de Daniel 7.24 e aos 10
chifres da Besta de Apocalipse 13.1 e 17.3. Refere-se a um poder que “existiu,
e que no momento não existe, mas que voltará a existir” (Ap 17.8). Trata-se de
uma confederação de nações que se unirão no território do antigo Império
Romano. Hoje, é identificado como a União Européia, que já tem um parlamento e
uma moeda única, o Euro. O número dez, na profecia, é simbólico, e significa
globalização, um todo unido em torno de ideias, objetivos e causas gerais.
2. O Número 666
A Besta tem “sinal”, “nome” e “número” (Ap 13.17).
Mas a Bíblia só revela o seu número simbólico. Será uma identificação dos
moradores da terra, na Grande Tribulação. O governo ditatorial do Anticristo
vai numerar as pessoas para ter sobre elas o controle total. Quem não aceitar
ter esse número marcado ou tatuado em seu corpo não poderá sobreviver.
Primeiro, porque quem não adorar a Besta será morto: “E foi-lhe concedido que
desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse e
fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta” (Ap 13.15).
Em segundo lugar, porque quem não tiver a identificação da Besta não poderá
comprar nem vender qualquer coisa: “E faz que a todos, pequenos e grandes,
ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na mão direita ou na
testa, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o
sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome” (Ap 13.16,17).
Na tipologia bíblica, o número 6 é o número do
homem. Em seis dias, Deus fez o homem (ser humano). A repetição do número 6
eqüivale a uma dízima periódica, que pode repetir-se indefinidamente, sem nunca
chegar a 7, que é o número da perfeição, o número de Deus. Isso quer dizer que
o Anticristo será um homem, exaltado ao extremo, com pretensões de ser igual a
Deus, como o fez Lúcifer. Esse número, ou código, certamente, será o meio pelo
qual o governo do Anticristo controlará todas as pessoas, desde o seu
nascimento até a morte.
Ao que tudo indica, a tecnologia do código
controlador de pessoas já está em andamento. Um novo sistema de cartão de
crédito já está sendo utilizado. Esse sistema foi criado em 1993, na
Inglaterra. Funciona com a implantação de um “chip” (“VeriChip”, ou bio-chip )
no corpo humano. Pesquisas constataram que os lugares mais apropriados para o
implante são a testa ou sob a pele da mão direita. Já foi desenvolvida uma
seringa que implanta o chip sob a pele de seres humanos. Executivos de
multinacionais já estão usando o chip inteligente , do tamanho de um grão de
arroz, pois permite que sejam localizados imediatamente, em caso de sequestros.
Em alguns países, pais já estão implantando o dispositivo eletrônico em seus
filhos, para que sejam localizados em caso de sequestros ou por outras razões.
Vejamos o que diz a Bíblia:
Não vale a pena o crente viver descuidado, sem ter
compromisso sério com Deus, com sua Palavra e com sua Igreja. O fato de ser
membro da Assembleia de Deus ou de qualquer outra denominação evangélica não
garante a salvação. Quem não for santo não subirá ao encontro de Jesus (1 Ts
4.17; 5.23). Ficará na Terra e experimentará os horrores da Grande Tribulação.
3. O Falso Profeta
Estará em Ação
Será um homem (a Besta que veio da terra - de entre
os homens - Ap 13.11,18). Será o líder religioso, a terceira pessoa da trindade
satânica. Fará grandes milagres. Imporá que todos tenham o sinal da Besta, o
número 666 (Ap 13.16,17). Procurará imitar o Espírito Santo, e será o líder
religioso que cooperará com o Anticristo.
Juntamente com o Diabo, eles constituirão a
trindade satânica, que dominará o mundo após o arrebatamento da Igreja do
Senhor Jesus Cristo. Como os homens, ao longo da História, em sua maioria,
preferiram servir ao Diabo, Deus dará liberdade para que este tenha total poder
sobre suas vidas. Ele atuará com seus demônios (Ef 6.12;Ap 12.9; 9.1,3; 12.12);
os homens passarão por sofrimentos inimagináveis, e saberão o quanto perderam
por terem rejeitado a Cristo. A base do governo da trindade satânica serão as
nações historicamente oriundas do antigo Império Romano. No sonho de
Nabucodonosor, essas nações eram representadas pelos dez dedos da estátua, ou
na visão da Besta com dez chifres, que representam dez reis que se levantarão
contra Deus, e serão vencidos (Dn 7.7,8,19,27). (Veja Ap 13.1,2; 17.11,13).
Haverá um caos e anarquia total, pois o mal terá pleno curso no coração das
pessoas. O desespero será tão grande que as pessoas aceitarão as propostas e
ameaças do Anticristo para tentarem sobreviver.
III - Os Juízos de
Deus sobre o Mundo
A Grande Tribulação trará os juízos de Deus sobre
os homens que, além de ignorar seus avisos de amor, o afrontam, usando sua
permissibilidade e longanimidade. No Apocalipse, esses juízos se manifestarão
através de eventos catastróficos de natureza global. Por eles, Deus vai
purificar o planeta de seus horrendos pecados e corrupções, preparando-o para
receber o glorioso período do Reino Milenial. A profecia fala de sete selos,
sete trombetas e sete taças da ira de Deus. De acordo com o Pr. Antonio
Gilberto, a Grande Tribulação pode ser dividida em duas partes. A primeira, do
capítulo seis ao nono do Apocalipse. A segunda, a mais cruel, engloba os
relatos dos capítulos dez ao dezoito do Livro da Revelação.
1. Os Sete Selos
João viu um livro selado com sete selos. Na visão
do Apocalipse, João viu a Deus, assentado em seu trono e, em sua mão direita,
“um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos” (Ap 5.1); e viu
“um anjo forte, bradando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de
desatar os seus selos? E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra,
podia abrir o livro, nem olhar para ele (Ap 5.2,3). Com tais características,
aquele livro guardava segredos jamais conhecidos, até a abertura dos seus
selos. Sem dúvida, é o livro dos juízos de Deus, reservados para serem
derramados sobre o mundo no fim dos tempos. João chorava muito, por perceber
que ninguém tinha condições de abrir o livro e até de olhar para ele (Ap 5.4).
O apóstolo viu que Jesus é o único digno de abrir o livro. “E disse-me um dos
anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, que
venceu para abrir o livro e desatar os seus sete selos. [...] E veio e tomou o
livro da destra do que estava assentado no trono” (Ap 5.5,7).
a) O primeiro selo. Quando Jesus abre o primeiro selo, tem
lugar um evento de grande significado. Surge um cavalo branco, e, nele está
montado um personagem que “tinha um arco, e foi-lhe dada uma coroa, e saiu
vitorioso e para vencer” (Ap 6.1,2). Trata-se de uma falsa paz, tipificada pelo
cavalo branco. O personagem é o Anticristo, que enganará as nações, sedentas de
paz. Ele se assentará no templo em Jerusalém, dizendo-se Deus (2 Ts 2.4);
receberá adoração (Ap 13.12); fará aliança com Israel por sete anos (Dn 9.27);
implantará uma falsa paz, que será rompida na metade da Grande Tribulação:
“Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina
destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum
escaparão” (1 Ts 5.3).
b) O segundo selo. Depois de três anos e meio, o Anticristo
romperá a aliança e fará guerra a Deus e a seus santos (Ap 3.6; Dn 7.25; 9.27).
E terá lugar uma terrível guerra mundial: “E saiu outro cavalo, vermelho; e ao
que estava assentado sobre ele foi dado que tirasse a paz da terra e que se
matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada” (Ap 6.4). O
Anticristo atacará Jerusalém e profanará o templo (2 Ts 3.3,4; Dn 8.13); os
judeus são aconselhados a fugir para as montanhas (Mt 24.16).
c) O terceiro selo. Como resultado da guerra mundial, a maior
delas, haverá uma terrível fome global, figurada pelo cavalo preto (Ap
6.5); quem não tiver o sinal da Besta, não poderá
comprar nem vender (Ap 13.17,18). Haverá uma escassez nunca vista.
d) O quarto selo. Na abertura do quarto selo, aparece um
cavalo amarelo, simbolizando a morte em grande escala, em decorrência dos
flagelos anteriores (Ap 6.7,8); morrem 25% dos habitantes do planeta.
e) O quinto selo - uma passagem parentética. João deixa de
ver animais e tem a visão dos mártires que foram mortos na Grande Tribulação
por sua fé em Cristo, por seu testemunho e amor à Palavra de Deus (Ap 6.9-11);
eles são salvos em meio à Grande Tribulação.
Não são a Igreja militante. Eles clamam por
vingança contra os “que habitam sobre a terra” (Ap 6.11);
f) O sexto selo. Vê-se um grande tremor de terra (global);
eclipse total do sol; a lua fica vermelha; estrelas caem (meteoros); o espaço
sideral se muda; os montes e ilhas são arrasados; os governantes da terra, os
poderosos e os povos se escondem, clamando que os montes caiam sobre eles, por
causa da “ira do cordeiro” (Ap 6.12-17); não se sabe quantos morrem nesse
evento.
g) Outra passagem
parentética. Salvos na Grande Tribulação. Entre o sexto e o sétimo selo, Jesus abre
um parêntese na revelação e mostra a salvação numerosa de israelitas, em meio à
Grande Tribulação. Isso dá em todo o capítulo 7 do Apocalipse. João tem a visão
de dois planos. Na Terra, vê os 144.000 israelitas, 12.000 de cada tribo, que
são assinalados (Ap 7.3); eles formam o Israel que será salvo, o “remanescente”
de que fala Paulo (Rm 9.26,27); no céu, João vê um quadro deslumbrante dos
mártires na glória: “Depois destas coisas, olhei, e eis aqui uma multidão, a
qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas,
que estavam diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com
palmas nas suas mãos; e clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso
Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro” (Ap 7.9,10).
Além dos 144.000 israelitas, haverá uma multidão
incalculável de pessoas que reconhecerão Jesus Cristo como Salvador, não
aceitarão o sinal da Besta, não lhe renderão adoração, serão mortas, mas serão
salvos. “E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes
brancas, quem são e de onde vieram? E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele
disse-me: Estes são os que vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes
e as branquea- ram no sangue do Cordeiro. Por isso estão diante do trono de
Deus e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado
sobre o trono os cobrirá com a sua sombra” (Ap 7.13-15 - grifo nosso). Quem
ensina que não haverá salvação na Grande Tribulação foge à regra número um da
hermenêutica, que diz que “a Bíblia explica a ela mesma”.
h) O sétimo selo. A essa altura, o mundo já estará na
segunda metade da Grande Tribulação. Quando o sétimo selo é aberto, sete anjos
tocam sete trombetas. São mais sete acontecimentos terríveis, de caráter
ecológico e espiritual, cairão sobre a terra, tipificados nas sete trombetas (Ap
8 a 11) e mais eventos catastróficos. Em resumo:
Nos Capítulos 8 a
11 - As Sete Trombetas
1- ) A primeira
trombeta
(8.7). A terça parte da Terra e da vegetação é queimada; a oferta de alimentos
diminuirá.
2 ) A segunda
trombeta (8.
8,9). A terça parte das criaturas do mar é queimada, quando um grande meteoro é
lançado sobre
0 mar; tsunamis ocorrerão pelo impacto do bólido
sobre as águas.
3) A terceira
trombeta
(8.10,11). Um grande meteoro cai sobre a Terra, destruindo as fontes de água
dos rios e dos lagos; muita gente morre; não se sabe quantas pessoas morrerão.
4) A quarta
trombeta
(8.12,13). A terça parte dos astros é atingida, e o sol escurece a Terra; uma
catástrofe cósmica abalará o espaço sideral.
5-) A quinta
trombeta
(9.1-11). Demônios e anjos terríveis são soltos e atormentam os que não têm o
sinal de Deus, liderados pelo anjo do abismo” (9.12). Os adoradores da Besta
são torturados. Buscam a morte e ela não vem (9.6); a situação é tão caótica,
que o anjo diz que passou “um ai”, expressão de grande dor e sofrimento; e diz
que ainda faltam dois “ais” (na sexta e na sétima trombetas).
6-) A sexta
trombeta
(9.13-21). São soltos quatro anjos que estavam presos junto ao Eufrates (v.
15). Eles são tão perigosos, piores que Satanás, que estão presos “em prisões
eternas” (Jd
6). Matam a terça parte dos homens; os ocultistas,
esoteristas, invocadores de mortos e adoradores de demônios são mortos,
além dos que vivem da prostituição (w. 20,21);
ocorre o segun-
1 « •» do ai .
7) A sétima
trombeta (Ap
11.15-19). Ao toque da sétima trombeta, há um evento celestial. Seres
celestiais proclamam o domínio universal do Senhor Deus e do seu Cristo. “E
tocou o sétimo anjo a trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os
reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará
para todo o sempre” (Ap 11.15).
E um cântico celestial, de proclamação gloriosa, do
domínio universal de Cristo sobre o universo (ver restante do trecho).
Nos CAPÍTULOS 10 e
11 - Outra passagem parentética, entre a sexta e a sétima trombeta (Ap 10,
11.1-14).
1) João come um
livrinho.
Antes de haver o toque da sétima trombeta, João viu um anjo forte, com
aparência terrível, com o arco celeste sobre sua cabeça, o rosto como o sol e
os pés como colunas de fogo. Esse anjo diz que, ao toque da sétima trombeta,
“se cumprirá o segredo de Deus, como anunciou aos profetas, seus servos” (Ap
10.7). João é instado a tomar da mão do anjo o livrinho enigmático, o qual, em
sua boca, era doce como o mel, mas, no seu interior, era amargo. Certamente, a
mensagem do livro é muito amarga para os que a ouvirem.
2) As duas
testemunhas. No capítulo 11, do versículo 1 ao 14, João tem a revelação de que
deveria medir “o templo, o altar e os que nele adoram” (Ap 11.1). Essa medição
significa castigo da parte de Deus sobre Jerusalém, que será pisada por
quarenta e dois meses ou três anos e meio, na segunda metade da Grande
Tribulação (Ap 11.2). E foi-lhe dito que haverá duas testemunhas” irão
profetizar, durante 1260 dias, ou nos três anos e meio (Ap 11.3); elas são “as
duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do Deus da terra” (v. 4);
não se sabe quem serão elas. Não devemos ir além do que está escrito (1 Co
4.6). Elas terão poder sobrenatural, durante o período de sua missão, mas,
depois, serão mortas pela “Besta que sobe do abismo” (v. 7); seus corpos
ficarão expostos durante três dias, vistos pelo mundo todo, através da mídia,
certamente (TV, Internet), e, depois, ressuscitarão e subirão aos céus, aos
olhos de seus inimigos (v. 12); haverá um terremoto, e perecerão sete mil pessoas
(localizado);
3. A Mulher e o
Dragão
1) A mulher vestida do sol. O capítulo 12 de
Apocalipse revela que haverá “uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo
dos pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. E estava grávida e com
dores de parto e gritava com ânsias de dar à luz” (Ap 12.1,2). Segundo as
melhores interpretações do Apocalipse, essa mulher representa os fiéis da nação
israelita, através da qual veio Jesus; o sol e a lua representam a glória de
Israel, no plano de Deus, como o povo eleito. As doze estrelas representam as
doze tribos de Israel.
2) O grande dragão
vermelho. E
foi mostrado outro grande sinal (Ap 12.3-6). E viu-se outro sinal no céu, e eis
que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres e,
sobre as cabeças, sete diademas” (v. 3). O “grande dragão” é Satanás (v. 9). As
sete cabeças representam sua grande inteligência para o mal; dez chifres
representam seu grande poder maligno; e os sete diademas significam sua grande
glória infernal. “E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu
e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à
luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho” (v. 4).
Essa referência pode fazer alusão à queda de
Satanás do céu, com os anjos que o seguiram (cf 2 Pe 2.4; Jd 6). No texto,
indica o plano do Diabo para destruir o Messias, desde sua tenra infância (Mt
2.16). “E deu à luz um filho, um varão que há de reger todas as nações com vara
de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono” (v. 5). O
Diabo fez tudo para destruir Jesus na terra, mas Ele subiu aos céus, após a ressurreição
(cf. Lc 24.51; At 1.9-11). Na visão (v. 6), “a mulher”, ou os fiéis de Israel,
são guardados por Deus durante 1260 dias, por terem aceito a Cristo como o
Messias (Dn 4.30,31; Zc 13.8,9).
3) A grande batalha
nos céus. No
capítulo 12, João viu uma grande batalha no céu, quando o Arcanjo Miguel e seus
anjos vencem o Diabo com seus anjos e esses são precipitados no espaço sideral,
em direção à Terra (v. 7-9); o texto diz que os santos venceram o Diabo “pelo
sangue do Cordeiro e pela palavra de seu testemunho e não amaram as suas vidas
até à morte “ (w. 10,11). Haverá grande alegria nos céus, mas a terra sofrerá
conseqüências pela presença do Diabo em seu meio, pois o Diabo “tem grande ira,
sabendo que já tem pouco tempo” (v. 12.). Com grande ira, Satanás investirá
contra os fiéis da nação israelita, mas Deus dará escape aos que aceitaram a
Cristo como Salvador (w. 13-17).
Na seqüência, o capítulo 13 fala sobre o
Anticristo, cujo comentário foi feito no item II deste capitulo.
4. As Sete Taças da
Ira de Deus
A Grande Tribulação é dominada pela tipologia do
número sete, que significa plenitude, completude. Será um período de sofrimento
tão doloroso como nunca houve na história da terra. Os sete selos, com seus
acontecimentos tenebrosos, abrem espaço para as sete trombetas, que, por sua
vez, darão lugar a outros eventos escatológicos, representados pelas “sete
taças da ira de Deus”, anunciados nos capítulos 15 e 16 do Apocalipse. As sete
taças da ira de Deus representam as últimas pragas ou os últimos juízos de Deus
sobre a humanidade ímpia. Sete anjos são encarregados de derramar esses juízos
terríveis sobre os homens que rejeitaram a Cristo. No capítulo 16, são
descritos os eventos das sete taças.
Certamente, aqui, consuma-se todo o juízo de Deus
sobre a humanidade incrédula e impiedosa, que se levantou contra o Deus Todo-Poderoso.
“[...] e um grande terremoto, como nunca tinha havido desde que há homens sobre
a terra; tal foi este tão grande terremoto” (v. 18). Será o maior terremoto da
história do planeta Terra. Jerusalém se fenderá em três partes (v. 19); “as
cidades das nações” desaparecerão, uma referência às grandes metrópoles,
principalmente as litorâneas, que serão destruídas totalmente pelos efeitos dos
abalos sísmicos, e também dos grandes tsunamis, que poderão alcançar mais de
100 ou 200 metros de altura, provocados pelos deslocamentos dos mares, em sua
fúria sobre os continentes. As ilhas sumirão, os montes desaparecerão, uma
chuva de saraiva cairá sobre os adoradores da Besta.
Fonte: Livro 0 Final de Todas
as Coisas
Elinaldo Renovato de Lima
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